Quando a bateria esgota


Desde novembro do ano passado venho estudando para o concurso do Banco Central, com prova marcada para domingo da semana que vem (último dia do mês de janeiro). Essa será uma daquelas provas cabeludas, tenho certeza, além disso o nível da concorrência real (do pessoal que realmente está estudando sério para esse concurso) será de respeito, o que somado ao programa de matérias para lá de extenso e generoso, não dá espaço para brincadeira.

Pois bem, desde o início da semana passada venho notando o cansaço chegando de mansinho, marcado por uma leve queda no rendimento dos estudos. Para reverter a situação modifiquei meu planejamento de estudos de forma a tornar a jornada diária o menos cansativa possível. Por algum tempo essa estratégia deu certo, até que anteontem o bicho pegou quando uma onda de cansaço acumulado deu-me uma boa rasteira e me levou ao chão. Acordei não muito legal, corpo ruim como se estivesse resfriado, estômago meio embrulhado. Ao longo do dia a coisa foi piorando. "Putz, resfriado bravo nessa altura do campeonato é brincadeira de mau gosto", pensei. E o sono, então? Parecia que não dormia fazia uma semana. No final do dia não restavam mais dúvidas, a causa daqueles sintomas não era gripe ou qualquer outra virose, era cansaço mesmo, na sua mais pura forma.

Ontem foi dia de folga. Dormi até bem mais tarde que de costume. Assisti a meia dúzia de seriados e filmes ao longo do dia. Fui a vários lugares que tinha de ir. Não reclamei de ir ao banco pagar uma conta para minha mãe e ficar 45 minutos na fila lendo alguns capítulos de "O Símbolo Perdido" de Dan Brown. Cochilei a tarde. Ou seja, foi dia de nem pensar em estudos, folga total, um dia em que esqueci-me propositalmente que sou concurseiro com prova marcada para o final de semana que vem.

Loucura fazer algo assim nessa altura do campeonato? Nada disso. Hoje acordei como se nada tivesse acontecido anteontem. Corpo ótimo, sem cansaço, disposição total para estudar com qualidade.

Digo que a totalidade dos concurseiros que estudam sério já experimentaram, experimentam ou experimentarão a situação que descrivi algumas vezes ao logo de sua jornada de estudos até a posse no cargo público que têm como objetivo final. O cansaço faz parte dessa luta, isso é um fato inegável. Não há concurseiro imune ao cansaço, há, sim, concurseiros que fecham os olhos para ele e pagam um preço caro por isso.

É mais ou menos como fazer uma longa viagem de automóvel e lá pelas tantas acontece algum problema que faz o danado superaquecer. Quando isso acontece deve-se, imediatamente parar para deixar o motor esfriar. Continuar a dirigir nessa situação significará seguir em direção a um fim inevitável, fundir o motor e não poder, então, viajar mais.

Resumo da ópera - Muitos concurseiros simplesmente ignoram os avisos que seus organismos dão e ao fazer isso colocam em risco não somente sua capacidade de estudar com qualidade, mas sua saúde como um todo, o que é algo muito mais preciso que qualquer cargo público que possa existir. Saber quando tirar um dia de folga não programado para "deixar o motor esfriar" deve fazer parte da estratégia do concurseiro sério.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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2 Response to "Quando a bateria esgota"

  1. Anônimo says:

    E o lado espiritual, como anda?

    Leio seu Blog há pouco tempo e não recordo de texto algum seu sobre o assunto.

    O que pensas sobre isso?

    Abraços.

    Ed

    Camisa 9 says:

    Boa pergunta, Ed!

    E é a segunda vez que você fala do seu cansaço e não faz muito tempo. Será que sua carga de estudos num tá alta?

    Abraços

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