"CULTURE MATTER" E OS CONCURSOS PÚBLICOS

Vocês sabem o que significa a teoria econômica e jurídica proposta pelo livro “Culture Matter” (algo como “A cultura importa”), de Harrison? Ele propunha que a ideia de desenvolvimento (tenho lido muito sobre esse tema, peço desculpas), em seus mais variados âmbitos (social, econômico, humano, intelectual, entre outros) depende – invariavelmente – da cultura que determinada sociedade possui e que, portanto, há determinadas culturas que são voltadas para o desenvolvimento e outras, bom, outras não.

Assim, culturas que aderem ao ócio não criativo não são afetas ao desenvolvimento, e as que adotam o ócio criativo, são. As culturas que se caracterizam por seguir as regras postas são desenvolvimentistas, e as culturas que propugnam pelo “jeitinho”, não são. E assim, o autor critica, severamente, culturas latino-americanas e africanas, devendo as mesmas exportar culturas ditas desenvolvimentistas, para sobreviver e viabilizar suas melhorias.

As críticas a essa teoria são óbvias e se sustentam no preconceito substancial à culturas diversas culturas diversas que deveriam se pautar pelo ponto referencial do autor para os níveis de desenvolvimento – a sua própria cultura, portanto.

A par dessas críticas (que concordo, obviamente), nos, enquanto pessoas naturais, com história, experiências de vida, sentimentos vivenciados e vívidos em nós, temos nossa própria cultura pessoal, que influencia (ainda que não de maneira absoluta, inegável e irremediável – como propõe o autor em âmbitos estatais).

Isso é inegável, portanto. Além da cultura regional, nacional, latino-americana, americana, ocidental, enfim, além dos variados níveis culturais que nos distinguem enquanto pessoas, temos nossos níveis particulares de vivências e experiências que nos identificam (família, educação, condição social, hábitos, entre outros). E elas podem nos beneficiar nos estudos, como também podem nos prejudicar.

E então me coloquei a pensar. Será que em nossa vida de estudos, para fins de organização e planejamento, devemos negar parte de nossa cultura e hábitos?

A resposta é: depende.

Se sua cultura ou parte de sua cultura interna, pessoal e intransferível, realmente prejudicar seus estudos, seria interessante que você superasse e modificasse sim. Como assim cara pálida?

Veja, não podemos nos pautar e estereotipar por aquilo que vivemos, sendo cultural ou não. Se sua condição financeira não é boa, atualmente, você não pode se pautar por isso e inviabilizar a procura por soluções viáveis e lícitas para tanto. Se você trabalha e estuda, diga-se o mesmo.

Se sua família não te apoia nos estudos para concursos públicos, ainda assim você deve procurar formas de seguir em frente. Se seu relacionamento não agrega absolutamente nada, talvez seja melhor pensar se está mesmo em um relacionamento sadio.

Se você possui hábitos não saudáveis e que impedem a qualidade do seu estudo (como fumar, não praticar exercícios físicos, não cuidar da alimentação, ser desorganizado e indisciplinado por natureza, entre outros), é imperioso que se preocupe em muda-los e praticar hábitos melhores. Para você mesmo, e para seu futuro.

Ou seja, caríssimos, não somos estereotipados pela nossa cultura pessoal e pela situação de vida que vivemos, isso deve estar claro. Ao mesmo tempo, e repudiando a ideia que devemos negar totalmente quem somos em busca de soluções externas a nós (mais ou menos como Harrison propôs – bastante preconceituoso, portanto), devemos encontrar soluções que equilibrem aquilo que somos, sem perder portanto nossa individualidade e identidade, e melhorar.

Simplesmente melhorar.

E melhorar pressupõe a continuidade daquilo que somos. Só que melhor, como a própria etimologia propõe.

RESUMO DA ÓPERA - Portanto, queridos concurseiros, pensemos nisso e apliquemos em nossa vida níveis de mudança que permitam manter nossa identidade, mas mudar para perseguir nossas metas e sonhos. Pode ser que após a aprovação você devida retornar a seus antigos hábitos, mas pode ser que você descubra que há características que são boas e podem ser mantidas. Depende de você. Mudar é preciso. Negar a si mesmo não. Bons estudos!
ANA PAULA DE OLIVEIRA MAZONI é concurseira por vocação. 

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um(a) revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos. 
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