Grana, sempre grana ... ou melhor, falta de grana

Ontem no shoutbox do blog um leitor comentou um artigo que escrevi faz algum tempo sobre a necessidade do concurseiro mudar de cidade para tomar posse em um cargo público, onde ele disse que com ele o maior problema não é ficar longe da família, mas a falta de grana para tomar posse. Pois bem, vamos conversar um pouco sobre isso e coisas correlatas.

Tomar posse em outra cidade envolve custos, isso é fato, apesar de muitos concurseiros nem pensarem no assunto e acaberem sendo pegos de surpresa. Além dos gastos de moradia imediata, seja para alugar ou montar uma casa ou apartamento, ou mesmo se hospedar em um hotel ou pensão, há de se considerar que muitas vezes o recém-empossado servidor público não recebe no primeiro mês, mas dois meses acumulado no segundo mês. Não sei exatamente porque isso acontece, mas sei que acontece. Inclusive um amigo se viu em maus lençóis por conta disso, tendo inclusive de recorrer a empréstimos com amigos para bancar as contas até receber o vencimento acumulado.

Além dos custos de moradia, há também os custos com roupas e calçados para assumir a nova função. Aqui está algo que pega muita gente de calças curtas, hehehe, perdão pelo trocadilho. A maioria dos órgãos e entidades públicas exige roupa social no ambiente de trabalho, quando não terno dos homens e tailer das mulheres. O concurseiro (ou concurseira) é empossado e só então descobre que não tem mais que uma troca de roupa social no guarda-roupa, aquela reservada para casamentos e formaturas. E agora, José? Comprar roupas sociais suficientes para virar uma semana de trabalho não é algo barato, muito pelo contrário. Além dos custos para adquirir o novo guarda-roupa, há também os custos de manutenção dessas roupas, afinal, não rola lavar terno ou tailer na máquina de lavar roupa, nada disso, é coisa para lavanderia, algo que não é nem um pouco barato.

Outra coisa que é bom ter em mente é que muitos empossados em outras cidades que não a que morava enquanto estudava descobrem com pesar que não dá para levar junto o computador, isso porque no Brasil a maioria ainda usa desktops (computadores de mesa). Isso acontece seja por falta de espaço na nova morada, dificuldade de transporte do equipamento, e, principalmente, porque na casa de origem várias outras pessoas usam o mesmo computador. Ok, numa dessas o que fazer? Simples, morrer numa grana para comprar um novo computador, seja desktop ou notebook, à vista ou em prestações … simples, porém caro.

E há muitos outros custos envolvidos, como gasto com ligações para familiares e amigos na cidade de origem, um pouco mais de reforço no guarda-roupa com roupas casuais melhores para usar quando não se estiver no trabalho (afinal, nas primeiras semanas na nova cidade você com certeza será chamado para conhecer a cidade, ir a churrascos, almoços, …, lugares que exigem roupas casuais melhores), se brincar gastos com uma horripilante conexão de Internet 3G porque não há banda larga disponível, entre outros.

Agora, o que mais pega para muitos concurseiros quando o assunto é mudar de cidade para assumir um cargo público é a necessidade urgente de compra de um automóvel. Duvida? Vá tentar trabalhar no serviço público em Brasília tentando conciliar aluguel mais em conta e busão, é quase certeza de estar ferrado. Claro que isso não é problema para quem já tem automóvel, mas para quem não tem é uma dor de cabeça, principalmente depois de descobrir o quão escorchantes são os juros cobrados nos financiamento sem entrada desses bens duráveis.

Resumo da ópera – Muitos concurseiros estudam, estudam, estudam na doce ilusão que após a nomeação e posse, tudo será um mar de rosas. Ledo engano. Dizem muitos concurseiros já empossados que é aí que começa as verdadeiras dores de cabeça. Por isso mesmo é bom estudar já pensando em como se irá lidar com esses problemas quando eles se fizerem presentes, porque para quem estuda com seriedade a posse é uma questão de tempo … certo?

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

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