Sexta-feira, dia 04 de julho:

Antes da prova, para acalmar meu coração, escrevi um oração. Não sei se vocês têm fé, mas eu ainda tenho. Ei-la:

"Sinto um enorme aperto no coração. Minha cabeça oscila entre a certeza da aprovação e a incerteza. Estou calma, mas ansiosa. Não adianta querer pensar que domingo não sera um dia importante na minha vida, pois será. Eu espero por esse dia há tempos.

Depois dele, ramificar-se-ão diversas possibilidades. Quando esse dia tiver passado, eu creio que vá sentir um tremendo alívio, mesmo que o pior aconteça (a reprovação). Aí, sim, terei de tomar as diversas decisões. Algumas delas serão difíceis e dolorosas para serem tomadas, mas eu terei de agir. Isso tem feito a minha fome ir para o espaço. Não consigo comer.

A vida é mesmo muito difícil e vive colocando desafios a nossa frente para serem transpostos. Será doído, mas eu preciso pensar no longo prazo e nas repercussões da minha vida e da minha idade. À partir daí, repensarei meus planos de fazer provas para fora do Rio de Janeiro com mais convicção.

Estou preparada para a derrota, caso ela ocorra. Bate na madeira! No passado, apesar de não tão bem preparada, eu não pensava na não aprovação. Ficava sem chão. Agora, me sinto vacinada, porém tenho envidado todos os esforços e tenho feito absolutamente tudo que posso fazer para alcançar o sucesso.

Meu bom Deus, eu te peço uma única chance de me permitir sentir tamanha felicidade. Já sacrifiquei tanta coisa da minha vida, já sofri tanto, já enfrentei tantas dificuldades. Será que não sou merecedora de tal prêmio pelo meu esforço? Se devo me esforçar, o que é esforçar-se suficientemente? O que é deixar de ter preguiça e disciplina? Qual é o caminho certo? Quão longo é o caminho a se percorrer? Quanto ainda hei de errar? Quanto ainda preciso aprender com meus erros? Como ficar calma? Já dei demonstrações suficientes de devoção e obstinação? peço-te para que enchas meu coração de esperança e me ilumine rumo à felicidade".

Dia 07 de julho:

No sabado, eu passei muito mal. Senti um tremendo mal-estar, mas no domingo um milagre aconteceu e eu fiquei tremendamente calma. Eu consegui ficar de bom humor, brincar com os colegas de curso que foram lá fazer prova. Conversei com um monte de gente que estava a minha volta, conheci outros concurseiros e ainda ajudei uma colega que passou mal durante a prova. Senti pena porque ela devia estar nervosa.

Bem, vocês devem querer saber as minhas impressões sobre a prova, não é? O que posso dizer é que fui melhor que no ano anterior, mas isso não significa que eu esteja dentro. A prova teve coisas que eu não lembrava, mas que um dia qualquer estudei e umas outras que não deram para estudar. Houve algumas questões em que fiquei em dúvida (muitas delas) e poucas que parecia que nunca ter visto na vida.

Dia 08 de julho:

O que posso dizer é que eu estava em transe antes e que estava muito nervosa, sem conseguir sair desse estado. Só que eu consegui. Ainda bem! Eu sentiria muita raiva de mim se colocasse tudo a perder por nervosismo. Eu percebo que se eu não passar, eu já sei o que tenho que fazer: continuar a estudar. Não me resta mais nada a fazer!

Caros concurseiros, eu também cheguei para ficar. Adoro escrever para o Concurseiro Solitário, pois me sinto muito à vontade e sinto que aprendo muito nesse espaço. Adoro quando recebo comentários de vocês, seja no Orkut, seja aqui. Isso torna o trabalho de escrever tremendamente gratificante. Não deixem de consignar uma impressão sobre os meus artigos. Um grande abraço a todos e bons estudos!


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