Concursos: necessidade ou modismo?

Salvo exceções, é típico do ser humano correr para o lado que o vento sopra. Não me refiro apenas à necessidade, mas também ao modismo desregrado. É de assustar o movimento que se faz, em todo o país, entorno do assunto “concurso público”. A mídia abriu espaço, os cursinhos tomaram o espaço das faculdades, professores viraram celebridades e os candidatos aprovados são invejados por onde passam. Diante da situação, faço uma pergunta: hoje as pessoas estudam para concurso apenas por necessidade e opção de vida, ou porque os concursos viraram moda?

Todos nós sabemos que a necessidade faz o momento, tem até um ditado que diz assim: “cada um sabe onde o sapato lhe aperta”. Apesar dos avanços, nosso país não consegue absorver todas as pessoas no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, assistimos ao crescente número de concursos, sinal da democratização da máquina pública, que se desfaz cada vez mais de nepotismos e falcatruas. Ora, se sobram vagas no serviço público, onde existe estabilidade e paga-se bons salários, por que não prestar concursos? Essa é a pergunta que vem sendo amplamente difundida pela mídia e que acabou criando um modismo que pode gerar frustração em muita gente.

Infelizmente, a mesma mídia e os próprios cursinhos vendem a idéia que estudar para concursos é fácil. Basta estudar e pronto. A vaga estará garantida. Não é bem assim. Se você começou a estudar agora ou já está na estrada há um tempo e continua pensando dessa forma, cuidado! Estudar para concursos é difícil, doloroso e, muitas vezes, cruel. Por algum tempo você estudará pra algo que não consegue apalpar (diferente do ensino médio e faculdade, quando você estuda para tirar a nota e passar de ano). Por algum tempo, terá que correr em um túnel assombroso, escuro e sem uma luz sequer. Terá que controlar sua ansiedade, seus medos, seu nervosismo. Matará dois leões por dia porque um leão todo mundo mata. Você lutará contra o sono, a preguiça, a desmotivação. Vai ter que se virar pra arrumar forças que você nunca achou que tivesse.

Pode ser que você não precisa passar por nada disso? Pode. Mas saiba que será uma exceção. A regra é: o estudo para concursos é difícil e doloroso. Para alguns pode até ser um pouco mais fácil, para outros, muito, mas muito mais difícil. Não conheço ninguém que tenha passado em um concurso sem ter se privado de algo na vida para encarar a dura batalha dos estudos e das provas. Entrar neste “mundo” sem saber onde está pisando pode ser frustrante. Por isso é importante que o candidato saiba um pouco sobre a guerra dos concursos públicos e não se iluda com promessas da mídia e cursinhos quando afirmam ser um processo fácil e sem maiores problemas.

Outro ponto importante: o serviço público não enriquece ninguém (a não ser por meios ilícitos). Quem pensa o contrário está enganado e é melhor que se prepare para a área privada. Essa sim pode dar altíssimos salários a nível executivo. O serviço público é uma opção de vida, o indivíduo tem a estabilidade para desempenhar um serviço para a sociedade mediante uma remuneração justa. O servidor não trabalha 2 dias na semana, 4 horas por dia. Acredite, existe muito trabalho no serviço público. O que pode não ter é a mesma cobrança da área privada.

Pelo modismo, os pais que antes queriam que seus filhos fossem médicos, engenheiros, advogados, hoje sonham que os filhos sejam “funcionários públicos”. Criam expectativas em jovens que estão em processo de formação e que poderão não se adaptar ao trabalho no serviço público. Como é o caso do pai que deseja que o filho (perna de pau) seja jogador de futebol sem ao menos dar a ele outras oportunidades. O garoto não conseguirá atingir o sonho do pai e poderá perder boas oportunidades em outras áreas. Ao entrarmos para o serviço público, nossa função será de servir a sociedade, devemos estar preparados para isso.

Resumo da Ópera: Este é um assunto espinhoso, porém necessário. Muitos entram de cabeça no mundo dos concursos sem saber o que lhes espera. Estudar para concursos é uma atividade difícil, pois vai muito além do estudo em si. É a vida do indivíduo que estará em jogo. A partir do momento que estudamos para concursos, além da necessidade, fazemos uma opção de vida e devemos estar preparados para os obstáculos. O serviço público, pela estabilidade e tranqüilidade pode ser muito bom para muitos, mas pela burocracia e monotonia pode ser péssimo para outros. Saber antes onde estará pisando é crucial para o neo-candidato. A rapadura é doce mas não é mole não.

