Os concurseiros e o TDA-H

Olá, concurseiros! Outro dia, enquanto o carnaval rolava, eu vi o comentário de uma leitora que não podia passar despercebido. Ela dizia:

'Bem, se serve de "consolo", passo pelo mesmo problema mas com um plus: tenho déficit de atenção (TDA/H).
Uma parte do meu cérebro quer muito, e a outra não consegue executar! É exatamente aquilo que vc disse, você tenta, tenta e tenta estudar, mas parece que algo te impede...
Só que esses dias são a regra pra mim, raro é o dia em que consigo ótima concentração e aproveitamento.
Cada um tem desafios pessoais a serem superados!
O importante é manter o foco na perseverança e não nos problemas!
Força na peruca!!!'

Assim como ela, alguns estudantes e profissionais passam por esse tipo de problema. E eu, conhecendo a situação, não poderia deixar de trazer informação a outros concurseiros que sofrem, mas não sabem porquê. Quero trazer-lhes alento.

Quando li, imediatamente me lembrei do caso de uma amiga muito próxima. Ela me relatou ter sido diagnosticada recentemente com tal distúrbio: TDA-H (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Para quem ficou pasmo ao ler isso, saiba esse é um problema de saúde mental. Eu também fiquei impressionada quando ela me contou!

A minha amiga não quis se identificar porque, uma vez, contou a outras pessoas conhecidas e eles a trataram com muito preconceito, desde então. Isso é fruto do folclore e do desconhecimento, infelizmente. Vamos chamá-la de Phoenix.

Phoenix não sabia que tinha tal problema, mas sabia que existia algo diferente no seu jeito de ser. Ela era muito agitada, gostava muito de falar e o fazia muito rápido. Eu ficava tonta quando conversávamos. Com isso, procurou alguns médicos que começaram a tratá-la com remédios que nada tinham haver com o real problema dela. Ocorre que, um dia, vendo uma entrevista com a médica Ana Beatriz B. Silva suspeitou que pudesse ter TDA-H.

Bem, ela sempre foi uma aluna regular, mesmo estudando muito. Phoenix se esforçava muito e precisava estudar muito mais que a maioria dos amigos de classe. Apesar disso tudo e diversas tentativas, conseguiu ingressar em um vestibular super concorrido. Não sem antes ouvir de muitas pessoas que ela "não foi feita para os estudos".

À medida que as responsabilidades da vida estudantil e profissional foram aumentando, ela foi se vendo para trás. Viu seus amigos logo se formarem, arrumar empregos na iniciativa privada, mas ficou para trás. Ela foi ficando cada vez mais frustrada e deprimida, pois ela queria muito alcançar os objetivos normais que todo jovem deseja, mas sua mente sempre a traía.

A traição que o cérebro dela fazia consigo mesma estava em não conseguir prestar a atenção ao que lia, chegar ao fim de uma página e já ter esquecido do que lera no início, ler pulando frases e palavras. Fora que ela nunca conseguia ser pontual em seus compromissos e era incapaz de terminar uma tarefa.

Quando estudamos juntas, eu frequentemente a via com a mente divagando, mesmo sentando à primeira carteira, na sala de aula. E eu via que aquilo achava que não era normal, pois eu a achava muito inteligente. Ela sempre me dizia: "não consigo prestar a atenção".

Ficamos uns meses sem nos ver e, quando nos encontramos novamente, fiquei muito surpresa em saber sobre esse problema. Mais espantada ainda quando soube que ela agora resolveu estudar para concursos e que está se tratando com um psiquiatra! E me disse que se descobriu recentemente uma leitora voraz. Fiquei muito feliz em saber. Gostei de ela ter contado sobre essa vitória.

Gente, não há motivo para se ter preconceito com esse tipo de profissional da área médica. Eles são pessoas que estudaram muito e que vão saber resolver o problema. Pior é ficar com estígma de vagabundo ou de "pessoa que não nasceu para estudar", como ela ficou por muito tempo.

Apesar de contar essa história, eu não sei muito mais sobre esse problema. Além disso, não sou médica. Entretanto, minha amiga buscou muita informação útil em alguns sites como o www.tdah.org.br, www.universotdah.com.br e www.medicinadocomportamento.com.br. E lá, ela conseguiu reunir elementos para relatar ao médico.

Resumo da Ópera - nformação correta é poder! Se você desconfia que sofre de algum problema do gênero, recomendo que vá ao médico. Ele vai saber exatamente como proceder e fazer com que sua vida dê um salto de qualidade.

Raquel Monteiro é uma legítima concurseira carioca.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.




Dicas para quem fará prova da OAB amanhã

Aproveitando o ensejo de poder escrever antes da 2ª Fase do Exame Nacional Unificado da OAB, o qual ocorrerá neste domingo (amanhã, dia 28/02), de acordo com notícia veiculada pelo Jornal dos Concursos (clique AQUI para ler), trago a vocês algumas dicas valiosas que me foram repassadas quando da minha vez e, para não estressá-los, o artigo será bem leve!

Dica nº. 01: Cada um tem um jeito seu de se preparar para uma prova importante; alguns, como eu, preferem não tocar mais nos cadernos na véspera do exame; outros optam por estudar até o último minuto possível; você escolhe aquilo que melhor se encaixa. Porém, faço um aviso: o melhor a se fazer é passar o olho naquilo que você sabe, pois há uma possibilidade muito grande de você se desesperar ao ver alguma matéria que não estudou. Todavia, se você tiver muito autocontrole, fique à vontade em ver as matérias que não estudou com muito afinco.

Dica nº. 02: Separe o material. É algo fácil para fazer, e muitos nem contam como passos a darem quando o assunto é prova por serem organizados por natureza. Porém, não deixe para fazer isso no último instante, pois o único prejudicado será você. Separe tudo aquilo que você pode levar no dia da prova. Um conselho: não leve somente o material diretamente ligado à matéria que você escolheu para fazer. Leve todos os códigos possíveis, pois há muitos assuntos (cito, por exemplo, a questão prejudicial em processo penal onde há discussão na seara cível), onde há uma conexão muito forte com outros ramos. Por isso, o protagonista é o código da matéria que você escolheu! Mas leve também os personagens secundários.

Dica nº. 03: Na hora da prova, dê uma olhada nela inteira. Leia o problema da peça prática e faça um esquema: coloque no rascunho os pontos principais, as teses mais importantes e as secundárias; as fundamentações, tanto legais, quanto jurisprudenciais, PRINCIPALMENTE sumulares. Depois leia as questões e decida a ordem: se fará primeiro a peça e deixará as questões para depois ou o contrário. Quando fiz, resolvi primeiro as questões e depois parti para a peça.

Dica nº. 04: Se for levar algo para comer, não encha a sua mesa de comida. Além de sujar os livros e, principalmente a prova, irá atrapalhá-lo no manuseio das coisas. A prova tem duração máxima de 5 horas, então algumas barras de cereais e uma garrafa de água já serão suficientes.

Dica nº. 05: LEIA AS INSTRUÇÕES COM CUIDADO E ESTEJA ATENTO AO QUE O FISCAL DA SALA ESTIVER FALANDO! Parece algo bobo, algo sem importância, porém a título de exemplo que aconteceu na minha prova, uma pessoa (e o pior é que eu conhecia a dita cuja), após tentar 4 primeiras fases havia passado na segunda fase; contudo, errou ao preencher a folha da peça; ela entrou em desespero! Chamou o fiscal, começou a chorar, e o fiscal disse que não podia fazer nada, pois nem corretivo pode ser utilizado para emendar o erro. Tenha cuidado ao preencher as folhas! Lembre-se: só falta um passo para você se tornar advogado! Seja cauteloso nesta hora!

Dica nº. 06: Tenha calma e faça a prova numa boa! Se você é ansioso ou fica muito nervoso e estressado na hora da prova (uma amiga minha demorou mais de vinte anos para ser aprovada na OAB! Ela saía das segundas fases que fez e tinha que se dirigir ao hospital para tomar soro de tão nervosa que ela ficava), faça exercícios de relaxamento. Massagear pontos estratégicos (como a ponta da orelha), ajudam e muito a relaxar. Inspirar e respirar de forma profunda também auxilia a tranquilizar. Tenha pensamentos positivos! E seja otimista até o final.

