COLUNA DA RAQUEL SOLITÁRIA - Concurso de Tribunal não é mais vantajoso que concurso de Delegado, Procurador, Advogado da União e Defensor
06:46
Concurseiro Solitario
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Amigos, concurseiros, estou de volta. Como prometido, o artigo de hoje é uma bomba. Por isso, realizamos uma pesquisa para saber qual é o perfil dos nossos leitores bacharéis em Direito.
O artigo tem a finalidade aniquilar de dois mitos. O primeiro de que concurso de Tribunal (Analista Judiciário - Área Judiciária e Analista Judiciário - Execução de Mandados) são mais fáceis que os de Delegado, Procurador, Defensor, Advogado da União. Segundo mito: esse últimos são concursos absurdos.
Comecemos pelo primeiro mito. Há alguns anos atrás, fazer concurso para Analista valia a pena, pois apesar de já não serem fáceis, não era necessário ser tremendamente estrategista, como se é hoje. Conhecer jurisprudência e muitos conceitos eram coisas completamente dispensáveis. Tampouco era uma falha grave errar uma ou duas questões de português. Não se cobrava Raciocínio Lógico nesses concursos, o que agora é algo complicado para alguns concurseiros. Enfim, fazer tais provas era um grande negócio.
Contudo, milhões de pessoas começaram a pensar igual e por isso tais concursos começaram a ficar difíceis demais. O fenômeno fez ocorrerem distorções, pois as bancas estão fazendo provas super complicadas para poder selecionar, muitas vezes, 2% dos candidatos para formar cadastro de reserva. De fato, é uma tarefa complexa, pois é muita gente para avaliar com qualidade. A solução acaba sendo a aplicação de provas bastante difíceis.
A escolha dos bacharéis em Direito por concursos de Analistas se deve à insegurança em se debruçar pela primeira vez no mundo dos concursos. Assim, nunca passa pela cabeça dessas pessoas prestar concursos como o de Defensor Público ou de Advogado da União (que não exigem 3 anos de prática jurídica). As pessoas pensam que são concursos absurdos e que é melhor não pensar neles. Eu, por exemplo, de tanto ouvir na época da faculdade que eram concursos dificílimos e que eu precisaria exagerar nos estudos, cheguei a pensar que não era pra mim.
Contudo, eu tive um estalo. Ora, bolas! Eu estudo muito, já estudei coisas bem difíceis ao longo da minha vida. Então, precisei rever meus conceitos e percebi que ISSO É PRA MIM, SIM!
Vejo que quem fala aqueles tipos de bobagens é perdedor. Essas pessoas têm medo, não encaram o desafio e ainda por cima amedrontam pessoas recém-frormadas. Contudo, sem dúvida nenhuma, a beleza da vida está nesses instigantes desafios. Portanto, não chegar a tentar algo porque achar que pode doer é um ato de derrota.
Por que cheguei a conclusão de que concurso de Tribunal não vale tanto a pena? Apesar de não me assustar com o enorme quantitativo de candidatos, penso que a tarefa de ser aprovada nesses concursos torna-se desproporcional ao cargo oferecido. Não estou desvalorizando os cargos de Analista, nem mesmo os tratando com desdém, mas penso que ficou difícil demais. As provas vêm surpreendentemente mais difíceis, longas e com tempo curtíssimo para resolução. Há sempre uma nova surpresa. Os salários são bons, mas com uma prova tão difícil, prefiro enfrentar a dificuldade num cargo que remunere melhor.
Os concursos de Delegado, Procurador e as outras carreiras que mencionei já são presumidamente difíceis, por isso possuem uma carga horária maior para realizar as provas. Isso, contudo, não ocorre nas provas de Analistas dos Tribunais em que cansei de terminar provas sem lê-las por completo. Sei que pra resolver rápido, bom mesmo é fazer muitos exercícios, mas mesmo assim ainda acho essas provas muito incoerentes.
A dificuldade dos cargos acima nem é tão grande assim, ao contrário do que se possa pensar. Alguns professores de cursinho afirmam que carreiras de advogacia pública têm provas cujo conteúdo são comparados a um mar raso. Trocando em miúdos, há uma grande extensão de matéria, mas não há profundidade. Por isso, as questões de concurso de tribunais estão muito semelhantes às de carreiras isoladas.
