MATÉRIA ESPECIAL - Língua Portuguesa para concursos públicos
06:00
Concurseiro Solitario
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Olá, concurseiros!!! Acabou a ansiedade! Vocês esperaram a semana toda e nosso especial chegou ao meio, ou seja, a 2ª parte. Na próxima semana, fecharemos com algumas observações sobre redação.
Para não reinventarmos a roda, estou indicando a leitura de alguns artigos pretéritos sobre a temática da Língua Portuguesa e sobre como redigir questões discursivas, o que está intimamente relacionado à nossa temática.
http://concurseirosolitario.blogspot.com/2009/12/pecados-concurseiros-interpretacao-de.html
http://concurseirosolitario.blogspot.com/2008/07/coluna-da-raquel-mix-solitrio-recursos.html
http://concurseirosolitario.blogspot.com/2008/08/coluna-da-raquel-solitria-redao-algo.html
http://concurseirosolitario.blogspot.com/2008/04/artigo-enviado-por-um-leitor-do-blog.html
http://concurseirosolitario.blogspot.com/2008/09/coluna-da-raquel-solitria-algumas-dicas.html
http://concurseirosolitario.blogspot.com/search?updated-max=2010-07-11T06%3A00%3A00-03%3A00&max-results=7
http://concurseirosolitario.blogspot.com/2008/04/quinteto-fantstico-portugus.html
1 – Interpretação de Textos:
Para estudar esse segmento da língua portuguesa, é necessário aprender a ler. É no mínimo estranha essa afirmação porque o leitor vem ao nosso blog e lê esta postagem. Não, gente, não se ofendam por favor. Obviamente, estou falando na mudança na forma como se realiza a leitura de um texto. Afinal, cada tipo de texto pede uma postura diante do mesmo.
Pelo que acabo de afirmar, o modo de encarar uma tirinha de jornal (ou site de quadrinhos) não deve ser a mesma que a de um tratado de Sociologia, por exemplo. Muito embora, ambos possam ser cheios de nuances de significados. O que quero defender é que a hisória em quadrinhos pode ser encarada como um texto leve. Enquanto um texto mais sério bem ser lido de maneira a procurar o real significado visado pelo autor.
O assunto é meio polêmico e muitos leitores quererão me criticar, pois todo tipo de texto é digno de respeito. Mas o que quero consignar é que há necessidade do amadurecimento como leitor para enfrentar até os textos mais densos.
Além disso, a questão nos remete ao hábito da leitura e aos bancos escolares. Nos lembra de problemas sócio-econômicos, nos interliga a questões pedagógicas. O fato é que nós sabemos que o brasileiro tem problemas com o hábito da leitura.
Seja porque não teve um professor que demonstrou habilidade para catequizá-lo neste novo mundo, seja porque o valor de um bom livro é alto. Enfim, são inúmeras as razões que levam os brasileiros a não desenvolver o hábito der ler. Por isso, nós não criamos um arsenal de bons vocabulários, não construímos um arcabouço de raciocínios bem elaborados, tampouco adquirimos conhecimentos gerais.
Para piorar, como estamos na era do imediatismo, em que se precisa aprender tudo para ontem! E isso é, evidentemente, incompatível com o aprendizado da Língua Portuguesa. A experiência nos mostra que é preciso absorver cada ponto paulatinamente e dar tempo para nosso cérebro fazer as ilações necessárias.
Por outro lado, não existem somente agrugras nesse panorama que acabamos de apresentar. Existem muitos estudantes e concurseiros que, diante da necessidade da preparação para os processos seletivos, estão descobrindo o amor pelos livros técnicos, jornais e os de literatura. Eu sou um desses espécimes! Todavia, eu despertei na época do vestibular e estou sempre procurando evoluir como leitora.
Quando nos deparamos com um texto de uma prova de concurso, precisamos mesmo ler tudo com técnica. Isso significa perquirir pela voz do autor do texto, seu ponto de vista, o que quis dizer expressamente ou o que deixou transparecer nas entrelinhas. É necessário, também, conhecer o significado das palavras. É muito importante – até mesmo - diferenciar aquelas que têm mais de um significado. Isso tudo nos ajuda a desvendar, separar os fragmentos do texto, esmiuçá-lo.
É essencial ter muita atenção e olhar treinado para captar as nuances das perguntas que o examinador vai fazer na prova. Afinal, algumas delas podem te induzir ao erro, caso você não seja um leitor alerta aos detalhes do que lê. Por isso é que o estudo da interpretação de texto passa pela leitura e pelo treino. A repetição nos acostuma com o caminho que percorremos para essa atividade.
Quanto a parte do treino, pode-se começar por meio do uso de livros teóricos de interpretação de texto. Pelo amor de Deus ou de qualquer coisa (para os ateus), não usem apostilas! Como eu disse na semana passada, se língua portuguesa não é ciência exata e suas teorias são fruto de imensas divergências entre seus teóricos, imagine entre leigos que fazem apostilas! Você precisa de conteúdo de qualidade neste processo de preparação.
Quem faz curso de interpretação de textos, certamente sentirá falta, mais cedo ou mais tarde, de um livro. Afinal, os cursos fazem materiais de apoio bons, mas o tempo se encarrega de nos deixar loucos com aquele monte de folhas soltas e avulsas. Digo isso de cadeira! Eu mesma tenho materiais muito bons, mas estão em detestáveis folhinhas soltas. Além de darem mais trabalho para estudar, não se aprofundam como um livro tradicional. Servem mais como um complemento.
É possível estudar somente pelo livro? Sim, claro que é. Muitos concurseiros são autodidatas e conseguem. Como ressaltei na semana passada, quando surgirem dúvidas, é possível socorrer-se de outros concurseiros bem preparados ou lançar mão de aulas particulares com um professor da matéria.