Última dica: Faça o seu melhor! Independente do seu resultado, faça a prova empregando o que você tem de excelente. Seja atento a tudo! E seja também honesto! O Examinador tem anos e anos de experiência. Pode ter certeza que ele sabe quando você está sendo técnico e jurídico, ou quando você está tentando enrolá-lo. E lembre-se: o Examinador não te conhece! Então, coloque tudo, mesmo que seja a coisa mais óbvia para você (como, por exemplo, que o direito penal é pautado pelo princípio da anterioridade), tomando o cuidado, é claro, de ver o espaço disponível e o tempo. Por fim, não rasure! Use o mágico “digo”. Por exemplo: “O Acusado não fez, digo, não cometeu o delito que lhe está sendo imputado”. O texto fica muito mais limpo e muito melhor para examiná-lo.

Resumo da ópera - Aos queridos leitores que farão a 2ª Fase do Exame da OAB domingo, desejo-lhes uma excelente prova! Espero que realmente sejam aprovados e, em nome da Ordem dos Advogados do Brasil, principalmente a Seccional de São Paulo, dou às boas vindas à instituição que, conforme o artigo 133, da Constituição Federal, é indispensável à Administração da Justiça! Boa Prova!!

Jerry Lima, um Concurseiro Profissional.

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Alguns comentários rápidos

- Ontem estava lendo na nova edição da Revista Concurso em Foco uma notícia sobre um projeto de lei que entre outras coisas prevê a proibição das bancas de concursos públicos de cobraram em prova matérias que não tenham nada a ver com as atividades dos cargos oferecidos.

Torço para que essa lei seja aprovada. O que já vi de babozeira ser exigida dos candidatos em provas de concursos públicos não é brincadeira. Querem um exemplo? Onde já se viu cobrar na matéria de Recursos Humanos o tópico "Recrutamento e Seleção" se na administração pública isso se dá via concurso público! Na matéria de Administração de Empresas há uma diversidade de tópicos do mesmo naipe ... e em tantas outras matérias o mesmo ocorre.

Realmente é muito injusto obrigar os candidatos a estudarem com afinco um punhado de tópicos de matérias que nunca serão usados no exercício dos cargos públicos em questão. Haja paciência.

- Recebi o email de uma concurseira leitora do blog perguntando se não vamos mais publicar o videocast. A resposta é que vamos, sim, o problema é a falta de tempo. Explico. Um videocast além da gravação demanda edição, o que envolve cortes, inserção de musiquinha, abertura e tal. Como não sou especialista na coisa, acabo demorando um pouco para fazê-lo. Como esse mês tive de dar um gás nos estudos por conta da semana de folga após a prova do Bacen, não tive tempo de mexer com videocasts, que voltarão a partir da próxima semana.

- Saiu hoje no CorreioWeb (clique AQUI para ler a notícia inteira):

PRF entrará na Justiça para que Funrio devolva taxas de inscrição

Quem achou que a novela da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estava perto do fim, se enganou. Um novo capítulo surgiu: o órgão vai entrar na Justiça para reaver os valores arrecadados pela Funrio com as taxas de inscrição do concurso.

A decisão foi tomada porque a PRF precisa dos recursos para dar continuidade ao certame. O assessor nacional de comunicação do órgão, inspetor Alexandre Castilho, explica que sem previsão orçamentária, a polícia fica impedida de prosseguir com a seleção.

Conheço alguns concurseiros que já estão a beira de um ataque de nervos por conta desse concurso, com o qual sonharam por tanto tempo, estudaram com tanta seriedade e determinação, e pelo qual agora sofrem como condenados.

Putz, deveria já existir uma lei que determinasse que se a banca ferrou com um concurso público, que repasse ao órgão ou entidade que está realizando o concurso o valor auferido com o recebimento das taxas de inscrição num prazo, digamos, de 30 dias e que esse órgão ou entidade use a grana apenas e tão somente para contratar outra organizadora num prazo de, digamos também, 60 dias!

E essas novelas são longas, meus amigos. Se rolar nova prova ainda esse ano será uma sorte danada para os concurseiros que são protagonistas nessa história.

- Agora uma constatação que serve também como puxão de orelha. Em nossa primeira promoção no mês passado, quem quisesse concorrer às duas "cestas" de livros oferecidas deveria apenas enviar um email, postar uma frase de reply num post em nossa comunidade no Orkut ou nos enviar um tweet. Pois bem, rolou mais de 1.500 inscrições ... afinal de contas, muito fácil se inscrever (e não duvido que vários concurseiros deixaram o princípio da moralidade de lado e se inscreveram mais de uma vez com o email da namorada, da mãe, do irmão, ..., enfim).

Na promoção desse mês implementamos um formulário de inscrição maneiro que centraliza as inscrições em um banco de dados (muito mais prático para nós), e também a inscrição agora depende da resposta a uma pergunta, "Porque você precisa tanto desses livros?". E com isso o número de inscrições diminui sensivelmente.

Acreditamos que isso está acontecendo por dois motivos. Em primeiro lugar que bolar uma boa resposta para uma pergunta desse tipo não é lá tão fácil. Em segundo lugar porque se bolar uma resposta já não é tão fácil, bolar várias respostas para poder se inscriver usando o nome da namorada, do irmão, do tio, ..., é menos fácil ainda. O importante é que vocês participem para ganhar!

- Saiu ontem no site do Jornal dos Concursos (clique AQUI para ler a notícia inteira):

Funrio marca nova prova para analista técnico

A Funrio divulgou nota informando que será realizada, em 11 de março, nova prova para o cargo de analista técnico administrativo do concurso do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) que oferece 566 oportunidades de nível médio e superior.

A prova para analista técnico administrativo foi anulada devido à irregularidades na aplicação do exame em Boa Vista (RR), onde provas foram entregues com atraso e sem lacre aos concurseiros. Diante do incidente, o Ministério Público Federal (MPF) na ocasião entrou com ação pedindo a suspensão do concurso.

Essa novela pelo menos está andando. Lembro-me bem desse concurso, prestei-o para o cargo de Agente Administrativo. O problema é que essa nova prova será daqui a duas semanas praticamente e a notícia pegou muitos candidatos de surpresa. Uma amiga que prestou prova para o cargo agora está com a seguinte dúvida, "E agora, reviso a matéria para essa prova, ou continuou estudando para o concurso que estou inscrita com prova marcada para o final do mês?". Eu não queria estar no lugar dela!

Resumo da ópera - Hoje não estava muito inspirado para escrever um artigo padrão, então preferi mesmo comentar algumas coisas com vocês. Mas isso é legal, varia um pouco o que vocês lêem aqui no blog. Bom final de estudos para todos e NÃO DEIXEM de fazer sua inscrição em nossa promoção, usem o formulário aí em baixo.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

Porque não dá mais para estudar por apostilas

Houve uma época em que estudar para concursos públicos significava saber por acaso de algum concurso público que ainda iria acontecer, dar um pulinha numa boa banca de jornais rezando para encontrar uma apostila para tal concurso, estudar um ou dois meses por aquela apostila com alguma seriedade, fazer a prova, passar e ser empossado.

(In)Felizmente essa época passou faz tempo, a Internet e a reestruturação remuneratória da administração pública a mataram e enterraram sobre bons sete palmos de terra. Explico. Desde o governo FHC o sistema remuneratório da administração pública brasileira passou a ser reestruturado e melhorado a fim de profissionalizar a carreira pública com os melhores profissionais do mercado, a lógica é simples, o governo paga melhor que a iniciativa privada e, com isso, atrai os melhores profissionais. A Internet, por sua vez, facilitou em muito a divulgação de informações sobre concursos públicos, sendo um dos fatores responsáveis pelo boom qualitativo e quantitativo de candidatos à carreira pública.

Certo, temos de um lado o governo pagando remunerações muito interessantes, além de oferecer estabilidade e otras cositas más, e de outro um maior acesso à informação sobre concursos públicos. Com isso o número de candidatos nos concursos públicos aumentou vertiginosamente na última década. A concorrência aumentou. As bancas passaram a cobrar as matérias previstas no edital de forma cada vez mais difícil e sofisticada. O nível dos concurseiros sérios aumentou mais que proporcionalmente. Em resumo, as coisas ficaram mais difíceis para quem quer se tornar servidor público.

Para fazer frente a esse "admirável mundo novo e muito mais concorrido e difícil" dos concursos públicos, novas editoras e editoras até então especializada sem livros jurídicos passaram a editar livros específicos para quem se prepara para concursos públicos. O nível de conhecimento dos concurseiros empossados em cargos públicos de nível médio e superior é muito mais hoje do que a dez anos atrás, isso é fato inegável.

Tudo muito bom, tudo muito bem ... não tanto. (In)Felizmente ainda há muita gente parada no tempo achando que estudar para concursos públicos é comprar uma apostila logo depois da publicação do edital e estudar um ou dois meses com alguma seriedade para passar e ser feliz. Duvidam? Só essa semana recebemos no blog quatro emails de concurseiros pedindo indicações de apostilas para concursos públicos, dois especificamente para o "fácil" concurso da da AGU (Advocacia Geral da União)!