Se usarmos como parâmetro as provas de Direito Constitucional, temos alguns exemplos flagrantes:
Questões do último concurso da Procuradoria da Fazenda Nacional de 2007 organizada pela ESAF:
"09- Assinale a única opção correta no âmbito da repartição de competência federativa.
a) Compete privativamente à União manter o serviço postal e o correio aéreo nacional.
b) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios recusar fé aos documentos públicos, salvo nas hipóteses previstas em lei.
c) No caso da competência concorrente, a cooperação entre os entes federados deverá ser estabelecida em lei complementar federal.
d) Compete aos Estados-Membros, no âmbito de sua autonomia, instituir regiões metropolitanas, algomerações urbanas e microregiões.
e) Compete exclusivamente à União legislar sobre sistema monetário, mas a legislação sobre direito econômico é de natureza privada".
Resposta: D
Última prova Advogado da União realizada em 2006 pela banca CESPE:
" Acerca do controle de constitucionalidade no sistema brasileiro, julgue os itens a seguir:
*37 - O controle de constitucionalidade abstrato de lei municipal em relação à Constituição Federal, pode ser feito via de argüição de descumprimento de preceito fundamental. (C)
*39 - A propositura de eventual ação direta de inconstitucionalidade por omissão restringe-se às normas de eficácia limitada de princípio institutivo e de caráter impositivo, bem como às normas programáticas. (C)"
Prova de Delegado de Polícia Civil do Tocantins de 2008, organizada pelo CESPE:
"Relativamente à organização do Poder Legislativo e Executivo, julgue os itens subseqüentes:
* 66 - O presidente da República, no exercício das suas funções, só pode ser preso após trânsito em julgado de sentença penal condenatória. (E)
* 68 - O presidente da República só pode ser submetido a julgamento perante o STF, nas infrações penais comuns, após a autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros. (C)"
Prova de Defensor Público da União, 2007, realizada pela banca CESPE:
"Considerando o art. 14 da CF, julgue os seguintes itens:
*158 - O alistamento eleitoral é obrigatório para todos os que tiverem idade superior a 18 anos. (E)"
Por fim, Prova de Analista Execução de Mandados do TRT-RJ (1ª Região) que ocorreu em 2008, organizada pelo CESPE:
" Questão 31. No que concerne ao Poder Legislativo, assinale a alternativa correta:
a) Os vereadores, assim como os parlamentares estaduais e federais, gozam de imunidade material e formal por atos praticados em todo o território nacional.
b) As viagens do presidente da República para o exterior precisam ser autorizadas pelo Senado Federal.
c) Somente o chefe do Poder Executivo federal, o presidente da República, pode editar medida provisória.
d) Lei ordinária pode revogar lei complementar se o assunto nesta veiculado não estiver reservado na CF.
e) O estado do Rio de Janeiro pode editar lei que fixe a pena de multa para o empregador que despedir imotivadamente o empregado".
Resposta D
"Questão 35 - Alguns assuntos não precisam ser regulados em lei em sentido formal. Esses assuntos incluem
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa.
b) extinção de cargos públicos vagos e criação de normas sobre condições para exercício das profissões.
c) registros públicos e aplicação de pena.
d) desapropriação e criação de regime de bens para o casamento civil.
e) autorização para alienação de bem público e definição de regime de portos".
Resposta A
Resumo da Ópera - Às vezes, caminhar no sentido contrário ao da maré pode ser o caminho para o sucesso. Por isso, enquanto a grande maioria dos concurseiros está se matando nos concursos de Analistas, nós podemos usar uma estratégia corajosa e inovadora. Eu não vou fechar essa análise, mas vou te convidar a refletir e comparar as diversas provas de concurso. Uma coisa é certa: eu não terei mais como meu foco principal os concursos de Tribunais.
Para você mesmo(a) ver com seus olhos as provas de que extraí as questões, sugiro que vá em www.pciconcursos.com.br. Pesquise "procurador 2008", "Advogado 2007, 2008", "Defensor Público".
Como complementação, no link abaixo você também encontrará dicas muito úteis.
Comecemos pelo primeiro mito. Há alguns anos atrás, fazer concurso para Analista valia a pena, pois apesar de já não serem fáceis, não era necessário ser tremendamente estrategista, como se é hoje. Conhecer jurisprudência e muitos conceitos eram coisas completamente dispensáveis. Tampouco era uma falha grave errar uma ou duas questões de português. Não se cobrava Raciocínio Lógico nesses concursos, o que agora é algo complicado para alguns concurseiros. Enfim, fazer tais provas era um grande negócio.
