A poesia de Gilberto Gil, inspirada em sua separação da então esposa Sandra (Drão), poderia muito bem retratar, em parte, a vida de um “concurseiro” nos dias que ora correm.

Concurseiro, ao que me parece, pode ser definido como a pessoa que se dedica com habitualidade a estudar para concurso público até a sua nomeação – e não apenas até a aprovação ou classificação.

Como o tempo passa tão rápido, não? Já estamos no segundo trimestre de 2008. Faz até me lembrar que Chico e Caetano, entre outros, já cantaram: “Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu.” Professor de cursinho é assim. Vive mostrando as oportunidades aos alunos. Alguns aproveitam, outros não. Não sejas, caro leitor, como Carolina, que não vê e não sabe de nada!

Concurseiro não pode perder tempo e tampouco a esperança (boa). Não se pode olvidar, nesse passo, que o tempo não volta – é inexorável – e a esperança é a última que morre, mas a primeira que ilude. Quem espera e só espera nem sempre alcança. O nobre leitor deste prestigioso blog bem sabe que, em se tratando de concurso público, não basta esperar. Nietzsche, Friedrich Wilhelm (1844-1900), bem resume a questão. Nesse sentido, “A esperança é o pior dos males, porque prolonga o tormento."

E aquela vontade de conquistar o almejado cargo público? Não acabou nos três primeiros meses do ano, não é mesmo?

O início foi difícil, é verdade. A notícia da suspensão dos concursos fez muitos candidatos desistirem. Só para isso mesmo serviu essa notícia e durou pouquíssimo. Agora, só se fala nos inúmeros concursos que irão acontecer doravante.

Por isso, agir sempre é preciso. Isto significa estudar e preparar-se corretamente para o concurso, se possível, com a ajuda de um cursinho preparatório de qualidade. Os professores conhecem o caminho mais curto a ser seguido e ensinam os alunos o atalho para se atingir mais rápida e facilmente a aprovação.

Os cursinhos funcionam, ainda, como um “personal trainer”. Imagine, por hipótese, a diferença de desempenho do indivíduo que freqüenta a academia acompanhado de um “personal trainer” e outro que vai por conta própria. Guardadas as devidas proporções, é a diferença da preparação com ou sem cursinho.

É bem verdade que muitos candidatos obtêm aprovação sem nunca terem freqüentado um curso preparatório. Não se trata, portanto, o curso de uma “conditio sine qua non”. Também são fartos os casos dos que freqüentam o cursinho e diante do primeiro resultado negativo abandonam o caminho. Nada obstante, veja-se, por exemplo, que 9 dos 12 aprovados para o cargo de Técnico do INSS, na cidade de São José dos Campos, SP, freqüentaram ou freqüentam o cursinho no qual eu leciono, inclusive o 1º, 2º, 3º e 4º lugares da lista normal, o 1º lugar da lista especial e o 1º lugar do cargo Analista em Direito.

Por outro lado, será que adianta se antecipar ao edital, estudando pelas regras do último concurso? E se o concurso não abrir e se as matérias forem outras?

No mundo dos concursos, nobre leitor que me acompanha até aqui e ao qual agradeço pela companhia, aplica-se a Lei da Conservação da Matéria: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” Lavoisier, Antoine Laurent (1743–1794).

Os programas sofrem alterações, atualizações, ajustes, é uma matéria que entra outra que sai e, no fim, acabam igualmente se repetindo (português, matemática e raciocínio lógico, Direito Constitucional, Direito Administrativo etc). O candidato que já estudou tais matérias está à frente, inegavelmente, daquele que inicia o estudo apenas e tão-somente quando da publicação do edital.

Se você escolheu ser “concurseiro profissional” e deseja conquistar de verdade a sua vaga, escute: estude antes, o quanto antes possível inicie os estudos, estude para você. Não espere o edital. Não seja como São Tomé. Afinal, a quantidade de matéria exigida é cada vez maior e o tempo até a prova mais exíguo (o edital do TRT-RJ, por exemplo, foi publicado em 3/4/2008 e a prova será dia 6/6/2008 – pouquíssimo tempo para estudar muita matéria).

Por todas essas razões, é forçoso concluir que a maioria das vagas em 2008 será preenchida por quem já iniciou a preparação – antes mesmo da publicação de qualquer edital.

Concurso público não olha currículo nem indicação (“QI”). Ao contrário, o sucesso só depende do candidato, sua dedicação e desempenho na prova, que é igual para todos. Como diz Machado de Assis, “Ao vencedor as batatas” e elas podem ser suas em 2008, só depende de você.

É isso aí. Bons estudos.

P.S. - Estive em Petrópolis na semana passada e lá só se fala no concurso do TRT-RJ (Técnico e Analista) e nos próximos concursos do TJ-RJ (Oficial de Justiça e Comissário); Em São Paulo foi confirmado pelo próprio TRT-SP a realização do seu certame para Técnico e Analista. O que você esta esperando para iniciar ou intensificar os estudos?

O Professor Douglas leciona no Unicursos de São José dos Campos e Campinas e no Pró-Concurso em São Paulo. Épós-graduado em Direito pela Escola Paulista da Magistratura e escreve diariamente em em seu blog, www.professordouglas.com.