Jerry Lima entrevista Luiz Eduardo de Toledo Coelho
09:18
Concurseiro Solitario
, Posted in
Entrevistas
,
Sobre estudar para concursos públicos
,
2 Comments
Olá concurseiros! Mais uma vez entrevisto uma pessoa que teve êxito em sua caminhada. Um exemplo de vida, o qual tive até mesmo a oportunidade de escrever um artigo sobre a sua caminhada. Meu amigo, Dr. Luiz Eduardo de Toledo Coelho, Defensor Público, que conheci nos fóruns de concurseiros, prestativo, ajudando aqueles que ainda buscam um lugar ao sol. Espero que gostem da entrevista!
Por que você se tornou concurseiro? Qual foi o primeiro motivo que te levou a essa nossa vida?
Desde o início da faculdade, isso em 1998, eu sonhava em prestar um concurso público, sonhava com uma carreira pública. Na minha família ninguém é formado em direito, fui um precursor. No início, acreditava que um concurso seria como o vestibular, com o tempo, percebi que um concurso público requer muito mais esforço e dedicação. O primeiro motivo que me fez ingressar na vida de concurseiro foi o sonho de ter uma vida regrada, uma vida estável, com a possibilidade de aplicar o direito. Uma busca inocente do conceito de justiça e, principalmente, a forma de fazer uma família digna.
Quanto tempo você precisou estudar para ser aprovado em seu primeiro concurso?
Demorou, entre tudo, cerca de 5 anos. Neste intervalo eu fui advogado de uma multinacional, fiz especialização, mestrado, mas sempre com o mesmo foco, passar em um concurso. Eu precisava me sustentar durante o período de estudo. Tudo era muito trabalhoso. Eu trabalhava em São Paulo, morava em Guarulhos, fazia um cursinho todas as sextas (noite) e sábados (integral). Eu só tinha os domingos livres. A vida era muito corrida. Um acidente automobilístico, por incrível que pareça, me ajudou nesta jornada. Fiquei seis meses em recuperação e, nestes meses, eu estudava, na cama, mais de 8 horas por dia. Há certas coisas que não se consegue explicar, este acidente é uma delas.
Qual foi a sensação quando você viu seu nome na lista dos aprovados?
Quem viu foi um grande amigo meu que é Defensor Público e muito conhecido. o Dr. Gustavo Junqueira, ele que me ligou e disse: Você passou!!! Parabéns. Eu estava lecionando em uma faculdade, tive que parar a aula por uns 15 minutos, só para sentir a queda da adrenalina.
Houve mais de uma fase em seu concurso? Qual você teve mais dificuldade e o que fez para superá-la?
O concurso da Defensoria é composto por 4 fases, testes, prova escrita, oral e entrevista. Estas duas últimas se confundem um pouco. A pior fase, para mim, é a fase de testes. Trata-se da fase em que o candidato tem que ter um preparo diferenciado. De certa forma, requer muita memorização o que, de fato, é o meu fraco. Como eu sabia disso, eu passei a ler a legislação seca, por muitas vezes. Separei os artigos prioritários e lia, em todos os lugares, até mesmo no banheiro de casa tinha um código civil ou penal.
O que você sentiu quando você foi convocado para tomar posse? Como foi o seu dia? Quais foram as providências que você teve que tomar antes, no dia e depois da posse?
A emoção era muito grande, principalmente para os meus pais, pessoas humildes que sempre investiram na minha formação e na do meu irmão. Eles vivem para que eu e o meu irmão tenhamos uma vida próspera e uma família feliz. Dava prazer ver a cara deles. Na noite anterior eu estava muito ansioso, a expectativa era imensa. Antes da posse, tem toda a correria atrás das certidões e documentos necessários, é muita tensão. Depois da posse, eu estava doido para entrar em exercício. Eu queria a prática.
Você ainda tem outros planos? Algum outro concurso ou meta para alcançar?
Meu plano atual é investir na minha qualidade de vida, quero fazer uma atividade física regular e, se possível dar início a uma família. Outro concurso, acredito que não. Eu me identifiquei com a Defensoria Pública, acredito que é a minha missão do presente. O futuro ainda é uma incógnita.
