COLUNA DA CONCURSEIRA CRÔNICA - O acerto e o erro

A estrada dos concursos pode ser bem traiçoeira. Ao adotar uma estratégia aparentemente boa, podemos dar um belo tropeção, dar com a cara no chão e levar um tempo até recuperar o prejuízo.

Eu chutei uma belíssima “bora fora” recentemente por um desses erros estratégicos. Entre um concurso de nível médio pra tribunal pro qual não tinha tempo hábil pra estudar e outro de nível médio pra empresa pública, fiquei com o segundo. Não dava pra fazer os dois, já que as provas seriam no mesmo dia e horário. Com uma boa pitada de prepotência, achei que a concorrência ia se concentrar toda no tribunal, já que este concurso estava pra sair havia séculos e o Rio de Janeiro inteiro estava estudando pra ele. Segundo meu raciocínio, pra empresa ficaria “o resto”. Minhas impressões começaram a se mostrar equivocadas quando entrei na sala de provas e comecei a conversar com os concorrentes. Embora o local estivesse bem vazio e as pessoas com quem falei não fossem “do ramo”, assustei-me quando elas me interaram da concorrência absurdamente alta para o cargo. Senti que o buraco seria bem, mas bem mais embaixo. O tempo da prova era curtíssimo para resolver as questões de Matemática e Matemática Financeira; a prova de Informática, que era específica, só parecia fácil. Além disso, a forma de avaliação era totalmente inusitada: apenas a nota da prova específica era contabilizada para classificação; a parte não-específica só contaria para fins eliminatórios e possíveis desempates. Trocando em miúdos, só se classificaria dentro das vagas quem praticamente gabaritasse as questões de Matemática Financeira, Informática e Processos Administrativos (pelo menos essa eu gabaritei...), com boas possibilidades de ficar nas primeiras posições para os que pontuassem bem em Português e Matemática. Como eu sofro muito com o pouco espaço para fazer continhas e “viajei” na Informática, tropecei – com dignidade, devo dizer – nas específicas. Nem meu aproveitamento de 100% em Português serviu para me deixar numa posição melhor do que um frustrante 1195º. Isso mesmo. Nem eu acreditei em tamanho fiasco, só comparável ao meu primeiro concurso.

Não, não estou me considerando uma parede depois disso. Só errei na minha aposta. Entre o cavalo garboso e vencedor e o cavalo com cara de azarão, fiquei com o azarão. O primeiro cumpriu seu “destino histórico” e eu, me achando muito esperta, perdi as fichas no azarão-azarado. Faz parte. Nesse erro não incorro mais. Como digo à exaustão, cada escorregão tem que ser convertido em pedrinha de brita para pavimentar o caminho do sucesso. Tem momentos em que o foco é mais importante que o oportunismo. E é nessa trilha que vou agora, rumo ao objetivo de figurar mais vezes no diário oficial...

Flávia Crespo é a concurseira crônica.

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Bate-papo do Concurseiro Solitário
(Amanhã, DOMINGO, a partir das 20:00)

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O bate-papo será na Sala 1.

2 Response to "COLUNA DA CONCURSEIRA CRÔNICA - O acerto e o erro"

  1. Raquel says:

    Fla, querida, realmente erramos muito na estratégia. Espero mesmo que um dia acertemos nos fatores de produção e cheguemos onde tanto desejamos chegar.

    Beijo grande,
    Raquel

    PS.: Agora te admiro mais ainda que antes. Você é mesmo uma mulher de fibra.

    Camisa 9 says:

    Que mancada Flávia, mas a vida é assim mesmo não é!?!
    Inda bem que você está ficando mais forte nessas curvas da sua nomeação, mas fique tranquila. Todos acontecimentos no seu caminho só lhe servem pra deixar mais forte e mais confiante que sua vitória chegará no devido momento.

    Gambate!

    Abraços

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