A definição de apostila como material de estudo é clara, simples e direta ... "Resumo de aulas ou preleções, distribuído em cópias aos alunos ou ouvintes". Sim, meus amigos concurseiros que ainda não se tocaram disso, apostilas são resumos de matéria, nada mais. E como é possível estudar por um resumo sem se ter estudado o material que deu origem ao resumo? Difícil, não?!

Deixando de lado a qualidade deplorável da maior parte das apostilas para concursos públicos existentes no mercado, meras coleções de "copia e cola" de leis (muitas vezes desatualizadas), material doutrinário sem fonte, até material colhido da Wikipedia, analisemos esse material do ponto de vista do aprofundamento das matérias.

Imaginem dois concurseiros, gêmeos idênticos, inclusive no nível de conhecimento, capacidade de aprendizado e memorização, vontade de estudar e tudo o mais. Ambos resolvem prestar o mesmo concurso, prestarão prova na mesma sala, no mesmo horário, em carteiras paralelas. Ou seja, até começar a estudar estão em total pé de igualdade. Então um compra uma apostila das melhores entre as disponíveis no mercado e começa a estudar. Outro compra vários bons livros das matérias e começa a estudar. Enquanto um estuda Direito Administrativo na apostila em um resumo feito sabe-se lá por quem, outro estuda a matéria pelo famoso "Direito Administrativo Descomplicado" do Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, valendo a mesma diferença marcante para as outras matérias que têm de estudar. Chega o dia da prova, a banca é a ESAF ... em quem você apostaria seu dinheiro que vai melhor nessa prova?

Claro que apenas o material de estudo não determina se alguém vai bem ou mal em uma prova. Há muitos outros fatores envolvidos. Porém, o material de estudo é a matéria-prima do concurseiro. Do mesmo modo que mesmo o melhor padeiro dificilmente fará um excelente pão com uma farinha de trigo vagabunda, de terceira qualidade, assim também o melhor concurseiros dificilmente conseguirá se preparar bem para uma prova de concurso público estudando apenas com uma apostila.

Notem que acredito que ainda há, sim, lugar para as apostilas nos concursos públicos. Elas podem ser usadas com sucesso em concursos de nível elementar (antigo primeiro grau) e para alguns concursos bancários (como escriturário do Banco do Brasil, por exemplo), mas apenas isso.

Resumo da ópera - Se você ainda acha que dá para estudar para concursos públicos com apostilas (a não ser para uma das exceções que citei), então já passou a hora de você rever seus conceitos.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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E você AINDA não se inscreveu em nossa nova promoção que premiará mais dois concurseiros sortudos cada um com uma cesta com 20 (vinte!) livros para estudar para concursos públicos cada? Não? Surtou? Cada cesta dessas vale R$1.500! Inscreva-se agora mesmo usando esse formulário. Só não arrisca ganhar quem não participa!





RESENHA - "Manual dos Concurseiros" de Ricardo Ferreira

Essa é a primeira vez que resenharemos aqui no blog um livro voltado para concursos públicos, mas que não trata de alguma matéria específica, mas sim que traz informações gerais de suma importância para qualquer concurseiros, bem como aborda algumas técnica básicas e estratégias de estudo.

Por conta disso, essa resenha não foi feita por uma única pessoa, mas por três, cada um analisando o livro segundo um aspecto específico. Acreditamos que, dessa forma, poderemos oferecer aos leitores do blog uma resenha diferenciada de um livro também diferenciado. Boa leitura.

Autor: Ricardo Ferreira
Edição: 1ª edição, 2009, Rio de Janeiro
Páginas: 88
Editora: Ferreira
ISBN: 78857842101-4

Jerry Lima - Sobre o autor + opinião pessoal sobre a obra

Primeiramente, o autor é consagrado no mundo dos concursos. Obteve sucesso em certames variados, demonstrando que tem vasta experiência no assunto.

Bom, prova disso é o currículo dele:

Detém duas faculdades: uma em Direito e outra em Ciências Contábeis. Foi aprovado e classificado em concursos para Técnico do Tesouro Nacional (TTN), Agente Fiscal de Tributos do Estado de Minas Gerais (ICMS/MG), Agente Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo (ICMS/SP), Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional (AFTN), Fiscal de Rendas do Estado do Rio de Janeiro (ICMS/RJ) e Fiscal de Rendas do Município do Rio de Janeiro (ISS/RJ), entre outros ainda.

Além do mais, Ricardo Ferreira é Professor de cursos preparatórios para concursos, tendo publicado vários livros sobre o assunto. Cito como exemplo as seguintes obras: Análise das Demonstrações Contábeis, Contabilidade Avançada e Intermediária, Contabilidade Básica, Contabilidade de Custos, Manual de Auditoria, todos pela Editora Ferreira, entre outros.

Bem se vê que o escritor é preparadíssimo para discorrer sobre o assunto que circunda a nossa vida, qual seja, concurso público.

O livro achei excelente. De fácil leitura e manuseio, as gravuras e imagens que existem no mesmo tornam-no divertido.

A linguagem é simples, todavia muito séria. O autor é objetivo, mas ao mesmo tempo didático ao colocar para o concurseiro aquilo que ele necessita fazer para ser aprovado em um concurso público.

Ricardo, entretanto, não camufla a realidade colocando fórmulas mágicas para se alcançar o sucesso, atitude que repudio sempre. Ao contrário, mostra a realidade da maneira que é, contudo, também traz ao candidato aquilo que é necessário para passar.

Algo que me chamou a atenção na obra foram os causos, os quais após passar por assuntos mais sérios deixam a leitura leve e descontraída.

Interessante observar, da mesma forma, que o Professor analisa não só a parte prática, mas também jurídica dos concursos, pincelando, principalmente, o entendimento dos Tribunais Superiores quanto às decisões que dizem respeito aos direitos dos concurseiros.

O Autor também trata de assuntos deveras espinhosos e delicados para o candidato, tal qual a convivência com a família após a decisão de se tornar um combatente sério e dedicado ao almejar lograr êxito nos concursos públicos.

Dessa forma, traz dicas para o leitor, a fim de que ele possa contornar a situação, de tal forma que não haja problemas com os familiares.

Importa ressaltar, do mesmo modo, que Ricardo expõe em seu livro opções de planejamento de estudos, especialmente respeitante à maneira que o candidato deve estudar, ou seja, se deve abordar uma matéria de cada vez ou estudar mais de uma ao mesmo tempo, mostrando as vantagens e desvantagens do caminho escolhido.

O escritor consegue abordar tal tema, utilizando tabelas trabalhando com as matérias comuns a vários concursos, quais sejam, Português, Informática, Constitucional e Matemática.

O Autor atenta para o procedimento dos certames públicos pátrios, esquematizando para o candidato o processo por que passa um concurso público, desde a sua autorização até a sua homologação e posse.

Vale lembrar, por fim, que Ricardo demonstra, de forma simples e didática, as várias fases que um concurso pode ter, ilustrando por meio de tabelas transportadas de concursos públicos que efetivamente ocorreram.

Raquel Monteiro - Sobre o formato + opinião pessoal sobre a obra

Minhas impressões a respeito do livro Manual dos Concurseiros é muito boa. O autor, de fato, tem muita experiência e fala com maestria sobre a atmosfera dos concursos.

Uma das razões para apreciar a obra é de que o livro é fino e, portanto, rápido de ser lido. Eu sou uma pessoa que tem pouco tempo e que quer ler apenas aquilo que é necessário. Por isso, essa característica que poderia ser um defeito, na verdade é uma qualidade. Apesar de ser fino, ele contém apenas as orientações essenciais para aquele que vem se lançar no mundo dos concursos pela primeira vez. Não há embromação. Ele vai direto ao ponto.

Gostei da diagramação porque é um livro muito colorido e em quadrinhos, o que faz dele uma publicação muito diferente. Os desenhos fazem com que você visualize as situações tratadas com muita concretude.

O tamanho é bom (tipo pocket book), pois permite a portabilidade para leitura no ônibus, na fila do banco ou em qualquer lugar. Enfim, a leitura é muito leve porque é quase como um bate-papo humorado com o Ricardo Ferreira. Isso porque a línguagem usada é muito direta e não fica fazendo rodeios. O autor, afinal, sabe que seu leitor está lendo o livro por estar convicto de que deseja fazer concurso público.

