Não sei se vocês foram ao cinema assistir à comédia estralada por Selton Mello e Luana Piovani chamada “Mulher Invisível”. Eu fui ver e gostei bastante, pois dei boas gargalhadas com esse filme pastelão inteligente.

Bem, estou resistindo à tentação de fazer mais uma comparação entre o mundo dos concursos e outros fatos da vida. O fato é que o nome do filme veio muito mais para trazer um toque de humor à situação que muitas mulheres e, por que não dizer, os homens passam. É uma situação bem desagradável, diga-se de passagem. Já viveram situação de parecerem invisíveis por serem apenas concurseiros?

Pois é...muita gente passa por isso. Tenho muitos amigos que largaram a advocacia, como eu, que se tornaram seres inexistentes para seus familiares e para os amigos. Nem me refiro à ausência aos compromissos sociais, mas à falta de definição profissional. Não obstante terem de aprender a conviver com a demora da aprovação, ainda tem de ouvir muitos comentários desagradáveis.

Eu tenho ouvido histórias muito cruéis. As pessoas tratam os concurseiros como se fossem vagabundos ou pessoas incompetentes. Não sei definir bem, pois esses algozes os rotulam como uma categoria amorfa de pessoas. A maioria dessas pessoas afirma considerar melhor ter uma carreira mal resolvida como advogado que estudar para concursos. Como se ostentar um título de advogado fosse garantia de uma carreira sólida.

Assim, esses parentes e “amigos”, muy amigos começam a fazer perguntas embaraçosas sobre a profissão do concurseiro, a questioná-lo etc, etc. Só que o estudante mal-treinado para essas saias-justas se sente extremamente mal, pois realmente não tem resposta imediata para aquela torrente de perguntas. Realmente, é duro e complicado não ter resposta. Mas quem disse que você tem que responder algo? Quem disse que você precisa dar satisfação?

A não ser que estejamos tratando das pessoas que nos sustentam e apóiam, as outras pessoas não merecem qualquer tipo de explicação. Se você não quiser causar um mal-estar maior, pode usar a seguinte saída. O concurseiro bem resolvido, dá uma resposta qualquer e deixa a resposta bem evasiva. Esse é esperto! Aí, ele/ela não sai arranhado desses episódios de invisibilidade social.

Sim, apesar das críticas, trata-se de uma invisibilidade porque as pessoas leigas não acreditam no concurseiro enquanto ele ostenta essa condição. Com isso, essa gente mal-educada, muitas vezes nem lhe dá ouvidos em suas colocações. Não olha para ele e, muitas vezes, o esnoba.

Só que você, concurseiro, que está lendo esse texto hoje vai ficar muito atento. Quando sentir que está virando um homem/mulher invisível, vai lembrar de ficar esperto e não cair nessas armadilhas emocionais.

Resumo da Ópera – Quando passar por uma saia justa, tenha classe. Não precisa responder nada. Apenas aguarde o momento certo para brilhar. Afinal, persista e não desista de lutar por seus objetivos. O futuro cintila para quem busca batalhar por seus sonhos.

RAQUEL MONTEIRO é uma legítima concurseira carioca.

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