Uma questão de escolha?

“Acreditar não é uma questão de escolha, mas de convicção”.

Quando li essa frase dias atrás na hora soube que ela é a receita para a vitória na guerra dos concursos públicos. Notem como ela é perfeita e aponta exatamente o caminho para o sucesso, para a nomeação, para a vitória nessa guerra tão dura e sangrenta.

Difícil visualizar isso? Sem problemas, eu ajudo.

O que move o concurseiro sério em sua luta na guerra dos concursos públicos? O que o faz continuar lutando, e lutando, e lutando, enfrentando as inúmeras dificuldades que surgem, a agüentar comentários e críticas, a continuar estudando dia após dia, debruçados sobre uma pilha de livros e apostilas, por horas intermináveis diante do computador? É apenas uma coisa ... acreditar que tudo isso valerá a pena com a nomeação em cargo público. É isso que move os concurseiros sérios, o fato de que acreditam na vitória.

Acreditar não é algo fácil, principalmente quando o alvo da crença é algo intangível, invisível. Até o começo do século XX nem os cientistas acreditavam que seres invisíveis pudessem causar doenças, mas hoje qualquer criança de três anos de idade acredita que são os germes, os micróbios, as bactérias que causam enfermidades. Ao longo da história o ser humano gastou rios de tinta e uma infinidade de palavras sobre a crença em Deus. Temos também as sempre desacreditadas histórias de pescadores, clássicas.

Uma coisa é acreditar por escolha. A pessoa usando de seu livre arbítrio decide acreditar em algo. Tem gente que decide acreditar em seres extraterrestres, outras decidem acreditar que seu time de futebol do coração é o melhor do mundo, outras ainda decidem acreditar que um dia sua data de nascimento o ajudará a ganhar na Megasena.

Outra coisa é acreditar por convicção. Convicção é definida como sendo a “certeza obtida por fatos ou razões, que não deixam dúvida nem dão lugar à objeção”. A pessoa que é convicta de algo tem certeza absoluta daquilo e não arreda o pé. Somos convictos de que precisamos de ar para respirar. Somos convictos de que o Brasil será o país do futuro. Somos convictos de que o bem vence o mal.

Voltando ao universo concursídico, em termos de acreditar na vitória na guerra dos concursos públicos temos dois tipos de concurseiro. Temos o concurseiro que acredita por escolha e o que acredita por convicção.

O concurseiro que acredita na sua vitória por escolha escolheu acreditar nisso de forma consciente. O cara um dia decidiu que vencerá na guerra dos concursos públicos e passou a acreditar nisso. A crença deriva de uma escolha consciente, fato.

O concurseiro que acredita na sua vitória por convicção, por outro lado, tem essa crença porque tomou consciência de que a vitória na guerra dos concursos públicos depende apenas de muito estudo, muita seriedade, muita dedicação, muita disciplina, muita paciência e, principalmente, de tempo suficiente para que todos esses ingredientes se combinem e transformem-se no ouro puro da vitória.

À primeira vista esses dois tipos de concurseiro podem parecer iguais, mas não são, muito pelo contrário, são muito diferentes.

O concurseiro que acredita na vitória por escolha tende a ser muito menos resoluto, muito menos firme em sua decisão. Por que? Simples, porque o escolher por escolher não tem bases sólidas que sustentem a decisão em meio às intempéries. Se o cara escolhe pelo simples fato de que pode escolher, da mesma forma pode, em certo ponto, escolher mudar de opinião, escolher por um caminho diferente e até mesmo oposto. O concurseiro que escolhe acreditar na vitória pode, e com certeza faz, escolher não acreditar mais nela depois de levar muitas pancadas, de sofrer várias derrotas, de não ver seus esforços frutificarem no prazo que em suas cabeças acham que deveria frutificar.

Agora, o concurseiro que é convicto da sua vitória na guerra dos concursos públicos não está nem aí para as dificuldades, para os contratempos, paras as críticas e comentários, para o tempo que parece escorrer lentamente, para a nomeação que parece tão distante no horizonte, pois ele sabe que “chegará lá” e é isso que importa. Ele é como um sobrevivente que caminha com passos lentos por um vasto deserto, enfrentando o sol, a fraqueza, a sede, mas sem tirar os olhos do oásis no horizonte e mesmo que cada passo lhe faça suspirar de dor, não para de caminhar, nunca.

Resumo da ópera – Acreditar não é uma questão de escolha, mas de convicção!

Charles Dias, o Concurseiro Solitário.

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Clipe do dia



Com vocais do cantor australiano Daniel Merriweather, "Stop Me" é o primeiro single do disco "Version", do DJ e produtor inglês Mark Ronson. A música é uma versão do clássico "Stop Me If You Think You've Heard This One Before", do The Smiths.

2 Response to "Uma questão de escolha?"

  1. Só quem acredita tem sangue frio mesmo para continuar lutando firme.



    Raquel

    Camisa 9 says:

    Sábias palavras, Charles.

    Continuo acreditando, ainda não me tornei convicto e ainda assim continuarei caminhando...

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