Você está pronto?
08:17
Concurseiro Solitario
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Estava pensando outro dia: essa vida de concurseiro profissional não é pra qualquer um não. Exemplo disso é uma amiga que acompanhei de perto a história de vida dela e, fiquem calmos, há um final feliz...rs...
Bom, tudo começou quando a conheci, em meados de 2005, quando sai de minha faculdade (tendo em vista abusos financeiros por parte desta), e fui para outra na mesma cidade. Ela era estudiosa e disciplinada. Vira e mexe sempre discutia algumas questões complexas com ela. Sempre queríamos ter notícias dela, pois eu sabia que ela enfrentava concursos públicos e tinha o mesmo sonho que o meu: magistratura estadual!
Salvo engano meu, ela se formou em 2003. Nunca perguntei. Naquele tempo não havia a polêmica Emenda Constitucional nº. 45, que não permitia o ingresso na magistratura antes dos 3 anos de atividade jurídica. Assim sendo, logo que ela se formou se atirou de cabeça nos concursos.
E não foram poucos, amigos! Começou atirando para tudo que é lado, como sempre é com todos os concurseiros iniciantes. Fazia prova em todos os estados que lhe era tangíveis: magistratura do Paraná (2004), magistratura do MS e TODOS, repito, TODOS os concursos para a magistratura de SP.
Era complicado quando ela voltava de um concurso que não ia bem. Sumia por uns tempos, coisa de uma semana, mas logo já retornava à sua rotina de estudos.
Estudávamos, juntos, cerca de 7 horas por dia (naquele tempo eu não trabalhava). Tinha vezes que havia uma emergência, provavelmente do trabalho dela: advocacia. Assim, não podia estudar o dia inteiro e era uma frustração.
Houve tempos em que ela parou de estudar lá. Sumiu. Não sabia se era desânimo, desistência ou só um tempo de descanso.
Depois de aproximadamente 4, 5 anos após se formar, os resultados começaram a vir. Passou em um concurso para uma autarquia federal em uma ótima colocação. Ficou aguardando chamarem-na. Começou a passar nas primeiras fases do concurso da magistratura estadual de sp. Porém, sempre ficava na segunda fase. Era difícil ela dizer: “Poxa, deu branco! Não lembrava qual era a diferença entre os tipos societários! Não foi dessa vez!”.
Eu lembro das brincadeiras que fazia com ela...rs...Havia salas de estudo que eram fechadas na biblioteca e, geralmente, ela estudava nesses lugares. Chegava devagar, batia na porta, e dizia: “Com licença Excelência”. Ela dava risada e dizia: “ainda não”! E eu complementava: “Mas um dia será!”.
Até que, no Exame nº. 180, considerado um dos mais difíceis da magistratura de sp, ela passou na primeira fase. Enfrentou a segunda fase e passou também! Lembro que o último contato que tive com esse exemplo de vida foi quando estava chegando a data de seu psicotécnico. Topei com ela rapidamente na biblioteca; ela estava apressada. Eu disse: “E aí? Quando é a prova oral?”; Ela: “Não sei! Mas já marcaram meu exame psicotécnico”. Eu: “Posso assistir?”. Ela: “Não, não, fico muito nervosa!”.
E nunca mais a vi. Passado isso, fui assistir uma das arguições. Quem viu a banca (considerada a mais vanguardista do TJSP), notou que os examinadores não estavam facilitando a vida dos candidatos. Cheguei a conversar com um amigo em comum para perguntar se ele tinha visto a nossa amiga depois do oral dela. Ele chegou a dizer: “Conversei com ela. Mas ela disse que acha que não foi bem. Estava difícil demais”. Depois de um tempo, enquanto eu já estava advogando, ao fazer uma consulta de um processo no site do TJSP, lembrei que já tinha saído o resultado final da magistratura.
Quão grande foi minha alegria ao ver a minha colega, aprovada dentre os primeiros 40 colocados num total de 76, salvo engano. Após seis longos anos depois de formada ela havia realizado o seu sonho. Era juíza! Fiquei muito feliz por ela! Muito mesmo.
Infelizmente não tive a felicidade de encontrá-la nos fóruns da vida. Porém, em dois ou três processos criminais que havia pegado para analisá-los me deparei com uma bela surpresa: os despachos eram dela.
Resumo da ópera - Para saber se você está pronto para essa vida dura de concurseiro analise a sua conclusão sobre o relato acima: caso você tenha ficado motivado e com muito mais vontade de lutar pelo seu sonho, você está no caminho certo. Todavia, se achou que seis anos é tempo demais de estudo e que é loucura o que ela fez, está na hora de você rever a sua decisão de ser um concurseiro sério e profissional, pois o seu sonho pode se realizar mais facilmente do que o de minha amiga. Porém, pode demorar muito mais. Você está pronto?