Como essa preparação é global, sugiro que, além dos livros, resolva provas, muitas provas. As obras que existem são muito boas, mas sempre existe algum ponto que as bancam insistem em nos pegar de surpresa. Então, se você deseja ser minucioso como eu sou, sugiro que também fique de olho nos concursos recentes.
Se puder usar material de exercícios comentado, melhor ainda! As questões poderão ser feitas e, em seguida, saberemos se chegou àquela resposta. Pense que isso é uma nova filosofia de vida: treino e internalização do modo de interpretar um texto. Com isso, não existirá outro resultado senão o sucesso nestas provas.
Resumo da Ópera – Estudar interpretação de textos é muito gostoso. Significa que aprendemos a ler e investigar um texto. Além disso, o saber não ocupa espaço em nossas cabeças. O conhecimento é o único patrimônio que algum meliante não pode levar de nós. Pense nisto: vamos aprender para os concursos, para a vida profissional e para crescermos como seres humanos.
RAQUEL MONTEIRO é uma legítima concurseira carioca.
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
Bem, se nós afirmamos categoricamente que você deve estudar por livros, precisamos dar sugestões, não é? Temos algumas excelentes! Vamos a elas:
Para não reinventarmos a roda, estou indicando a leitura de alguns artigos pretéritos sobre a temática da Língua Portuguesa e sobre como redigir questões discursivas, o que está intimamente relacionado à nossa temática.
http://concurseirosolitario.blogspot.com/2009/12/pecados-concurseiros-interpretacao-de.html
http://concurseirosolitario.blogspot.com/2008/07/coluna-da-raquel-mix-solitrio-recursos.html
http://concurseirosolitario.blogspot.com/2008/08/coluna-da-raquel-solitria-redao-algo.html
http://concurseirosolitario.blogspot.com/2008/04/artigo-enviado-por-um-leitor-do-blog.html
http://concurseirosolitario.blogspot.com/2008/09/coluna-da-raquel-solitria-algumas-dicas.html
http://concurseirosolitario.blogspot.com/search?updated-max=2010-07-11T06%3A00%3A00-03%3A00&max-results=7
http://concurseirosolitario.blogspot.com/2008/04/quinteto-fantstico-portugus.html
1 – Interpretação de Textos:
Para estudar esse segmento da língua portuguesa, é necessário aprender a ler. É no mínimo estranha essa afirmação porque o leitor vem ao nosso blog e lê esta postagem. Não, gente, não se ofendam por favor. Obviamente, estou falando na mudança na forma como se realiza a leitura de um texto. Afinal, cada tipo de texto pede uma postura diante do mesmo.
Pelo que acabo de afirmar, o modo de encarar uma tirinha de jornal (ou site de quadrinhos) não deve ser a mesma que a de um tratado de Sociologia, por exemplo. Muito embora, ambos possam ser cheios de nuances de significados. O que quero defender é que a hisória em quadrinhos pode ser encarada como um texto leve. Enquanto um texto mais sério bem ser lido de maneira a procurar o real significado visado pelo autor.
O assunto é meio polêmico e muitos leitores quererão me criticar, pois todo tipo de texto é digno de respeito. Mas o que quero consignar é que há necessidade do amadurecimento como leitor para enfrentar até os textos mais densos.
Além disso, a questão nos remete ao hábito da leitura e aos bancos escolares. Nos lembra de problemas sócio-econômicos, nos interliga a questões pedagógicas. O fato é que nós sabemos que o brasileiro tem problemas com o hábito da leitura.
Seja porque não teve um professor que demonstrou habilidade para catequizá-lo neste novo mundo, seja porque o valor de um bom livro é alto. Enfim, são inúmeras as razões que levam os brasileiros a não desenvolver o hábito der ler. Por isso, nós não criamos um arsenal de bons vocabulários, não construímos um arcabouço de raciocínios bem elaborados, tampouco adquirimos conhecimentos gerais.
Para piorar, como estamos na era do imediatismo, em que se precisa aprender tudo para ontem! E isso é, evidentemente, incompatível com o aprendizado da Língua Portuguesa. A experiência nos mostra que é preciso absorver cada ponto paulatinamente e dar tempo para nosso cérebro fazer as ilações necessárias.
Por outro lado, não existem somente agrugras nesse panorama que acabamos de apresentar. Existem muitos estudantes e concurseiros que, diante da necessidade da preparação para os processos seletivos, estão descobrindo o amor pelos livros técnicos, jornais e os de literatura. Eu sou um desses espécimes! Todavia, eu despertei na época do vestibular e estou sempre procurando evoluir como leitora.
Quando nos deparamos com um texto de uma prova de concurso, precisamos mesmo ler tudo com técnica. Isso significa perquirir pela voz do autor do texto, seu ponto de vista, o que quis dizer expressamente ou o que deixou transparecer nas entrelinhas. É necessário, também, conhecer o significado das palavras. É muito importante – até mesmo - diferenciar aquelas que têm mais de um significado. Isso tudo nos ajuda a desvendar, separar os fragmentos do texto, esmiuçá-lo.
É essencial ter muita atenção e olhar treinado para captar as nuances das perguntas que o examinador vai fazer na prova. Afinal, algumas delas podem te induzir ao erro, caso você não seja um leitor alerta aos detalhes do que lê. Por isso é que o estudo da interpretação de texto passa pela leitura e pelo treino. A repetição nos acostuma com o caminho que percorremos para essa atividade.
Quanto a parte do treino, pode-se começar por meio do uso de livros teóricos de interpretação de texto. Pelo amor de Deus ou de qualquer coisa (para os ateus), não usem apostilas! Como eu disse na semana passada, se língua portuguesa não é ciência exata e suas teorias são fruto de imensas divergências entre seus teóricos, imagine entre leigos que fazem apostilas! Você precisa de conteúdo de qualidade neste processo de preparação.
