Ontem estava conversando com uma amiga que não é concurseira e lá pelas tantas da conversa ela desabafou com um suspiro "ainda não consegui engrenar meus estudos para o concurso do MPU". Respondi que eu também não e, tenho certeza, um bom punhado de concurseiros sérios também não.

Não adianta, muitas vezes planejamos algo detalhadamente, achando que fechamos tudo bonitinho, que localizamos todos os possíveis pontos de conflito ou possíveis fontes de problemas, e então a realidade nos prova o contrário e nos vemos em meio a uma desconfortável situação de "não era para isso ter acontecido"ou, pior ainda, "já era para isso ter acontecido".

É aquela velha história, a realidade é bem diferente da teoria. Uma das principais diferenças é o número de variáveis em ação. Enquanto na teoria apenas consideramos um número limitado de variáveis que podem afetar positiva e negativamente nosso planejamento, na realidade um número muito maior de variáveis entram em ação. Ou seja, muitas vezes preparamso um ótimo planejamento de estudos, detalhado, cuidadoso, bonitinho ... mas deixamos de lado variáveis importantes que quando começamos a estudar efetivamente se fazem presentes e afetam pesadamente os estudos. Querem exemplos? Cansaço, ansiedade, problemas pessoais, até o clima!

Uma das maiores vantagens evolutivas do ser humano é a extrema capacidade de adaptação. Brasileiros, então, são o supra sumo adaptativo. Adaptamo-nos com economia estável e também com hiperinflação (alguém ainda se lembra dela?) Adaptamo-nos com governo de direita do PSDB e também com governo de esquerda do PT. Adaptamo-nos com a seleção brasileira de futebol preferida para ganhar a copa do mundo da África do Sul e também com ela sendo desclassificada nas oitavas de final.

Adaptatividade aplicada a concursos públicos é justamente conseguir lidar com essas variáveis não previstas (e muitas indesejadas) que afetam nossos planejamentos de estudo no melhor estilo "se a vida nos dá limões, façamos uma limonada". Ou seja, temos de identificar essas variáveis que afetam nossos estudos e, se necessário, neutralizá-las (claro que se tiverem surtindo efeitos positivos devemos, sim, potencializá-las). Simples de falar, difícil de executar, mas necessário de fazer.

Resumo da ópera - Ao enfrentar problemas com planejamentos de estudos que não tão certo como planejado e desejado, adapte-se. Procure o que não está dando certo e corrija o problema. O que não pode acontecer é da coisa estar dando errado (ou não tão certo) e ficar apenas reclamando disso. Mova-se, aja, concurseiro, e corrija os problemas!