Tiago Gomes, um solitário concurseiro especialmente para o Concurseiro Solitário.

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PERGUNTA DO TIAGO

E você, acha que concursos públicos vêem se tornando uma necessidade em termos de opção de carreira e trabalho, ou acha que todo esse "barulho" em torno do assunto é puro modismo?

Essa pergunta deve ser respondida em nossa comunidade no Orkut. Basta clicar no homenzinho ai em cima (você precisa estar conectado no Orkut em outra janela de navegador para ser levado à página de resposta).

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Simulado RI-STJ #2


1 – O Presidente, o Vice-Presidente e o Corregedor são eleitos em plenário dentre os seus membros.

2 - Junto ao Tribunal funciona o Conselho de Justiça Federal, com atuação em todo o território nacional , cabendo-lhe a supervisão administrativa e financeira da Justiça Federal de primeiro e segundo graus.

3 – Compete à Corte Especial aprovar o Regimento Interno do Conselho de Justiça Federal .

4 – Compete às Turmas julgar, originariamente, os habeas corpus, quando for coator Governador de Estado e do Distrito Federal, Desembargador dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, membro dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e do Ministério Público da União que oficie perante Tribunais;

5 – Em regra, a remessa feito à Sessão, pela Turma, far-se-á independentemente de acórdão.

6 – A eleição, por voto secreto do Plenário, dar-se-á sessenta dias antes do término do biênio.

7 – Se ocorrer vaga no cargo de Vice-Presidente será chamado o Coordenador-Geral da Justiça para sucedê-lo.

8 – É de competência do Presidente presidir e supervisionar a distribuição dos feitos aos Ministros do Tribunal e assinar a ata respectiva, ainda quando realizada pelo sistema eletrônico de processamento de dados.

9 - O Vice-Presidente integra o Plenário e a Corte Especial também nas funções de relator e revisor.

10 - O Coordenador-Geral exercerá, no Conselho da Justiça Federal as atribuições que lhe couberem, na conformidade da lei e do seu Regimento Interno e integrará o Plenário e a Corte Especial também nas funções de relator e revisor.

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Clipe do dia



Esse clipe é uma cena do filme "Ritmo Total" (Drumline). O filme é estilo sessão da tarde, mas a cena com instrumentos de percussão é contagiante. Depois desse artigo espinhoso, o clipe servirá para amenizar um pouco a tensão e voltar aos estudos com força total.

3 Response to "Concursos: necessidade ou modismo?"

  1. As duas coisas. Creio que, dentro de uns anos, o mercado se regularize e a demanda pelos concursos se estabilize também. Afinal, todo mundo correndo para os concursos, acaba esvaziando o mercado privado.

    Além disso, as pessoas estão se preocupando em estudar e se aprimorar profissionalmente. Isso sempre será bom para os mercados de trabalho.

    Não condeno o modismo ou a necessidade. Só penso que quem vai na carona do modismo, paga um preço caro por ele. Estudar para concursos é um fardo pesado a se carregar.

    Raquel

    Unknown says:

    Eu mal engoli o espinho da semana passada e vc me coloca mais um? (porém, meu caro, p/ mim esse é mais fácil.)

    Concurso agora é moda, é febre. Mas sempre tem os que escolheram por opção de vida e estilo próprio, como eu, por exemplo.

    Sobre a guerra,a luta, não é fácil mesmo! Ô crueldade... mas enfim como diz o velho ditado quem quer arruma um jeito e quem não quer arruma uma desculpa”, não é mesmo?

    Mataremos três leões, então... e nos privaremos do desnecessário...

    Fica um beijo da sua leitora vip.
    Obrigada por me ensinar a crescer!

    “...as coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão,
    mas as coisas findas, muito mais que lindas... essas ficarão!!!!” (autor desconhecido)

    Erica Coelho says:

    Concurseiro, também sou concurseira (mesmo! não é só porque tá na moda não!) e descobri seu blog há pouco tempo. Já fiquei fã, inclusive fiz uma referência à ele no meu blog.
    Um abração!

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