O material com que foi confeccionado é de primeira qualidade. A capa é feita com um material meio brilhoso. As folhas de dentro são opacas, mas tem uma estampa muito convidativa à leitura. O texto, por sua vez, é colocado no formato de balão que é típico das histórias em quadrinhos. O personagem que vai nos orientando é uma caricatura do Ricardo Ferreira.

O bonequinho Ricardo sempre aparece fazendo umas carinhas engraçadas. Aparece estudando, ou no fundo do mar, ou como feiticeiro. Isso se deve ao belo trabalho de ilustração, feito por Erick Lothan e de diagramação, feito por Diniz Gomes. Eles estão de parabéns porque inovaram, com muito humor em um tipo de literatura que é comumente muito séria.

Falando em bom humor, eu adorei os "Causos" do livro. Esses são nada menos que algumas pérolas que fazem qualquer leitor rir e se divertir muito. Tudo relacionado ao estudo para concursos ou à vida já como servidor público. As histórias ali contadas nessa parte poderiam ser chamadas de boas piadas concurseiras. Em especial, eu indico o Causo n.º3 porque é muito divertido. Eu ri muito, pois ele faz um trocadilho com uma unidade de medida de carga de caminhões com outra situação cotidiana.

Considerei interessante uma observação que o Ricardo faz e que me deixou muito mais confiante em minhas escolhas: cada pessoa responde diferentemente a algumas espécie de estímulos. Então, o que é uma boa técnica de estudo para uma pessoa, pode não ser para outra. Por isso, cada pessoa deve avaliar o que funciona bem para si mesma. Daí, eu avaliei as minhas e digo que não as troco por nada!

Curiosidade: ficamos muito lisongeados por ver na página na 75 do livro o autor falar de relação candidato/vaga, assunto do qual já tratamos inúmeras vezes e, ainda assim, muita gente teima em não aceitar. Ponto para ele por trazer o tema à baila mais uma vez! Ricardo fecha o tema, belamente, com um “Resumo da Ópera”. Muito legal! Adorei ver isso.

Bem, concurseiros, não preciso nem dizer que recomendo a divertida leitura desse livro, não é? Trata-se de uma boa aquisição por ter conteúdo, sem deixar de ser lúdico.

Charles Dias - Sobre o conteúdo + opinião pessoal sobre a obra

Recebemos vários e-mails de leitores do blog todos os dias. Alguns trazem elogios, outros trazem comentários, muitos trazem dúvidas. Essa dúvidas são das mais variadas, mas predominam aquelas sobre as aspectos básicos de estudar para concursos públicos que são enviadas por concurseiros novatos que estão um tanto perdidos na guerra dos concursos públicos.

Realmente há uma gama de conhecimentos básicos sobre concursos públicos em geral que não só deveria ser conhecida por qualquer pessoal que pensasse em começar a estudar para concursos públicos, como deveria ser sabida "na ponta da língua" por quem decide fazer isso com seriedade. O problema é que esse conhecimento está disperso, não há um lugar ou livro que o reúna de forma prática e acessível … calma aí … não existia esse livro, porque agora existe.

O “Manual dos concurseiros” de Ricardo Ferreira é como que um manual de instruções contendo o básico e indispensável sobre concursos públicos. O livro aborda assuntos-chave como “aprenda a se motivar para os estudos”, “Da autorização à homologação: entenda o processo de realização dos concursos”, “Como estudar depois do edital” e “Redação ou prova discursiva”, entre muitos outros.

Assim como um manual de instruções de equipamento eletrônico ou eletrodoméstico, o “Manual dos concurseiros” foi pensado e escrito de forma a ser de fácil leitura, objetivo, claro , leve, e divertido. Todo ilustrado e pequeno (em formato pocket book com menos de 90 páginas), pode ser lido em virtualmente qualquer lugar, na fila do banco, no ônibus, na sala de espera do dentista.

Se houvesse algo como um Ministério dos Concursos Públicos ou órgão/entidade pública que o valha, diria que esse livro deveria ser adotado como cartilha de orientação para quem estivesse interessado em seguir a carreira pública, visto que o autor teve o cuidado de tratar de praticamente todos os assuntos básicos pertinentes a estudar para concursos públicos. Se isso acontecesse, com certeza haveria muiiiiito menos concurseiros desinformados por aí, muita gente que, no fundo, não está pronta para encarar a guerra dos concursos públicos e acabaria por não perder tempo, dinheiro e esforço, e muita gente que está pronta para encarar essa guerra e poderia, observando as orientações desse livro, poupar muito tempo e esforço ao não ficar “batendo cabeça” para descobrir algumas informações básicas, porém muito importantes para um estudo de qualidade.

Notem que esse livro não trata dos assuntos que aborda de forma aprofundada e detalhista, afinal de contas, essa não é sua proposta. A ideia do autor foi de escrever um livro que sirva de primeiro contato das pessoas com a guerra dos concursos públicos, dando uma visão geral de como são as coisas, do que é necessário para estudar com qualidade para passar e sem empossado. Isso não significa, porém, que esse livro não seja interessante também para concurseiros com mais experiência, visto que há muitas informações interessantes que mesmo quem já está prestando concursos há um tempo considerável não sabe, sabe em parte ou sabe errado.

Custando menos que uma entrada de cinema (sem contar pipoca e refrigerante), recomendo fortemente aos leitores do blog que adquiram esse livro, visto que é muito interessante e trata de assuntos que geram muitas dúvidas, podem acreditar.

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E vocês acham que ficaríamos só nessa resenha?! Estão vocês estão muito enganados. Aproveitamos para entrevistar RICARDO FERREIRA, o autor desse ótimo livro sobre concursos públicos em geral.

O que o levou a escrever o "Manual dos Concurseiros"? Porque você preferiu adotar o formato de livreto ilustrado ao invés de livro normal como é de costume para publicações do gênero?

Minha experiência em sala de aula demonstrou que a maioria dos concursandos leva meses até descobrir que está se preparando de forma errada. Por isso achei que poderia, com algumas dicas básicas, ajudá-los a direcionar melhor os estudos e a conseguir êxito mais depressa. O formato do livro teve a intenção de sugerir que se trata de algo destinado ao público iniciante, numa linguagem leve, objetiva e clara.

Porque, em sua opinião, tanta gente "embarca" na proposta de estudar para concursos públicos sem ao menos pesquisar antes sobre o que é estudar para concursos públicos e o que é exigido das pessoas para que elas sejam realmente aprovadas e empossadas em cargos públicos?

Infelizmente muitas pessoas ainda têm o concurso público como a única ou uma das poucas alternativas dignas de emprego e renda. Um pessoa desempregada e com família para sustentar, por exemplo, não pode fazer uma análise mais criteriosa quanto ao cargo e ao perfil mais adequado para ocupá-lo. Ela vai se preocupar com o salário e com a estabilidade. O desespero da maioria dos candidatos e o oportunismo de algumas pessoas acabam gerando a ideia de que tudo é bem mais simples.

Pelo que se vê em sua trajetória, sua maior especialidade no ramo concurseiro é na área fiscal, visto que você já exerceu diversos cargos nesse segmento profissional. Para elucidar alguns questionamentos de nossos leitores, qual é a maior peculiaridade no preparo para o concurso dessa carreira?

É preciso se um clínico geral, um generalista, porque vai estudar diversas disciplinas que não se relacionam.

Muitos concurseiros nos procuram para saber como começar a preparação para concursos da área fiscal. Qual seria a melhor maneira de começar tal tarefa? Quais matérias priorizar?

Primeiro é preciso se informar para já não começar tudo errado. Devem ser priorizadas as matérias básicas da área fiscal: português, constitucional, administrativo, tributário e contabilidade, pois são cobradas em todos os concursos do gênero. Depois da autorização do concurso de seu interesse, o concursando pode então estudar disciplinas mais específicas.

Levando-se em conta que houve muita mudança referente aos concursos atuais, principalmente na dificuldade dos certames, a gente sabe que não é possível calcular o tempo exato para um candidato ser aprovado. Mas é possível afirmar que aquele que deseja ser aprovado em um concurso deverá contar no mínimo e, em regra, com dois anos e meio a três anos de sua vida nesse projeto?

Depende muito do perfil do candidato. Há quem já tenha uma trajetória relacionada ao estudo intensivo e passe em 1 ano, assim como existe quem só consiga sucesso depois de 3 ou 4 anos.

Já ouvimos muitos candidatos dizerem que não prestam provas para a área fiscal por não entenderem matemática ou afirmarem que não possuem capacidade suficiente para aprender a matéria. Isso é um mito? Qualquer pessoa pode ser aprovada em um concurso fiscal estudando seriamente?

