Planejamento de estudo - Alguns detalhes (parte 1)
06:49
Concurseiro Solitario
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Esse artigo é continuação do artigo de ontem(Planejamento de estudo - Um estudo prático), estão se você ainda não o leu, faça-o antes de começar a ler esse artigo sob o risco de não entender nada se teimar em ler as coisas fora de ordem!
Hoje esclarecerei alguns pontos importantes do artigo de ontem, peças fundamentais do bom planejamento de estudos. Vamos lá.
TEMPO LIVRE – Afinal de contas, o que é tempo livre para estudo? Não, amiguinho, não responda tão rápido porque essa pergunta é mais complicada do que parece. Em princípio qualquer intervalo de tempo que alguém não esteja usando para fazer outra coisa é tempo livre para estudo. Tecnicamente é, mas também não é.
Digamos que um concurseiro precise ler um texto de cem páginas sobre controle de constitucionalidade, um texto muito bom, mas pesado e que exige atenção total. Será que ele poderá considerar vinte minutos de uma viagem de ônibus entre sua casa e o trabalho como tempo livre para estudar esse material? Claro que não.
Particularmente considero tempo livre para estudo apenas intervalos superiores a uma hora e que possam ser utilizados sem interrupção em locais calmos que permitam o estudo silencioso de qualidade. Assim, se concurseiro do parágrafo anterior trabalhar perto de uma biblioteca pública, por exemplo, e puder aproveitar uma hora do almoço para ir lá estudar, esse tempo, sim, poderá ser considerado tempo livre para estudo.
Ter em mente essa definição é muito importante para o planejamento de estudo. Do que adianta um concurseiro colocar na cabeça que tem seis horas de tempo livre para estudo, quando na verdade tem três horas? Ele está apenas enganando a si próprio, um dos caminhos mais rápidos que existem para a frustração concursídica.
Claro que esse tempo quebrado “não ideal” para estudo não somente pode como deve ser aproveitado efetivamente, mas é preciso saber o que estudar nesses momentos. Que estudar no metrô, no meio do engarrafamento, na meia horinha da pausa do almoço? Então estude resumos, fichas de tópicos, aproveite para memorizar alguma fórmula ou chave de memória. Não vá querer estudar textos pesados que exigem continuidade de leitura para que sejam devidamente entendidos e absorvidos.
Para fechar o assunto reforço dois pontos:
1 – Há tempo livre de estudo e tempinho livre de estudo. O primeiro é contínuo e de qualidade superior, o segundo é “picado” e de qualidade inferior. Saiba usar cada um para o tipo correto de estudo.
2 – Seja honesto com você mesmo quando for computar o tempo livre que tem para estudo. Não adianta nada “inflar” os números apenas para parecer que estuda mais, sendo que no final não estudará mais coisa nenhuma. Quem quebrará a cara fazendo isso será você mesmo!
DEFININDO PRIORIDADES – Tempos atrás expliquei a idéia de definição de prioridades de estudo para um amigo concurseiro. Alguns dias depois ele me enviou um e-mail dizendo que estava tentando criar uma equação para facilitar as coisas, mas que estava encontrando alguns problemas num sistema maluco de pesos que criou. Medo!
Gente, não é preciso nada disso para definir prioridades de estudo. Não precisa complicar. Disse para ele que a única equação que ele precisava era essa:
Prioridade de estudo = O quanto se sabe da matéria + número de questões da matéria + o quanto se acha que a concorrência estará preparada na matéria
Vejamos um exemplo prático. Digamos que esse amigo concurseiro prestará um concurso onde serão cobrados tópicos das seguintes matérias:
Português (20 questões)
Informática (20 questões)
Inglês (10 questões)
Direito Constitucional (20 questões)
Direito Administrativo (20 questões)
Direito Espacial (10 questões)
Vejamos o quanto ele sabe de cada matéria:
Português – Muito
Informática – Médio
Inglês – Muito
Direito Constitucional – Muito
Direito Administrativo – Muito
Direito Espacial – Nada
Certo, já temos os dois primeiros itens da equação de prioridade de estudo. Vamos então ao terceiro item, o quanto à concorrência estará preparada em relação a cada matéria.
Português – Medianamente bem preparada.
Informática – Medianamente bem preparada.
Inglês – Mal preparada.
Direito Constitucional – Medianamente bem preparada.
Direito Administrativo – Medianamente bem preparada
Direito Espacial – Muito preparada.
Agora montemos a equação para cada matéria:
Português – O concurseiro sabe muito + 20 questões + Medianamente bem preparada.
