RESENHA - "Direito Civil – Questões Fundamentais e Controvérsias na Parte Geral, no Direito de Família e no Direito das Sucessões" de Luiz Paulo Vieir
12:22
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Todos os concurseiros que já tiveram um mínimo de contato com a matéria civilista sabem a cruz que levam ao tentar entender tal matéria extensa e profundamente complexa. Desde os institutos mais simples, como é a personalidade jurídica da pessoa humana, até os mais intrincados, por exemplo, a parte de contratos especiais (os que não se encontram no Código), o Direito Civil exige de seu estudioso vagar e muito conhecimento da técnica jurídica.
É com a proposta de facilitar um pouco a vida dos concurseiros que se embrenham nos campos nebulosos e controversos da matéria paradigma do direito privado, Luiz Paulo Vieira de Carvalho nos traz a obra “Direito Civil – Questões Fundamentais e Controvérsias na Parte Geral, no Direito de Família e no Direito das Sucessões”.
O Autor é pessoa experimentada na área concursídica. É professor de cursos preparatórios para concurso, Defensor Público de Classe Especial no Rio de Janeiro, chegou a atuar como Defensor Público Geral do Estado, a maior honra que esta carreira pode proporcionar, foi Presidente de Banca Examinadora de certames para este cargo, é catedrático na cadeira de Direito Civil da Escola Superior do Ministério Público, do Centro de Estudo, Pesquisa e Atualização em Direito, Mestre e Pós-graduado pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, uma das melhores do mundo, entre tantos outros títulos.
De pronto já se depreende que o Dr. Luiz é preparadíssimo para escrever sobre o tema em avento, deparando-se com um currículo incólume e invejável.
O livro, como não poderia de sê-lo, detém ótima qualidade, como todos os demais resenhados da Editora Ímpetus. O papel é espessado, não chegando a ser grosso, porém o suficiente para não ser rasgado numa simples compulsão de suas páginas. A impressão é isenta de falhas, sendo que a capa é de espécie cartão, todavia, o suficiente para acobertar a obra e protegê-la das intempéries externas, como, por exemplo, o “lanchinho da tarde do concurseiro” (risos).
Sobre o conteúdo não a nada a se censurar. O livro é imune à críticas. Completo e bem atualizado, o autor traz na obra toda a sua experiência, tanto como Defensor, como jurista e estudioso do Direito.
Iniciando por um dos temas em que há diversas controvérsias, o escritor discorre sobre o Negócio Jurídico, a Condição, o Termo e Encargo.
O querido leitor pode até chegar a pensar que tais elementos do direito civil estão plenamente pacificados, tanto na doutrina quanto na jurisprudência. Ledo engano.
Com maestria, o jurista propõe a discussão, principalmente, sobre a escada ou escala ponteana sobre os elementos essenciais ao negócio jurídico. Tal conceito nada mais é do que o plano de existência, validade e eficácia do ato ou negócio jurídico ensinada por Pontes de Miranda.
Utilizando inúmeros exemplos, o autor perpassa por todos os tipos de condições existentes, delineando, outrossim, a diferença importantíssima entre condição, termo e encargo. Caso tais institutos sejam confundidos em uma provável prova dissertativa ou oral, a possibilidade de se zerar em tal questão é muito alta.
Prosseguindo, Luiz Paulo introduz o estudioso no tema dos bens, tratado pelo Código Civil em seus artigos 79 ao 102.
Fazendo uso da classificação perpetrada pelos projetistas do Codex, o jurista leciona sobre os bens considerados em si mesmos, ou seja, o que é considerado bem imóvel e móvel, bem fungível e infungível, consumível, divisível, singulares e coletivos, passando pelas espécies dos bens reciprocamente considerados, isto é, os principais e os acessórios, tomando cuidado, nesta parte, de divisar as pertenças e as benfeitorias úteis, necessárias e voluptuárias, trazendo ainda mais os efeitos que tal classificação atinge nos demais assuntos do Código Civil, tal como a retenção em virtude das benfeitorias nos direitos possessórios, quando o possuidor se encontra no imóvel de boa-fé.
Posteriormente, o Professor aborda a questão da Pessoa Jurídica. Surpreendeu-me o fato de esta obra ter discutido, mesmo que em linhas rápidas, a questão da responsabilidade objetiva da pessoa moral de direito público e as pessoas jurídicas privadas prestadoras de serviço público antes de adentrar no tema civilista, pois tal tema não é geralmente objeto das obras civis, vez que os autores simplesmente mencionam a existência desta específica responsabilidade (do Poder Público), passando logo depois a lecionar sobre o tema de direito civil.
Outrossim, neste mesmo capítulo que trata das pessoas jurídicas, o escritor discorre com esmero sobre as características deste ente normativo, fazendo a distinção entre a sociedade e empresa, entre aquela (sociedade) e associação, pincelando sobre a fundação de direito privado.
