COLUNA DA CONCURSEIRA CRÔNICA - La crisis

Depois de um bom par de anos em que vivemos em relativa estabilidade, fato é que a crise está aí pra todo mundo ver. No mundo globalizado em que hoje vivemos, o potencial de propagação da instabilidade econômica é devastador; se sofrem os países mais ricos, sofrem mais ainda os mais pobres. Algumas semanas de burburinho e já vemos manobras internas e externas para resguardar o sistema financeiro, demissões em massa, redução do crédito. É o fim do longo feriado.

Embora estejamos muito concentrados em nossa meta concurseira, olhar o mundo real de forma atenta e compromissada é tão inevitável quanto imprescindível. Embora a Administração Pública pague bons salários, os serventuários não formam uma categoria "blindada" em relação ao mundo. Perdas salariais e sofrimento com a elevação do nível de preços doem no bolso de estatutários e celetistas. Como dizia o velho ditado, "pau que dá em Chico, dá em Francisco".

Mas a grande questão que ronda o universo concurseiro neste momento é: haverá retração nos concursos em função da crise que está em vias de se instalar? O que eu posso dizer, do alto dos meus 28 anos, uma "década perdida" (como ficaram conhecidos os anos 80), cinco moedas (cruzeiro-cruzado-cruzado novo-cruzeiro-real) e pais empregados públicos que passaram por pelo menos meia dúzia de crises, é que... respostas definitivas, nesse momento, seriam precipitadas. Isso não nos impede, contudo, de fazer algumas projeções – até para que possamos preparar o espírito para o melhor ou o pior.

Seria hipocrisia minha dizer que certamente teremos tantos concursos nos próximos dois anos como tivemos nesse pródigo 2008. Se a crise chega, a arrecadação do Estado diminui; a criação de novos cargos, ainda que necessária, fica comprometida. Prova disso é que nos últimos dias já tivemos notícias de concursos suspensos e que-tais. Até aí, tudo bem. A questão é como você vai reverter essa constatação em benefício próprio.

Se você não for um concurseiro sério, vai cair na esparrela de usar a escusa da crise para largar de mão o sonho de ocupar um cargo público. Desculpas possíveis? Posso listar: perdi o emprego e não posso pagar cursinho; não tem quase nenhum órgão abrindo inscrição; estão chamando pouca gente aprovada; blábláblás do gênero. Cada argumento desses, bem sabemos, pode ser derrubado por uma única pergunta: de QUANTOS CARGOS PÚBLICOS VOCÊ PRECISA???

UM SÓ!

Então, lembre-se de que, até nos piores momentos da nossa combalida economia nacional, o Estado contratou fiscais, policiais, técnicos, analistas etc., e não será agora que vai ser diferente. Cá pra nós: o bom concurseiro – como somos eu e você – ainda pode tirar uma boa casquinha do desânimo dos pára-quedistas de plantão. É hora de lembrar que nas piores crises estão também as maiores oportunidades.

Resumo da ópera - A crise é real e não podemos tapar o sol com a peneira. Entretanto, como bons brasileiros que somos, sobreviveremos com alguma dignidade. Palavra de quem, como muitos aqui, comeu bifes comprados com ágio quando criança.

Flavia Crespo é a Concurseira Crônica.

2 Response to "COLUNA DA CONCURSEIRA CRÔNICA - La crisis"

  1. Raquel says:

    Que análise boa, Fla!
    E mais: foi bom para nos encorajar!

    beijos,
    Raquel Solitária

    Camisa 9 says:

    Eu preciso só de 1 vaga também, espero que não seja a mesma que você deseja rsrs!!!

    É isso aí, olhos de lince em tempos como esse.

    E é o que você disse, em tempos de crise é que se tem boas oportunidades, quantas histórias conhecemos de grandes milionários do mundo que se aproveitaram de idéias falidas e de tempos de crises?!

    Exemplos não nos faltam!

    Bons estudos

powered by Blogger | WordPress by Newwpthemes | Converted by BloggerTheme | Blogger Templates | Low Interest Credit Cards