Gol contra
07:28
Concurseiro Solitario
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Motivação
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4 Comments
Anteontem escrevi um artigo no blog sobre como muitas vezes a família do concurseiro atrapalha seus estudos com críticas e cobranças. Pois bem, uma concurseira enviou então uma questão sobre o assunto que é muito pertinente e afeta todos os concurseiros, uma hora ou outra, com maior ou menor intensidade. Vejamos.
"O que devemos fazer quando a cobrança por não trabalhar é nossa? Minha família me incentiva totalmente, mas eu me cobro demais, me sinto angustiada."
Olha, gente, realmente não conheço concurseiro que já não se cobrou por estar estudando ao invés de estar trabalhando, de demorar para passar e ser empossado, de demorar para aprender as matérias, de demorar para ir super bem nas provas. O pior é que em grande parte das vezes essa cobrança parte do inconsciente, ou seja, surgem do nada sem que possamos controlar seus efeitos ou duração.
Entendo que há um componente social nessa questão. Crescemos aprendendo e acreditando que ao sair da faculdade (ou do nível médio) devemos começar a trabalhar, a consumir, devemos casar, formar uma família. Nossos pais nos ensinaram isso, assim como nossos professores, afinal de contas, essa era a ordem natural das coisas da época em que eles eram jovens. Só que com os choques do petróleo na década de 70 e início da década de 80, a globalização dos anos 80 e 90, as coisas mudaram muito, muito mesmo. Hoje há mais gente e menos empregos, aumentou a instabiliadade no emprego, o mundo anda mais rápido, as coisas mudam de uma hora para outra, e nesse novo cenário estudar, estudar e estudar se tornou muito mais premente.
Notem que até 2003, por aí, trabalhar no serviço público não era nada interessante. As remunerações eram muito mais baixas que as oferecidas pela iniciativa privada, não havia valorização dos servidores públicos. Eu mesmo tremia com a idéia de ter de "apelar" para a carreira pública como meu pai insistia que eu fizesse, cosumava dizer, pensar e acreditar indignado que "não ralei tanto para fazer uma ótima faculdade para me tornar servidor público". Hoje o jogo mudou, serviço público paga muito melhor que iniciativa privada, oferece estabilidade, e há o status de ser servidor público, que com a dificuldade de passar nos concursos, dá aos novos servidores uma aura de "eu consegui vencer essa guerra".
O problema é que muitas vezes argumentos racionais não são suficiente para vencer crenças irracionais que foram plantadas em nossas mentes desde que éramos pequenos.
Além desse fator irracional, há também fatores racionais. Quem gosta de estar fora do "oba oba" do consumismo? Quem não trabalha não ganha salário e, portanto, não pode comprar, não pode viajar, não pode gastar. Isso pega, é difícil. Além disso, vemos amigos e parentes construindo uma vida, casando, tendo filhos, comprando apartamento, formando seus próprios lares. Tudo isso pega muito, a tal da "sensação da vida em pause" é muito difícil de lidar de vez em quando. Isso tudo contribui para essa auto-cobrança um tanto irracional, mas que existe e nos afeta.
É mais ou menos como no futebol, de vez em quando por menos que se queira que isso aconteça, acaba-se fazendo gol contra. Algumas vezes esse gol contra acontece por acidente, outras vezes por algum irracional erro de percepção do jogador. Quando acontece vem o choque, o balde de água fria, a tristeza, o desespero. Só que o jogo continua, o tempo continua correndo, e apesar de ter dado um ponto para o adversário, o jogador que fez o gol contra tem de continuar lutando, ainda com mais intensidade para compensar a tranqueira que fez.
Resumo da ópera - Faz tempo que cheguei a conclusão de que estudar sério para concursos públicos é também lutar contra adversidade, sejam materiais, psicológicas, motivacionais ou o que mais apareça para o caminho, muitas reais, outras imaginárias, mas que têm de ser combatidas a todo custo e com o máximo de eficiência, sob o risco de tornar pesadelos em realidade.
"O que devemos fazer quando a cobrança por não trabalhar é nossa? Minha família me incentiva totalmente, mas eu me cobro demais, me sinto angustiada."
Olha, gente, realmente não conheço concurseiro que já não se cobrou por estar estudando ao invés de estar trabalhando, de demorar para passar e ser empossado, de demorar para aprender as matérias, de demorar para ir super bem nas provas. O pior é que em grande parte das vezes essa cobrança parte do inconsciente, ou seja, surgem do nada sem que possamos controlar seus efeitos ou duração.
