Vira e mexe recebemos emails de leitores do blog pedindo indicações de livros para estudar, seja para estudo geral para concursos públicos ou para estudo para concursos específicos. Ontem, respondendo a um desses emails, tive a idéia de escrever esse artigo para orientação sobre o assunto, pois há muita confusão.

A confusão existe porque a maioria dos concurseiros parece desconhecer a diferença entre material de estudo geral para concursos públicos e material de estudo para concursos específicos. Notem que apesar de tudo ser material de estudo, há uma grande diferença entre eles. Vejamos.

Material de estudo geral engloba dois, digamos, subtipos e material. Em primeiro lugar, o material de estudo para matérias exatas como estatística, matemática, raciocínio lógico, informática, ou seja, matérias cuja variação de autor apenas as diferencia em termos de facilidade de aprendizado, abrangência de tópicos e/ou profundidade com que a matéria é tratada. Em segundo lugar, matérias não ou pouco sujeitas a variações por interpretação do autor, escola de pensamento ou o que o valha, matérias como arquivologia, gramática ou outras similares.

Material de estudo para concursos específicos, esse sim, esta sujeito a diferenças marcantes por conta de interpretação do autor, escola de pensamento e por aí vai. Cada banca, cada concurso, terá, digamos, preferência por alguns desses autores ou escolas de pensamento, daí se o concurseiro estudar por livros de outros autores ou escolas de pensamento não irá tão bem nessa prova.

Indicar material de estudo geral é fácil. Raciocínio Lógico, são, atualmente, três melhores autores, sendo que dois trabalham em dupla. Arquivologia, apenas um bom autor voltado para concursos no momento. Português, quatro ou cinco autores mais indicados para concursos públicos. Portanto, é fácil ter tranquilidade e conforto na indicação desses autores, afinal, quem indica não corre o risco de fazer uma indicação imprópria.

Agora, indicar material de estudo para concursos específicos é "outros quinhentos", algo muito mais difícil e complicado, visto que indicar um título de autor ou escola de pensamento diferente do que será adotado pela banca em determinado concurso poderá significar presentear, mesmo que sem querer, o concurseiro que pediu a indicação com uma desvantagem competitiva, algo que nenhum de nós quer fazer.

Notem que tanto deve ter cuidado que indica material de estudo quanto quem pede indicações. Não são poucos os concurseiros que pedem indicação de material de estudo até para o porteiro do prédio, o cara pode até indicar algo na maior boa vontade, mas está anos-luz de ser a melhor fonte de indicações. Agora, o que é mais comum é desses concurseiros pedirem indicações aos vendedores de livrarias. Putz, isso é a mesma coisa que deixar de ir ao médico para pedir ao balconista da farmácia a indicação de um remédio para seu problema de saúde, que o próprio doente nem sabe o que é, conhecendo apenas os sintomas. Do mesmo modo que muita gente acaba gravemente intoxicada e/ou com o problema de saúde piorado por conta disso, também concurseiros vão mal em concursos públicos pelo mesmo motivo.

E como conseguir indicações relevantes e seguras do melhor material de estudo para concursos específicos? Sugiro três fontes:

1 - Indicações dadas em fóruns e comunidades sérias de candidatos do concurso que se vai prestar. Notem que indicações reiteradas geralmente são as melhores indicações;

2 - Sites de bons cursinhos e blogs, onde professores e concurseiros veteranos publicam artigos de orientação com indicações bibliográficas assim que os editais de novos concursos públicos são publicados;

3 - Ter a cara de pau de entrar em contato com bons professores das matérais que se tem de estudar e pedir indicações bibliográfica, mesmo que não se estude num cursinho. Ninguém impedirá que você vá lá e converse com o cara.

Resumo da ópera - Muito cuidado com indicações bibliográficas incorretas, o maior prejudicado será vocês ... e você não quer isso, certo?

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

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