Eu diria que apenas estudar e ter capacidade de aprender não resolvem: é preciso também ter equilíbrio emocional, que pode representar até 50% dos requisitos necessários à aprovação. Quem diz não conseguir aprender matemática ou contabilidade, por exemplo, pode na verdade ter sequelas de estudos sem orientação correta dessas disciplinas. Já fica em pânico só de pensar em estudar tais matérias.

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Para facilitar sua vida, já que sabemos que grana de concurseiro é para lá de contada e que bons livros para estudar para concursos públicos sofrem uma variação de preço muito grande dependendo de onde são vendidos, sugerimos dois lugares para você comprar esses livros.

Um deles é através loja virtual
da própria editora (clique na imagem abaixo):


E outro é na excelente livraria especializada em concursos públicos e livros jurídicoS ÚLTIMA INSTÂNCIA, parceira do blog (clique nas imagens abaixo):




Sem comentários!

Essa notícia "piadística" saiu no blog humorístico Kibeloco (muito bom, recomendo visitá-lo regularmente) ... e não é que o publicitário carioca Antonio Pedro Tabet, seu criador e dono, está coberto de razão!

Pensem comigo. A tal da Paris Hilton já é rica, herdeira da cadeia internacional de hotéis de luxo Hilton, tão devessa quanto a marca de cerveja que lhe pagou esse polpudo cachê para que ficasse algumas horas no camarote da mesma na Marquês de Sapucaí no carnaval fazendo pose com a cerveja, duvido que possuidora de nem 1/100 do conhecimento do concurseiro brasileiro mais mal preparado ... e mesmo assim faturou em algumas horas nada mais nada menos que uma centena (!!!) de remunerações mensais de um feliz auditor da Receita Federal!

Agora, um concurseiro sério que leve, digamos, dois anos e meio para passar em um bom concurso público ... o cara rala, o cara abre mão de diversão, de família, de amigos, de amor próprio, até de um pouco da própria sanidade ...

Sejamos sinceros, comparados com a Paris Hilton faturando R$1,4 milhão só para fazer aquela carinha "angelical" arrastando-se pelo chão de um camarote de cervejaria na Sapucaí de latinha na mão ... prefiro ser concurseiro!

Não, não digo isso por conta dessa perda de um pouco da minha sanidade mental, não. É orgulho, amor próprio mesmo que me motiva a afirmar isso.

O que me levou a abandonar a carreira que vinha construindo na iniciativa privada a fim de estudar para concursos públicos foi justamente minha recusa em puxar sacos de chefes, participar de intrigas corporativas, enfim, ter de me arrastar pelo chão do camarote corporativo de algum chefe que sabe menos que eu fazendo carinha "angelical" com uma latinha na mão mendigando algumas moedas de aumento mais que merecido!

Tenho amigos e parentes que vivem doentes (com gastrite, estresse, doenças nervosas diversas, nevralgias, escolham o CID - Código Internacional de Doenças) justamente porque não suportarem a pressão dos conchavos, maquinações e puxações de saco necessárias para a sobrevivência na iniciativa privada. Um dia decidi que isso não era para mim e "amanheceu, peguei a viola, botei na sacola e fui estudar" (parafraseando verso da famosa música de Rolando Boldrin).

Claro que também no serviço público há conchavos, maquinações e puxação de saco para quem quiser ganhar um pouco mais por conta de algum adicional pago aos servidores por discricionariedade dos seus superiores hierárquicos, mas se você não quiser entrar nessa disputa, também não precisa participar de nada disso apenas por medo de perder o emprego. Tenho um amigo que ilustra muito bem isso, analista do judiciário estadual paulista, afirma sem problema algum que não é amigo de ninguém com quem trabalha, mas por ser competente nas tarefas que executa "eles têm de me engolir".

Resumo da ópera - Se você acha realmente que comparados à Paris Hilton ou similar , concurseiros são merecedores de pena, então, meu amigo ou minha amiga, estudar para concursos públicos não é com você, melhor largar disso e se inscrever em algum BBB (Big Besta Brasil) da vida, tornar-se uma celebridade instantânea e levantar uma grana arrastando-se no chão de algum camarote da vida fazendo caras e bocas com uma latinha de cerveja na mão!

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

Quando é preciso atualizar o material de estudo

Quando estudei para o vestibular, lembro-me bem de ter usado diversos livros e apostilas de cursinho como material de apoio, alguns com mais de uma década de idade. Foram todos muito úteis e me ajudaram a passar no tão desejado vestibular da USP (Universidade de São Paulo). E isso pode ser feito em muitos cursos, universitários ou não ... menos para uma boa parte das matérias cobradas em concursos públicos.

Se tem algo que muda constantemente são as leis ... ainda bem. Essas mudanças se dão por conta de atualizações, aperfeiçoamentos, ou seja, assim como a sociedade evolui constantemente, nada mais lógico que as leis que regem as relações sociais evoluírem pelo menos numa velocidade o mais semelhante possível. Se pegarmos a atual Constituição do Brasil e compararmos com sua versão como foi aprovada pela Assembléia Constituinte lá no final dos anos 80, notaremos que há centenas, senão milhares de mudanças, na maioria dos seus capítulos.

Semana passada recebemos vários comentários e emails de leitores do blog, todos fazendo a mesma pergunta, "como saber se meu material de estudo está atualizado?". Esse é um questionamento extremamente pertinente e que deve ronda a mente de todo concurseiro sério, afinal de contas, estudar com material desatualizado é dar uma grande margem para ir mal em provas de concursos públicos.

Particularmente, divido o material de estudo em termos de atualização segundo sua, digamos, volatilibilidade (mudável, volúvel, inconstante):

Volatilibilidade baixa - Material de estudo de matérias de estudo "clássicas" que já têm sua teoria e prática consolidada, como matemática, Raciocínio Lógico, Arquivologia ou Economia.e Administração. A maior parte dessas matérias pode muito bem ser estudada tanto com livros de edição fresquinha quanto de edições lançadas em 1990.

Volatibilidade média - Material de estudo de algumas partes das matérias em geral de volatibilidade baixa, como alguns tópicos mais recentes de Arquivologia, aplicação de teorias econômicas a fatos e acontecimentos atuais ou Economia Brasileira atual, alguns tópicos de Administração, ou seja, geralmente tópicos de origem mais recente de matérias consolidadas.

Volatibilidade alta - Aqui entra o material de estudo da maior parte das matérias jurídicas, exceto teorias jurídicas já cristalizadas. Essa alta volatibilidade das matérias jurídicas é explicada de um lado pela atualização das leis e por outro pelo avanço do entendimento doutrinário. Dessa forma, por exemplo, um livro excelente de Direito Constitucional para concursos públicos lançado uma década está em grande parte desatualizado.

Dá para usar livros em parte desatualizados para estudar para concursos públicos? Sim, dá. O problema é que apenas concurseiros mais experientes terão discernimento para saberem o que pode ser aproveitado para estudo e o que deve ser ignorado. Para concurseiros iniciantes ou menos experientes, o melhor mesmo é evitar completamente material de estudo desatualizado a fim de não haver dor de cabeça.

Vou exemplificar esse asssunto com um exemplo da "vida como ela é" que testemunhei não faz muito tempo. O capítulo sobre nacionalidade da Constituição foi alterado tempos atrás. Esse capítulo é "arroz de festa", ou seja, solicitado em 8 em cada 10 concursos públicos. Num fórum de um concurso público que prestei, depois da prova um concurseiro desavisado postou um desabafo criticando duramente a banca do concurso por cobrar esse tópico constitucional de forma errada e tal e tal. O cara postou inclusive um belo recurso pedindo anulação da questão. Só havia um pequeno problema ... ele estudou por um texto constitucional desatualizado, ou seja, no qual o capítulo sobre nacionaliade (e provavelmente outras coisas) não constava as tais mudanças recentes e o cara se ferrou ... e ainda por cima pagou o maior mico nessa lista de discussão!

Resumo da ópera - É fácil saber se seu material de estudo está atualizado ou não. Primeiro divida-o segundo a volatibilidade. O que é de volatibilidade baixa você não deve se preocupar muito, não. O que é de volatibilidade média é bom checar se houve alguma mudança significativa nos últimos três anos em relação aos tópicos abordados ou se seu material tem mais de três anos desde a publicação. Quanto ao materiald e volatibilidade alta, se tiver mais de dois anos de editado, a chance de haver alguns pontos desatualizados é enorme, então é checar cada um com cuidado, procurando no site do Planalto (http://www.presidencia.gov.br/legislacao) pela versão mais atual das leis e fazer a comparação. De qualquer modo, concurseiro sério se preocupa e somente estuda com material atualizado, isso é fato.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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Em janeiro realizamos a primeira promoção da história desse blog, chamada "Eu quero esses livros!", em parceria com várias editoras e com a Livraria Última Instância. Foram dois ganhadores, um sorteado entre quem enviou email para o blog se inscrevendo na promoção e outro entre quem postou uma mensagem no tópico de inscrição em nossa comunidade no Orkut ou nos enviou um tweet (via Twitter) inscrevendo-se.

