Amar se aprende amando

Seria maravilhoso se eu estivesse aqui, hoje, para tratar da célebre obra que Carlos Drummond de Andrade publicou em meados de 1985, mas a frase que dá título ao post é uma alegoria por mim usada para me referir às maravilhas de se estudar.

Se amar se aprende amando, se caminhar se aprende caminhando, e até se pensar se aprende pensando, não poderia ser diferente com os concursos públicos, não é mesmo?

O conhecimento para aprovação em um concurso público é quase que interdisciplinar, ao mesmo tempo em que não esgota todas as possibilidades de informação a respeito de determinada matéria. Ou seja, para passar não precisamos escrever uma tese de doutorado para cada matéria, mas precisamos conhecer todas as nuances previstas no edital. Explico.

Não basta que saibamos a matéria. É preciso que aprendamos a transmiti-la.

Não basta que se saiba escrever uma boa redação, é preciso também que se interprete corretamente a questão e se saiba os limites do uso dos enunciados.

Não basta a tortura de não se saber uma questão. É preciso que se conheça certas técnicas de exclusão de anotação, para concursos que viabiliza questões em branco.

Enfim, é uma grande variável de informação necessária para que possamos comemorar nossa vitória, e que prescindem de tempo e treinamento para serem compreendidas.

O que quero dizer é que se aprende a estudar, estudando. Parece ridículo dizer isso em um blog voltado para o estudo, mas a verdade é que por vezes nos esquecemos dessa máxima.

Não se conhece técnicas de estudo para concursos na teoria. É preciso aplicá-las para saber se servem às nossas nuances pessoais.

Do mesmo modo, aprender a responder corretamente as questões exige que dediquemos certo tempo, diário ou semanal, exclusivamente para a resolução de exercícios, o que se configura como um grande diferencial nessa batalha.

Ultimamente tenho usado alguns métodos que me têm ajudado muito.

Reservei 4 horas por semana para escrever dissertações ou responder a perguntas subjetivas em até 30 linhas (padrão em várias bancas examinadoras) e estou pagando, mensalmente, uma quantia ínfima (levando em consideração o retorno em aprovação) para que uma professora de português as corrija. Corrigida a parte gramatical, eu digito as respostas e envio para uma professora que me auxiliou o curso de Direito inteiro, e ela aufere se as respostas estão juridicamente aceitáveis e me dá dicas para complementá-las.

Com os exercícios se diga o mesmo: reservei 9 horas por semana para me dedicar exclusivamente à resolução de questões, e mitigar esse tempo, diminuí-lo ou mesmo excluí-lo, tornará nosso estudo vazio. Como se aprendêssemos a amar lendo poemas tão somente, e não efetivamente amando, ou pugnássemos por participar de uma maratona assistindo a vídeos e não praticando, arduamente, várias etapas de atividade física.

Treinar é preciso! Experimentar técnicas de estudo também!

Isso porque cada um de nós é diferente, com vidas e expectativas diversas. O sonho pode ser o mesmo (e que bom que temos companhia!) mas a aplicação de técnicas de estudo prescinde de experimentação e não repetição.

Contudo, não deixem de treinar. Nunca. E não tratem a redação ou resolução de exercícios como “mero exaurimento da arte de estudar” (para não dizer mero exaurimento do crime de homicídio – você começa a perceber que está estudando demais quando suas piadas são relacionadas ao Direito ou aos concursos públicos), porque não são. São obrigações principais que necessitam de atenção e carinho.

Resumo da ópera - Comecei a me preocupar com isso ao atestar o quanto minha personalidade é prolixa (e se alguém disser que é porque eu sou mulher eu vou brigar!). Sobretudo durante a faculdade. Eu era capaz de pedir folhas e mais folhas em avaliações subjetivas, ao mesmo tempo em que zerava provas em que o critério era múltipla escolha. Porque não sabia ser objetiva na marcação dos exercícios (!), e não sabia que como estudar de forma prática (!!). E isso me fez pensar que a quantidade de pessoas que têm conhecimento acerca da matéria e que não passam em concursos simplesmente porque não souberam responder a prova é inacreditável, e eu precisava melhorar. Então aqui estou. Tentando junto com vocês e aprendendo a estudar, estudando.

PAULA OLIVEIRA é concurseira por vocação.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um(a) revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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1 Response to "Amar se aprende amando"

  1. Olá Paula,
    puxa seu texto me deu uns puxões de orelha...
    De agora em diante vc será minha companheira de estudos...se não se importar.
    Um abraço.
    Lilian MG

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