Entendo que há um componente social nessa questão. Crescemos aprendendo e acreditando que ao sair da faculdade (ou do nível médio) devemos começar a trabalhar, a consumir, devemos casar, formar uma família. Nossos pais nos ensinaram isso, assim como nossos professores, afinal de contas, essa era a ordem natural das coisas da época em que eles eram jovens. Só que com os choques do petróleo na década de 70 e início da década de 80, a globalização dos anos 80 e 90, as coisas mudaram muito, muito mesmo. Hoje há mais gente e menos empregos, aumentou a instabiliadade no emprego, o mundo anda mais rápido, as coisas mudam de uma hora para outra, e nesse novo cenário estudar, estudar e estudar se tornou muito mais premente.
Notem que até 2003, por aí, trabalhar no serviço público não era nada interessante. As remunerações eram muito mais baixas que as oferecidas pela iniciativa privada, não havia valorização dos servidores públicos. Eu mesmo tremia com a idéia de ter de "apelar" para a carreira pública como meu pai insistia que eu fizesse, cosumava dizer, pensar e acreditar indignado que "não ralei tanto para fazer uma ótima faculdade para me tornar servidor público". Hoje o jogo mudou, serviço público paga muito melhor que iniciativa privada, oferece estabilidade, e há o status de ser servidor público, que com a dificuldade de passar nos concursos, dá aos novos servidores uma aura de "eu consegui vencer essa guerra".
O problema é que muitas vezes argumentos racionais não são suficiente para vencer crenças irracionais que foram plantadas em nossas mentes desde que éramos pequenos.
Além desse fator irracional, há também fatores racionais. Quem gosta de estar fora do "oba oba" do consumismo? Quem não trabalha não ganha salário e, portanto, não pode comprar, não pode viajar, não pode gastar. Isso pega, é difícil. Além disso, vemos amigos e parentes construindo uma vida, casando, tendo filhos, comprando apartamento, formando seus próprios lares. Tudo isso pega muito, a tal da "sensação da vida em pause" é muito difícil de lidar de vez em quando. Isso tudo contribui para essa auto-cobrança um tanto irracional, mas que existe e nos afeta.
É mais ou menos como no futebol, de vez em quando por menos que se queira que isso aconteça, acaba-se fazendo gol contra. Algumas vezes esse gol contra acontece por acidente, outras vezes por algum irracional erro de percepção do jogador. Quando acontece vem o choque, o balde de água fria, a tristeza, o desespero. Só que o jogo continua, o tempo continua correndo, e apesar de ter dado um ponto para o adversário, o jogador que fez o gol contra tem de continuar lutando, ainda com mais intensidade para compensar a tranqueira que fez.
Resumo da ópera - Faz tempo que cheguei a conclusão de que estudar sério para concursos públicos é também lutar contra adversidade, sejam materiais, psicológicas, motivacionais ou o que mais apareça para o caminho, muitas reais, outras imaginárias, mas que têm de ser combatidas a todo custo e com o máximo de eficiência, sob o risco de tornar pesadelos em realidade.
Charles Dias é o Concurseiro Solitário.
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
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Olá Charles Dias, acompanho diariamente seu blog, pois sou um ''CS'' também e gosto muito apesar de ser a 1° vez de estar comentando no blog. Sou seu seguidor no twitter e na comunidade no orkut.Parabéns pelo diario, ajuda bastante.
ah...um detalhe tenho 21 anos e comecei agora a prestar concursos, e sei tmb q o caminho será longo, mas c/ perseverança vou conseguir!
Olá Charles, hoje ví seu blog pela primeira vez e adorei, tbm sou concurseira e procurava um blog interessante com quem pudesse trocar informações e até desabafar, pois as vezes essa batalha constante é cheia de sofrimento, devido a cobrança das pessoas e do próprio concurseiro, então se relacionar com outras pessoas que tem o mesmo propósito de vida é primordial na busca dessa vitória.
Gabriela...
Nunca comentei aqui, mas estou sempre lendo os artigos do blog... ajudam muito, obrigada!!!
Legal, 3 pessoas que nunca comentaram por aqui. Gostaria de ver mais comentários nos posts, sei que muitos lêem, mas é bom saber a opinião da galera. Isso ajuda a aumentar a qualidade do blog/site e ver os acertos e erros!
Realmente marcar gol contra é complicado, mas diferente do jogo de futebol que tem 90minutos e vc precisa se redimir logo, a nossa vida tende a ser bem maior e temos mais tempo para nos redimir, só não pode enrolar!
#goestudar