Pois bem, os ganhadores sorteados e tiveram seus nomes divulgados no começo do mês. Agora que já receberam todos os livros, nos enviaram fotos para comprovar (e provar) para todos vocês a seriedade das nossas promoções. Hoje postarei a foto de um dos ganhadores e ao longo da semana a foto de outro ganhador.

Comecemos pelas damas. Cássia Ponce, uma das ganhadores, nos enviou esse email quando soube da boa notícia:

"Primeiramente sou leitora do blog já faz um bom tempo. E todos os dias quando dá um tempinho aqui no escritório entro no blog para ficar por dentro do mundo dos concursos, e olha que ajuda mto a gente aqui desse lado, que as vezes dá uma desanimada, a levantar e seguir na busca do nosso sonho. Então Parabéns pela criação, e aos seus colaboradores tbm.

Uhuhuhu!! Fiquei mto feliz! Obrigada Concurseiro Solitários! Prazer, meu nome é Cássia Ponce. Tenho 32 anos. Aproveitando para dar uma desabafada, eu estava um pouco desanimada na batalha do concursos , mas agora com esses prêmios deu uma reanimada para continuar a estudar ainda mais. Eu já estou nessa batalha há +/- uns 3 anos , infelizmente não posso parar de trabalhar, já fiz alguns cursinhos preparatórios, no início eu nem conseguia acertar metade das provas, mas hoje já consigo pelo menos aprovar, só falta classificar mesmo rsrs .Trabalho numa Agropecuária das 8hs às 17 hs, e neste ano vou começar a fazer faculdade. Vou aproveitar o tempo que me resta entre sair do escritório e entrar na faculdade para estudar para os concursos. Mas como meu sonho é ter a tão almejada estabilidade não irei desistir e continuarei na batalha."




Concurseiros “concursam”!

Sou cinéfilo. Adoro filmes! Vira-e-mexe, consigo extrair algumas lições dos longas-metragens. Como todo homem, gosto especialmente de filmes de ação; mas não aqueles em que não há nenhum sentido ou nenhum encadeamento lógico de atos e fatos para que o final seja tal ou qual aquele. Não.

Gosto de filmes que façam o expectador pensar, raciocinar e, até mesmo, tentar descobrir o final antes da trama se resolver.

Pois bem. Confesso que nesses tempos atribulados (ainda mais onde há 3, 4 dias só ouço por aqui dizerem “vou para tal lugar no Carnaval”; “ah não ! já fui para esse lugar; agora vou para outro”), tenho assistido reiteradamente o filme do Rocky, principalmente o sexto (já assisti todos!!).

Sim, quem daqui não se lembra dos gritos e daquela boca torta falando quase que sempre sem sentido “Adrian” tantas vezes que tem horas que você desconfia da mentalidade e da racionalidade do protagonista?

Mas tirando todo aquele ar de desajeitado, de pessoa simples, porque não dizer até mesmo ingênua para muitos, há verdades incontestáveis naqueles filmes.

Não falarei de todos hoje; prometo que enquanto aqui me permitirem escrever citarei ainda todos eles; mas me foco em um: o último, o Seis.

Ouvi muita gente falando que “esse foi o pior filme do Rocky”, ou “que filme sem pé nem cabeça”, ou “o final era totalmente previsível; não gostei!”.

Críticas e gostos à parte e, com todo o respeito e consideração a essas pessoas que assim se manifestaram e aos leitores que também terão essa opinião sobre esse filme, o Rocky simplesmente tem a atitude de um concurseiro vencedor!

Pasmos? Pois é! Pura verdade.

Primeiramente, ele se mostra sério naquilo que faz, ou seja, não pára de treinar nenhum minuto mesmo que já considerado velho para muita gente, como muitos concurseiros experientes se sentem deslocados e ultrapassados ao verem concurseiros iniciantes e cheios de motivação e vontade! Isso não procede, meu colega candidato! Há lugar para todo mundo, como diz o William Douglas, pois você só precisa de uma vaga! Nada mais!

Depois disso tudo, o Rocky, contrariando toda a lógica possível e inimaginável e, após se aposentar, mesmo assim, ele volta a lutar, porque no fundo, no fundo, ele sabe que “lutadores lutam!”. O que ele quer dizer com essa simples frase? Meu amigo: todos temos um propósito nessa vida; e você nunca será feliz se não buscar COM TODA A SUA VIDA, nem com toda a sua força é suficiente, aquilo que você mais almeja, mais gosta de fazer, ou seja, vencer e se tornar um servidor público, porque “lutadores, lutam” e concurseiros, “CONCURSAM”.

Sim, é um neologismo! Deixando de lado as regras gramaticais, a maneira correta de escrever, reuni tudo aquilo que um concurseiro faz, que é provas, estudo, exercícios, tanto intelectuais quanto físicos, treinos, oratórias, cursos e mais cursos, e tantas outras coisas, para aglutinar essas ações em um só verbo inventado: “CONCURSAR”! E assim, concluímos que simplesmente o concurseiro “concursa”! Simplesmente? Muito longe disso (risos).

Por fim, a maior lição que o Rocky nos traz: amigo: SEJA CEGO, SURDO E MUDO PARA O MUNDO! Impossível? A família não deixa? Há pressão? Os amigos dizem que você não conseguirá após o TRIGÉSIMO TERCEIRO CONCURSO? Então ouça o que o “maior lutador fictício de todos os tempos” tem a nos dizer: NÃO IMPORTA QUANTAS VEZES VOCÊ LEVE SOCOS DA VIDA E CAIA! E SIM QUANTAS VEZES VOCÊ SERÁ CAPAZ DE LEVANTAR! Não é novidade para ninguém que a vida é dura, é fria, é injusta muitas vezes! Mas saber disso, cruzar os braços e ficar com raiva não vai MUDAR NADA! Então encare a luta! Faça cada concurso como se fosse o último da sua vida! Se veja em seu cargo, gabinete, mesa, sala dos seus sonhos! Mentalize e deseje! Seja positivo, otimista e ESTUDE, ESTUDE E ESTUDE SEM OLHAR PARA OS LADOS, SÓ PARA O SEU OBJETIVO!

Resumo da ópera - Enquanto muitos chamavam o Rocky de vovô, de pobre coitado, de saco de pancada antes do combate, ao final da luta todos, até mesmo os locutores e comentaristas, estavam inebriados, sem palavras, incrivelmente estupefatos com a atitude e vontade deste grande lutador, porque a lição de vida é que tudo, absolutamente tudo, depende de você e só de você! É sua decisão ser mais um na multidão ou marcar a história da sua vida para sempre! Bons estudos e bom Carnaval!

Jerry Lima, um Concurseiro Profissional.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.


E entramos em proteção de tela

Leiam a conversa:

Amiga - Raquel, você deveria repensar os rumos da sua vida. Poderia ir trabalhar em algum lugar, poderia estudar diferente. Não sei, sei lá, agora é momento de você repensar sua vida, pois você está fazendo errado.

Raquel - Ok, tudo bem.

Quem lê o diálogo acima, pensa que eu dei muita atenção para o discurso da minha amiga. Realmente, ela teve as melhores intenções e disse isso porque quer o meu bem e deseja me ver realizada. Isso é bom, pois vejo que estou cercada de pessoas que se importam comigo.

Entretanto, há coisas que as pessoas não sabem mesmo. A minha amiga não é concurseira e nunca passou por situação semelhante à que estou passando. Nesse caso, não vale a pena gastar energia discutindo. É melhor entrar no modo proteção de tela: deixamos o cérebro devanear e apenas assentimos com a cabeça. Afinal, é chato ficar retrucando e parecer uma maluca, falando sobre coisas que ela só entenderia se fosse uma concurseira.

Já se disse muitas vezes que somente concurseiro entende o outro concurseiro. Isso quando ambos se entendem, pois os métodos de estudo, os modos de encarar a luta variam de pessoa para pessoa. Por isso, então, desisti de tentar me fazer entender pelos não-concurseiros. Quem sabe não me entendam após a posse?

