Sorte em concursos públicos

Ontem um comentário postado na shoutbox do blog causou uma certa repercussão entre os concurseiros que utilizam a ferramenta:

Paulo: funil cada vez mais estreitos fala BESTEIRA MEU AMIGO !!! concurso é sorte !!!! conheço pessoas que passaram em 2000 na pf e foi chamado depois de 2 anos vai depender de qual concurso vc prestar”

Penso assim, cada um acredita no que quiser, afinal de contas, vivemos em um país democrático e a liberdade de pensamento é um direito garantido constitucionalmente. No entanto, usando do mesmo direito, sou obrigado a discordar do colega que postou esse artigo.

Sorte ... hummm ... uma das definições de sorte é a seguinte:

“Resolução de algum problema por meio de acontecimento casual e favorável”

Claro que sorte existe, isso é fato. Há pessoas que ganham milhões nas loterias de todo o mundo apostando em apenas um bilhete de aposta comprado ao acaso. Há pessoas que ganham milhares de dólares em cassinos ao redor do mundo apostando num único número ao acaso na roleta. Há pessoas que escapam da morte por darem um passo para o lado na hora H. Então, o que impede de alguém se inscrever em um concurso público, não estudar nadinha de nada, marcar a folha de respostas ao acaso e alguns dias depois descobrir que gabaritou a prova? Sendo um pouco menos radical, o que impede que alguém se inscreva em um concurso público, estude alguns dias por uma apostila comprada em banca de jornal, chute mais da metade das respostas e alguns dias depois descobre que tem pontuação suficiente para ser aprovado no tal concurso? A princípio nada, afinal de contas existe a sorte.

Agora vejamos o outro lado da moeda. Quantas pessoas jogam na loteria a vida toda e não ganham absolutamente nada? Quantas pessoas perdem fortunas em cassinos e não ganham absolutamente nada? Quantas pessoas não dão um passinho para o lado na hora H e morrem? Daí, partindo da singela lógica cartesiana, quantas pessoas se inscrevem em concursos públicos, não estudam nada ou estudam apenas um pouquinho e, alguns dias depois, descobrem que acertaram apenas uma dúzia de questões em uma centena.

É aquela velha história, para ser chamado em um concurso público, o concurseiro precisa estudar o suficiente para acertar um número X de questões que permitam que ele fique entre os candidatos habilitados, o que significa que, durante a validade do concurso, ele poderá ser nomeado e empossado. Simples assim. E aposto meu primeiro carro zero quilômetro adquirido após a posse que esses conhecidos do Paulo que prestaram o concurso da Polícia Federal no ano de 2.000 e foram nomeados dois anos depois tiveram de estudar um mínimo que seja para garantirem assim uma boa pontuação na prova e poderem, assim, estar entre os habilitados passíveis de nomeação.

Nada impede que qualquer concurseiro prefira confiar na sorte, no acaso, ao prestar concursos públicos. É um direito que assiste a esses concurseiros, que podem pagar a taxa de inscrição, marcar suas folhas de resposta ao acaso e torcer para tenham sorte o suficiente para alcançarem uma pontuação que lhes garanta a posse ou, pelo menos, a chance de serem nomeados durante a validade do concurso. Eu, por outro lado e assim como a totalidade dos concurseiros sérios, prefiro confiar é no estudo, no trabalho duro, na estratégia, no planejamento, ainda mais que no quesito sorte não sou lá muito afortunado, não, visto que nunca ganhei nem frango assado em bingo de festinha de igreja (risos).

Resumo da ópera - Concordo com o Paulo que para quem prefere confiar na sorte para levá-lo à vitória na guerra dos concursos públicos, não há estreitamento do funil, melhor, não há funil algum, daí que o que é publicado nesse blog e o que é dito por concurseiros sérios soar como um monte de besteiras. Agora, para quem confia no estudo sério para vencer essa guerra, o funil está estreitando, sim, com toda certeza.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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CLIPE DO DIA

Hoje trago para vocês uma regravação muito legal de um sucesso do Pet Shop Boys, algo com uma roupagem moderninha, arte do The Killers, com vocês "Read my mind".

3 Response to "Sorte em concursos públicos"

  1. Beto says:

    Concordo que concurso hoje em dia não depende de sorte. Pode ser que nos anos 70 ou até 80 fosse mais fácil estudar pouco e passar mais atualmente pelos níveis de prova acho muito difícil.

    Como faço para escrever p/ o concurseiro solitário. Gostaria de tirar umas dúvidas com vc.

    Mônica Lago says:

    Sorte, é? Hum, vai nessa. No dia da prova do MMA, eu conversei com duas pessoas que afirmaram estar ali "apenas pra tentar a sorte!" Sinceramente, não sei o que pessoas assim tem na cabeça...
    Sobre o personagem do post, é muita falta de bom senso dele querer comparar um concurso de 2000 com a atual realidade dos concursos... É brincadeira! Não sabe mesmo o que tá falando. Se se matando de estudar, investindo em cursos, materiais e tudo mais, tem gente que ainda não passa... Que dirá se for ficar contando com o acaso! Hunf! Esse aí acredita mesmo naquela música do Titãs... "O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído!"

    Adriano says:

    Imaginei que tivesse esse topico no blog. Conheço varios casos de sorte. A tendência é acompanhar aqueles que estudam mas INFELIZMENTE digo infelizmente tem casos em que acompanha babacas q depois que passam ficam tirando onda. "conhecimentos bancarios chutei tudo D e passei", "nem estudei, fiquei sabendo através de uma amiga quase perdi a prova pratica" e ainda reprovou na pratica..ta mas e ai seu namorado fez cursinho onde? "ahh ele nao fez cursinho, nem estudou". Infelizmente a Energia da injustiça prevalece mais do que a gravidade sobre a terra. Detalhe: Todos os sortudos acima mal sabem escrever direito, vai entender.
    Abraço e que a sorte nos acompanhe.

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