Jerry Lima, um concurseiro que está aproveitando o caminho! Bom, tudo começou quando a conheci, em meados de 2005, quando sai de minha faculdade (tendo em vista abusos financeiros por parte desta), e fui para outra na mesma cidade. Ela era estudiosa e disciplinada. Vira e mexe sempre discutia algumas questões complexas com ela. Sempre queríamos ter notícias dela, pois eu sabia que ela enfrentava concursos públicos e tinha o mesmo sonho que o meu: magistratura estadual!
Salvo engano meu, ela se formou em 2003. Nunca perguntei. Naquele tempo não havia a polêmica Emenda Constitucional nº. 45, que não permitia o ingresso na magistratura antes dos 3 anos de atividade jurídica. Assim sendo, logo que ela se formou se atirou de cabeça nos concursos.
E não foram poucos, amigos! Começou atirando para tudo que é lado, como sempre é com todos os concurseiros iniciantes. Fazia prova em todos os estados que lhe era tangíveis: magistratura do Paraná (2004), magistratura do MS e TODOS, repito, TODOS os concursos para a magistratura de SP.
Era complicado quando ela voltava de um concurso que não ia bem. Sumia por uns tempos, coisa de uma semana, mas logo já retornava à sua rotina de estudos.
Estudávamos, juntos, cerca de 7 horas por dia (naquele tempo eu não trabalhava). Tinha vezes que havia uma emergência, provavelmente do trabalho dela: advocacia. Assim, não podia estudar o dia inteiro e era uma frustração.
Houve tempos em que ela parou de estudar lá. Sumiu. Não sabia se era desânimo, desistência ou só um tempo de descanso.
Depois de aproximadamente 4, 5 anos após se formar, os resultados começaram a vir. Passou em um concurso para uma autarquia federal em uma ótima colocação. Ficou aguardando chamarem-na. Começou a passar nas primeiras fases do concurso da magistratura estadual de sp. Porém, sempre ficava na segunda fase. Era difícil ela dizer: “Poxa, deu branco! Não lembrava qual era a diferença entre os tipos societários! Não foi dessa vez!”.
Eu lembro das brincadeiras que fazia com ela...rs...Havia salas de estudo que eram fechadas na biblioteca e, geralmente, ela estudava nesses lugares. Chegava devagar, batia na porta, e dizia: “Com licença Excelência”. Ela dava risada e dizia: “ainda não”! E eu complementava: “Mas um dia será!”.
Até que, no Exame nº. 180, considerado um dos mais difíceis da magistratura de sp, ela passou na primeira fase. Enfrentou a segunda fase e passou também! Lembro que o último contato que tive com esse exemplo de vida foi quando estava chegando a data de seu psicotécnico. Topei com ela rapidamente na biblioteca; ela estava apressada. Eu disse: “E aí? Quando é a prova oral?”; Ela: “Não sei! Mas já marcaram meu exame psicotécnico”. Eu: “Posso assistir?”. Ela: “Não, não, fico muito nervosa!”.
E nunca mais a vi. Passado isso, fui assistir uma das arguições. Quem viu a banca (considerada a mais vanguardista do TJSP), notou que os examinadores não estavam facilitando a vida dos candidatos. Cheguei a conversar com um amigo em comum para perguntar se ele tinha visto a nossa amiga depois do oral dela. Ele chegou a dizer: “Conversei com ela. Mas ela disse que acha que não foi bem. Estava difícil demais”. Depois de um tempo, enquanto eu já estava advogando, ao fazer uma consulta de um processo no site do TJSP, lembrei que já tinha saído o resultado final da magistratura.
Quão grande foi minha alegria ao ver a minha colega, aprovada dentre os primeiros 40 colocados num total de 76, salvo engano. Após seis longos anos depois de formada ela havia realizado o seu sonho. Era juíza! Fiquei muito feliz por ela! Muito mesmo.
Infelizmente não tive a felicidade de encontrá-la nos fóruns da vida. Porém, em dois ou três processos criminais que havia pegado para analisá-los me deparei com uma bela surpresa: os despachos eram dela.
Resumo da ópera - Para saber se você está pronto para essa vida dura de concurseiro analise a sua conclusão sobre o relato acima: caso você tenha ficado motivado e com muito mais vontade de lutar pelo seu sonho, você está no caminho certo. Todavia, se achou que seis anos é tempo demais de estudo e que é loucura o que ela fez, está na hora de você rever a sua decisão de ser um concurseiro sério e profissional, pois o seu sonho pode se realizar mais facilmente do que o de minha amiga. Porém, pode demorar muito mais. Você está pronto?
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I'm ready!
Linda a história dela!