Quanto a rever o que está errado, isso é algo que sempre devemos fazer. Pelo menos, eu sempre faço. O problema é que eu não faço tantos concursos como a maioria faz. Então, ver meus erros torna-se uma experiência lenta porque eu os constato em poucas oportunidades. Além disso, nem sempre o problema é tão evidente como pensamos ser, ele se mascara para nós. Assim, só vamos percebê-lo depois de muito tempo.

Sobre mudar a forma de estudo, eu digo que cada um tem o seu método. Por mais tresloucado que o meu seja, ele é meu e foi feito para o meu cérebro. Não adianta a gente querer estudar igual a uma outra pessoa em tudo só porque ela teve sucesso, pois cada um tem uma necessidade e uma história de vida. Portanto, não existe milagre ou mágica: cada um vai encontrar seu modus operandi e vai ralar até obter sucesso!

Quanto a dar certo ou não dar certo os planos que fazemos na vida, eu tenho que dizer que isto é muito relativo. Pode-se dizer que algo NUNCA acontecerá ou que AINDA não deu certo. Tudo depende da sua forma de encarar a vida. Se você é uma pessoa obstinada como eu sou, pode-se dizer que está faltando aquela pequena faísca no seu preparo ou que seu trabalho ainda não começou a mostrar resultados paupáveis. Simples assim.

Sobre ir trabalhar em algum lugar qualquer, honestamente, essa não é a solução. Afinal, eu já trabalho, pois sou advogada e tenho flexibilidade de horário. Não sou uma desocupada. Contudo, as pessoas só te veem como tal quando se está vinculado a um grande escritório e recendo salário todo mês.

Resumo da Ópera - Concurseiros amigos, vamos respirar fundo, contar até dez e nos acalmar. A pressão em cima de nós é enorme. As pessoas querem ver movimento nas nossas vidas isso é muito. A vida de concurseiro é que é atípica. Por isso, tenhamos paciência com os leigos no assunto e não nos deixemos abater quando ouvirmos algo do gênero. Toquemos nossos destinos à frente!

Raquel Monteiro é uma legítima concurseira carioca.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.







RESENHA - "Direito Tributário Brasileiro" de Mauro Luís Rocha Lopes


A resenha dessa semana é muito especial para mim, pois é de um livro que trata de uma matéria com a qual tive muitas dificuldades quando a tive de estudar pela primeira vez ano passado, principalmente por não ter começado com o material de estudo correto.

Autor: Mauro Luis Rocha Lopes
Edição: 1ª, 2009, Rio de Janeiro
Páginas: 502
Editora: Impetus
ISBN: 978857626296-1

Esse livro trata de uma matéria muito temida e também praticamente obrigatória em concursos públicos fiscais, o famoso Direito Tributário, “o ramo do direito público que abriga as normas reguladoras das relações entre o Estado, coo impositor de tributos, penalidades tributárias e deveres instrumentais, e as pessoas que se sujeitam a tais imposições” (segundo palavras do próprio autor).

Se, geralmente, temos livros introdutórios e livros de aprofundamento das matérias, nesse caso temos um raro exemplo de livro completo que consegue tanto introduzir quanto aprofundar a matéria sem com isso perder a objetividade e de ser acessível aos leitores, mesmo os de primeira viagem. Dividido em sete capítulos, parte dos fundamentos da matéria, passa por seus aspectos gerais, para então adentrar em minúcias importantíssimas dos impostos municipais, estaduais e do Distrito Federal e, finalmente, federais, tudo de forma muito bem estruturada e amarrada.

O autor, Mauro Luís Rocha Lopes, é profundo conhecedor do Direito Tributário brasileiro. Professor do Curso Master Juris, no Rio de Janeiro. Professor da Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ). Professor do Cursos MBA em Direito Tributário da Fundação Getúlio Vargas. Ex-Promotor de Justiça no Rio de Janeiro. Ex-Procurador da Fazenda Nacional. Atualmente é Juiz Federal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro.

Aprendi a gostar do Direito Tributário quando tive de estudá-lo, a fundo e desesperadamente, na preparação para o concurso de 1992/1993 da Procuradoria da Fazenda Nacional. Sou professor da matéria desde 1996, mesmo ano em que tomei posse no cargo de Juiz federal Substituto, na 2a Região”, diz o autor na apresentação desse mesmo livro. Além dessa obra, também são do autor, entre outros, os títulos:

- Comentários à Nova Lei do Mandado de Segurança;

- Processo Judicial Tributário;

- Curso de Direito Tributário Brasileiro vol. 2 (participação).

Chamou-me a atenção a forma como esse livro foi cuidadosamente estruturado de forma a apresentar os principais pontos da matéria de forma ordenada e lógica, facilitando em muito o estudo tanto por quem teve pouco ou mesmo nenhum contato anterior com a matéria, quanto por quem já a tem como velha conhecida. Os capítulos são todos divididos em tópicos e muitos desses, quando necessário, em sub tópicos, tornando muito fácil encontrar no livro pontos específicos da matéria.

Como de costume nos livros da Editora Impetus, o material usado na impressão do livro é de primeira qualidade, tanto o da capa (mole) com ótimo revestimento envernizado de alta resistência, quanto no papel de ótima gramatura e qualidade, quanto, finalmente, na montagem e colagem das páginas. Ou seja, é um livro que pode ser manuseado à exaustão sem medo de que se desfaça em pouco tempo, algo muito importante para concurseiros que precisam maximizar seus investimentos em livros para estudos. Por fim, as letras são de bom tamanho, a diagramação tradicional facilita a leitura e a impressão é também excelente.

Não considero Direito Tributário uma matéria fácil de ser estudada. Já comentei aqui no blog em outros artigos como tive dificuldades em meu primeiro contato com ela, apesar de ser formado em Economia, o que pelo menos para mim, deveria tornar seu entendimento um pouco mais fácil para mim. A dificuldade, em minha opinião, tem origem no detalhamento que a matéria exige. Diferentemente de outros “direitos” como o constitucional e o administrativo em que existem tópicos que podem ser dominados sem grande necessidade de detalhamento, o mesmo não acontece no Direito Tributário, onde tudo tem de ser tratado “nos seus mínimos detalhes”.

É nesse ponto que reside o grande mérito desse livro, o autor trata da matéria com o nível de detalhamento exigido, sem com isso cair na armadilha de complicar as coisas tanto que o concurseiro novato na matéria não fique perdido já após as primeiras páginas do primeiro capítulo. Evitar que o nível de detalhamento assuste o concurseiro e o faça se perder nos estudos da matéria é algo que não é atingido por todos os autores que se arriscam a escrever sobre Direito Tributário, digo isso com conhecimento de causa, visto que antes descartei dois ou três autores quando comecei a estudar a matéria justamente por esse problema.

O autor começa o livro com uma pequena e muito bem vinda introdução rápida aos aspectos mais básicos e gerais do Direito Tributário, situando o concurseiro, apontando para onde o levará em seu estudo. Em seguida há um capítulo também introdutório, mas um pouco mais aprofundado, sobre o que são os tributos, tópico esse que se não for muito bem entendido e compreendido, complicará muito a vida do concurseiro ao longo dos estudos da matéria. Então vem um capítulo extenso e ainda um pouco mais detalhado que o anterior sobre o sistema tributário constitucional, tratando principalmente dos princípios do Direito Tributário, assunto por demais importante para ser tratado com a superficialidade optada por alguns outros autores. Em seguida temos um longo e extremamente importante capítulo intitulado “Normas Gerais do Direito Tributário”, o âmago da matéria, que traz em seu bojo alguns dos assuntos mais cobrados em provas de concursos públicos e o arcabouço teórico necessário para se entender a matéria como um todo e sua aplicação no mundo real. Terminada jornada pela teoria pura do Direito Tributário, o autor leva o concurseiro a conhecer os impostos cobrados no mundo real, começando pelos mais, digamos, simples, os impostos municipais, indo então para os impostos estaduais e do Distrito Federal, terminando, finalmente, o livro com um capítulo sobre impostos federais.

Só de pensar no quanto eu já sofri e pedir tempo com material de estudo errado para aprender Direito Tributário tenho calafrios. Computado por cima, foram pelo menos duas semanas de tempo e esforço perdido debruçado sobre livros que tratavam da matéria de forma complicada, obscura, nem um pouco acessível. Se tivesse nas mais mãos um exemplar desse livro, sinceramente, teria poupado muito tempo e esforço para aprender muito bem Direito Tributário, além de ter ido muito melhor na prova que fiz na época do que fui.