Contudo, milhões de pessoas começaram a pensar igual e por isso tais concursos começaram a ficar difíceis demais. O fenômeno fez ocorrerem distorções, pois as bancas estão fazendo provas super complicadas para poder selecionar, muitas vezes, 2% dos candidatos para formar cadastro de reserva. De fato, é uma tarefa complexa, pois é muita gente para avaliar com qualidade. A solução acaba sendo a aplicação de provas bastante difíceis.
A escolha dos bacharéis em Direito por concursos de Analistas se deve à insegurança em se debruçar pela primeira vez no mundo dos concursos. Assim, nunca passa pela cabeça dessas pessoas prestar concursos como o de Defensor Público ou de Advogado da União (que não exigem 3 anos de prática jurídica). As pessoas pensam que são concursos absurdos e que é melhor não pensar neles. Eu, por exemplo, de tanto ouvir na época da faculdade que eram concursos dificílimos e que eu precisaria exagerar nos estudos, cheguei a pensar que não era pra mim.
Contudo, eu tive um estalo. Ora, bolas! Eu estudo muito, já estudei coisas bem difíceis ao longo da minha vida. Então, precisei rever meus conceitos e percebi que ISSO É PRA MIM, SIM!
Vejo que quem fala aqueles tipos de bobagens é perdedor. Essas pessoas têm medo, não encaram o desafio e ainda por cima amedrontam pessoas recém-frormadas. Contudo, sem dúvida nenhuma, a beleza da vida está nesses instigantes desafios. Portanto, não chegar a tentar algo porque achar que pode doer é um ato de derrota.
Por que cheguei a conclusão de que concurso de Tribunal não vale tanto a pena? Apesar de não me assustar com o enorme quantitativo de candidatos, penso que a tarefa de ser aprovada nesses concursos torna-se desproporcional ao cargo oferecido. Não estou desvalorizando os cargos de Analista, nem mesmo os tratando com desdém, mas penso que ficou difícil demais. As provas vêm surpreendentemente mais difíceis, longas e com tempo curtíssimo para resolução. Há sempre uma nova surpresa. Os salários são bons, mas com uma prova tão difícil, prefiro enfrentar a dificuldade num cargo que remunere melhor.
Os concursos de Delegado, Procurador e as outras carreiras que mencionei já são presumidamente difíceis, por isso possuem uma carga horária maior para realizar as provas. Isso, contudo, não ocorre nas provas de Analistas dos Tribunais em que cansei de terminar provas sem lê-las por completo. Sei que pra resolver rápido, bom mesmo é fazer muitos exercícios, mas mesmo assim ainda acho essas provas muito incoerentes.
A dificuldade dos cargos acima nem é tão grande assim, ao contrário do que se possa pensar. Alguns professores de cursinho afirmam que carreiras de advogacia pública têm provas cujo conteúdo são comparados a um mar raso. Trocando em miúdos, há uma grande extensão de matéria, mas não há profundidade. Por isso, as questões de concurso de tribunais estão muito semelhantes às de carreiras isoladas.
Se usarmos como parâmetro as provas de Direito Constitucional, temos alguns exemplos flagrantes:
Questões do último concurso da Procuradoria da Fazenda Nacional de 2007 organizada pela ESAF:
"09- Assinale a única opção correta no âmbito da repartição de competência federativa.
a) Compete privativamente à União manter o serviço postal e o correio aéreo nacional.
b) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios recusar fé aos documentos públicos, salvo nas hipóteses previstas em lei.
c) No caso da competência concorrente, a cooperação entre os entes federados deverá ser estabelecida em lei complementar federal.
d) Compete aos Estados-Membros, no âmbito de sua autonomia, instituir regiões metropolitanas, algomerações urbanas e microregiões.
e) Compete exclusivamente à União legislar sobre sistema monetário, mas a legislação sobre direito econômico é de natureza privada".