Quem faz curso de interpretação de textos, certamente sentirá falta, mais cedo ou mais tarde, de um livro. Afinal, os cursos fazem materiais de apoio bons, mas o tempo se encarrega de nos deixar loucos com aquele monte de folhas soltas e avulsas. Digo isso de cadeira! Eu mesma tenho materiais muito bons, mas estão em detestáveis folhinhas soltas. Além de darem mais trabalho para estudar, não se aprofundam como um livro tradicional. Servem mais como um complemento.
É possível estudar somente pelo livro? Sim, claro que é. Muitos concurseiros são autodidatas e conseguem. Como ressaltei na semana passada, quando surgirem dúvidas, é possível socorrer-se de outros concurseiros bem preparados ou lançar mão de aulas particulares com um professor da matéria.
Como essa preparação é global, sugiro que, além dos livros, resolva provas, muitas provas. As obras que existem são muito boas, mas sempre existe algum ponto que as bancam insistem em nos pegar de surpresa. Então, se você deseja ser minucioso como eu sou, sugiro que também fique de olho nos concursos recentes.
Se puder usar material de exercícios comentado, melhor ainda! As questões poderão ser feitas e, em seguida, saberemos se chegou àquela resposta. Pense que isso é uma nova filosofia de vida: treino e internalização do modo de interpretar um texto. Com isso, não existirá outro resultado senão o sucesso nestas provas.
Resumo da Ópera – Estudar interpretação de textos é muito gostoso. Significa que aprendemos a ler e investigar um texto. Além disso, o saber não ocupa espaço em nossas cabeças. O conhecimento é o único patrimônio que algum meliante não pode levar de nós. Pense nisto: vamos aprender para os concursos, para a vida profissional e para crescermos como seres humanos.
RAQUEL MONTEIRO é uma legítima concurseira carioca.
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
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Bem, se nós afirmamos categoricamente que você deve estudar por livros, precisamos dar sugestões, não é? Temos algumas excelentes! Vamos a elas:
“Interpretação de Textos: aprenda fazendo questões gabaritadas e comentadas das principais bancas examinadoras”
Autor: A. Oliveira Lima
Editora: Editora Campus.
Edição: 1ª edição, 2008, Rio de Janeiro
Páginas: 407
Acabamento: Brochura
ISBN: 978-85-352-3112-0
Autor: Renato Aquino
Editora: Impetus.
Edição: 12ª edição, 2010, Niterói
Páginas: 515
Acabamento: Brochura
ISBN: 978-85-7626-406-4
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Autor: A. Oliveira Lima
Editora: Editora Campus.
Edição: 1ª edição, 2008, Rio de Janeiro
Páginas: 407
Acabamento: Brochura
ISBN: 978-85-352-3112-0
Até conhecer tal obra, eu ignorava que pudesse existir um estudo teórico sobre como interpretar um texto. Qual não foi minha surpresa diante desta! Por isso, trata-se de um livro bem teórico, que abusa das explicações e da quantidade de exercícios comentados. Para o concurseiro que tem bastante dificuldade em compreender como interpretar um texto, este é o livro mais adequado ao estudo. A metodologia do mesmo está baseada no grande detalhamento do conteudo. É algo que chama mesmo a atenção. Ao final de cada capítulo, há exercícios de fixação para serem resolvidos.
Não satisfeito com isso, ao final do livro, o autor fez um apêndice sobre como o concurseiro deve se moldar a cada banca de concurso. Assim, há exercícios e comentários sobre como encarar concursos feitos pela ESAF, pelo CESPE, pela FCC, pela Fundação Euclides da Cunha (que já foi muito tradicional no RJ, esteve sumida e agora está de volta), pelo NCE (da UFRJ, que também já foi uma das maiores organizadoras), pela UFRGS, pela ESAG e outras organizadoras. Isso representa informação muito valiosa.
Já que estamos falando tanto da obra, vamos investigar um pouco sobre o autor da mesma. A. Olveira Lima é formado em Jornalismo e Letras e tem ampla atuação em ambos os segmentos. Foi e ainda é professor de diversos cursos e escolas. Além disso, é autor de diversas outras obras de grande aceitação no mercado. Tudo isso faz dele um renomado autor.
Para quem gosta de um livro detalhista, este é um que tem essa característica marcante. No capítulo sobre Semântica, por exemplo, diversos conceitos que nós aplicamos na prática sem saber que existem são apresentados e depois agrupados. Tudo isso feito de forma bem gradual, o que nos permite acompanhar essa evolução.
Apesar de ser um livro mais penetrante na matéria, é perfeitamente viável para o concurseiro iniciante. Nada impede que esse tenha as noções introdutórias e prossiga nas maiores peculiaridades dos temas que são cobrados em concursos.
Para o leitor que vai comprar o livro via internet e não sabe como o livro é fisicamente, vou tranquilizá-lo. A obra é constituída de papel de boa qualidade, ou seja, não é transparente. A capa é flexível, mas bem colada e não corre o risco de soltar. As letras são médias, mas são usadas fontes que não embaralham nossa visão.
Os temas abordados são: O processo de Comunicação; As funções da Linguagem (para vermos como língua portuguesa é uma só, o tema consta também em gramáticas); Semântica (é um dos cernes da matéria); O Texto; Coerência e Coesão (fundamentais para um bom texto); O Intertexto (intrigante); Tipologia Textual (assunto muito cobrado em concursos) e Apêndice (aquele que comentei sobre as bancas).