Se de um lado a linguagem usada pelo autor no livro parece um pouco árida e técnica a primeira vista, logo essa impressão deixa de ser importante por conta da clareza e tranquilidade com que ele ensina a matéria, daí em pouco tempo o concurseiro acostuma-se com o jeitão “jurista de escrever” e passa a aproveitar tudo de bom que o livro tem a oferecer.

Ressalto o excelente planejamento da disposição de tópicos e sub tópicos, começando o estudo do Direito Tributário de forma mais tranquila e então aumentando gradativamente a complexidade de profundidade de tratamento da matéria. Isso faz com que o concurseiro não se assuste com a complexidade inerente da matéria e a estude sem sobressaltos. Mesmo quando o autor trata dos impostos no mundo real, começa tratando dos impostos municipais, mais simples e em menor quantidade, passando então para os impostos estaduais e do Distrito Federal, um pouco mais complexos e numerosos, terminando, finalmente, com os impostos Federais, os mais complexos e numerosos.

Enfim, é um livro escrito com muito cuidado, planejamento e carinho por quem entende e, principalmente, gosta do Direito Tributário. Um livro escrito para ensinar de forma prática e menos “dolorosa” possível, sem com isso deixar de aprofundar e detalhar o necessário para o bom entendimento de seus principais tópicos e sub tópicos.

Resumo da ópera - Para quem acho que esse título é indicado? Simples, para TODOS os concurseiros que precisem estudar Direito Tributário, sejam concurseiros novatos ou mesmo veteranos na matéria. Esse livro é, com toda certeza, uma obra de referência no estudo da matéria para concursos públicos!

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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E vocês acham que ficaríamos só nessa resenha?! Estão vocês estão muito enganados. Aproveitamos e também entrevistamos novamente o autor desse ótimo livro, Mauro Luís Rocha Lopes (leia a entrevista anterior clicando AQUI).

Qual foi sua intenção ao escrever o livro Direito Tributário Brasileiro? Para qual público você escreveu esse livro especificamente? Porque?

A intenção inicial era apenas a de sistematizar por escrito os ensinamentos que eu transmitia aos meus alunos. Imagino que isso acontece com vários professores que acabam se tornando autores. Na verdade, o livro nasceu de apostilas que confeccionei a pedido dos alunos e que fizeram relativo sucesso no Curso Master Juris, onde leciono, no Rio de Janeiro. Com o tempo, as atualizações que fiz acabaram “engordando” as apostilas e surgiu a idéia de procurar a Editora Impetus, que logo se propôs a editar o trabalho. É claro que a idéia de publicá-lo como um livro me fez dar um “upgrade” no material e acabei me debruçando sobre ele por meses até considerar o resultado satisfatório. Foi nesse período que resolvi incluir no livro um estudo sobre os impostos em espécie, para dar-lhe um diferencial.

O livro foi escrito para todos os que desejam aprender na matéria ou nela se aperfeiçoar, o que alcança universitários, advogados, juízes, “concurseiros” etc. Procurei usar uma linguagem simples, tentando não perder abrangência. Como não gosto muito de livros objetivos demais – embora reconheça neles uma grande arma no estudo para concurso – minha idéia foi a de confeccionar um livro texto, que estimulasse o raciocínio do leitor. Sou de uma geração que lia os chamados “cursos de direito”, fosse na faculdade, como subsídio à prática forense ou no estudo para concursos. É claro, porém, que, sendo professor de curso preparatório há mais de doze anos, não poderia deixar de lado o pragmatismo e a jurisprudência, que está devidamente reproduzida no livro.

Qual é, em sua opinião, a importância de entender pelo menos o básico de Direito Tributário para os concurseiros futuros servidores públicos?

A importância se mede pela imensa gama de atribuições do Juiz, do Procurador Fazendário, do membro do Ministério Público e do Defensor Público que envolvem a matéria. Há varas nas justiças federal e estadual especializadas em matéria fiscal. Há setores de procuradorias em que esse é o único assunto com que se trabalha. Mesmo a justiça do trabalho, especialmente após a Emenda Constitucional nº 45, passou a ser palco de litígios nos quais a tributação assume especial relevância. Como ser empossado em um cargo desses sem possuir nem mesmo um conhecimento básico do direito tributário? Aliás, diante da previsão específica do direito tributário nos programas dos concursos correlatos, como ser aprovado sem estudar a matéria? Não fosse por isso, na vida econômica de todos nós, possuir uma mínima base de conhecimento sobre o direito tributário, em muitos casos, é verdadeira “questão de sobrevivência”, como já foi dito.

Porque, em sua opinião, Direito Tributário é considerada uma matéria difícil de estudar e aprender por muitos concurseiros? Você acha que essa é uma matéria, digamos, injustiçada e vítima de maus professores e livros?


O direito tributário não é uma matéria difícil. Isso é um mito, que foi alimentado durante muito tempo por setores profissionais interessados em reservar o mercado para si. Na minha visão, o que acontece é que a autonomia didática do direito tributário foi estabelecida recentemente, se comparada com a de ramos como o direito civil, penal, administrativo, processual etc. Por isso, ainda há muita desinformação em torno da matéria. Muitos também se iludem ao associar diretamente o direito tributário à economia ou à contabilidade, e por isso se esquivam de estudá-lo.

O que se teme é o desconhecido. O estudante que afirma “não gostar” de direito tributário está, na minha leitura, apenas reconhecendo que ainda não se debruçou sobre ele. Maus livros e maus professores existem em qualquer esfera, jurídica, ou não. De fato, não há desculpas para não se estudar o direito tributário, pois há várias obras excelentes no Brasil sobre o tema. Além disso, o direito é sabidamente uno e a matéria fiscal tem relação de interdependência com todos os importantes ramos jurídicos. Quem não detêm conhecimentos básicos sobre os aspectos jurídicos da tributação não se pode considerar conhecedor do direito ou preparado para aprovação em concurso público.

Qual é, em sua opinião, o modo correto de estudar Direito Tributário para concursos públicos? Como estudar a matéria com seu livro de forma a aprender da melhor forma e com menos esforço?

Método do estudo, cada um tem o seu. Não vejo especificidades no direito tributário que recomendem a adoção desse ou daquele modo de estudar. Tenho um amigo, hoje magistrado, que estudava para concursos basicamente deitado em uma rede lendo livros. Ao final, poderia até devolver as obras à livraria, de tão limpas e sem marcas que ficavam. Eu já sentia a necessidade de sublinhar os textos lidos e de resumi-los. Meus livros eram amassados e sujos de tinta. Em comum, só tínhamos a disposição de empregar todos os esforços até atingirmos o nosso objetivo, cada qual a sua maneira.

Poderia dizer que o estudo do direito tributário para concursos públicos exige atualização jurisprudencial constante, mas...isso seria um diferencial em relação às outras matérias? Penso que não. Enfim, se o candidato quiser usar o meu livro como base de estudo, acho que se preparará adequadamente, pois tentei imprimir o máximo de abrangência, sem perda de didática.

Que conselhos você dá para os concurseiros que têm no Direito Tributário uma barreira a ser vencida para alcançarem a tão sonhada posse em cargo público?

Em qualquer área da vida na qual haja competição, a vitória demanda uma série de esforços concentrados. O mais importante, como se sabe, é superar as próprias fraquezas. Um goleiro que tenha conhecida dificuldade com as bolas alçadas em sua área faz o quê? Dedica-se a trabalhar exaustivamente as saídas de gol nos treinamentos. Um triatleta que fraqueja rotineiramente nas provas de ciclismo tem de dar ênfase na preparação a esse fundamento. Um advogado que perde clientes por não conhecer certo ramo jurídico só deixará de estudá-lo se não tiver ambição profissional. O caso do “concurseiro” não é diferente. Quem não quer passar inventa desculpas, diz que não se afina com tal matéria, que é muito difícil, que não teve base na faculdade e coisa e tal. Aqueles que têm sério interesse na aprovação e estão verdadeiramente concentrados no esforço para alcançá-la vão à luta. Acabam superando obstáculos porque simplesmente não os reconhecem como tal. Quem perde tempo e encara o direito tributário como uma barreira para a aprovação realmente não será aprovado. Quem o estuda, da mesma forma e com a mesma intensidade com que estuda os outros ramos jurídicos, cedo ou tarde estará devidamente preparado e, não raro, o adotará como matéria favorita. Foi o que aconteceu comigo.

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Para facilitar sua vida, já que sabemos que grana de concurseiro é para lá de contada e que bons livros para estudar para concursos públicos sofrem uma variação de preço muito grande dependendo de onde são vendidos, sugerimos dois lugares para você comprar esses livros.

Um deles é através loja virtual
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