Desvios inesperados, porém necessários


Recentemente, saiu o edital de um concurso que era a “minha cara”, pois foi assunto até do meu trabalho de conclusão do curso de Direito. Eram poucas vagas, mas era sobre leis e assuntos que eu dominava. E como era junto com um concurso grande, acreditava ter mais probabilidades de passar.

Juntei uma grana e comecei também a fazer cursinho para Ordem. Sou formada em Direito faz dois anos, mas nunca tive como objetivo o exame da Ordem, pois quero ser diplomata. Porém, a sociedade praticamente exige que a pessoa formada em Direito tenha a carteira da Ordem. Então como já estava enferrujada em algumas matérias, procurei um cursinho e de quebra também aproveitaria as dicas do curso para outros concursos.

Pensei: “essa é minha oportunidade”. Decidi entrar de cabeça nos estudos até o dia do concurso que eu queria muito fazer e passar, claro. E, também, dar uma atualizada nas matérias de Direito.

Menos de uma semana após começar o curso recebo a notícia que meu pai tinha sofrido um acidente, e o pior de tudo, moro a mais de 2.000km longe da minha família. Foi um momento de desespero. Minha família é tudo pra mim. Larguei tudo e dois dias depois já estava chegando na minha terra natal.

O caso do meu pai, que era para ser “simples” (apenas ossos quebrados), complicou. Em resumo, ele passou mais de um mês no hospital. O que eu menos pensava era nos estudos. Meu pai em primeiro lugar. Tentei estudar em meio a hospitais e noites mal dormidas, mas foi em vão.

O pior de tudo eram as pessoas perguntando: “Mas por quanto tempo te deram licença no trabalho?”, “Não está faltando muita aula?”. Não, não trabalho. Não, estudo em casa (no final das contas, cancelei o cursinho). Depois dessas respostas, te olham como se você fosse um E.T., pois não trabalhar e, também, não fazer curso algum, só ficar em casa estudando, é praticamente coisa de vagabundo. Como muitos já disseram aqui, ninguém te entende e dá muita raiva!

Bom, depois de um mês com minha família, voltei para casa e estou tentando retomar os estudos, pois é difícil se desprender de uma situação em que eu quase perdi alguém que amo muito. Quando toca o telefone, meu coração chega a dar um pulo, achando que é alguma notícia ruim.

O tal concurso já acabou e não pude fazê-lo. E o cursinho não dá mais para retomar as aulas.

Resumo da ópera - Nem sempre as coisas saem como planejado. Quando achamos que nossa vida está no rumo certo, acontece algo que te joga um balde de água fria. Mas, sou concurseira e não desisto nunca! Oportunidades sempre surgem. Pois, para mim, aqueles que amo, estarão sempre em primeiro lugar.

Sissy, uma concurseira que não desiste nunca.

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1 Response to "Desvios inesperados, porém necessários"

  1. Unknown says:

    Isso é cruel mesmo. Há pouco aconteceu comigo um episódio parecido. Minha mãe infartou, não tem plano. Hospital público 1: sem vaga; 2: outra porta na cara. Por uma mão de Deus, ou as duas, ou o Próprio em pessoa, minha mulher foi a uma festa, contou o que estava acontecendo e arrumou uma vaga simplesmente no hospital público cardiológico de referência no Brasil. Sissy, sei exatamente o que você passa, pois vivi a coisa. Só posso te dar um conselho: vai passar, seu pai vai ficar bem (se já não está). Agora, não esqueça aquele que é teu pai e pai do teu pai também: nosso Deus.

    Um abraço, um beijo no seu coração e força... NÃO DESISTA !!! Por você e por todos que aqui te leem :)

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