Entrevista com LETÍCIA ROSA RAVACCI - membro no Ministério Público do Paraná
06:58
Concurseiro Solitario
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Entrevistas
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Ser aprovado em um concurso público de prestígio e que permita efetivamente modificar paradigmas sociais através da profissão é o sonho de todos nós, e nesse empenho temos devotado sacrifícios, horas de estudo e dedicação constante.
Muitos percorreram esse caminho antes de nós, e já venceram nessa guerra árdua pela consecução dos próprios sonhos e desenhos particulares. Por isso, é importante que olhemos com alegria para as conquistas alheias, aprendendo com a vivência daqueles que nos demonstram que a aprovação é possível e que o caminho pode ser igual para todos nós. Sem predileções ou sobrenomes. Trabalho, luta e vitória.
Hoje entrevistamos a Dra. Letícia Rosa Ravacci, aprovada, entre outras instituições de notoriedade, no Ministério Público do Estado do Paraná.
Com um semblante que expressa maturidade e respeito, ela firma o posicionamento de que são aprovados em concursos públicos aqueles que estudam com extrema concentração, mas que também sabem equilibrar e harmonizar os outros aspectos da vida, sumamente importantes para se manter a qualidade de vida, sendo este o segredo do sucesso: determinação e harmonia.
O que fez você optar pelos concursos públicos? E especificamente pelo Ministério Público estadual?
Quando iniciei a faculdade de Direito, na PUC-SP, não sabia ao certo se optaria entre a carreira pública ou privada. Por isso, acabei fazendo estágios em vários lugares diferentes. Iniciei no Ministério Público de São Paulo, quando ainda cursava o segundo ano. No terceiro ano, procurei a Procuradoria e Assistência Judiciária de São Paulo para estágio junto aos Procuradores que atuavam no Tribunal do Júri. No quarto ano, trabalhei em um escritório de advocacia que atuava na área cível e de família. Foi o estágio com o qual eu menos simpatizei. No quinto ano trabalhei como estagiária no departamento jurídico de direito ambiental da Sabesp. Assim que me formei, surgiu a proposta de trabalhar em um escritório que atuava na área tributária, sendo que os sócios eram advogados e juízes do Tribunal de Impostos e Taxas.
Me contrataram para emitir os votos nos julgamentos. Ao final desta trajetória, percebi que as matérias que mais me atraiam eram Direito Penal e Direitos Difusos e o local onde eu mais tinha me identificado tinha sido o Ministério Público.
A partir desta conclusão, parti para os estudos e me dediquei à carreira jurídica pública. Ainda que minha preferência sempre tenha sido o Ministério Público, sempre prestei os concursos para ingresso na magistratura dos Estados de São Paulo e Paraná.
Sabemos que ser aprovado em um concurso público demanda tempo, dedicação e perseverança. O que, em sua opinião, faz valer a pena o sacrifício?
Passar em concurso público exige muita dedicação e disciplina, não abstenção. Eu iniciei meus estudos em 2006 e em 2007 comecei a ver os resultados. Claro que eles foram progressivos, mas eles apareceram. Em 2007 passei para a segunda fase do Ministério Público de Minas Gerais, mas acabei ficando nesta fase. Em 2008, passei para a segunda fase do Tribunal de Justiça do Paraná, fui para a fase de sentença e acabei reprovada na sentença penal. Logo em seguida abriu o concurso para o Ministério Público de São Paulo, e fui para a fase oral. Ainda na fase oral, me inscrevi para o Ministério Público do Paraná e Magistratura de São Paulo. Acabei não sendo aprovada na fase oral, e sem me sentir fracassada ou desanimada, continuei e cheguei na mesma fase nos Estados de Paraná e São Paulo. Em São Paulo, mais uma vez não fui aprovada e no Paraná, fiquei muito bem classificada, sendo que em dezembro tomei posse.
O que tenho a dizer é que, todo esforço e não sacrifício, valeu a pena. Nunca deixei minha vida de concurseira ser algo sacrificante e isso, tenho certeza, contribuiu para que eu atingisse o meu objetivo.
Sempre tive uma vida normal, e acho que isso é fundamental, pois, o caminho é longo, mas não precisa ser árduo.
O que você acha que foi decisivo em sua preparação, para alcançar a aprovação que almejava? Como era sua rotina de estudo? Quais os métodos de aprendizagem que mais lhe serviram?
