Respondendo a duas concurseiras leitoras do blog
06:13
Concurseiro Solitario
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Sobre estudar para concursos públicos
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É interessante como algumas dúvidas são muito comuns entre concurseiros. Muda-se as palavras e a forma como são apresentadas e perguntadas, mas no fundo tratam da mesma coisa. Por isso mesmo, acho importante sempre tratarmos dessas dúvidas, procurando a melhor resposta para cada uma.
A primeira dúvida foi enviada por email por uma concurseira. Vejamos.
Aproveitando o e-mail gostaria de pedir que escreva um texto descrevendo sua rotina de estudos pós posse. Estou na mesma situação que a sua e ainda não consegui me planejar. Quero continuar estudando mas está difícil pois depois do trabalho ainda tenho que dar um pouco de atenção para meus dois filhos que são pequenos e ainda não entendem muito bem. Seus textos sempre me inspiraram e sei que com um bom planejamento chegarei lá.
Essa não é a primeira vez que recebo uma pergunta que trata desse assunto, como estou estudando após a posse. Infelizmente a resposta não é tão simples ou tão prática como todos gostariam que fosse. Explico.
Se quem estuda em tempo integral vive rotina semelhante de estudo, sono, alimentação e um pouco de recreação, para quem trabalha e estuda cada caso é um caso. Vejam meu caso. Moro sozinho a dez minutos de caminhada do trabalho, não tenho filhos, estou acostumado a acordar cedinho (entre 5:30 e 6:00 da manhã). Como minha rotina de estudos pode ser aproveitada integralmente por quem necessita usar ônibus ou automóvel para ir e voltar ao trabalho, mora com família e filhos, não se dá bem com esse negócio de acordar de madrugada para estudar?
O conselho que geralmente dou é que a pessoa tem de encontrar um horário diário para estudar, seja antes de todo mundo acordar, ou seja, acordando de madrugada como eu, ou depois de todo mundo ir dormim, como faz muita gente. Tenho uma amiga na mesma situação da leitora que enviou essa dúvida que depois de muito custo se acostumou a também acordar às 5 da manhã para poder estudar duas horas antes de sair para o trabalho às 7:30. Tenho um amigo em situação também semelhante que, ao contrário, prefere estudar das 23:00 à 1:30 da madrugada pois não se dá bem com estudar cedinho.
Notem que o que não pode ser deixado de lado é o contato diário com os filhos, as rotinas domésticas necessárias e tudo o mais. O que se tem de fazer é racionalizar o uso do tempo, ou seja, se você gasta duas horas fazendo o jantar, se acostume a fazer tudo em apenas uma hora, se gasta meia hora no banho, passe a gastar apenas 15 minutos, se coloca as crianças para dormir às 10:30, passe a levá-las para cama às 10:00. Racionalizando o uso do tempo é possível fazer as aticidades domésticas e estudar duas horinhas por dia. Vai ser fácil? Não. Vai ser dureza e cansativo? Claro que sim. É impossível? De forma alguma ... se você quiser passar em concursos cada vez melhores e, assim, ter uma vida cada vez mais farta e tranquila.
Vamos agora a segunda dúvida, postada também por uma leitora no shoutbox do blog.
Pois é gente, mais uma vez nadei, nadei, e morri na praia! Mais um concurso que não sou aprovada!! Depois de 2 anos de estudo dá vontade de jogar tudo para o alto! E agora, o que fazer da minha vida? Mais um ano sem trabalhar e meus pais vão enlouquecer. Sei que aqui não é lugar para isso e que ninguém vai ficar passando a mão na minha cabeça, mas só queria gritar isso para alguém além do meu espelho!
É interessante como concurseiros são cobrados de alguma forma por todos aqueles que sabem que estamos lutando por uma vaga no serviço público. Há a cobrança direta onde somos questionados com o maledeto "E aí, já passou?", a cobrança semi-direta do também famoso "Alguma novidade?", até a cobrança indireta por conta de olhares, pequenos comentários aparentemente nada a ver que no fundo nos sodam, e por aí vai.
São também variadas as motivações da cobrança. Algumas pessoas nos cobram porque gostam de nós e querem ver nosso bem. Outras cobram porque se preocupam com o fato de estarmos "perdidos na vida". Outros porque querem se ver livres de nós. Algumas tantas porque querem mesmo é nos ver quebrar a cara. O que importa, no final das contas, é que nos cobram e isso não é nada bom para quem já se cobra 24 horas por dia.
Particularmente acredito que devemos lidar com essas cobranças da seguinte forma. Sermos claros e sinceros com quem nos importamos (pais, esposas, maridos, noivas, noivos, namoradas, namorados, amigos de verdade), e respondermos de forma vaga e evasiva para as outras pessoas que nos cobram, se necessário até com um pouco de ironia.
Claro que a má notícia de que ainda não vencemos a guerra dos concursos públicos não é fácil de dar. Eu que o diga. Mas para as pessoas que se importam conosco e com quem nos importamos é mais do que necessários sermos sinceros, por mais difícil, chato e decepcionante que isso possa ser. De qualquer forma, acreditem, é melhor fazer isso que não falar nada ou esconder a verdade, pois assim daremos espaço para que a preocupação sincera se transforme em decepção, algo muito pior.
Resumo da ópera - Não são poucos os problemas e dúvidas que afligem aos concuseiros. O melhor que podemos fazer é lidar com eles, procurar respostas, melhores soluções, desvios, retornos, enfim, somente não podemos fingir que não existem, simplesmente ignorá-los.
