ARTIGO DE LEITOR DO BLOG - Auto-sabotagem?
07:00
Concurseiro Solitario
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13 Comments
Acho que li em maio um artigo do nosso concurseiro solitário que classificava os concurseiros em três categorias O “falso concurseiro”, o “fazedor de concurso” e o legitimo “concurseiro”.
Acredito que há pessoas que passam por todas estas três categorias como se fossem fases, na ordem apresentada, porém passei por elas de forma diferente.
Logo que escolhi está estrada, fui uma concurseira séria (a legitima) estudava com afinco, mas pelos materiais errados, com apostilas de baixa qualidade, era uma concurseira com sede que não tinha consciência de que estava no deserto. Resultado: Apesar de estudar muito, não consegui lograr um resultado positivo. Isso me assustou. Pensei: O que está acontecendo de errado? Eu sempre me considerei inteligente e não consegui nem ao menos ser classificada! Será que eu sou tão burra e incapaz?
Hoje sei quais foram meus erros, todavia naquela época, não entendia o q estava acontecendo.
Depois creio que passei pela fase do “falso concurseiro”. Todos sabiam que eu tinha entrado na guerra dos concursos e para manter minha imagem, apesar de não acreditar mais, continuei fazendo concurso. Nesse ínterim conheci pessoas que me deram dicas, tive acesso a bons livros e sites, comecei a perceber meus erros e aprendi onde encontrar material de qualidade. Mas nesse ponto o mal já estava feito, eu sabia onde estava a fonte, mas faltavam forças para atravessar o deserto.
Transpus algumas experiências ruins, noites mal dormidas, sentimento de culpa, dinheiro desperdiçado e tempo perdido. Pensei que houvesse encontrado a força necessária para lutar, entretanto ainda não obtinha o resultado esperado.
Certo dia conversando com uma colega que tem problemas com o peso, ela me relatou que através de sua analista descobriu que estava com um sério problema, o chamado “auto boicote". Para ir de sua casa para o trabalho ela poderia escolher entre dois caminhos e percebeu que quando estava de regime, escolhia sempre o caminho por onde teria que passar por uma tentadora lanchonete. Podem imaginar o resultado? Ela percebeu que fazia isso inconscientemente. Parece algo masoquista. Não? Pensei: Como é possível uma pessoa normal fazer algo que vai lhe fazer mal? Será que Freud explica!?
Aquilo me deu um estalo. Uma seqüência de cenas passou pela minha cabeça. Estava em casa tentando estudar:
- Começava a estudar pelas matérias mais “cascudas”, resultado quando chegava ás matérias de minha predileção, minha mente estava saturada;
- Marcava para estudar em horários impróprios, em que com certeza seria interrompida e inventava mil desculpas para atrasar o inicio da hora marcada para estudar;
- Sempre me esquecia de pegar uma caneta ou lápis ou apostila, isto me levava a levantar para pegá-los e até voltar a sentar havia se passado meia hora ou mais;
Em algumas vezes começava a estudar e de repente lembrava-me de algo pendente para fazer e não conseguia me concentrar até parar e terminar o que estava pendente.
No final das contas rendia poucas horas liquidas de estudo. Naquele momento percebi que sofria do mesmo mal. Sabia onde estava a água, conhecia o caminho, mas ficava caindo nas tentações que surgiam pelo caminho e ainda criei desvios que me fizerem perder de vista meu objetivo.
Eu estava passado pela “auto-sabotagem”! E para meu desespero me dei conta que não era somente com relação aos concursos, mas também em outras áreas de minha vida. Quantas coisas deixei de fazer por medo de me machucar? Quanto abdiquei de minha vida por medo de mudar?
Sempre culpava o trabalho, a família que não me deixava estudar, a falta de dinheiro para comprar o material necessário, falta de tempo para me dedicar. Destarte a culpa não era minha e sim da confluência de diversos fatores que me impediam de explorar todo meu potencial. Estava mentindo para mim mesma.
Era mais fácil colocar culpa em outros. Minha desvairada psique para me proteger impedia-me de estudar. Acho que acreditava lá no fundo que agora que eu conhecia o caminho, se por acaso eu o percorresse e não conseguisse beber da água da fonte então poderia constatar minha inépcia. Melhor viver com uma indulgente quimera do que com a inexorável verdade!
Quando você está acostumado a vencer o medo de perder é deveras assustador! Assim era melhor me iludir culpando a vida. Para não voltar a cair nesta armadilha é uma luta tremenda. Mas vou conseguir!
Resumo da ópera - Hoje acredito que estou em processo de cura. Estou deixando de ser uma “fazedora de concurso” e estou me transformando em uma concurseira de verdade.
Juliana Chaves, mais uma concurseira solitária.
Acredito que há pessoas que passam por todas estas três categorias como se fossem fases, na ordem apresentada, porém passei por elas de forma diferente.
