A Marmota Concurseira
07:54
Concurseiro Solitario
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“Feitiço do Tempo” foi um filme que fez muito sucesso no início dos anos 90, que agora é reprisado de tempos em tempos na lendária Sessão da Tarde.
Nesse filme, Bill Murray interpreta um repórter de meteorologia arrogante e bundão que é enviado com uma equipe de TV para uma cidadezinha da Filadélfia cobrir um evento tradicional onde uma marmota, um tipo de tatu gordo e peludo, supostamente sussurra para o prefeito da cidade se o inverno será mais curto ou mais longo. Claro que o cara acha isso a maior estupidez e vai de má vontade.
Só que alguma coisa acontece e ele descobre que volta no tempo exatamente um dia sempre que dorme, ou seja, é pegar no sono e ele acorda na manhã do mesmo Dia da Marmota com o rádio relógio despertando com a mesma música irritante de uma rádio local.
Primeiro o cara não acredita no que está acontecendo, depois ele passa a fazer as maiores extravagâncias porque no final será como se ele não tiver feito, afinal de contas, ele volta no tempo, depois ele entra numa fase depressiva e tenta se matar de diversas formas, o que também não adianta, só então ele descobre que é apaixonado pela colega de trabalho que o despreza e faz de tudo para mudar um pouco a cada dia de forma a se tornar um homem que ela admire e possa amar.
Faz alguns dias meu querido telefone celular chegou ao fim da sua vida útil. Era um Nokia super simples, sem frescura nenhuma, mas que consumia muito pouca energia e tinha uma bateria de longa duração, ou seja, recarregava o danado uma vez por semana e não precisava me preocupar com firulas, algo perfeito para quem acha telefones celulares uma grande bobagem muito cara de ter e utilizar como eu.
Como sou cliente pré-pago de uma operadora desde 1998, quando lançaram os primeiros chips GSM, depois de uma boa ameaça de mudar de operadora, toparam me dar um descontão pra lá de camarada na compra de um aparelho novo. Saí da loja com um celular que, tecnicamente, tem autonomia quase tão boa quanto meu antigo aparelho, mas que também tem algumas firulas como tocador de MP3. Sabe do que mais gostei no danado, da possibilidade de usar arquivos MP3 para os diversos tipos de toque.
O que esse filme e o fato de eu ter um aparelho de celular novo tem haver com concursos públicos? Tudo. Vocês desconfiam de que música coloquei para tocar no despertador que me acorda diariamente às 6:30 da manhã de domingo a domingo, como faço desde que comecei a estudar para concursos? Exatamente, a mesma musiquinha irritante que acordava o personagem interpretado por Bill Murray em “Feitiço do Tempo” todos os dias repetidos que ele viveu no filme.
Sinto que desde que comecei a estudar para concursos públicos em Maio do ano passado vivo minha própria versão do “Feitiço do Tempo”. Meus dias se repetem desde então, minha vida parou e tudo voltará ao normal apenas quando eu tiver aprendido o suficiente para conquistar aquela por quem estou apaixonado, a vaga no serviço público. Ela me desprezava no início desse meu filme, me achava arrogante por estar convencido de que a poderia conquistar a qualquer hora que quisesse, me achava um bundão por não ter a humildade de reconhecer que não sabia quase nada e que precisaria estudar muito, mas muito mesmo.
No começo, assim como no filme, vivi a fase da descrença. No fundo não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo. Eu, um cara formado em um ótimo curso por uma das melhores universidades públicas do país, me voltando para algo que sempre neguei ser uma carreira profissional que valesse a pena?!
Depois veio a fase das extravagâncias. Queria reunir os melhores materiais, os melhores livros, apostilas, resumos, aulas em vídeo e MP3, métodos, técnicas, estratégias e planejamentos de estudo. Queria prestar os concursos mais difíceis na crença de que estava estudando bem, forte e suficientemente para ser aprovado até o final do ano.
