Concurseiros, esta frase não é minha, mas de um amigo que é servidor público. É um pensamento que eu respeito muito, pois vindo de quem veio, para mim é um argumento de autoridade. Entenda porquê.

Meu amigo, antes de se graduar em Direito, já havia passado em um concurso de nível superior em Direito do Ministério Público do estado. Foi advogado de uma estatal do setor elétrico enquanto a nomeação do concurso da área de apoio do parquet não chegava. O rapaz não parou por aí: hoje ele está, quase certamente, aprovado em um concurso de Defensor Público. Falta ainda a prova de títulos, mas isso não vai tirá-lo do páreo porque sua pontuação está muito boa.

No meio de sua caminhada rumo ao último cargo, nós estivemos no aniversário de um amigo em comum e ele relatou que estava se sentindo muito triste. Eu fiquei curiosa, pois ele já está relativamente seguro em seu atual cargo. Passei a compreendê-lo quando explicou-me que seu sonho, projeto de vida era algo bem além daquilo. Ele estava estudando muito e vinha colhendo uns resultados bem desalentadores, coisa que é muito normal nos concursos top de linha. Os bons frutos demoram a surgir.

Por outro lado, não é fácil sofrer a frustração de ficar tentando e tentando, sem ter um pequeno sucesso naquilo que você se propõe a batalhar. Exatamente nesse ponto, eu passei a sentir um tremendo alento, pois ficar se sentindo pouco confiante durante o processo de preparação é muito normal. Afinal, 'ninguém sai de casa no dia da prova e diz que vai passar num concurso'. Só diz em casos excepcionais, pois a regra do concurseiro sério é sempre achar que podia ter feito mais e melhor por si mesmo.

Ressalte-se que ele não deixou de ter vida social, de fazer cursinho e de trabalhar. E mais: ele revelou que detesta ficar decorando lei e gosta muito de estudar doutrina (junto com a lei, é claro). Enfim, ele não gosta das coisas que a grande maioria também não aprecia. Tudo isso parece mágica ou inteligência excepcional, mas não é.

Não desmerecendo o meu amigo, digo que ele é uma pessoa muito normal e que sofre dos mesmos problemas que nós. É claro que ele precisou ser organizado e determinado. Teve que usar muito da P2D na vida dele. O rapaz batalhou como se deve e fez tudo que era necessário para alcançar seu objetivo. Apenas se sentiu pouco confiante antes das provas. Um exemplo disso foi na época da prova oral. Meu amigo e disse que não sentia fé em seu desempenho. Ainda bem que ele estava errado sobre seu próprio preparo! Felizmente, tudo deu certo. E eu estou super contente por ele.

Resumo da Ópera - Perto daquela prova que damos preferência, é muito normal o concurseiro sério tremer na base, achar que não fez o melhor. Contudo, se você colocar amor, garra e muito P2D, quem sabe não acontece um bom resultado?

Raquel Monteiro, uma legítima concurseira carioca.

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