O que diria para aqueles que ainda estão na luta por um cargo público?
O concurso público é para quem tem determinação, para quem acredita. Qualquer pessoa consegue aprovação, basta querer. Dedicação, esforço, coragem e, principalmente, sonho. Só quem sonha alcança. Se imagine na situação, pense nas coisas que você pode fazer e conquistar.
Poderia falar um pouquinho sobre o seu método de estudo?
Eu dei prioridade para as disciplinas que eu menos gostava. Eu, apesar de ter sido bom aluno na faculdade, não tive um bom curso de Direito Civil e de direito Empresarial. Eu me dedicava, com maior intensidade, a estas disciplinas. Com o tempo, a cada dia, eu conseguia ler um livro inteiro de cada disciplina por dia. Eu criei esta meta. Uma obra por dia. Alguns livros eu li por mais de 6 ou 7 vezes. São poucas obras, se você as dividir por mais de 300 dias por ano. Aos sábados e domingos eu lia mais. Eu só lia por uma hora e parava por dez minutos, de maneira regrada, eu condicionei o meu cérebro, como em uma academia de ginástica.
Mesmo com esse esforço diário, eu tinha namorada, freqüentava cinema, dançava, nadava e tudo mais. Você precisa ter um momento de descanso, ainda que seja somente nas noites de domingo, como eu fazia.
Valeu a pena todo o esforço para alcançar a aprovação e a posse? Faria tudo de novo se preciso fosse?
Vale muito a pena, hoje eu faço um trabalho muito sério, ajudo pessoas carentes de forma institucional. Ajudei a construir uma Regional da Defensoria Pública, estamos criando um modelo de assistência jurídica gratuita. Fora isso, meus sonhos pessoais passaram a ser viáveis. Comprei carro, apartamento, faço pequenas viagens. Ao ser aprovado o concurseiro fecha duas portas da vida, a da riqueza e a da pobreza e, com isso, terá uma vida digna. Se fosse preciso, faria tudo novamente. Se fosse preciso o dobro, faria também.
Desejo aos concurseiros boa sorte. Sonhar é base da conquista. Um abraço!
Por que você se tornou concurseiro? Qual foi o primeiro motivo que te levou a essa nossa vida?
Desde o início da faculdade, isso em 1998, eu sonhava em prestar um concurso público, sonhava com uma carreira pública. Na minha família ninguém é formado em direito, fui um precursor. No início, acreditava que um concurso seria como o vestibular, com o tempo, percebi que um concurso público requer muito mais esforço e dedicação. O primeiro motivo que me fez ingressar na vida de concurseiro foi o sonho de ter uma vida regrada, uma vida estável, com a possibilidade de aplicar o direito. Uma busca inocente do conceito de justiça e, principalmente, a forma de fazer uma família digna.
Quanto tempo você precisou estudar para ser aprovado em seu primeiro concurso?
Demorou, entre tudo, cerca de 5 anos. Neste intervalo eu fui advogado de uma multinacional, fiz especialização, mestrado, mas sempre com o mesmo foco, passar em um concurso. Eu precisava me sustentar durante o período de estudo. Tudo era muito trabalhoso. Eu trabalhava em São Paulo, morava em Guarulhos, fazia um cursinho todas as sextas (noite) e sábados (integral). Eu só tinha os domingos livres. A vida era muito corrida. Um acidente automobilístico, por incrível que pareça, me ajudou nesta jornada. Fiquei seis meses em recuperação e, nestes meses, eu estudava, na cama, mais de 8 horas por dia. Há certas coisas que não se consegue explicar, este acidente é uma delas.
Qual foi a sensação quando você viu seu nome na lista dos aprovados?
Quem viu foi um grande amigo meu que é Defensor Público e muito conhecido. o Dr. Gustavo Junqueira, ele que me ligou e disse: Você passou!!! Parabéns. Eu estava lecionando em uma faculdade, tive que parar a aula por uns 15 minutos, só para sentir a queda da adrenalina.
