Paula Mazoni entrevista Cintia Magacho


Hoje trazemos uma entrevista muito interessante com a concurseira Cintia Magacho. O intuito dessa entrevsita é mostrar a vocês, concurseirso leitores do blog, a partir da perspectiva de uma concurseira séria que os recomeços e sacrifícios de nossa vida de estudos podem resultar em uma rotina equilibrada e permeada por nossos sonhos. Parece um clichê, mas na realidade muitos concurseiros não conseguem enxergar o estudo para Concursos como algo positivo em suas vidas e isso certamente traz maus frutos para o aprendizado.

Qual é o seu foco de estudos? Qual foi sua motivação ao escolhê-lo?

Apesar de eu ter nível superior, resolvi focar os meus estudos em concursos de nível médio, ou seja, na área administrativa. Quando surge algum concurso na minha área de formação (psicologia) eu estudo o edital e verifico se vale a pena fazer a prova ou não. Mas o meu grande foco é a área administrativa.

A minha motivação para escolher essa área foi por acreditar que se deve começar pelo mais fácil para depois seguir para o mais difícil. Eu não desejo parar quando for aprovada em um concurso de nível médio, pelo contrário, eu me sentirei mais forte para encarar um de nível superior. E eu tenho gostado muito de estudar as matérias de Direito, e penso em fazer outra faculdade e realizar outros concursos.

Em que momentos de sua caminhada você desistiu de estudar e por quê?

Quando fiz a escolha de parar de trabalhar para me dedicar integralmente aos estudos em busca de uma vaga no setor público eu não sabia que ia ser tão difícil. Não é fácil abrir mão do seu próprio salário e da vida social agitada para literalmente se trancar no quarto por horas e horas de estudo. É ainda mais difícil e frustrante quando você começa a fazer as provas e não é aprovado.

O que quero dizer é que esse começo é desanimador, pois a expectativa e a ansiedade de ser aprovada logo é muito grande. Com o tempo, adquiri maturidade para entender que escolhi passar por um processo longo e demorado, mas ao mesmo tempo recompensador. Enquanto não internalizei isso, tive vontade de desistir algumas vezes.

Outro aspecto que já me deu muito “trabalho” foi a cobrança, tanto externa quanto interna. Penso que a pressão que vem de mim mesma é ainda maior do que a que vem das pessoas. E aí entrou um pouco do meu lado psicóloga, pois sei que não posso mudar o comportamento dos outros, mas o meu comportamento eu posso mudar. É óbvio que existem momentos de desânimo, mas também são nesses momentos em que é necessário lembrar que fui eu mesma quem decidi entrar nesse caminho e que existem motivos para isso. Os meus motivos são o que não me fazem desistir. São eles que me movem, me dão coragem e ânimo para seguir em frente. Sem motivos ninguém realiza nada. Eles são absolutamente necessários para qualquer projeto de vida.

Quais os motivos que te levaram a recomeçar e a voltar a caminhar? Que papel o blog “Concurseiro Solitário” possui nessa história?

No ano passado prestei um concurso, o qual não fui classificada por dois pontos. A minha reação inicial foi de muita raiva, afinal cheguei perto, mas não o suficiente. Porém, depois de um tempo consegui entender que eu tinha feito um progresso e que basta um pouco mais de paciência para cruzar a linha de chegada.

Desde então cresceu um sentimento em mim de querer vencer, e mais do que isso, de não desistir. Tomei a decisão de fazer algo diferente, de buscar todos os dias uma motivação, uma vontade de continuar lutando e então resolvi interagir mais com o universo dos concursos públicos. Passei a ler livros de pessoas conhecidas nessa luta, como Lia Salgado e William Douglas, a ler artigos na internet, como os do blog do Concurseiro Solitário, enfim, a buscar mais dicas para conseguir manter a minha motivação em um nível adequado e não voltar a desistir. Resolvi também criar um blog (www.cartasdeumaconcursanda.blogspot.com), que me ajuda a compartilhar sentimentos e o meu dia-a-dia de estudos.

Ao fazer isso me sinto bem, pois percebo que não estou sozinha e existem muitas pessoas que já passaram e ainda passam pelo mesmo que eu. Quando leio um artigo ou um depoimento de um concurseiro eu me sinto renovada, é como se eu tivesse compartilhando e podendo dar e receber apoio.

Quais dicas você poderia sugerir à concurseiros que passaram ou passam pelo mesmo que você?

A minha dica maior é sobre motivação. Acredito que ela seja realmente a base de tudo. Sem motivo não há ação.

Gosto muito de falar sobre esse tema: motivação. É impossível vivermos sem motivação, não há como escolher um caminho e persistir nele se não há motivos bem fortes e claros que justifiquem todo o suor e as lágrimas.

Motivação é, basicamente, o motivo que leva a uma determinada ação. Parece simples, mas se pararmos para pensar nas coisas mais importantes da nossa vida descobriremos essa base fundamental de nossas atitudes.

