É melhor que seja assim

Repercussão nacional: Concurso para promotor na Paraíba reprova 100%

O concurso do Ministério Público da Paraíba para 20 vagas de promotor de Justiça substituto não teve nenhum candidato aprovado na prova preambular (primeira fase da seleção). De acordo com a comissão do concurso, nenhum dos concorrentes obteve nota mínima para aprovação. O candidato deve ter bacharelado em direito e três anos de atividade jurídica. O salário é de R$ 15.232,55.

A aplicação das provas foi no dia 1º de agosto e teve 3.733 candidatos inscritos. No entanto, a abstenção foi de 45,5% (faltaram 1.699 pessoas).

Os candidatos podem entrar com recurso em relação aos resultados nesta terça-feira (10) e quarta-feira (11). A comissão fará a análise na quinta (12) e sexta-feira (13) e, caso as reclamações sejam negadas, o candidato poderá interpor recurso no Conselho Superior do Ministério Público. É necessário aguardar as decisões sobre os recursos para depois definir se haverá novo concurso.

O presidente da comissão do concurso, procurador de Justiça Marcos Navarro Serrano, considerou o fato “lamentável”.

Os candidatos devem acessar no site www.mp.pb.gov.br, a sua prova, o gabarito oficial e o aviso nº 6 com o resultado da prova preambular. “Todo o processo do concurso, inclusive o seu resultado, está tendo a mais absoluta transparência. Os candidatos poderão acessar a prova que fizeram. Isto é, só ele tem acesso com o seu CPF e senha”, disse o presidente da comissão.

Serrano disse desconhecer os motivos da reprovação em massa. Ele disse que a prova foi aplicada com rigor, dentro do programa e bibliografia indicada. “Para cada quesito que nós formulamos, a resposta está na página do livro indicado, da lei ou então da jurisprudência dominante dos tribunais superiores. Um detalhe importante é que, tanto na parte doutrinária quanto na parte jurisprudencial, nós tivemos o cuidado para que não houvesse controvérsia, não houvesse divergência, não houvesse discrepância entre a doutrina indicada e a jurisprudência aplicada.”

Um fator que pode ter sido decisivo no resultado do concurso, de acordo com Serrano, foi que, a cada dois quesitos errados, o candidato perdia uma questão certa.

Faltam juízes - Os concursos para juízes também são marcados pela baixa aprovação. Levantamento feito no ano passado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aponta que alguns concursos para juiz não tiveram o número de vagas disponível preenchido. Em 2009, o Tribunal de Justiça de São Paulo ofereceu 183 vagas, das quais apenas 76 foram ocupadas. Estavam inscritos 7.625 candidatos.

Em Santa Catarina, segundo o conselho, o TJ ofereceu 18 vagas de juiz substituto e apenas 12 foram preenchidas.
Em Mato Grosso do Sul, concurso realizado em 2008 ofereceu 22 vagas mas, do total de 1.416 inscritos, foram aprovados 21 candidatos, três dos quais "sub judice". No Rio de Janeiro, no último concurso para o cargo, se inscreveram 2.019 candidatos para 50 vagas, mas somente três passaram.

No Distrito Federal, dos 2.108 candidatos que se inscreveram no concurso de setembro de 2007, apenas 16 foram aprovados.

Fonte: www.g1.com.br

Algum de vocês se espantou com essa notícia? Eu não. Em que pese o tom de manchete da mesma, não é de hoje que é sabido no universo concursídico que são comuns os concursos para magistratura e também outros cargos "top" do serviço público em que sobram vagas por não haverem candidatos preparados o suficiente para efetivamente "abocanharem" todas as vagas objetivas.

E vocês querem mesmo saber, notícias como essa são muito boas por vários motivos. Vejamos alguns.

1o motivo - Num país cada vez mais abarrotado de processos parados e no qual os cidadãos cada vez mais procuram o amparo judicial ao invés de "deixar barato" situações que os prejudicam, magistrados (juízes) devem ser mesmo muito bem preparados para realmente fazerem justiça quando de suas sentenças nesses processos. Logo, a seleção para esses cargos (e outros de igual importância) deve ser mesmo dura para escolher apenas os melhores dos melhores;

2o motivo - O que tem por aí de bacharéis de Direito (bem como de outras profissões, que fique claro) com formação acadêmica e profissional medíocre "não está no gibi". E vocês acham que muitos desses profissionais com baixa qualificação, sabedores que no mercado de trabalho irão acabar somente com as migalhas em termos de clientes, não pensam algo do tipo "então vou virar juiz, ganhar muito bem e não precisar disputar clientes ou empregos corporativos"?

3o motivo - O Brasil já está cansado desse serviço público ineficiente, pouco preparado e crivado de nepotismo e corrupção. A renovação está sendo feita, devagar, mas está sendo feita. Os critérios de seleção devem mesmo ser apertados de modo que concurseiros medíocres que só querem "se dar bem" no serviço público, e que não estão lá muito a fim de estudar sério, tenham seu ingresso no serviço público devidamente barrado por concurseiros sérios melhor preparados que querem ingressar no serviço público para ganhar bem e ter estabilidade, sim, mas também para fazerem um bom trabalho.

Motivos são muito, poderia citar mais uma dúzia deles, mas acredito que vocês já entenderam onde quero chegar.

Faz muito tempo que aqui no blog batemos nessa tecla de que realmente os concursos públicos estão se tornando cada vez mais difíceis, que a peneira está cada vez mais fina, e que quem não estudar com muita seriedade e P2D (Planejamento, Disciplina e Determinação) não vai mesmo passar tão cedo em concursos públicos.

Conheço vários ex-concurseiros, hoje felizes servidores públicos, que sempre que falam de como se espantam com o despreparo e mesmo incompetência dos colegas de trabalho com mais "tempo de casa", gente que passou em concursos públicos ainda na época em que se podia fazer isso comprando uma apostila na banca de jornais da esquina e estudando apenas um mês. Um comentário quanto a isso resume tudo "É gente que só está preocupada em receber no começo do mês, evitar trabalhar a qualquer custo e ainda assim fazer apenas o mínimo possível".

Resumo de ópera - Querem passar em concursos públicos e serem empossado, concurseiros, então estudem muito, com muita seriedade e P2D, e façam por merecer!

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira resonsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um(a) revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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1 Response to "É melhor que seja assim"

  1. Unknown says:

    Discordo completamente, Charles. Você realmente acha que para um cargo cujo subsídio é de mais de 15 mil reais não vão aparecer candidatos bons o suficiente? Não se trata de um carguinho de nivel médio não. O concurso atrai gente do Brasil todo. Eu li a polêmica no correioweb, e deu pra ver que o problema foi o esquema de correção da prova. A prova era de abcde, e uma errada anulava uma certa (ou duas erradas anulavam uma certa). Antes que alguém diga que o Cespe é assim, o Cespe quando faz isso usa questões de V ou F, não abcde. Por isso que nesse concurso do MPPB a grande maioria pontuou NEGATIVO. O mínimo pra passar era fazer 50 pontos líquidos, e parece que o que fez mais fez menos de 30. Vcs acham realmente que todos esses candidatos eram incompetentes, burros, não estudaram? Ah, dá um tempo. Não é de hoje que acontecem absurdas arbitrariedades nesses concursos de juiz e promotor estaduais, que adoram reprovar em massa só pra depois falar que seu concurso é muito difícil, que só passa "elite". Só que a maioria deles aprova ALGUÉM, o que não foi o caso desse.
    E não, não fiz o concurso. Mas sei oq tô falando porque há anos presto atenção nesses concursos top jurídicos.

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