Informática – O concurseiro sabe medianamente + 20 questões + concorrência medianamente preparada
Inglês – O concurseiro sabe muito + 10 questões + a concorrência estará mal preparada
Direito Constitucional – O concurseiro sabe muito + 20 questões + concorrência medianamente bem preparada
Direito Administrativo – O concurseiro sabe muito + 20 questões + concorrência medianamente bem preparada
Direito Espacial – O concurseiro não sabe nada + 10 questões + concorrência bem preparada
Ok, agora vamos resolver cada equação:
Português – Prioridade baixa, afinal de contas o concurseiro sabe muito da matéria, enquanto a concorrência sabe mais ou menos, logo ele terá vantagem competitiva nas vinte questões, podendo, então estudar menos a matéria.
Informática – Prioridade média, já que o concorrente sabe a matéria mais ou menos, assim como a concorrência, e o número de questões é grande, portanto, é melhor não descuidar.
Inglês – Prioridade baixa, afinal de contas, o concurseiro sabe muito da matéria, a concorrência sabe pouco e, além disso, são poucas questões, então é só estudar os pontos mais chatinhos da matéria para relembrar.
Direito Constitucional – Prioridade alta, já que como o concurseiro sabe muito enquanto a concorrência sabe mais ou menos e o número de questões é grande, aqui ele tem uma ótima vantagem competitiva para sair na frente.
Direito Administrativo – Prioridade alta, idem ao item anterior.
Direito Espacial – Prioridade alta, pois como ninguém sabe essa matéria, todos vão estudá-la como loucos, logo ela não dará vantagem competitiva, mas quem for mal nela terá, sim, uma grande perda competitiva.
Assim, nosso amigo concurseiro tem seu quadro de prioridade de estudo e com ela poderá montar seu planejamento de estudo de forma a dar a cada matéria a atenção que ela exige para que ele tenha as melhores chances possíveis no concurso público que for prestar.
Direito Espacial – Prioridade alta.
Direito Constitucional – Prioridade alta.
Direito Administrativo – Prioridade alta.
Informática – Prioridade média.
Português – Prioridade baixa
Inglês – Prioridade baixa.
Como vocês podem ver, o processo de definição de prioridades é simples e basta apenas bom senso na avaliação dos resultados. Não há segredo em fazer isso.
COMPENSE AS HORAS PERDIDA! – Essa é a terceira regra para que o planejamento de estudo funcione. Vejamos o que é mesmo que ela diz:
“Num mundo perfeito o telefone do Fabrício não tocaria, ele não teria de abrir mão de tempo de estudo para resolver alguma coisa e por aí vai. Só que o mundo não é perfeito e essas coisas acontecem. Quando acontecerem, marque o tempo perdido e compense-os. Quando o Fabrício, por exemplo, poderia fazer isso? Ué, no sábado à noite, num tempinho no domingo. Cruel abrir mão do já escasso tempo de lazer para estudar? Se você pensa isso, amigo, você não é um concurseiro sério!”
Um ponto muito importante é que essa regra tem tudo haver com o que falei lá no começo desse artigo sobre tempo livre de estudo. Explico. Digamos que o concurseiro precise resolver um problema pessoa numa manhã e perca duas horas de tempo de estudo de alta qualidade. Como esse concurseiro é sério e responsável, vai compensar esse tempo perdido. Como ele fará isso? Repondo com duas horas de estudo de alta qualidade! Isso parece óbvio, mas não para muita gente. O que costumo ver por aí é gente querendo repor tempo de estudo de alta qualidade com tempo de estudo de baixa qualidade. Seria o caso desse concurseiro querer repor o tempo perdido estudando até a uma da manhã sendo que está acostumado ir dormir às onze da noite todos os dias para acordar cedinho no dia seguinte! Claro que esse tempo de estudo será de baixa qualidade, pois o cara estará com sono, cansado. Agora, se ele divide essas duas horas estudando num domingo pela manhã, que ele reserva para descanso, daí, sim, será tempo de estudo também de alta q
ualidade.
Resumo da ópera – Estudar para concursos públicos não é complicado, gente, mas é muito sério. Esqueçam aquela coisa de época de colégio ou faculdade em que se estudava quando dava vontade ou nos dias anteriores às provas. Milhares de concurseiro fazem isso e todos, sem exceção, quebram a cara na guerra dos concursos públicos. Estudar para concursos demanda tempo, disciplina e planejamento. E é aquela coisa, depois que pega o jeito, fica fácil fazer do jeito certo.
Hoje esclarecerei alguns pontos importantes do artigo de ontem, peças fundamentais do bom planejamento de estudos. Vamos lá.
TEMPO LIVRE – Afinal de contas, o que é tempo livre para estudo? Não, amiguinho, não responda tão rápido porque essa pergunta é mais complicada do que parece. Em princípio qualquer intervalo de tempo que alguém não esteja usando para fazer outra coisa é tempo livre para estudo. Tecnicamente é, mas também não é.