Então veio a fase depressiva quando descobri que o caminho a seguir era mais longo que eu imaginava e que estava apenas próximo da metade, que teria ainda de aprender ainda muita coisa até conquistar a vaga dos meus sonhos e poder dar um fim ao meu “feitiço do tempo”. Fiquei mal muitas vezes, senti o desespero, a tristeza, falta de motivação, a vontade de desistir.
Mas agora vivo a fase em que sei qual o caminho certo para conquistar minha vaga no serviço público, que tenho de aprender um pouco a cada dia, me torna um pouco melhor a cada dia, até chegar o ponto, que não está muito distante, quando finalmente ela não me achará mais um bundão, para então podermos viver felizes para sempre, quando, então, minha versão particular do “Feitiço do Tempo” chegará ao FIM. Enquanto isso não acontece, sou apenas uma marmota concurseira e com muito orgulho!
Resumo da ópera – Minha dica é para que você não deixe de ir hoje mesmo a uma locadora de DVD/vídeos e alugar esse filme para assistir essa noite Assista-o fazendo um comparativo com sua jornada na guerra dos concursos, você notará a similaridade, e, principalmente, você verá que há um final feliz que também será seu se você não desistir de lutar.
Nesse filme, Bill Murray interpreta um repórter de meteorologia arrogante e bundão que é enviado com uma equipe de TV para uma cidadezinha da Filadélfia cobrir um evento tradicional onde uma marmota, um tipo de tatu gordo e peludo, supostamente sussurra para o prefeito da cidade se o inverno será mais curto ou mais longo. Claro que o cara acha isso a maior estupidez e vai de má vontade.
Só que alguma coisa acontece e ele descobre que volta no tempo exatamente um dia sempre que dorme, ou seja, é pegar no sono e ele acorda na manhã do mesmo Dia da Marmota com o rádio relógio despertando com a mesma música irritante de uma rádio local.
Primeiro o cara não acredita no que está acontecendo, depois ele passa a fazer as maiores extravagâncias porque no final será como se ele não tiver feito, afinal de contas, ele volta no tempo, depois ele entra numa fase depressiva e tenta se matar de diversas formas, o que também não adianta, só então ele descobre que é apaixonado pela colega de trabalho que o despreza e faz de tudo para mudar um pouco a cada dia de forma a se tornar um homem que ela admire e possa amar.
Faz alguns dias meu querido telefone celular chegou ao fim da sua vida útil. Era um Nokia super simples, sem frescura nenhuma, mas que consumia muito pouca energia e tinha uma bateria de longa duração, ou seja, recarregava o danado uma vez por semana e não precisava me preocupar com firulas, algo perfeito para quem acha telefones celulares uma grande bobagem muito cara de ter e utilizar como eu.
Como sou cliente pré-pago de uma operadora desde 1998, quando lançaram os primeiros chips GSM, depois de uma boa ameaça de mudar de operadora, toparam me dar um descontão pra lá de camarada na compra de um aparelho novo. Saí da loja com um celular que, tecnicamente, tem autonomia quase tão boa quanto meu antigo aparelho, mas que também tem algumas firulas como tocador de MP3. Sabe do que mais gostei no danado, da possibilidade de usar arquivos MP3 para os diversos tipos de toque.
O que esse filme e o fato de eu ter um aparelho de celular novo tem haver com concursos públicos? Tudo. Vocês desconfiam de que música coloquei para tocar no despertador que me acorda diariamente às 6:30 da manhã de domingo a domingo, como faço desde que comecei a estudar para concursos? Exatamente, a mesma musiquinha irritante que acordava o personagem interpretado por Bill Murray em “Feitiço do Tempo” todos os dias repetidos que ele viveu no filme.