Doutrina, em virtude de sua importância, sobre a teoria da desconsideração da personalidade jurídica das sociedades, elencando as causas em que referida situação se concretiza, fechando o capítulo com a dissolução da pessoa moral.
O Autor, além de tais temas retro mencionados, leciona sobre o tema dos Alimentos, inserto no Direito de Família pátrio, fazendo menção importante sobre a Tutela e a Curatela, institutos que em outras obras não é dada a devida atenção. Pontua, da mesma maneira, sobre o Poder Familiar, principalmente a imprescindibilidade da utilização de tal termo, em detrimento do extinto poder pátrio utilizado pelo código patrimonialista de 1916 ante ao novo Diploma Civil.
Luiz Paulo encerra o livro discorrendo sobre o Direito de Sucessões. Chamou-me a atenção nesta parte, além de abordar os assuntos corriqueiros da matéria, a situação do companheiro da união estável, ponto extremamente delicado na atual conjuntura jurídica pátria, vez que a jurisprudência ainda caminha na fixação dos parâmetros em que referida circunstância deve ser determinada, os direitos do companheiro e a maneira tímida que o novo código enfrentou o tema.
O Autor, ao contrário de muitos manuais, desbrava o tema sem temer críticas de outras esferas, colocando o seu ponto de vista, o que a doutrina atual majoritária entende sobre o assunto e, por fim, a jurisprudência.
Cabe, por fim, ressaltar que em toda a obra notei que muitas vezes o escritor colocava, em nota de rodapé a transcrição do texto de lei, facilitando a vida do leitor no estudo da norma, imprescindível para os concursos públicos.
O Autor reforça seus apontamentos, da mesma forma, utilizando-se, além da jurisprudência atual e pátria sobre o assunto, dos ensinamentos da doutrina alienígena (estrangeira), principalmente do direito luso, o qual deu origem e influenciou, em muito, o nosso Direito Civil.
Resumo da ópera - Para aqueles que como eu detêm variadas dificuldades nesta matéria que aprendi a gostar, o Direito Civil, recomendo a obra em questão a fim de reforçar e aprofundar em temas espinhosos do direito privado brasileiro.
É com a proposta de facilitar um pouco a vida dos concurseiros que se embrenham nos campos nebulosos e controversos da matéria paradigma do direito privado, Luiz Paulo Vieira de Carvalho nos traz a obra “Direito Civil – Questões Fundamentais e Controvérsias na Parte Geral, no Direito de Família e no Direito das Sucessões”.
O Autor é pessoa experimentada na área concursídica. É professor de cursos preparatórios para concurso, Defensor Público de Classe Especial no Rio de Janeiro, chegou a atuar como Defensor Público Geral do Estado, a maior honra que esta carreira pode proporcionar, foi Presidente de Banca Examinadora de certames para este cargo, é catedrático na cadeira de Direito Civil da Escola Superior do Ministério Público, do Centro de Estudo, Pesquisa e Atualização em Direito, Mestre e Pós-graduado pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, uma das melhores do mundo, entre tantos outros títulos.
De pronto já se depreende que o Dr. Luiz é preparadíssimo para escrever sobre o tema em avento, deparando-se com um currículo incólume e invejável.
O livro, como não poderia de sê-lo, detém ótima qualidade, como todos os demais resenhados da Editora Ímpetus. O papel é espessado, não chegando a ser grosso, porém o suficiente para não ser rasgado numa simples compulsão de suas páginas. A impressão é isenta de falhas, sendo que a capa é de espécie cartão, todavia, o suficiente para acobertar a obra e protegê-la das intempéries externas, como, por exemplo, o “lanchinho da tarde do concurseiro” (risos).
Sobre o conteúdo não a nada a se censurar. O livro é imune à críticas. Completo e bem atualizado, o autor traz na obra toda a sua experiência, tanto como Defensor, como jurista e estudioso do Direito.
Iniciando por um dos temas em que há diversas controvérsias, o escritor discorre sobre o Negócio Jurídico, a Condição, o Termo e Encargo.
O querido leitor pode até chegar a pensar que tais elementos do direito civil estão plenamente pacificados, tanto na doutrina quanto na jurisprudência. Ledo engano.
Com maestria, o jurista propõe a discussão, principalmente, sobre a escada ou escala ponteana sobre os elementos essenciais ao negócio jurídico. Tal conceito nada mais é do que o plano de existência, validade e eficácia do ato ou negócio jurídico ensinada por Pontes de Miranda.
Utilizando inúmeros exemplos, o autor perpassa por todos os tipos de condições existentes, delineando, outrossim, a diferença importantíssima entre condição, termo e encargo. Caso tais institutos sejam confundidos em uma provável prova dissertativa ou oral, a possibilidade de se zerar em tal questão é muito alta.