Digamos que um concurseiro precise ler um texto de cem páginas sobre controle de constitucionalidade, um texto muito bom, mas pesado e que exige atenção total. Será que ele poderá considerar vinte minutos de uma viagem de ônibus entre sua casa e o trabalho como tempo livre para estudar esse material? Claro que não.
Particularmente considero tempo livre para estudo apenas intervalos superiores a uma hora e que possam ser utilizados sem interrupção em locais calmos que permitam o estudo silencioso de qualidade. Assim, se concurseiro do parágrafo anterior trabalhar perto de uma biblioteca pública, por exemplo, e puder aproveitar uma hora do almoço para ir lá estudar, esse tempo, sim, poderá ser considerado tempo livre para estudo.
Ter em mente essa definição é muito importante para o planejamento de estudo. Do que adianta um concurseiro colocar na cabeça que tem seis horas de tempo livre para estudo, quando na verdade tem três horas? Ele está apenas enganando a si próprio, um dos caminhos mais rápidos que existem para a frustração concursídica.
Claro que esse tempo quebrado “não ideal” para estudo não somente pode como deve ser aproveitado efetivamente, mas é preciso saber o que estudar nesses momentos. Que estudar no metrô, no meio do engarrafamento, na meia horinha da pausa do almoço? Então estude resumos, fichas de tópicos, aproveite para memorizar alguma fórmula ou chave de memória. Não vá querer estudar textos pesados que exigem continuidade de leitura para que sejam devidamente entendidos e absorvidos.
Para fechar o assunto reforço dois pontos:
1 – Há tempo livre de estudo e tempinho livre de estudo. O primeiro é contínuo e de qualidade superior, o segundo é “picado” e de qualidade inferior. Saiba usar cada um para o tipo correto de estudo.
2 – Seja honesto com você mesmo quando for computar o tempo livre que tem para estudo. Não adianta nada “inflar” os números apenas para parecer que estuda mais, sendo que no final não estudará mais coisa nenhuma. Quem quebrará a cara fazendo isso será você mesmo!
DEFININDO PRIORIDADES – Tempos atrás expliquei a idéia de definição de prioridades de estudo para um amigo concurseiro. Alguns dias depois ele me enviou um e-mail dizendo que estava tentando criar uma equação para facilitar as coisas, mas que estava encontrando alguns problemas num sistema maluco de pesos que criou. Medo!
Gente, não é preciso nada disso para definir prioridades de estudo. Não precisa complicar. Disse para ele que a única equação que ele precisava era essa:
Prioridade de estudo = O quanto se sabe da matéria + número de questões da matéria + o quanto se acha que a concorrência estará preparada na matéria
Vejamos um exemplo prático. Digamos que esse amigo concurseiro prestará um concurso onde serão cobrados tópicos das seguintes matérias:
Português (20 questões)
Informática (20 questões)
Inglês (10 questões)
Direito Constitucional (20 questões)
Direito Administrativo (20 questões)
Direito Espacial (10 questões)
Vejamos o quanto ele sabe de cada matéria:
Português – Muito
Informática – Médio
Inglês – Muito
Direito Constitucional – Muito
Direito Administrativo – Muito
Direito Espacial – Nada
Certo, já temos os dois primeiros itens da equação de prioridade de estudo. Vamos então ao terceiro item, o quanto à concorrência estará preparada em relação a cada matéria.
Português – Medianamente bem preparada.
Informática – Medianamente bem preparada.
Inglês – Mal preparada.
Direito Constitucional – Medianamente bem preparada.
Direito Administrativo – Medianamente bem preparada
Direito Espacial – Muito preparada.
Agora montemos a equação para cada matéria:
Português – O concurseiro sabe muito + 20 questões + Medianamente bem preparada.
Informática – O concurseiro sabe medianamente + 20 questões + concorrência medianamente preparada
Inglês – O concurseiro sabe muito + 10 questões + a concorrência estará mal preparada
Direito Constitucional – O concurseiro sabe muito + 20 questões + concorrência medianamente bem preparada
Direito Administrativo – O concurseiro sabe muito + 20 questões + concorrência medianamente bem preparada
Direito Espacial – O concurseiro não sabe nada + 10 questões + concorrência bem preparada
Ok, agora vamos resolver cada equação:
Português – Prioridade baixa, afinal de contas o concurseiro sabe muito da matéria, enquanto a concorrência sabe mais ou menos, logo ele terá vantagem competitiva nas vinte questões, podendo, então estudar menos a matéria.
