Oportunidades desperdiçadas

Há algum tempo atrás, um amigo meu, por achar que ainda não estava preparado o suficiente, não se inscreveu num concurso que ele desejava muito fazer. Ele me falou que só havia quatro vagas e que as provas seriam realizadas em outra região do país; por esse motivo, a “despesa” (na verdade, um investimento) ficaria muito alta. Ao ser repreendido por mim, ele se justificou: “Ano que vem outro será realizado aqui no Estado, até lá estarei pronto”.
Poucos dias depois da realização do concurso, por curiosidade, ele fez o download da prova e a resolveu. Agiu como se estivesse no dia do certame (a maioria dos concurseiros já fez isso alguma vez na vida): trancou-se no quarto, desligou o telefone e o celular e marcou o tempo exato que foi disponibilizado para a realização da prova. Terminado o “concurso domiciliar”, ele calculou que, das setenta questões, tinha acertado no máximo umas cinquenta e cinco, mas quando conferiu o gabarito oficial e corrigiu a prova, tinha acertado sessenta e três. Para sua surpresa, e desespero, com essa pontuação ele poderia ter conquistado a terceira vaga.
Tenho consciência de que isso não é um fundamento consistente para afirmar que ele passaria naquele concurso, pois vários fatores poderiam contribuir para que o seu resultado não fosse tão bom como o que obteve fazendo a prova em casa: o nervosismo, a pressão de ver vários candidatos ao seu lado, o fato de estar num local estranho e cansado da viagem, o famigerado fiscal – que insiste em nos atrapalhar – conversando com o pessoal que passa pelo corredor, o ar condicionado que não funciona direito e tantas outras coisas que normalmente acontecem num concurso. Realmente, nada garante que ele teria o mesmo desempenho. Mas o meu questionamento é: E se ele tivesse? Quem sabe se aquele não foi “o concurso” dele, a sua grande oportunidade? Infelizmente, ele nunca saberá.
Essa história é um exemplo de uma “provável” grande oportunidade perdida. Para concluir vou dar mais um exemplo, de outro tipo, que diariamente bate à nossa porta e não percebemos.
O blog frequentemente nos traz “pequenas” oportunidades, que não podemos deixar de aproveitar! Estamos sendo encorajados a desenvolver, ou mesmo a descobrir, nossas habilidades literárias, nossa criatividade. Não podemos mais desperdiçar oportunidades como essas, pois apenas nós saímos perdendo. E o pior é que perdemos duas vezes: a chance de ganhar um belo prêmio e de aprender um pouco mais como escrever melhor.
Resumo da ópera - Precisamos ter mais confiança em nós mesmos e coragem para aproveitar as grandes oportunidades que aparecem. Além disso, devemos ser mais atentos para enxergar as “pequenas” e aprender a valorizá-las. Se realmente queremos ser aprovados em um concurso público, temos que aproveitar todas as oportunidades que surgirem, e não apenas as grandes, pois o somatório das pequenas oportunidades aproveitadas – ou desperdiçadas – pode fazer uma enorme diferença em nossa trajetória rumo ao sucesso.
PAULO SAMPAIO é um concurseiro que não desperdiça boas oportunidades concursídicas.
Esse artigo foi um dos finalistas da promoção "Envie-nos um artigo legal e ganhe um bom prêmio".
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Que bom ele está bem preparado!