Se não quer que eu te ajude, por que pediu?

O mundo é repleto de gente focada e esforçada, mas também tem sua parcela de confusos.

Dia desses, um amigo que não vejo há uns tempos telefonou para mim. Como ele sabia que eu estudo para concursos há muito tempo, veio se informar comigo sobre como estudar para alcançar a carreira pública.

Eu estava suuuuuuper ocupada, mas parei o que estava fazendo para orientá-lo. Afinal, eu teria gostado muito que alguém tivesse me orientado dessa maneira quando comecei minha trajetória como concurseira.

Assim, eu perguntei a ele se era realmente o que desejava, pois nem sempre o trabalho será pontuado por dinamismo ou possibilidade de criar muitas coisas novas. Além disso, disse que precisaria escolher uma área, pois, se ele não procedesse desta maneira, dificilmente conseguiria aprovação. Afinal, é absolutamente lógico ser impossível se aperfeiçoar nos estudos quando não se tem foco. A pessoa que age assim nunca atinge seus objetivos para carreira alguma.

A primeira advertência, obviamente, foi superada porque ele dizia buscar “estabilidade”. Aquilo que todo mundo anda procurando para suas vidas, com toda razão. Todavia, na segunda premissa, a massa do bolo começou a solar (risos). Ele disse que não queria desperdiçar as chances dele por meio disso que eu chamo de foco. Gente, ele debochou de mim! É mole?

Leitor, esse é um equívoco muito grande! Isso que eu chamo de foco é extremamente importante! A cada vez que você estuda os mesmos temas, melhor fica. A gente se treina mais, corrige erros e se familiariza melhor com o assunto. Por isso é que as demais oportunidades nós deixamos passar porque não se encaixam no nosso perfil. É uma estratégia!

Outro mega erro: disse que só faria a prova se soubesse a matéria toda. Eu questionei isso, demonstrando que ele teria de aprender coisas novas se quisesse entrar neste mundo. Ele, com teimosia, insistiu, afirmando que passou num vestibular concorrido para uma universidade pública e que passou somente quando se sentiu pronto. Disse que saberia quando isso aconteceria. Ato contínuo, eu expliquei pacientemente que o vestibular é diferente dos concursos. São avaliadas outras habilidades e que o treino é parte do preparo.

Recomendei a ele para ler nosso blog, mas ele ficou com preguiça. Alegou que os textos são grandes demais. Tive vontade de rir, pois os textos das provas do CESPE costumam ser enormes, por exemplo.

Daí, disse a ele que deveria investir em bons livros e usar seu tempo livre em prol do projeto. Em resposta, ele já saiu me perguntando por cursinhos. Nossa, é incrível! Dez entre dez concurseiros novatos nunca querem passar pelo estudo caseiro primeiro. Eles querem ir, sem escalas, para o cursinho. Nada contra. Eu amo fazer cursinho, mas acho fundamental estudar em casa também.

Eu sugeri algumas opções de curso em nossa cidade e falei de alguns virtuais. Disse para comparar o custo-benefício de ambas as modalidades. Afinal, ele disse que estava sem dinheiro, mas acabou preferindo fazer presencial para sair um pouco de casa. Eu sei que, quando ele viu os preços nos sites, o rapaz esperneou. Disse que não iria torrar sua economias com coisa inútil e que poderia arrumar alguma coisa pela internet.

Diante desse fato, falei-lhe de alguns sites de material gratuito de boa procedência. Afinal, é preciso cuidado para não estudar com material desatualizado, com erros ou que ferisse direito autoral. Ele tomou nota, agradeceu e desligou o telefone. Foram uns 40 minutos de conversa. Depois, voltei correndo para os meus livros.

Um mês depois, eu o encontrei na rua junto da namorada. Cumprimentei-os e, antes que eu pudesse perguntar sobre os estudos, ela disse estar feliz porque eles viajariam para Buenos Aires. Meu amigo me disse que ainda não havia começado a estudar. Naquele momento, eu nada disse. Só pensei: “Gente sem dinheiro vai à Argentina? Por que me pediu ajuda se não queria ser ajudado?”

Constatei que concurso não é para todo mundo. Existe muita gente que se inscreve nas provas, que diz que está estudando etc etc., mas verdadeiramente não está. Esse volume de gente só se engana. Eles surfam na marola e vivem de modismos. Concurseiro de verdade não mede esforços para alcançar um determinado objetivo. Por isso, recursem concurseiros falsificados!