O fato é que muitas vezes nos esquecemos da motivação e acabamos desistindo de uma jornada, só porque ela parece difícil e cheia de situações ruins. O que estou querendo dizer é que a motivação nos ajuda a enxergar o que está além dos obstáculos e assim conseqüentemente nos ajuda a seguir em frente.

Mas, de onde vem essa motivação? E como fazemos para que ela permaneça forte dentro de nós?

Aí é que está o X da questão. A motivação é interna, cada um possui a sua. Obviamente, os fatores externos (família, amigos, colegas de trabalho, rede social...) contribuem para o aumento ou diminuição dessa motivação. Podemos comparar a motivação com uma planta. Para que ela nasça, é preciso plantar. Este é o primeiro passo, ou seja, pensar sobre quais motivos eu tenho para querer ser uma servidora pública. Depois, é preciso ter alguns cuidados para que essa planta cresça, como expor um pouco ao sol e regar com água todos os dias. Isso significa que a motivação também precisa ser "tratada" diariamente para que ela continue firme em seu pensamento. Regar a planta é pensar nos seus motivos quando uma dificuldade aparece e você tem vontade de desistir. Expor a planta ao sol nos momentos certos é deixar que esses motivos fiquem mais fortes e prepará-la para os dias de chuva.

Se você não sabe direito quais são suas motivações ou se elas se perderam no caminho, aí vai uma sugestão:

• Reflita sobre as coisas que são importantes para você

• Pense em motivos reais que podem ser alcançados e que dependam de você (não fique preso aos sonhos que dependem da sorte ou de terceiros, como ganhar na loteria, por exemplo)

• Pense se esses motivos são realmente seus ou se são espelho do que as outras pessoas querem (se for o caso, repense e descubra os motivos verdadeiramente seus)

• Escreva em uma folha com letras bem grandes e tenha esse papel consigo diariamente. Ex: Por que desejo conquistar uma carreira pública (quais são os meus verdadeiros motivos)

- Quero ter a estabilidade financeira para realizar outras atividades profissionais;

- Quero ter a tranquilidade na velhice, com a minha aposentadoria;

- Quero realizar viagens pelo mundo;

- Quero dar uma boa educação aos meus filhos.

Por fim, cuide dos seus motivos, pois são eles que te levarão à realização do seu sonho. Não deixe que o tempo afaste os seus motivos de você ou que eles fiquem em segundo plano. Se isso acontecer, suas atitudes não terão sentido e provavelmente tudo perderá a razão de ser.

O que mais gostaria de nos dizer hoje?

Sei que todos nós estamos lutando para conseguir aquilo que desejamos ardentemente. Alguns estão na estrada há muito tempo, outros chegaram agora e uns ainda experimentam as frustrações de várias tentativas ainda mal-sucedidas.

Cada vez mais tenho aprendido que é preciso ter calma e paciência. Essas duas qualidades nos trarão tranqüilidade para continuarmos, dia após dia. O grande mistério para conseguir essas virtudes me parece ser a persistência. E persistir está atrelado a ser constante e firme.

Existem algumas certezas que podemos vislumbrar neste nosso caminho para o sucesso: algumas dificuldades que chamarei de “pedras” e alguns momentos muito ruins que chamarei de “ tempestades".

Na verdade são os momentos e sentimentos ruins gerados pela frustração, pelo medo, pela dúvida e pela falta de confiança em si mesmo.

Pedras e tempestades virão, certamente virão! Se tomarmos consciência dessa realidade e nos prepararmos para elas, talvez consigamos persistir. Falo isso porque desistir é muito fácil.

Desistir é pegar outro rumo, é fugir de uma situação em que acreditamos que não podemos enfrentar ou que se enfrentarmos, certamente fracassaremos.

Nesse contexto a persistência tem a ver com um ditado que eu ouvia muito na minha infância, mas nunca entendia direito: " o importante não é ganhar, mas sim competir". Hoje, faz sentido, para mim, a ideia de que é mais louvável perder do que simplesmente nem entrar na luta.

Se pararmos para pensar, a vida é a própria luta. Não podemos parar de viver. Precisamos lutar diariamente contra uma série de obstáculos e dificuldades, desde os mais simples até os mais complexos. Se fizermos uma análise do que mais precisamos, podemos ver muitas vezes faltam:

- As armas certas para lutar;

- Motivação para continuar lutando;

- Auto-confiança.

Chegou a hora de enfrentarmos as pedras e as tempestades. Busquem suas armas, lembrem-se do seu sonho, acreditem em si mesmos. Tenham calma e paciência. Resistam aos fortes ventos, aos raios e trovões, à chuva e ao medo.Tenham pensamentos positivos, todos os dias. Acreditem em si mesmos. Não se deixem levar por ideias negativas, fracas e pobres. Tenham força e coragem. Lutem. Acreditem. Nossos momentos de flores e sol chegarão.

ANA PAULA DE OLIVEIRA MAZONI é concurseira por vocação.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um(a) revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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