CHARLES DIAS é o Concurseiro Solitário.
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um(a) revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
A primeira dúvida foi enviada por email por uma concurseira. Vejamos.
Aproveitando o e-mail gostaria de pedir que escreva um texto descrevendo sua rotina de estudos pós posse. Estou na mesma situação que a sua e ainda não consegui me planejar. Quero continuar estudando mas está difícil pois depois do trabalho ainda tenho que dar um pouco de atenção para meus dois filhos que são pequenos e ainda não entendem muito bem. Seus textos sempre me inspiraram e sei que com um bom planejamento chegarei lá.
Essa não é a primeira vez que recebo uma pergunta que trata desse assunto, como estou estudando após a posse. Infelizmente a resposta não é tão simples ou tão prática como todos gostariam que fosse. Explico.
Se quem estuda em tempo integral vive rotina semelhante de estudo, sono, alimentação e um pouco de recreação, para quem trabalha e estuda cada caso é um caso. Vejam meu caso. Moro sozinho a dez minutos de caminhada do trabalho, não tenho filhos, estou acostumado a acordar cedinho (entre 5:30 e 6:00 da manhã). Como minha rotina de estudos pode ser aproveitada integralmente por quem necessita usar ônibus ou automóvel para ir e voltar ao trabalho, mora com família e filhos, não se dá bem com esse negócio de acordar de madrugada para estudar?
O conselho que geralmente dou é que a pessoa tem de encontrar um horário diário para estudar, seja antes de todo mundo acordar, ou seja, acordando de madrugada como eu, ou depois de todo mundo ir dormim, como faz muita gente. Tenho uma amiga na mesma situação da leitora que enviou essa dúvida que depois de muito custo se acostumou a também acordar às 5 da manhã para poder estudar duas horas antes de sair para o trabalho às 7:30. Tenho um amigo em situação também semelhante que, ao contrário, prefere estudar das 23:00 à 1:30 da madrugada pois não se dá bem com estudar cedinho.
Notem que o que não pode ser deixado de lado é o contato diário com os filhos, as rotinas domésticas necessárias e tudo o mais. O que se tem de fazer é racionalizar o uso do tempo, ou seja, se você gasta duas horas fazendo o jantar, se acostume a fazer tudo em apenas uma hora, se gasta meia hora no banho, passe a gastar apenas 15 minutos, se coloca as crianças para dormir às 10:30, passe a levá-las para cama às 10:00. Racionalizando o uso do tempo é possível fazer as aticidades domésticas e estudar duas horinhas por dia. Vai ser fácil? Não. Vai ser dureza e cansativo? Claro que sim. É impossível? De forma alguma ... se você quiser passar em concursos cada vez melhores e, assim, ter uma vida cada vez mais farta e tranquila.
Vamos agora a segunda dúvida, postada também por uma leitora no shoutbox do blog.
Pois é gente, mais uma vez nadei, nadei, e morri na praia! Mais um concurso que não sou aprovada!! Depois de 2 anos de estudo dá vontade de jogar tudo para o alto! E agora, o que fazer da minha vida? Mais um ano sem trabalhar e meus pais vão enlouquecer. Sei que aqui não é lugar para isso e que ninguém vai ficar passando a mão na minha cabeça, mas só queria gritar isso para alguém além do meu espelho!
É interessante como concurseiros são cobrados de alguma forma por todos aqueles que sabem que estamos lutando por uma vaga no serviço público. Há a cobrança direta onde somos questionados com o maledeto "E aí, já passou?", a cobrança semi-direta do também famoso "Alguma novidade?", até a cobrança indireta por conta de olhares, pequenos comentários aparentemente nada a ver que no fundo nos sodam, e por aí vai.
São também variadas as motivações da cobrança. Algumas pessoas nos cobram porque gostam de nós e querem ver nosso bem. Outras cobram porque se preocupam com o fato de estarmos "perdidos na vida". Outros porque querem se ver livres de nós. Algumas tantas porque querem mesmo é nos ver quebrar a cara. O que importa, no final das contas, é que nos cobram e isso não é nada bom para quem já se cobra 24 horas por dia.
Particularmente acredito que devemos lidar com essas cobranças da seguinte forma. Sermos claros e sinceros com quem nos importamos (pais, esposas, maridos, noivas, noivos, namoradas, namorados, amigos de verdade), e respondermos de forma vaga e evasiva para as outras pessoas que nos cobram, se necessário até com um pouco de ironia.
Claro que a má notícia de que ainda não vencemos a guerra dos concursos públicos não é fácil de dar. Eu que o diga. Mas para as pessoas que se importam conosco e com quem nos importamos é mais do que necessários sermos sinceros, por mais difícil, chato e decepcionante que isso possa ser. De qualquer forma, acreditem, é melhor fazer isso que não falar nada ou esconder a verdade, pois assim daremos espaço para que a preocupação sincera se transforme em decepção, algo muito pior.
Resumo da ópera - Não são poucos os problemas e dúvidas que afligem aos concuseiros. O melhor que podemos fazer é lidar com eles, procurar respostas, melhores soluções, desvios, retornos, enfim, somente não podemos fingir que não existem, simplesmente ignorá-los.
CHARLES DIAS é o Concurseiro Solitário.
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um(a) revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
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