Resposta: D
Última prova Advogado da União realizada em 2006 pela banca CESPE:
" Acerca do controle de constitucionalidade no sistema brasileiro, julgue os itens a seguir:
*37 - O controle de constitucionalidade abstrato de lei municipal em relação à Constituição Federal, pode ser feito via de argüição de descumprimento de preceito fundamental. (C)
*39 - A propositura de eventual ação direta de inconstitucionalidade por omissão restringe-se às normas de eficácia limitada de princípio institutivo e de caráter impositivo, bem como às normas programáticas. (C)"
Prova de Delegado de Polícia Civil do Tocantins de 2008, organizada pelo CESPE:
"Relativamente à organização do Poder Legislativo e Executivo, julgue os itens subseqüentes:
* 66 - O presidente da República, no exercício das suas funções, só pode ser preso após trânsito em julgado de sentença penal condenatória. (E)
* 68 - O presidente da República só pode ser submetido a julgamento perante o STF, nas infrações penais comuns, após a autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros. (C)"
Prova de Defensor Público da União, 2007, realizada pela banca CESPE:
"Considerando o art. 14 da CF, julgue os seguintes itens:
*158 - O alistamento eleitoral é obrigatório para todos os que tiverem idade superior a 18 anos. (E)"
Por fim, Prova de Analista Execução de Mandados do TRT-RJ (1ª Região) que ocorreu em 2008, organizada pelo CESPE:
" Questão 31. No que concerne ao Poder Legislativo, assinale a alternativa correta:
a) Os vereadores, assim como os parlamentares estaduais e federais, gozam de imunidade material e formal por atos praticados em todo o território nacional.
b) As viagens do presidente da República para o exterior precisam ser autorizadas pelo Senado Federal.
c) Somente o chefe do Poder Executivo federal, o presidente da República, pode editar medida provisória.
d) Lei ordinária pode revogar lei complementar se o assunto nesta veiculado não estiver reservado na CF.
e) O estado do Rio de Janeiro pode editar lei que fixe a pena de multa para o empregador que despedir imotivadamente o empregado".
Resposta D
"Questão 35 - Alguns assuntos não precisam ser regulados em lei em sentido formal. Esses assuntos incluem
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa.
b) extinção de cargos públicos vagos e criação de normas sobre condições para exercício das profissões.
c) registros públicos e aplicação de pena.
d) desapropriação e criação de regime de bens para o casamento civil.
e) autorização para alienação de bem público e definição de regime de portos".
Resposta A
Resumo da Ópera - Às vezes, caminhar no sentido contrário ao da maré pode ser o caminho para o sucesso. Por isso, enquanto a grande maioria dos concurseiros está se matando nos concursos de Analistas, nós podemos usar uma estratégia corajosa e inovadora. Eu não vou fechar essa análise, mas vou te convidar a refletir e comparar as diversas provas de concurso. Uma coisa é certa: eu não terei mais como meu foco principal os concursos de Tribunais.
Para você mesmo(a) ver com seus olhos as provas de que extraí as questões, sugiro que vá em www.pciconcursos.com.br. Pesquise "procurador 2008", "Advogado 2007, 2008", "Defensor Público".
Como complementação, no link abaixo você também encontrará dicas muito úteis.
Música do dia? Nãoooo ... algo muito melhor!
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Não deixe de responder a nossa pesquisa da semana "Com que frequência você acessa o Concurseiro Solitário?". É rapidinho e nos ajudará a escrever um artigo muito legal para o blog. A pesquisa está no topo da coluna fixa da direita, lá em cima. Obrigado!
A Raquel existe mesmo..ou o Charles é um ótimo dublador rsrs
Legal a idéia do podcast e sem esquecer de salientar que o seu sotaque e sua voz são muito bonitas.
Eu ainda não sou bacharel mesmo, só posso prestar concursos de nível médio, então podem me achar de tranquilo demais ou de sem planejamento, mas eu ainda não me PRÉ-ocupo com isso heheh, mas legal vcs se preocuparem com os leitores do blog.
Bons estudos
Abraços Rachel
Adorei o post em PodCast!
Inovador! Parabéns pela iniciativa!
Eu já havia me dado conta que os concursos de Analista estavam ficando desproporcionais quando um amigo beirou por 2 vezes o concurso de Analista do TRT e passou para Juiz do Trabalho com nota sobrando... Alguma coisa estava errada. A partir de lá foquei total nos concursos da Magistratura e só presto Analista se o programa for o mesmo, e não é que eu estava certa?
Fiquei feliz que dei uma dentro!!!
Parabéns pelo artigo!
Bjooo
Fabi Pacheco
Considero interessante a idéia, já mencionada por muita gente, de estudar para os concursos mais difíceis e prestá-los juntamente com os mais fáceis. Mas acredito existir um grande perigo na análise comparativa entre Defensor Público Da União e analista de Tribunal, por exemplo. Pois Defensor compreende outras provas, oral e para mim a mais difícil, subjetiva. Enquanto analista, por enquanto, só objetiva e subjetiva simples. Só para reflexão. As generalizações são perigosas.
Gente, obrigada!
Sim, eu existo!!!! (risos)
Raquel