Houve mais de uma fase em seu concurso? Qual você teve mais dificuldade e o que fez para superá-la?
O concurso da Defensoria é composto por 4 fases, testes, prova escrita, oral e entrevista. Estas duas últimas se confundem um pouco. A pior fase, para mim, é a fase de testes. Trata-se da fase em que o candidato tem que ter um preparo diferenciado. De certa forma, requer muita memorização o que, de fato, é o meu fraco. Como eu sabia disso, eu passei a ler a legislação seca, por muitas vezes. Separei os artigos prioritários e lia, em todos os lugares, até mesmo no banheiro de casa tinha um código civil ou penal.
O que você sentiu quando você foi convocado para tomar posse? Como foi o seu dia? Quais foram as providências que você teve que tomar antes, no dia e depois da posse?
A emoção era muito grande, principalmente para os meus pais, pessoas humildes que sempre investiram na minha formação e na do meu irmão. Eles vivem para que eu e o meu irmão tenhamos uma vida próspera e uma família feliz. Dava prazer ver a cara deles. Na noite anterior eu estava muito ansioso, a expectativa era imensa. Antes da posse, tem toda a correria atrás das certidões e documentos necessários, é muita tensão. Depois da posse, eu estava doido para entrar em exercício. Eu queria a prática.
Você ainda tem outros planos? Algum outro concurso ou meta para alcançar?
Meu plano atual é investir na minha qualidade de vida, quero fazer uma atividade física regular e, se possível dar início a uma família. Outro concurso, acredito que não. Eu me identifiquei com a Defensoria Pública, acredito que é a minha missão do presente. O futuro ainda é uma incógnita.
O que diria para aqueles que ainda estão na luta por um cargo público?
O concurso público é para quem tem determinação, para quem acredita. Qualquer pessoa consegue aprovação, basta querer. Dedicação, esforço, coragem e, principalmente, sonho. Só quem sonha alcança. Se imagine na situação, pense nas coisas que você pode fazer e conquistar.
Poderia falar um pouquinho sobre o seu método de estudo?
Eu dei prioridade para as disciplinas que eu menos gostava. Eu, apesar de ter sido bom aluno na faculdade, não tive um bom curso de Direito Civil e de direito Empresarial. Eu me dedicava, com maior intensidade, a estas disciplinas. Com o tempo, a cada dia, eu conseguia ler um livro inteiro de cada disciplina por dia. Eu criei esta meta. Uma obra por dia. Alguns livros eu li por mais de 6 ou 7 vezes. São poucas obras, se você as dividir por mais de 300 dias por ano. Aos sábados e domingos eu lia mais. Eu só lia por uma hora e parava por dez minutos, de maneira regrada, eu condicionei o meu cérebro, como em uma academia de ginástica.
Mesmo com esse esforço diário, eu tinha namorada, freqüentava cinema, dançava, nadava e tudo mais. Você precisa ter um momento de descanso, ainda que seja somente nas noites de domingo, como eu fazia.
Valeu a pena todo o esforço para alcançar a aprovação e a posse? Faria tudo de novo se preciso fosse?
Vale muito a pena, hoje eu faço um trabalho muito sério, ajudo pessoas carentes de forma institucional. Ajudei a construir uma Regional da Defensoria Pública, estamos criando um modelo de assistência jurídica gratuita. Fora isso, meus sonhos pessoais passaram a ser viáveis. Comprei carro, apartamento, faço pequenas viagens. Ao ser aprovado o concurseiro fecha duas portas da vida, a da riqueza e a da pobreza e, com isso, terá uma vida digna. Se fosse preciso, faria tudo novamente. Se fosse preciso o dobro, faria também.
Desejo aos concurseiros boa sorte. Sonhar é base da conquista. Um abraço!
"Ao ser aprovado o concurseiro fecha duas portas da vida, a da riqueza e a da pobreza e, com isso, terá uma vida digna."
Frase muito verdadeira!
Muito boa a entrevista. Realmente ajuda a manter e até aumentar a motivação.