Há uns dois anos atrás, quando estava na faculdade cursando Direito, apareceram duas oportunidades de concursos públicos na minha cidade. Como estava na metade do curso, resolvi prestar o concurso para o nível médio. O problema é que a minha faculdade, diferentemente das outras, só tinha a disciplina de Direito Administrativo na grade curricular a partir do oitavo período e eu ainda estava no quinto período. Então, o que foi que eu fiz? Não estudei Direito Administrativo, afinal eu só veria essa matéria no oitavo período, e fui fazer as provas certa de que seria aprovada. O resultado disso? Levei bomba, é claro.

E o que foi que eu aprendi com isso? Uma coisa muito, mas muito simples mesmo: que eu deveria ter sido mais dura comigo mesma. Se eu tivesse deixado de lado minhas desculpas e tivesse me empenhado pra estudar Direito Administrativo poderia ter sido aprovada. Mas não. Eu disse pra mim mesma que essa matéria era novidade para mim, que eu não poderia entendê-la antes de a ter estudado na faculdade e que não iria fazer tanta diferença assim estudá-la ou não. Só que fez sim diferença, sim, e muita. E, se eu tivesse agido de outra forma estaria, atualmente, em uma situação muito melhor do que me encontro.

Muitas vezes, somos nós mesmos nosso pior inimigo. Sim, porque nosso pior inimigo não quer a nossa aprovação e por isso nos diz que ter desculpas é muito razoável. Afinal, não somos máquinas de estudar. Não há problema algum em sentir um pouco de preguiça de estudar. Ou então, que mal faz não estudar essa matéria?

Quer ser amigo de si mesmo? Quer contribuir com seu sucesso? Então, seja duro consigo mesmo. Mude suas atitudes. Conserte seus erros. Não tenha pena de si mesmo. Não adianta ficar lendo textos motivacionais e continuar agindo do mesmo jeito. Não vale nada ficar levando puxão de orelha do Concurseiro Solitário e não reconhecer que precisa mudar.

Escrevo esse artigo hoje mais pra mim mesma do que pra vocês. Sim, porque eu sei que tenho várias atitudes que me prejudicam e que preciso mudar. Sei que se não corrigir isso agora, no futuro, não muito distante vou pagar cara por não tê-lo feito. Vou sofrer as conseqüências. Muitas vezes acumulamos manias nos estudos, assim como acumulamos manias em nossa vida comum. E são essas manias que me prejudicam. Não adianta mais continuar fingindo para mim mesma. Foi difícil e ao mesmo tempo prazeroso escrever esse artigo. Por quê? Porque é difícil admitir que tenho de mudar, que ainda tenho muito para corrigir em mim mesma, que as correções que já fiz ainda não são suficientes É difícil ter de mudar hábitos. É até mesmo doloroso. Mas também é prazeroso, pois assim posso me tornar uma pessoa melhor e estar mais perto do meu sonho de sucesso nos concursos públicos. Quando pensamos que está tudo bem, que estamos fazendo tudo certinho, a vida nos mostra que não é bem assim. E aí temos a chance de mudar. De nos adaptar.
E essa capacidade é algo maravilhoso no ser humano. A capacidade de adaptação e sobrevivência. Eu sei que vou conseguir vencer meus maus hábitos e isso me deixa muito feliz, me motiva a lutar por me tornar uma concurseira e uma pessoa melhor.

Ser duro consigo mesmo é necessário, porque ninguém muda ninguém. Nenhum tipo de exemplo, conselho ou puxão de orelha nos faz mudar. Apenas quando decidimos que precisamos mudar é que as mudanças ocorrem. Enxergue suas virtudes e também os seus defeitos. Saiba o que o enfraquece e corrija isso. Quando os pais disciplinam o filho por amor, fazem a coisa certa. Tenhamos uma atitude de amor para com nós mesmos. Façamos algo que apesar de incômodo e doloroso no presente, será bom pra nosso futuro. Não sei aquilo que você precisa mudar. Talvez você nem tenha nada que precise ser mudado. Mas, faça uma auto-avaliação rigorosa. Analise-se com um olhar crítico. Veja aquilo que você pode mudar em si mesmo para otimizar seu rendimento. Fazer isso de tempos em tempos, porque faz bem, muito bem.

Resumo da Ópera – Ser carrasco de si mesmo é uma tarefa difícil, mas que pode se tornar muito prazerosa e proveitosa. Não tenha medo. Reinvente-se!

Malu, concurseira do Paraíso das Águas dando um forte puxão de orelha em si mesma.

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