COLUNA DA RAQUEL - Mix solitário: Recursos, redação e como estudar informativos do STJ e STF

O artigo de hoje fala de expressão escrita. Afinal, redação de recursos, redação de concursos e feitura de questões discursivas são verdadeiros fantasmas na vida de alguns concurseiros.

Recentemente, precisei enfrentar um desses medos, pois em todos os fóruns que freqüento sobre o concurso da Marinha há pessoas semeando o terror sobre a confecção de recursos. Realmente, há muitos detalhes a serem observados para que sejam aceitos, mas se fizermos uma “check list” não há erro. Fazer um bom recurso é possível.

Uma coisa que recomendo, se a prova for de múltipla escolha (como foi meu caso) é reestudar o assunto em questão em todas as dimensões que o edital pode estipular. Assim, procurar na doutrina indicada, se houver uma apontada pela banca; procurar embasamento na lei e na jurisprudência dominante (Súmulas dos Tribunais Superiores) são mecanismos bons para elaborar uma boa defesa. Sim, o recurso é uma defesa de um ponto de vista, seja da anulação, seja da modificação do gabarito em questão. É preciso saber, portanto, como defender essa opinião.

Pesquisar em fóruns e conversar com outras pessoas que fizeram a prova é sempre bom, pois dá boas idéias sobre como redigir o seu recurso. E se não houver como fundamentar com mais nada, vá ao dicionário, busque o sentido e a etimologia das palavras. As palavras têm poder!!!! Assim, uma assertiva de questão que te levou a errar porque havia um termo completamente distinto da redação da lei pode cair por terra com seu recurso.

Quanto à redação, eu fiz três cursos e ainda sinto que preciso aprender muita coisa ainda. O grande problema em relação a esse assunto se dá na área jurídica, pois a maioria dos concurseiros dessa área pensa que escreve suficientemente bem. Afinal, precisa ler muito e acaba tendo uma boa fluência verbal e escrita.

Ocorre que, nem sempre, a linguagem jurídica é cabível em redações de concurso. Além disso, muitos concurseiros fazem uso de uma linguagem técnica, confusa e, até mesmo, antiquada demais quando irá resolver questões discursivas e redações. O candidato esquece do seu leitor e pensa que está fazendo uma petição. Contudo, tal desprezo não deveria existir porque seu leitor nem sempre é expert nas ciências jurídicas.

Outro aspecto que percebi é que cada concurso pede um tipo de redação diferente e cada banca irá analisar uma habilidade diferente em sua redação. Portanto, procure se inteirar de tais requisitos, trate de estudar a tipologia textual cobrada. É fundamental ser humilde e não pensar que redação é “molinho”, que pode embromar.

Em relação aos Informativos do STF e STJ, pode-se constatar que servem de bom aparato complementar para respostas em provas discursivas. Ressalve-se que concursos de Analista e técnico de tribunais ainda não cobram tais conhecimentos, mas outros como já começaram a lançar mão deles, coisa que não se fazia antes. Só os de Juiz, promotor, defensor cobravam até então. Assim, ler os informativos pode enriquecer respostas discursivas e possibilitam a defesa de uma opinião própria, pois nem sempre os tribunais superiores são unânimes em determinados assuntos jurídicos.

Como estudar os informativos? Tempos atrás, eu me fazia a mesma pergunta e me sentia perdida. Eu, felizmente, consegui resolver o problema. Primeiramente, tive acesso a um caderno de uma amiga que fez um curso que comentava os principais entendimentos sobre as matérias básicas de concurso. Depois, comecei a lê-los com mais facilidade, da forma como se apresentam. Um livro que ajuda muito nesse sentido é a coleção da editora http://www.juspodivm.com.br/index.html, que comenta as principais decisões do STF e STJ. Isso porque no princípio é complicado mesmo. E eu não estou ganhando nada com propaganda (risos).

Para ter acesso aos informativos do STF e do STF, é preciso cadastrar-se no sistema Push de ambos os sites. O serviço é gratuito e pode ser acessado pelo seu e-mail. Mais cômodo é impossível!

Resumo da Ópera: Escrever é bom, é importante, mas requer técnica, linguagem própria para o objetivo desejado e conteúdo. Não despreze tal dica e passe a se preocupar com como está escrevendo.

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Clipe do dia



Essa música do Kid Abelha ecoou na minha cabeça a semana toda enquanto refletia sobre o que tenho vivido. ultimamente, "Nada sei". Pelo menos sou otimista :-)

5 Response to "COLUNA DA RAQUEL - Mix solitário: Recursos, redação e como estudar informativos do STJ e STF"

  1. Anônimo says:

    Ótimo post Raquel!
    Ainda ainda fujo de concursos que tenha discurssiva. Confesso que tenho dificuldade para escrever, ou melhor, como expressar no papel as idéias.
    No concurso do STF, precisei deixar de ser preguiçoso e fiz alguns recursos e minha classificação dentro das vagas só depende disso.
    Saber escrever bem, seja para uma prova discurssiva, seja para recursos, são também etapas para quem quer ser aprovado em concursos.

    Abraços

    Flavia C. says:

    Ah, a discursiva... sempre ela!
    Bom artigo, Raquel!

    Anônimo says:

    Parabéns pelo post Raquel!

    Eu nunca fiz recurso e sinto uma certa dificuldade em fazer, em argumentar. Nas provas discursivas até que me saio bem. Não sei usar linguagem muito rebuscada, cheia de termos técnicos. Pelo menos até agora tenho ido bem, mas creio que terei qu me aprofundar mais, já que concurso pra magistratura exige uma linguagem mais completa.
    Gostei muito das suas dicas.

    Abraços, Helineide

    Raquel says:

    Que bom que gostaram. Eu sabia que esse assunto era mula-sem-cabeça e boi tatá na certa! (risos, ao plagiar nossa amiga Flávia)


    Raquel

    Camisa 9 says:

    Eu sempre fugi de concurso com redação. Só fiz o TRF e me ferrei nas objetivas e nem corrigiram a minha redação. E redação é fogo mesmo, minha amiga foi muito bem na multípla escolha desse mesmo TRF-SP, mas foi mal na redação e não classificou-se por pouco. Uma pena..., mas depois ela se recuperou e passou em uns 4 concursos e bem posicionada ainda por cima.

    Novamente boas aprovações à todos!

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