Sempre fui muito determinada. Recebi muitos "nãos" antes de minha aprovação, mas isso nunca me deixou triste. Em cada concurso que eu prestava e não passava, eu analisava meus erros e tentava me aperfeiçoar. Nunca me permiti ficar em casa uma semana triste porque não fui aprovada, mas também não me contentava. A cada “não”, eu estudava ainda mais as matérias em que encontrava falhas.
Sempre tive uma rotina de estudo. mas essa rotina nunca me estressou. Ia para a academia. Viajava em finais de semana. Saia com minhas amigas. Tinha tempo para namorar. Mas as horas que eu reservava para meu estudo, eu sempre estava concentrada e focada.
Com relação a métodos de aprendizagem, acredito que não existe uma regra. Cada um tem sua própria dificuldade e por isso, cada um deve procurar um método que melhor atender as mesmas.
O importante é não estudar para o cursinho, e sim para o concurso que almeja. Portanto, o estudo não pode ficar restrito ao que o cursinho ensina. Por exemplo, se o candidato quer o Ministério Público do Rio Grande do Sul, é importante acompanhar as notícias do site no MP-RS e ver as ações que estão propondo, as discussões e material didático exposto, pois o examinador vai fazer perguntas relativas aos temas que ele ou a instituição atuam no dia-a-dia.
O estresse ao sair o edital tão aguardado é comum entre a maioria dos candidatos. Como se deve agir neste período?
É normal a ansiedade quando sai um edital. O stress e nervosismo só atrapalham. O segredo é estudar todo o edital para a prova quando ele sai. Claro, focando em cada fase, pois o enfoque é diferente. Acredito que o stress maior se dá na terceira fase. Para esta fase o candidato precisa de muita disposição e energia. É nesta fase que se exige maior dedicação e tempo de estudo. Exceto no Ministério Público do Paraná, em que esta fase é quase homologatória, sendo a segunda fase muito desgastante.
Você poderia deixar um recado para aqueles que almejam no concurso público?
Se o seu sonho é passar em uma carreira pública, o importante é nunca desistir. Vale a pena. Sou muito realizada com a carreira.
Resumo da ópera - É lendo depoimentos como este que temos certeza de que estudar sério para concursos públicos com todos os sacrifícios que isso possa significar realmente vale a pena. É na palavra dos que já venceram que encontramos a certeza de que logo nossa hora também chegara.
PAULA OLIVEIRA, concurseira por vocação.
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
Muitos percorreram esse caminho antes de nós, e já venceram nessa guerra árdua pela consecução dos próprios sonhos e desenhos particulares. Por isso, é importante que olhemos com alegria para as conquistas alheias, aprendendo com a vivência daqueles que nos demonstram que a aprovação é possível e que o caminho pode ser igual para todos nós. Sem predileções ou sobrenomes. Trabalho, luta e vitória.
Hoje entrevistamos a Dra. Letícia Rosa Ravacci, aprovada, entre outras instituições de notoriedade, no Ministério Público do Estado do Paraná.
Com um semblante que expressa maturidade e respeito, ela firma o posicionamento de que são aprovados em concursos públicos aqueles que estudam com extrema concentração, mas que também sabem equilibrar e harmonizar os outros aspectos da vida, sumamente importantes para se manter a qualidade de vida, sendo este o segredo do sucesso: determinação e harmonia.
O que fez você optar pelos concursos públicos? E especificamente pelo Ministério Público estadual?
Quando iniciei a faculdade de Direito, na PUC-SP, não sabia ao certo se optaria entre a carreira pública ou privada. Por isso, acabei fazendo estágios em vários lugares diferentes. Iniciei no Ministério Público de São Paulo, quando ainda cursava o segundo ano. No terceiro ano, procurei a Procuradoria e Assistência Judiciária de São Paulo para estágio junto aos Procuradores que atuavam no Tribunal do Júri. No quarto ano, trabalhei em um escritório de advocacia que atuava na área cível e de família. Foi o estágio com o qual eu menos simpatizei. No quinto ano trabalhei como estagiária no departamento jurídico de direito ambiental da Sabesp. Assim que me formei, surgiu a proposta de trabalhar em um escritório que atuava na área tributária, sendo que os sócios eram advogados e juízes do Tribunal de Impostos e Taxas.
Me contrataram para emitir os votos nos julgamentos. Ao final desta trajetória, percebi que as matérias que mais me atraiam eram Direito Penal e Direitos Difusos e o local onde eu mais tinha me identificado tinha sido o Ministério Público.