“Interpretação de Textos: teoria e 815 questões comentadas”. Não satisfeito com isso, ao final do livro, o autor fez um apêndice sobre como o concurseiro deve se moldar a cada banca de concurso. Assim, há exercícios e comentários sobre como encarar concursos feitos pela ESAF, pelo CESPE, pela FCC, pela Fundação Euclides da Cunha (que já foi muito tradicional no RJ, esteve sumida e agora está de volta), pelo NCE (da UFRJ, que também já foi uma das maiores organizadoras), pela UFRGS, pela ESAG e outras organizadoras. Isso representa informação muito valiosa.
Já que estamos falando tanto da obra, vamos investigar um pouco sobre o autor da mesma. A. Olveira Lima é formado em Jornalismo e Letras e tem ampla atuação em ambos os segmentos. Foi e ainda é professor de diversos cursos e escolas. Além disso, é autor de diversas outras obras de grande aceitação no mercado. Tudo isso faz dele um renomado autor.
Para quem gosta de um livro detalhista, este é um que tem essa característica marcante. No capítulo sobre Semântica, por exemplo, diversos conceitos que nós aplicamos na prática sem saber que existem são apresentados e depois agrupados. Tudo isso feito de forma bem gradual, o que nos permite acompanhar essa evolução.
Apesar de ser um livro mais penetrante na matéria, é perfeitamente viável para o concurseiro iniciante. Nada impede que esse tenha as noções introdutórias e prossiga nas maiores peculiaridades dos temas que são cobrados em concursos.
Para o leitor que vai comprar o livro via internet e não sabe como o livro é fisicamente, vou tranquilizá-lo. A obra é constituída de papel de boa qualidade, ou seja, não é transparente. A capa é flexível, mas bem colada e não corre o risco de soltar. As letras são médias, mas são usadas fontes que não embaralham nossa visão.
Os temas abordados são: O processo de Comunicação; As funções da Linguagem (para vermos como língua portuguesa é uma só, o tema consta também em gramáticas); Semântica (é um dos cernes da matéria); O Texto; Coerência e Coesão (fundamentais para um bom texto); O Intertexto (intrigante); Tipologia Textual (assunto muito cobrado em concursos) e Apêndice (aquele que comentei sobre as bancas).
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Autor: Renato Aquino
Editora: Impetus.
Edição: 12ª edição, 2010, Niterói
Páginas: 515
Acabamento: Brochura
ISBN: 978-85-7626-406-4
Esse também é o sucesso das massas. Por essa razão, o livro do consagrado autor Renato Aquino chegou à 12ª edição. Desde o meu início na vida concurseira, eu ouço boas referências a seu respeito. Este livro representa um enorme reforço aos treinos da interpretação de textos. Afinal, com 815 questões é impossível não ficar preparado para encarar qualquer concurso. Não se assuste com a quantidade, mas o exagero é sempre benvindo para chegar ao sucesso. Por isso é que, ao final da obra, há questões e gabaritos comentados.
Como já é de conhecimento de todos, o autor é um dos mais bem quistos da Impetus e dos concurseiros por causa da sua experiência de longos anos no ramo. Além de ser servidor público aposentado na área fiscal, o qual entende como funciona a máquina pública, Renato Aquino também é dono de um currículo invejável. É mestre em Letras (Filologia Românica, berço influenciador de muitos vocábulos nossos). É ex-professor do Colégio Militar do Rio de Janeiro (falou em militarismo, eu logo me animo) e, entre outros cargos já exerceu, autalmente é professor de diversos cursos cariocas.
Renato tem diversas obras publicadas para o público concurseiro e, assim, percebe quais são as necessidades que estes têm. Ele vai na ferida dos estudantes e resolve seus problemas. Além disso, o autor procura sempre fazer atualizações periódicas do seu livro para sempre acompanhar as tendências das seleções públicas.
Quanto ao conteúdo, seguindo a mesma metodologia do livro de gramática, este é apresentado sem grandes complicações, o que não faz dele, contudo, uma obra superficial. A gradação da dificuldade da matéria vai crescendo de acordo com a evolução das lições. Tudo isso é feito de forma pensada e não por mero acaso. Como o autor defende, sugiro que se faça o estudo pela ordem exata como as lições são apresentadas.
Para quem não tem a oportunidade de folhear o livro, eu vou dar maiores informações físicas sobre o mesmo. A obra é de grossura média, pois não tem letras tão enormes, mas permite que o concurseiro não tenha dores de coluna ao transportar para uma biblioteca ou em sua mochila. As folhas são de papel grosso e as letras têm um tamanho médio, variando entre negrito e normal. Os títulos dos capítulos, sim, estes têm fontes bem grandes de modo a orientar o estudante que já está tonto de tanto ler (risos). A capa, por sua vez, é flexível, mas bem aderida às folhas para estas não soltarem.
Para quem o livro é destinado? Bem, pelo que pude perceber, serve para concursos, vestibulares e ENEM, concursos da área jurídica, escolas militares e concursos militares (olha a ESAEX aí, gente) e escolas técnicas. Enfim, é um livro-curinga, mas que acerta no que se propõe a fazer.
Os temas abordados são: Generalidades – explicações preliminares (é bom para ir entrando no ritmo do livro); denotação e conotação. Figuras (super importantes para identificar numa leitura); Coesão e Coerência. Conectores (esses estão muitos relacionados e a abordagem é muito adequada); Tipologia Textual; Significação das palavras; A Prática (é um mix do que foi visto); Interpretação I (composto de exercícios com textos de pequeno e vão gradualmente crescendo) e Interpretação II (composto de diversos textos extraídos de provas de concursos anteriores).
