Nesse feriado bati um papo virtual com alguns amigos que não via fazia havia um bom tempo. Conversa vai, conversa vem, um deles me disse algo assim, “nossa, rapaz, de vez em quando entro no seu blog e toda vez que faço isso tem algum artigo reclamando de alguma coisa. E não é só você que reclama de tudo, não, outros amigos meus que também estão estudando para concursos públicos vivem reclamando da vida. Vocês, concurseiros, são todos uns reclamões”.

Claro que argumentei que as coisas não são bem assim, que reclamamos, sim, de muitas coisas, mas também falamos de outros tantos assuntos e tal, mas no fundo, no fundo, esse amigo tem uma certa razão, afinal de contas, um dos assuntos preferidos dos concurseiros é reclamar da vida, da injustiça e desorganização das bancas, da concorrência, do preço dos livros e por aí vai.

Brasileiro em geral tem um certo gosto por reclamar das coisas. Você vai cortar o cabelo e chovem reclamações quanto a políticos, jogadores e técnicos de futebol, programação da TV aberta (isso no caso de homens que vão ao bom e velho salão de barbeiro para aparar a juba). Entra numa fila qualquer e lá vem reclamações quanto ao descaso das empresas e dos políticos, aos altos preços das coisas e por aí vai. Reclamar é um dos esportes favoritos dos brasileiros, isso é fato.

Evito reclamar demais da vida concursídica, muito pelo contrário, procuro sempre comentar sobre o lado positivo da escolha de estudar sério para concursos públicos. Acredito que as palavras têm poder e por isso prefiro pronunciar as que têm poder positivo, as que podem vitaminar minha motivação e não as que fazem exatamente o contrário. Não faltam motivos para concurseiros reclamarem da escolha que fizeram, pelo menos até a posse em um belo cargo público, mas também não faltam motivos para não reclamarmos dessa escolha, visto os prêmios envolvidos.

Resumo da ópera – Que tal vocês me ajudarem a dar o ponta pé inicial para mudarmos essa fama de que concurseiros são reclamões por natureza? Fazer isso é fácil, basta mudar de postura e evitar reclamar de um caminho que você mesmo escolhei, além, claro, de procurar contar para as pessoas o lado positivo dessas escolha, os benefícios colaterais envolvidos como melhora acentuada da disciplina, exercício da paciência e da serenidade, confiança no próprio potencial. Há tantas coisas boas em ser concurseiros, tantas coisas positivas que levaremos conosco para o final da vida após a possem em um cargo público, que, realmente, não vale a pena ficar apenas reclamando da vida.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

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