A partir desta conclusão, parti para os estudos e me dediquei à carreira jurídica pública. Ainda que minha preferência sempre tenha sido o Ministério Público, sempre prestei os concursos para ingresso na magistratura dos Estados de São Paulo e Paraná.
Sabemos que ser aprovado em um concurso público demanda tempo, dedicação e perseverança. O que, em sua opinião, faz valer a pena o sacrifício?
Passar em concurso público exige muita dedicação e disciplina, não abstenção. Eu iniciei meus estudos em 2006 e em 2007 comecei a ver os resultados. Claro que eles foram progressivos, mas eles apareceram. Em 2007 passei para a segunda fase do Ministério Público de Minas Gerais, mas acabei ficando nesta fase. Em 2008, passei para a segunda fase do Tribunal de Justiça do Paraná, fui para a fase de sentença e acabei reprovada na sentença penal. Logo em seguida abriu o concurso para o Ministério Público de São Paulo, e fui para a fase oral. Ainda na fase oral, me inscrevi para o Ministério Público do Paraná e Magistratura de São Paulo. Acabei não sendo aprovada na fase oral, e sem me sentir fracassada ou desanimada, continuei e cheguei na mesma fase nos Estados de Paraná e São Paulo. Em São Paulo, mais uma vez não fui aprovada e no Paraná, fiquei muito bem classificada, sendo que em dezembro tomei posse.
O que tenho a dizer é que, todo esforço e não sacrifício, valeu a pena. Nunca deixei minha vida de concurseira ser algo sacrificante e isso, tenho certeza, contribuiu para que eu atingisse o meu objetivo.
Sempre tive uma vida normal, e acho que isso é fundamental, pois, o caminho é longo, mas não precisa ser árduo.
O que você acha que foi decisivo em sua preparação, para alcançar a aprovação que almejava? Como era sua rotina de estudo? Quais os métodos de aprendizagem que mais lhe serviram?
Sempre fui muito determinada. Recebi muitos "nãos" antes de minha aprovação, mas isso nunca me deixou triste. Em cada concurso que eu prestava e não passava, eu analisava meus erros e tentava me aperfeiçoar. Nunca me permiti ficar em casa uma semana triste porque não fui aprovada, mas também não me contentava. A cada “não”, eu estudava ainda mais as matérias em que encontrava falhas.
Sempre tive uma rotina de estudo. mas essa rotina nunca me estressou. Ia para a academia. Viajava em finais de semana. Saia com minhas amigas. Tinha tempo para namorar. Mas as horas que eu reservava para meu estudo, eu sempre estava concentrada e focada.
Com relação a métodos de aprendizagem, acredito que não existe uma regra. Cada um tem sua própria dificuldade e por isso, cada um deve procurar um método que melhor atender as mesmas.
O importante é não estudar para o cursinho, e sim para o concurso que almeja. Portanto, o estudo não pode ficar restrito ao que o cursinho ensina. Por exemplo, se o candidato quer o Ministério Público do Rio Grande do Sul, é importante acompanhar as notícias do site no MP-RS e ver as ações que estão propondo, as discussões e material didático exposto, pois o examinador vai fazer perguntas relativas aos temas que ele ou a instituição atuam no dia-a-dia.
O estresse ao sair o edital tão aguardado é comum entre a maioria dos candidatos. Como se deve agir neste período?
É normal a ansiedade quando sai um edital. O stress e nervosismo só atrapalham. O segredo é estudar todo o edital para a prova quando ele sai. Claro, focando em cada fase, pois o enfoque é diferente. Acredito que o stress maior se dá na terceira fase. Para esta fase o candidato precisa de muita disposição e energia. É nesta fase que se exige maior dedicação e tempo de estudo. Exceto no Ministério Público do Paraná, em que esta fase é quase homologatória, sendo a segunda fase muito desgastante.
Você poderia deixar um recado para aqueles que almejam no concurso público?
Se o seu sonho é passar em uma carreira pública, o importante é nunca desistir. Vale a pena. Sou muito realizada com a carreira.
Resumo da ópera - É lendo depoimentos como este que temos certeza de que estudar sério para concursos públicos com todos os sacrifícios que isso possa significar realmente vale a pena. É na palavra dos que já venceram que encontramos a certeza de que logo nossa hora também chegara.
PAULA OLIVEIRA, concurseira por vocação.
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
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