COLUNA DA CONCURSEIRA CRÔNICA - Reinventar-se

Há coisas que podem parecer clichês bobos, construções de estereótipos, mas são as mais perfeitas traduções da verdade. Todos nós fomos à escola e sabemos perfeitamente que toda turma conta com os alunos ruins (que passam “raspando” ano após ano), os medianos (suficientemente competentes para cumprir as disciplinas curriculares sem grandes sobressaltos, sendo aprovados ao final), e os bons alunos – identificados pelos boletins que coroam com louros seus indefectíveis desempenhos escolares. É um lugar-comum mesmo, em todo canto do mundo. O que não é lugar-comum, e por isso podemos discutir, é que cada categoria – bons, medianos e maus alunos – contém uma infinidade de tipos humanos diferentes. Há, por exemplo, os bons alunos CDFs, que passam horas estudando para obter bons resultados, assim como há os bons alunos simplesmente inteligentes, que com o pouco que aprendem em sala de aula garantem notas altas.

Mas por que estou falando sobre todos esses fatores tão bem conhecidos por todos nós? Para que vocês os esqueçam. Sim, esqueçam. Não levem nada disso em consideração. Estamos falando de concursos públicos; aqui, a ordem é que qualquer ordem pré-existente pode ser subvertida.

Não vou falar sobre meu histórico estudantil, do pré-escolar ao mestrado. Quando resolvi virar concurseira séria, tudo isso precisou ficar pra trás. Óbvio que eu não me dei conta dessa necessidade de saída, mas preciso agradecer à minha relativa perspicácia o “insight” que me fez perceber isso. Começando a estudar pra concursos, vi pessoas que tinham concluído (mal) um péssimo 2º grau, mas que vinham se preparando havia tempos, passarem em concursos em que eu não passei. Inegável que foi um banho de água fria na minha auto-estima, mas como banhos de água fria são bons também para despertar, a partir de então passei a trazer os dois olhos bem abertos. Entendi que no front em que tinha me alistado não há generais ou capitães: somos todos soldados de infantaria. Nessa guerra em que os beligerantes estão nivelados, prevalece a máxima de que “mais vale um nécio obstinado do que um arguto desfocado”.

Pra perseverar e vencer nos concursos há que se fazer o exercício de esquecer a inspiração e se dedicar à transpiração. É nesse “nicho” que ganha espaço quem está acostumado a transpirar: o esforçado, que quer aquele cargo mais que tudo na vida e vai se virar do avesso pra conquistá-lo, sairá na frente do sagaz preguiçoso. Nesse ponto não se transige; se você até agora viveu saborosamente laureado por vitórias tranqüilas, com pouco suor, vai ter que mudar o modus operandi. A erudição e a cultura não valem quase nada até que você consiga seu cargo; no máximo vão te ajudar a passar “bem perto”, e só. Não se iludam quanto a isso. Estudar, estudar e estudar, até doer o olho, como eu costumo dizer, é imprescindível pra todos. No começo é delicado: precisamos desconstruir um pouco a própria auto-imagem, identificar nossas fraquezas e tentar vencê-las. Quanto mais fortes formos, mais perto da vitória estaremos.

Resumo da ópera: estudar pra concursos públicos é uma experiência única, que exige do concurseiro uma reinvenção pessoal. Em vez de ver isso como um problema, já que terá de mudar sua forma de encarar os estudos – independentemente de como os tenha encarado até agora – veja como uma chance de partir do zero, sem ranços ou amarras que venham a prejudicar seus sonhos de aprovação.

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Gente, estamos preparando um artigo conjunto muito legal para publicar no final do mês e para torná-lo ainda mais interessante, incluiremos alguns dados reais de concurseiros que residem pelo Brasil afora.

Por isso, estamos procurando uma dezena de concurseiros que topem responder por email quatro perguntinhas nossas. Será rápido, simples e indolor. Estamos procurando, principalmente, concurseiros que morem em cidades pequenas do interior do país, quanto mais remoto o lugar, melhor.

Para participar basta enviar um email para concurseirosolitario@gmail.com

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PERGUNTA DO DIA

Como você lida com as mudanças que a vida concurseira traz?

a - Reinvento o modo de estudar e está satisfeito.

b - Não mudo nada, pois sempre tive um bom ritmo de estudo.

c - Estou tentando me reinventar, mas tá difícil.

Porque?

Essa pergunta deve ser respondida em nossa comunidade no Orkut. Basta clicar no homenzinho ai em cima (você precisa estar conectado no Orkut em outra janela de navegador para ser levado à página de resposta).

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ATENÇÃO -
Amanhã (segunda-feira) postaremos um novo simulado de Regimento Interno do STJ. Não perca.

Se você ainda não baixou os simulados postados semana passada, dê uma olhadinhas nos artigos anteriores que você os encontrá e aos gabaritos.
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Clipe do dia



Pra quem gosta de Amodovar e de Caetano Veloso, o segundo cantando "Cururucucu Paloma" no filme do primeiro, "Hable con Ella".

5 Response to "COLUNA DA CONCURSEIRA CRÔNICA - Reinventar-se"

  1. Anônimo says:

    Leio regularmente os artigos daqui que são sempre de interesse de quem está nessa luta dos concuros, uma batalha que no final das contas é contra nossos próprios limites. Excelente o artigo, desses que o concurseiro precisa para sair do marasmo da rotina de estudo e buscar o "algo mais" no aproveitamento das horas.Parabéns

    Raquel says:

    Fla, realmente, estudar pra concursos significa romper com nossos hábitos e virar uma nova pessoa. É exatamente isso.

    Parabéns pelo artigo!
    Beijos,
    Raquel (Raq)

    Anônimo says:

    Nossa! Adorei o artigo!

    Reinventar-se! Minha nova meta!


    Obrigada pelo artigo!

    Camisa 9 says:

    Estou aqui junto à Raquel e a Juliana-ba...

    Nova meta a realizar!
    Inventar de novo!!!

    Flavia C. says:

    Oi, pessoal! Que bom que gostaram do artigo... eu também estou na guerra pela reinvenção, viu? rs

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