Como já é de conhecimento de todos, o autor é um dos mais bem quistos da Impetus e dos concurseiros por causa da sua experiência de longos anos no ramo. Além de ser servidor público aposentado na área fiscal, o qual entende como funciona a máquina pública, Renato Aquino também é dono de um currículo invejável. É mestre em Letras (Filologia Românica, berço influenciador de muitos vocábulos nossos). É ex-professor do Colégio Militar do Rio de Janeiro (falou em militarismo, eu logo me animo) e, entre outros cargos já exerceu, autalmente é professor de diversos cursos cariocas.
Renato tem diversas obras publicadas para o público concurseiro e, assim, percebe quais são as necessidades que estes têm. Ele vai na ferida dos estudantes e resolve seus problemas. Além disso, o autor procura sempre fazer atualizações periódicas do seu livro para sempre acompanhar as tendências das seleções públicas.
Quanto ao conteúdo, seguindo a mesma metodologia do livro de gramática, este é apresentado sem grandes complicações, o que não faz dele, contudo, uma obra superficial. A gradação da dificuldade da matéria vai crescendo de acordo com a evolução das lições. Tudo isso é feito de forma pensada e não por mero acaso. Como o autor defende, sugiro que se faça o estudo pela ordem exata como as lições são apresentadas.
Para quem não tem a oportunidade de folhear o livro, eu vou dar maiores informações físicas sobre o mesmo. A obra é de grossura média, pois não tem letras tão enormes, mas permite que o concurseiro não tenha dores de coluna ao transportar para uma biblioteca ou em sua mochila. As folhas são de papel grosso e as letras têm um tamanho médio, variando entre negrito e normal. Os títulos dos capítulos, sim, estes têm fontes bem grandes de modo a orientar o estudante que já está tonto de tanto ler (risos). A capa, por sua vez, é flexível, mas bem aderida às folhas para estas não soltarem.
Para quem o livro é destinado? Bem, pelo que pude perceber, serve para concursos, vestibulares e ENEM, concursos da área jurídica, escolas militares e concursos militares (olha a ESAEX aí, gente) e escolas técnicas. Enfim, é um livro-curinga, mas que acerta no que se propõe a fazer.
Os temas abordados são: Generalidades – explicações preliminares (é bom para ir entrando no ritmo do livro); denotação e conotação. Figuras (super importantes para identificar numa leitura); Coesão e Coerência. Conectores (esses estão muitos relacionados e a abordagem é muito adequada); Tipologia Textual; Significação das palavras; A Prática (é um mix do que foi visto); Interpretação I (composto de exercícios com textos de pequeno e vão gradualmente crescendo) e Interpretação II (composto de diversos textos extraídos de provas de concursos anteriores).
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Surgiu a oportunidade de entrevistar o autor de um dos livros que resenhamos na Parte I de nossos Especial da Língua Portuguesa, na semana passada . Vocês acham que eu perderia a chance de entrevistar o autor de GRAMÁTICA REFLEXIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA? De maneira alguma! Confiram nossa entrevista exclusiva com MARCELO MORAES CAETANO.
1) Como estudar gramática para concursos, visto que hoje a cobrança nas provas é contextualizada e leva em consideração a semântica?
Essa forma contextualizada de abordar-se a gramática, sempre referendada por um texto (verbal ou não verbal), é muito salutar, pois, inclusive, ajuda o candidato a raciocinar com mais clareza, já que palavras, sintagmas, orações e períodos fora de contexto podem ser incompreensíveis ou ter interpretações subjetivas demais. A gramática em si não deixou de cair nas provas, mas vem sempre de um modo reflexivo, instrumental, situado. Em outras palavras, não adianta, por exemplo, decorar uma lista de adjetivos, se o candidato não entender que a função do adjetivo, no sintagma nominal, é modificar um substantivo (que é sempre o núcleo) e que, portanto, qualquer palavra que modifique semanticamente um substantivo desempenhará a função de um adjetivo, como no caso de "mãe-pátria", em que o substantivo "mãe" equivale a um adjetivo, porque modifica o núcleo do sintagma, o substantivo "pátria" (repare como "mãe" aqui até poderia ser substituído por "maternal", adjetivo). Assim, quem não compreender que a gramática é dinâmica, e requer a competência de falante de quem a usa, dificilmente obterá bons resultados em provas.
2) Qual a melhor forma para ter um bom desempenho nas provas de interpretação de textos? Como é possível não extrapolar ao que o autor nos diz?
De fato, muitas informações vão além do que está escrito. Isto é, o enunciado (o que está escrito) pode só ser completo diante da enunciação (o que está escrito MAIS o que está implícito). Se eu digo por exemplo: "Eu sou francês, mas sou simpático", não está escrito, no enunciado, que os franceses em geral seriam antipáticos. No entanto, a enunciação, os implícitos, as inferências dessa frase me permitem deduzir isso perfeitamente, sem extrapolar o sentido original. É preciso ter muita atenção a essa sutileza. Aproveitando o mesmo exemplo, eu não poderia inferir, do enunciado acima, que os franceses SEMPRE FORAM antipáticos. Isso já seria extrapolar, mesmo no plano da enunciação. Geralmente, o candidato extrapola as informações de um enunciado e de uma enunciação quando se deixa guiar por sua opinião pessoal, e não pelo que ele está lendo no texto, de modo explícito e implícito. Às vezes, o texto é sobre um tema ou uma tese de que o candidato discorde. Se ele não for muito arguto, nesse caso mesmo é que ele terá grandes chances de errar, por se levar por sua própria opinião, e não pela do enunciador do texto (o autor).
3) Um dos maiores mandamentos para uma boa redação é a clareza. Quais são os outros que considera mais importantes para um texto impecável?
