Feliz Ano Novo, amigos!

Que o nosso 2009 seja repleto de belas vitórias e batalhas emocionantes!

Aliás... aqui vou abrir um parênteses em feitio de artigo.

Certa vez, assistia a uma entrevista do Chico Anysio quando o ouvi dizer uma frase lapidar. Quando perguntado sobre seus numerosos filhos homens com diferentes mulheres, e se ainda insistiria até conseguir uma menina, ele respondeu que evidentemente continuaria tentando, afinal de contas, o prazer de tentar é muito maior do que o de ter.

Dito isso, preciso fazer um paralelo com nossa severina vida concurseira.

Depois da nomeação, da posse e do exercício, nasce sua nova rotina. Acordar, tomar banho, pôr uma roupa bonitinha, maquiar-se (no caso das meninas) e tomar o rumo da repartição - no meu caso, o Fórum Central do Rio de Janeiro. Lá estará seu ambiente de trabalho: risadas, conflitos, delicadezas e aborrecimentos. Um bom par de horas depois, tomamos o rumo da rua. Momento de gastar o rico dinheirinho num par de sapatos e num vestido novo, ou quem sabe nadar na piscina do Fluminense (minha meta para janeiro). E assim esvai-se o tempo, na sua imprópria velocidade própria. Entre treinamento e exercício efetivo, já conto dois meses de Tribunal de Justiça. E adivinhem qual será meu programa no recesso?

Estudar, estudar, estudar.

Se há algo valioso que descobri sobre mim desde a investidura, é que não funciono sem estímulos e novos desafios. Meu trabalho é digno, mas ainda não é o meu match point. Rapidamente aqueles prazeres com que todos nós sonhamos tanto durante o período de estudos - poder pagar as próprias contas, comprar o que deseja, viver tranqüilo - esgotam-se em si mesmos, e aí é hora de buscar um nova luta. Eu já encontrei a minha.

Penso que não há nenhum masoquismo em achar a batalha concurseira prazerosa por si só. O sofrimento é pequeno, perto do prazer delicado do rendimento que cresce prova a prova e da adrenalina de estar pertinho da convocação. É esse tipo de sensação que faz com que nos sintamos vivos, ativos e felizes! Acomodação não pode fazer parte do vocabulário de um verdadeiro concurseiro. Diz o dito popular: pedra que não rola, cria limo!

Resumo da ópera - Desejo sinceramente que o ano que vem surgindo no horizonte seja pródigo em guerras justas, sorrisos de vitória e muitos de nossos nomes publicados no Diário Oficial!

Flávia Crespo é a Concurseira Crônica.