Informática – Prioridade média, já que o concorrente sabe a matéria mais ou menos, assim como a concorrência, e o número de questões é grande, portanto, é melhor não descuidar.
Inglês – Prioridade baixa, afinal de contas, o concurseiro sabe muito da matéria, a concorrência sabe pouco e, além disso, são poucas questões, então é só estudar os pontos mais chatinhos da matéria para relembrar.
Direito Constitucional – Prioridade alta, já que como o concurseiro sabe muito enquanto a concorrência sabe mais ou menos e o número de questões é grande, aqui ele tem uma ótima vantagem competitiva para sair na frente.
Direito Administrativo – Prioridade alta, idem ao item anterior.
Direito Espacial – Prioridade alta, pois como ninguém sabe essa matéria, todos vão estudá-la como loucos, logo ela não dará vantagem competitiva, mas quem for mal nela terá, sim, uma grande perda competitiva.
Assim, nosso amigo concurseiro tem seu quadro de prioridade de estudo e com ela poderá montar seu planejamento de estudo de forma a dar a cada matéria a atenção que ela exige para que ele tenha as melhores chances possíveis no concurso público que for prestar.
Direito Espacial – Prioridade alta.
Direito Constitucional – Prioridade alta.
Direito Administrativo – Prioridade alta.
Informática – Prioridade média.
Português – Prioridade baixa
Inglês – Prioridade baixa.
Como vocês podem ver, o processo de definição de prioridades é simples e basta apenas bom senso na avaliação dos resultados. Não há segredo em fazer isso.
COMPENSE AS HORAS PERDIDA! – Essa é a terceira regra para que o planejamento de estudo funcione. Vejamos o que é mesmo que ela diz:
“Num mundo perfeito o telefone do Fabrício não tocaria, ele não teria de abrir mão de tempo de estudo para resolver alguma coisa e por aí vai. Só que o mundo não é perfeito e essas coisas acontecem. Quando acontecerem, marque o tempo perdido e compense-os. Quando o Fabrício, por exemplo, poderia fazer isso? Ué, no sábado à noite, num tempinho no domingo. Cruel abrir mão do já escasso tempo de lazer para estudar? Se você pensa isso, amigo, você não é um concurseiro sério!”
Um ponto muito importante é que essa regra tem tudo haver com o que falei lá no começo desse artigo sobre tempo livre de estudo. Explico. Digamos que o concurseiro precise resolver um problema pessoa numa manhã e perca duas horas de tempo de estudo de alta qualidade. Como esse concurseiro é sério e responsável, vai compensar esse tempo perdido. Como ele fará isso? Repondo com duas horas de estudo de alta qualidade! Isso parece óbvio, mas não para muita gente. O que costumo ver por aí é gente querendo repor tempo de estudo de alta qualidade com tempo de estudo de baixa qualidade. Seria o caso desse concurseiro querer repor o tempo perdido estudando até a uma da manhã sendo que está acostumado ir dormir às onze da noite todos os dias para acordar cedinho no dia seguinte! Claro que esse tempo de estudo será de baixa qualidade, pois o cara estará com sono, cansado. Agora, se ele divide essas duas horas estudando num domingo pela manhã, que ele reserva para descanso, daí, sim, será tempo de estudo também de alta q
ualidade.
Resumo da ópera – Estudar para concursos públicos não é complicado, gente, mas é muito sério. Esqueçam aquela coisa de época de colégio ou faculdade em que se estudava quando dava vontade ou nos dias anteriores às provas. Milhares de concurseiro fazem isso e todos, sem exceção, quebram a cara na guerra dos concursos públicos. Estudar para concursos demanda tempo, disciplina e planejamento. E é aquela coisa, depois que pega o jeito, fica fácil fazer do jeito certo.
Clipe do dia
A banda inglesa The Ting Tings é formada por Katie White e Jules De Martino criada em 2006 e que vem emplacando vários hits nas mais tocadas em todo o mundo, como é o caso da divertida "That's Not My Name", segundo single da banda.
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Não deixe de responder a nossa pesquisa da semana "Com que frequência você acessa o Concurseiro Solitário?". É rapidinho e nos ajudará a escrever um artigo muito legal para o blog. A pesquisa está no topo da coluna fixa da direita, lá em cima. Obrigado!
Olha, me ajudou mais ainda! Tinha dificuldade em enxegar com clareza essas coisas. Parecia um monte de informação que eu tinha e não sabia como organizá-la a meu favor. Foi como se alguém me ajudasse a organizar meus pensamentos. Valeu, Charles! Obrigada!
Raquel
Excelente mesmo essas dicas, muito boas. Como sempre...
Agora é por em prática isso, enquanto aguardo as outras dicas sobre esse mesmo assunto durante a semana...bons estudos.