As quatro máximas de Grice são fundamentais: 1) seja verdadeiro; 2) seja claro; 3) seja relevante; 4) seja objetivo. Ou seja: 1) não diga nada que acredite ser falso; 2) só dê informações que sejam relevantes ao seu texto; 3) expresse-se de modo claro e ordenado; 4) seja o mais objetivo possível, fugindo de opiniões que tenham a ver com juízos de gosto de religião, de crenças metafísicas etc. Além desses conselhos, uma boa dissertação tem de possuir argumentos sólidos, que fujam sempre das falácias e dos sofismas. É uma falácia, por exemplo, dizer: "A lua é um satélite da terra pois gira em torno dela". Ora, trata-se de um "círculo vicioso" ou de uma "petição de princípio", pois dizer "é um satélite" e "gira em torno de um planeta" configura exatamente a mesma informação, você não disse nada de novo e portanto não argumentou à tese "a lua é um satélite", não a fundamentou. Ficou faltando seu argumento, seu porquê. É muito comum que, nas redações, o candidato incorra várias vezes em falsos argumentos, argumentos falaciosos.
4) Que tipo de material é útil para o concurseiro na preparação a essas provas?
As gramáticas e os livros de interpretação e de produção voltados para a área. Além disso, em geral o concurseiro acha que ler livros de literatura ou revistas é perda de tempo. Mas não é. Além de o ajudarem muito a se familiarizar com o texto, o que os auxiliará até nas provas de interpretação e de redação, porque lhes dará intimidade com o texto escrito, a boa leitura enobrece o vocabulário, enriquece a expressão, turbina o raciocínio, aumenta muito o conjunto de bons argumentos.
5) Quais seus conselhos para os concurseiros que têm maior dificuldade ou receio para o estudo da língua portuguesa? Como estudar a matéria de forma mais eficiente e com mais prazer?
A língua portuguesa, infelizmente, é passada, em grande parte das escolas, como um fardo. Já ouvi muitos professores de português dizendo que não sabem para que serve estudar isto ou aquilo de gramática... É inacreditável. Você já ouviu algum professor de física dizer que é inútil estudar mecânica ou termologia ou seja lá o que for? Nunca. E no entanto, usamos, em nosso dia a dia, menos conhecimentos de mecânica e termologia do que de língua e gramática. Pois bem, muitos professores são responsáveis por criar o trauma no aluno. A maneira de eles, candidatos, terem prazer com a gramática é a que citei há pouco: apaixonando-se pelo texto. É claro que quem não está habituado a ler não precisa começar lendo, por exemplo, Machado de Assis, Eça de Queirós, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, que são muito sutis, cheios de entrelinhas e de ironias finas e ideias implícitas. Mas ele pode começar lendo crônicas de Veríssimo, de Sabino, de Drummond, de Ponte-Preta, de Cecília Meireles. Com o tempo, duvido que a paixão pela leitura não vá aumentando.
6) Como escrever uma boa redação dissertativa? O que não deixar de fora? Quais os “pecados” que o concurseiro não pode cometer de forma alguma?
Acho que já respondi um pouco a essa pergunta. Mas complementando, o "pecado" principal é quando o candidato resolve defender uma tese com a qual ele próprio não concorda, porque, inevitavelmente, ele vai cair em contradição, e ser incoerente, e a incoerência é o "pecado-mor" da dissertação. Eu sempre digo: pense bem antes de começar a escrever, reflita bem sobre o que você realmente pensa desse tema, se não fizer isso, vai acabar se contradizendo. E a banca de examinadores pega isso no ar...
7) Na semana anterior a uma prova, o concurseiro deve centrar seus esforços na revisão de gramática, interpretação de textos ou redação? Por quê? Dê-nos, por favor, uma sugestão.
O candidato deve dar uma olhada nos pontos em que tem mais dúvidas. Dificilmente ele chegará à véspera da prova com dúvida em todas as partes da gramática, a não ser que seja "marinheiro de primeira viagem". Sobre a interpretação, aconselho-o a ler artigos de opinião de boas revistas e jornais, mas ler com muita atenção, como se estivesse formulando perguntas sobre o que está lendo para si mesmo, tentando ver através do texto, pois é exatamente isso o que a banca faz. Sobre a redação, creio que um candidato deva escrever todos os dias, ainda que sejam resumos, já é um treino, e que escolha temas de relevância nacional e internacional para desenvolver uma dissertação pelo menos 3 vezes por semana. Assim sendo, nas vésperas do concurso, vejo que o candidato deva simplesmente manter sua rotina de estudos. Não sou a favor de que ele deva "relaxar", "espairecer". Isso porque frear um ritmo que já vinha sendo impingido pode ser prejudicial ao seu desempenho.
8) Em sua opinião, nas provas de concurso, a forma como a língua portuguesa é cobrada em concursos atualmente é mais fácil ou mais difícil que a forma utilizada há uma década?
É mais fácil, pois exigem mais reflexão e menos listas de regras, palavras. Antigamente, você teria que decorar que "amarelo" é adjetivo e ponto. Hoje, dependendo da frase pode ser de outras classes: 1) "Eu não gosto de amarelo" (substantivo); 2) "Eu jamais amarelo diante do perigo" (verbo); 3) "Por que você está sorrindo amarelo?" (advérbio).
9) Professor, em sua opinião, por que muitos concurseiros subestimam a matéria de português, mesmo sabendo que a mesma é uma das matérias que mais reprova nos concursos?
Porque pensam: "Eu sei falar português". Mas a prova de português não é apenas para quem sabe falar o idioma. Ela demonstra que, além de falar, você precisa raciocinar em cima da gramática da sua língua e usar esse raciocínio para detectar argumentos falsos nos textos da prova de interpretação e igualmente para não usar esses argumentos falsos na prova de redação. Um pensador austríaco chamado Ludwig Wittgenstein, que foi uma dos maiores revolucionários em termos de linguística, dizia: "Quem não conhece a gramática não é capaz de raciocinar sobre nada". O mundo, de fato, tem uma "gramática" própria, e a forma mais curta de se chegar a ela é pela gramática do nosso idioma.