Sinto que desde que comecei a estudar para concursos públicos em Maio do ano passado vivo minha própria versão do “Feitiço do Tempo”. Meus dias se repetem desde então, minha vida parou e tudo voltará ao normal apenas quando eu tiver aprendido o suficiente para conquistar aquela por quem estou apaixonado, a vaga no serviço público. Ela me desprezava no início desse meu filme, me achava arrogante por estar convencido de que a poderia conquistar a qualquer hora que quisesse, me achava um bundão por não ter a humildade de reconhecer que não sabia quase nada e que precisaria estudar muito, mas muito mesmo.
No começo, assim como no filme, vivi a fase da descrença. No fundo não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo. Eu, um cara formado em um ótimo curso por uma das melhores universidades públicas do país, me voltando para algo que sempre neguei ser uma carreira profissional que valesse a pena?!
Depois veio a fase das extravagâncias. Queria reunir os melhores materiais, os melhores livros, apostilas, resumos, aulas em vídeo e MP3, métodos, técnicas, estratégias e planejamentos de estudo. Queria prestar os concursos mais difíceis na crença de que estava estudando bem, forte e suficientemente para ser aprovado até o final do ano.
Então veio a fase depressiva quando descobri que o caminho a seguir era mais longo que eu imaginava e que estava apenas próximo da metade, que teria ainda de aprender ainda muita coisa até conquistar a vaga dos meus sonhos e poder dar um fim ao meu “feitiço do tempo”. Fiquei mal muitas vezes, senti o desespero, a tristeza, falta de motivação, a vontade de desistir.
Mas agora vivo a fase em que sei qual o caminho certo para conquistar minha vaga no serviço público, que tenho de aprender um pouco a cada dia, me torna um pouco melhor a cada dia, até chegar o ponto, que não está muito distante, quando finalmente ela não me achará mais um bundão, para então podermos viver felizes para sempre, quando, então, minha versão particular do “Feitiço do Tempo” chegará ao FIM. Enquanto isso não acontece, sou apenas uma marmota concurseira e com muito orgulho!
Resumo da ópera – Minha dica é para que você não deixe de ir hoje mesmo a uma locadora de DVD/vídeos e alugar esse filme para assistir essa noite Assista-o fazendo um comparativo com sua jornada na guerra dos concursos, você notará a similaridade, e, principalmente, você verá que há um final feliz que também será seu se você não desistir de lutar.
Caramba! Esse filme eu já vi e gostei muito. Estou impressionada por você ter lembrado dele e por estar comparando seus dias àquele dia vivido pelo personagem repetidas vezes. Você é mesmo uma espécime especial!
Beijos,
Raquel
Muito bom! Esse texto está excelente. Comecei os estudos pra valer em maio de 2006. Essas fases que você descreveu são a pura realidade de quem se prepara. Reconheço que passei por cada uma delas. E acho que estou mais perto do fim. Leio todos os textos. Comecei em 19 de Outubro de 2007 "Trezentos metros contra o vento" e nunca mais parei de ler.
Boa sorte e acredito que você está perto de deixar de ser um "bundão" e conquistar a vaga. Até mais.
Excelente o texto de hoje até me emocionei. Sério.
Também já tive altos e baixos, os altos são poucos e prevalecem sobre os baixos, mas mesmo assim, somos humanos e nos cansamos e às vezes nos cansamos de verdade mesmo...O importante é voltar a acreditar em si e mudar um pouco a cada dia.
Excelentes estudos à todos.
Cara, acho super bacanas os seus textos.
Mas, se tem duas coisas que eu acho chatas de ler, na mesma proporção, é quando você escreve "haver" no lugar de "a ver"; e diz algo como "a danada da prova", o "danado isso, danado aquilo"...
Abraço
Nossa, eu simplesmente adorei esse post!
Comparar a nossa vida de concurseiro com esse filme que eu adoro foi uma coisa sensacional, é a mais pura verdade!!
Acabei de sair de uma dessas fases de profundo desânimo, e ler esse post logo agora veio muito a calhar para mim.
Parabéns!!