Resumo da Ópera - Dinheiro gasto é investimento; deixar algumas oportunidades passarem é estratégia; concurso não é vestibular. Pessoal, não se abalem com essa “concorrência” que nos assola. Ela é feita de uma grande massa de gente mal informada - o que me deixa pasma nos dias de hoje - e que deseja contar somente com a sorte. Elas dizem: “vai que eu dou um azar e passo”. Vai esperando sentado(a) para não cansar.

Raquel Monteiro é uma legítima concurseira carioca.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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7 Response to "Se não quer que eu te ajude, por que pediu?"

  1. Pablo says:

    Puxa, ele só passou da primeira advertência.

    Anônimo says:

    Gente vivi isso com a minha cunhada,ela até estuda,mas pedi orientação e não acata...Resumindo,desisti de ajudar ela, oferecer meu material e por ai vai.

    oi!!!! tÔ começando esse caminho e tô ciente q o caminho é longo e com muito foco no texto vç comentou de material na net poderia mim indicar oa endereços

    DANI says:

    Olha, concordo plenamente contigo. Foco é tudo. Eu prestei muitos concursos até hoje, na maior parte por pressão dos meus pais que são funcionários públicos, mas nunca me dediquei porque não era o que queria. Resultado: não passei em nenhum. Mas como o mundo dá muitas voltas, alguns anos se passaram e acabei me decidindo por uma carreira. Analisei as possibilidades para alcançar meus objetivos e vi que ser concursada na área da educação me ajudaria muito, pois quero ser professora universitária. Escolhi um concurso, baixei a cabeça nas apostilas e livros e acredite, fiquei em 2º lugar. Agora só estou aguardando a nomeação que se Deus quiser vai acontecer em breve.
    Parabéns pelo blog, e certamente foco é essencial.

    Bjos

    Raquel says:

    Obrigada, pessoal! Realmente, não consigo entender porque a pessoa pede ajuda. Acho que ela só quer um aval para fazer o que tem vontade. A pessoa já vem com uma ideia pré-concebida e não quer levar a responsabilidade sozinha.

    Raquel Monteiro

    Paulo Borges says:

    Gostaria de tirar dúvidas sobre o termo "FOCO".

    Com o que falou de FOCO, avalie minha estratégia.

    Estou estudando para AFRF, motivo estratégicos:
    - A profundidade das matérias.
    - Ao estudar as matérias básicas de AFRF: Português, Dir.Consit., Dir.Admin., AFO, RLógico., Adm.Pub. Eu já terei contemplado editais de cargos correlatos.: Ex: Analista Administrativo para muitos certames.

    Ou seja, vejo que dependo das matérias já estudas do cargo de AFRF, já se tenha contemplado +/- 85% do conteúdo para outros cargos como: Analista Administrativo, Controle Externo, Orçamentário entre outras.

    Imagino que estudando para AFRF eu esteja no páreo para os outros três cargos anteriormente listados.

    Estou equivocado?

    Estou consciente do fato de ter que conhecer as bancas e estudar os restantes das matérias de última hora (três meses), como agora: Legislação do MPU & Adm. de Materiais.

    Mas a questão é que quero mirar alto no longo prazo (4 anos ) e acertar com força total já no intermediário de médio prazo (2 anos).

    Ratifico: Estou equivocado? Desfocado?


    Atenciosamente,
    Chico Bento!

    Raquel says:

    Oi, Paulo Borges. Como vai?

    Eu não presto concursos para a área fiscal. Por isso, não posso avaliar profundamente sua estratégia.

    De acordo com o que você narra, se os tópicos são semelhantes, é possível fazer outros concursos que passem pelo seu caminho. Contudo, mantenha sempre seu foco principal e não desvie dele.

    Quando falei de estar desfocado para concursos, eu me referia a algo gritante.
    Ex.: estudar para concursos de cargos da área médica x concursos de técnico judiciário.

    No seu caso, creio que você não sofra de falta de foco. Possivelmente, você esteja aproveitando de forma inteligente as oportunidades.

    Como te disse, eu não sei bem avaliar o panorama dos concursos fiscais. Contudo, parece (de acordo com o que narra)que você está no caminho certo.

    Bons estudos e paciência! Os resultados demoram a acontecer, mas eles surgirão.

    Raquel Monteiro

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