10) Uma das grandes dúvidas de quem está há muito tempo sem estudar a matéria de português é por onde começar. Isso porque as provas de concursos dessa matéria têm uma abordagem totalmente diferente de quaisquer outros tipos de teste, como por exemplo, os de vestibular. Nesse caso, quais são suas dicas para quem está nesta situação?
Eu aconselho que ele comece a estudar pelas classes gramaticais. Quem as entende, terá muita facilidade para entender as outras partes da gramática. O vestibular é diferente porque é um exame de acesso à universidade, e esse exame quer ver se o candidato tem potencialidade acadêmica e científica para seguir uma carreira universitária, que é calcada na pesquisa. Os concursos públicos, por sua vez, lidam com pessoas que não necessariamente precisarão lidar com o arcabouço científico da pesquisa stricto sensu. No entanto, um alerta muito importante: tanto no vestibular, quanto nos concursos públicos, exige-se dos candidatos um excelente arsenal de senso crítico, de raciocínio analítico e sintético, de capacidade de reflexão sobre os problemas do mundo e as questões atinentes à Língua Portuguesa. Nisso, nessa cobrança, vestibular e concursos públicos são totalmente idênticos.
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1) Como estudar gramática para concursos, visto que hoje a cobrança nas provas é contextualizada e leva em consideração a semântica?
Essa forma contextualizada de abordar-se a gramática, sempre referendada por um texto (verbal ou não verbal), é muito salutar, pois, inclusive, ajuda o candidato a raciocinar com mais clareza, já que palavras, sintagmas, orações e períodos fora de contexto podem ser incompreensíveis ou ter interpretações subjetivas demais. A gramática em si não deixou de cair nas provas, mas vem sempre de um modo reflexivo, instrumental, situado. Em outras palavras, não adianta, por exemplo, decorar uma lista de adjetivos, se o candidato não entender que a função do adjetivo, no sintagma nominal, é modificar um substantivo (que é sempre o núcleo) e que, portanto, qualquer palavra que modifique semanticamente um substantivo desempenhará a função de um adjetivo, como no caso de "mãe-pátria", em que o substantivo "mãe" equivale a um adjetivo, porque modifica o núcleo do sintagma, o substantivo "pátria" (repare como "mãe" aqui até poderia ser substituído por "maternal", adjetivo). Assim, quem não compreender que a gramática é dinâmica, e requer a competência de falante de quem a usa, dificilmente obterá bons resultados em provas.
2) Qual a melhor forma para ter um bom desempenho nas provas de interpretação de textos? Como é possível não extrapolar ao que o autor nos diz?
De fato, muitas informações vão além do que está escrito. Isto é, o enunciado (o que está escrito) pode só ser completo diante da enunciação (o que está escrito MAIS o que está implícito). Se eu digo por exemplo: "Eu sou francês, mas sou simpático", não está escrito, no enunciado, que os franceses em geral seriam antipáticos. No entanto, a enunciação, os implícitos, as inferências dessa frase me permitem deduzir isso perfeitamente, sem extrapolar o sentido original. É preciso ter muita atenção a essa sutileza. Aproveitando o mesmo exemplo, eu não poderia inferir, do enunciado acima, que os franceses SEMPRE FORAM antipáticos. Isso já seria extrapolar, mesmo no plano da enunciação. Geralmente, o candidato extrapola as informações de um enunciado e de uma enunciação quando se deixa guiar por sua opinião pessoal, e não pelo que ele está lendo no texto, de modo explícito e implícito. Às vezes, o texto é sobre um tema ou uma tese de que o candidato discorde. Se ele não for muito arguto, nesse caso mesmo é que ele terá grandes chances de errar, por se levar por sua própria opinião, e não pela do enunciador do texto (o autor).
3) Um dos maiores mandamentos para uma boa redação é a clareza. Quais são os outros que considera mais importantes para um texto impecável?
As quatro máximas de Grice são fundamentais: 1) seja verdadeiro; 2) seja claro; 3) seja relevante; 4) seja objetivo. Ou seja: 1) não diga nada que acredite ser falso; 2) só dê informações que sejam relevantes ao seu texto; 3) expresse-se de modo claro e ordenado; 4) seja o mais objetivo possível, fugindo de opiniões que tenham a ver com juízos de gosto de religião, de crenças metafísicas etc. Além desses conselhos, uma boa dissertação tem de possuir argumentos sólidos, que fujam sempre das falácias e dos sofismas. É uma falácia, por exemplo, dizer: "A lua é um satélite da terra pois gira em torno dela". Ora, trata-se de um "círculo vicioso" ou de uma "petição de princípio", pois dizer "é um satélite" e "gira em torno de um planeta" configura exatamente a mesma informação, você não disse nada de novo e portanto não argumentou à tese "a lua é um satélite", não a fundamentou. Ficou faltando seu argumento, seu porquê. É muito comum que, nas redações, o candidato incorra várias vezes em falsos argumentos, argumentos falaciosos.
4) Que tipo de material é útil para o concurseiro na preparação a essas provas?
As gramáticas e os livros de interpretação e de produção voltados para a área. Além disso, em geral o concurseiro acha que ler livros de literatura ou revistas é perda de tempo. Mas não é. Além de o ajudarem muito a se familiarizar com o texto, o que os auxiliará até nas provas de interpretação e de redação, porque lhes dará intimidade com o texto escrito, a boa leitura enobrece o vocabulário, enriquece a expressão, turbina o raciocínio, aumenta muito o conjunto de bons argumentos.
5) Quais seus conselhos para os concurseiros que têm maior dificuldade ou receio para o estudo da língua portuguesa? Como estudar a matéria de forma mais eficiente e com mais prazer?