Prosseguindo, Luiz Paulo introduz o estudioso no tema dos bens, tratado pelo Código Civil em seus artigos 79 ao 102.
Fazendo uso da classificação perpetrada pelos projetistas do Codex, o jurista leciona sobre os bens considerados em si mesmos, ou seja, o que é considerado bem imóvel e móvel, bem fungível e infungível, consumível, divisível, singulares e coletivos, passando pelas espécies dos bens reciprocamente considerados, isto é, os principais e os acessórios, tomando cuidado, nesta parte, de divisar as pertenças e as benfeitorias úteis, necessárias e voluptuárias, trazendo ainda mais os efeitos que tal classificação atinge nos demais assuntos do Código Civil, tal como a retenção em virtude das benfeitorias nos direitos possessórios, quando o possuidor se encontra no imóvel de boa-fé.
Posteriormente, o Professor aborda a questão da Pessoa Jurídica. Surpreendeu-me o fato de esta obra ter discutido, mesmo que em linhas rápidas, a questão da responsabilidade objetiva da pessoa moral de direito público e as pessoas jurídicas privadas prestadoras de serviço público antes de adentrar no tema civilista, pois tal tema não é geralmente objeto das obras civis, vez que os autores simplesmente mencionam a existência desta específica responsabilidade (do Poder Público), passando logo depois a lecionar sobre o tema de direito civil.
Outrossim, neste mesmo capítulo que trata das pessoas jurídicas, o escritor discorre com esmero sobre as características deste ente normativo, fazendo a distinção entre a sociedade e empresa, entre aquela (sociedade) e associação, pincelando sobre a fundação de direito privado.
Doutrina, em virtude de sua importância, sobre a teoria da desconsideração da personalidade jurídica das sociedades, elencando as causas em que referida situação se concretiza, fechando o capítulo com a dissolução da pessoa moral.
O Autor, além de tais temas retro mencionados, leciona sobre o tema dos Alimentos, inserto no Direito de Família pátrio, fazendo menção importante sobre a Tutela e a Curatela, institutos que em outras obras não é dada a devida atenção. Pontua, da mesma maneira, sobre o Poder Familiar, principalmente a imprescindibilidade da utilização de tal termo, em detrimento do extinto poder pátrio utilizado pelo código patrimonialista de 1916 ante ao novo Diploma Civil.
Luiz Paulo encerra o livro discorrendo sobre o Direito de Sucessões. Chamou-me a atenção nesta parte, além de abordar os assuntos corriqueiros da matéria, a situação do companheiro da união estável, ponto extremamente delicado na atual conjuntura jurídica pátria, vez que a jurisprudência ainda caminha na fixação dos parâmetros em que referida circunstância deve ser determinada, os direitos do companheiro e a maneira tímida que o novo código enfrentou o tema.
O Autor, ao contrário de muitos manuais, desbrava o tema sem temer críticas de outras esferas, colocando o seu ponto de vista, o que a doutrina atual majoritária entende sobre o assunto e, por fim, a jurisprudência.
Cabe, por fim, ressaltar que em toda a obra notei que muitas vezes o escritor colocava, em nota de rodapé a transcrição do texto de lei, facilitando a vida do leitor no estudo da norma, imprescindível para os concursos públicos.
O Autor reforça seus apontamentos, da mesma forma, utilizando-se, além da jurisprudência atual e pátria sobre o assunto, dos ensinamentos da doutrina alienígena (estrangeira), principalmente do direito luso, o qual deu origem e influenciou, em muito, o nosso Direito Civil.
Resumo da ópera - Para aqueles que como eu detêm variadas dificuldades nesta matéria que aprendi a gostar, o Direito Civil, recomendo a obra em questão a fim de reforçar e aprofundar em temas espinhosos do direito privado brasileiro.
Jerry Lima, um concurseiro profissional
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
Infelizmente, o professor Luiz Paulo Vieira de Carvalho não pode nos enviar a tempo as respostas da entrevista que Jerry Lima fez com ele, mas o fará semana que e vem, daí avisaremos no blog quando atualizarmos essa resenha.
Infelizmente, no momento esse livro se encontra fora de estoque tanto na própria editora quanto na Livraria Última Instância. Fomos informados que uma nova edição está sendo preparada e logo será lançada.
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
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Infelizmente, o professor Luiz Paulo Vieira de Carvalho não pode nos enviar a tempo as respostas da entrevista que Jerry Lima fez com ele, mas o fará semana que e vem, daí avisaremos no blog quando atualizarmos essa resenha.
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Infelizmente, no momento esse livro se encontra fora de estoque tanto na própria editora quanto na Livraria Última Instância. Fomos informados que uma nova edição está sendo preparada e logo será lançada.
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