A língua portuguesa, infelizmente, é passada, em grande parte das escolas, como um fardo. Já ouvi muitos professores de português dizendo que não sabem para que serve estudar isto ou aquilo de gramática... É inacreditável. Você já ouviu algum professor de física dizer que é inútil estudar mecânica ou termologia ou seja lá o que for? Nunca. E no entanto, usamos, em nosso dia a dia, menos conhecimentos de mecânica e termologia do que de língua e gramática. Pois bem, muitos professores são responsáveis por criar o trauma no aluno. A maneira de eles, candidatos, terem prazer com a gramática é a que citei há pouco: apaixonando-se pelo texto. É claro que quem não está habituado a ler não precisa começar lendo, por exemplo, Machado de Assis, Eça de Queirós, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, que são muito sutis, cheios de entrelinhas e de ironias finas e ideias implícitas. Mas ele pode começar lendo crônicas de Veríssimo, de Sabino, de Drummond, de Ponte-Preta, de Cecília Meireles. Com o tempo, duvido que a paixão pela leitura não vá aumentando.
6) Como escrever uma boa redação dissertativa? O que não deixar de fora? Quais os “pecados” que o concurseiro não pode cometer de forma alguma?
Acho que já respondi um pouco a essa pergunta. Mas complementando, o "pecado" principal é quando o candidato resolve defender uma tese com a qual ele próprio não concorda, porque, inevitavelmente, ele vai cair em contradição, e ser incoerente, e a incoerência é o "pecado-mor" da dissertação. Eu sempre digo: pense bem antes de começar a escrever, reflita bem sobre o que você realmente pensa desse tema, se não fizer isso, vai acabar se contradizendo. E a banca de examinadores pega isso no ar...
7) Na semana anterior a uma prova, o concurseiro deve centrar seus esforços na revisão de gramática, interpretação de textos ou redação? Por quê? Dê-nos, por favor, uma sugestão.
O candidato deve dar uma olhada nos pontos em que tem mais dúvidas. Dificilmente ele chegará à véspera da prova com dúvida em todas as partes da gramática, a não ser que seja "marinheiro de primeira viagem". Sobre a interpretação, aconselho-o a ler artigos de opinião de boas revistas e jornais, mas ler com muita atenção, como se estivesse formulando perguntas sobre o que está lendo para si mesmo, tentando ver através do texto, pois é exatamente isso o que a banca faz. Sobre a redação, creio que um candidato deva escrever todos os dias, ainda que sejam resumos, já é um treino, e que escolha temas de relevância nacional e internacional para desenvolver uma dissertação pelo menos 3 vezes por semana. Assim sendo, nas vésperas do concurso, vejo que o candidato deva simplesmente manter sua rotina de estudos. Não sou a favor de que ele deva "relaxar", "espairecer". Isso porque frear um ritmo que já vinha sendo impingido pode ser prejudicial ao seu desempenho.
8) Em sua opinião, nas provas de concurso, a forma como a língua portuguesa é cobrada em concursos atualmente é mais fácil ou mais difícil que a forma utilizada há uma década?
É mais fácil, pois exigem mais reflexão e menos listas de regras, palavras. Antigamente, você teria que decorar que "amarelo" é adjetivo e ponto. Hoje, dependendo da frase pode ser de outras classes: 1) "Eu não gosto de amarelo" (substantivo); 2) "Eu jamais amarelo diante do perigo" (verbo); 3) "Por que você está sorrindo amarelo?" (advérbio).
9) Professor, em sua opinião, por que muitos concurseiros subestimam a matéria de português, mesmo sabendo que a mesma é uma das matérias que mais reprova nos concursos?
Porque pensam: "Eu sei falar português". Mas a prova de português não é apenas para quem sabe falar o idioma. Ela demonstra que, além de falar, você precisa raciocinar em cima da gramática da sua língua e usar esse raciocínio para detectar argumentos falsos nos textos da prova de interpretação e igualmente para não usar esses argumentos falsos na prova de redação. Um pensador austríaco chamado Ludwig Wittgenstein, que foi uma dos maiores revolucionários em termos de linguística, dizia: "Quem não conhece a gramática não é capaz de raciocinar sobre nada". O mundo, de fato, tem uma "gramática" própria, e a forma mais curta de se chegar a ela é pela gramática do nosso idioma.
10) Uma das grandes dúvidas de quem está há muito tempo sem estudar a matéria de português é por onde começar. Isso porque as provas de concursos dessa matéria têm uma abordagem totalmente diferente de quaisquer outros tipos de teste, como por exemplo, os de vestibular. Nesse caso, quais são suas dicas para quem está nesta situação?
Eu aconselho que ele comece a estudar pelas classes gramaticais. Quem as entende, terá muita facilidade para entender as outras partes da gramática. O vestibular é diferente porque é um exame de acesso à universidade, e esse exame quer ver se o candidato tem potencialidade acadêmica e científica para seguir uma carreira universitária, que é calcada na pesquisa. Os concursos públicos, por sua vez, lidam com pessoas que não necessariamente precisarão lidar com o arcabouço científico da pesquisa stricto sensu. No entanto, um alerta muito importante: tanto no vestibular, quanto nos concursos públicos, exige-se dos candidatos um excelente arsenal de senso crítico, de raciocínio analítico e sintético, de capacidade de reflexão sobre os problemas do mundo e as questões atinentes à Língua Portuguesa. Nisso, nessa cobrança, vestibular e concursos públicos são totalmente idênticos.
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Você se interessou por algum desses livros? Então não compra em outro lugar que não na Livraria Última Instância. Aguarde alguns dias que logo você encontrará aqui promoções incríveis para esses livros. Vão pela gente, vale a pena esperar!
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