Logo que escolhi está estrada, fui uma concurseira séria (a legitima) estudava com afinco, mas pelos materiais errados, com apostilas de baixa qualidade, era uma concurseira com sede que não tinha consciência de que estava no deserto. Resultado: Apesar de estudar muito, não consegui lograr um resultado positivo. Isso me assustou. Pensei: O que está acontecendo de errado? Eu sempre me considerei inteligente e não consegui nem ao menos ser classificada! Será que eu sou tão burra e incapaz?
Hoje sei quais foram meus erros, todavia naquela época, não entendia o q estava acontecendo.
Depois creio que passei pela fase do “falso concurseiro”. Todos sabiam que eu tinha entrado na guerra dos concursos e para manter minha imagem, apesar de não acreditar mais, continuei fazendo concurso. Nesse ínterim conheci pessoas que me deram dicas, tive acesso a bons livros e sites, comecei a perceber meus erros e aprendi onde encontrar material de qualidade. Mas nesse ponto o mal já estava feito, eu sabia onde estava a fonte, mas faltavam forças para atravessar o deserto.
Transpus algumas experiências ruins, noites mal dormidas, sentimento de culpa, dinheiro desperdiçado e tempo perdido. Pensei que houvesse encontrado a força necessária para lutar, entretanto ainda não obtinha o resultado esperado.
Certo dia conversando com uma colega que tem problemas com o peso, ela me relatou que através de sua analista descobriu que estava com um sério problema, o chamado “auto boicote". Para ir de sua casa para o trabalho ela poderia escolher entre dois caminhos e percebeu que quando estava de regime, escolhia sempre o caminho por onde teria que passar por uma tentadora lanchonete. Podem imaginar o resultado? Ela percebeu que fazia isso inconscientemente. Parece algo masoquista. Não? Pensei: Como é possível uma pessoa normal fazer algo que vai lhe fazer mal? Será que Freud explica!?
Aquilo me deu um estalo. Uma seqüência de cenas passou pela minha cabeça. Estava em casa tentando estudar:
- Começava a estudar pelas matérias mais “cascudas”, resultado quando chegava ás matérias de minha predileção, minha mente estava saturada;
- Marcava para estudar em horários impróprios, em que com certeza seria interrompida e inventava mil desculpas para atrasar o inicio da hora marcada para estudar;
- Sempre me esquecia de pegar uma caneta ou lápis ou apostila, isto me levava a levantar para pegá-los e até voltar a sentar havia se passado meia hora ou mais;
Em algumas vezes começava a estudar e de repente lembrava-me de algo pendente para fazer e não conseguia me concentrar até parar e terminar o que estava pendente.
No final das contas rendia poucas horas liquidas de estudo. Naquele momento percebi que sofria do mesmo mal. Sabia onde estava a água, conhecia o caminho, mas ficava caindo nas tentações que surgiam pelo caminho e ainda criei desvios que me fizerem perder de vista meu objetivo.
Eu estava passado pela “auto-sabotagem”! E para meu desespero me dei conta que não era somente com relação aos concursos, mas também em outras áreas de minha vida. Quantas coisas deixei de fazer por medo de me machucar? Quanto abdiquei de minha vida por medo de mudar?
Sempre culpava o trabalho, a família que não me deixava estudar, a falta de dinheiro para comprar o material necessário, falta de tempo para me dedicar. Destarte a culpa não era minha e sim da confluência de diversos fatores que me impediam de explorar todo meu potencial. Estava mentindo para mim mesma.
Era mais fácil colocar culpa em outros. Minha desvairada psique para me proteger impedia-me de estudar. Acho que acreditava lá no fundo que agora que eu conhecia o caminho, se por acaso eu o percorresse e não conseguisse beber da água da fonte então poderia constatar minha inépcia. Melhor viver com uma indulgente quimera do que com a inexorável verdade!
Quando você está acostumado a vencer o medo de perder é deveras assustador! Assim era melhor me iludir culpando a vida. Para não voltar a cair nesta armadilha é uma luta tremenda. Mas vou conseguir!
Resumo da ópera - Hoje acredito que estou em processo de cura. Estou deixando de ser uma “fazedora de concurso” e estou me transformando em uma concurseira de verdade.
Juliana Chaves, mais uma concurseira solitária.
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Clipe do dia
“Life is like a boat” é a musica de encerramento da 1ª temporada de Bleach. Quem canta é Rie Fu, uma japonesa de voz suave e doce, suas músicas são escritas e cantadas em japonês e inglês.
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- Não deixe de dizer o que você achou desse artigo, para isso envie seu comentário agora mesmo! A autora ficará muito satisfeita em saber o que vocês acharam do artigo que ela escreveu com tanto carinho para o "Concurseiro Solitário".
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Quem excelente post Juiana, que história de vida concursídica, viu.
Espero que volte a estudar de verdade agora, ok! rsrs
Você já tem a minha torcida por gostar de Bleach :p.
Abraços e Bons estudos
Éric
Juliana!
Vc estava falando de mim???? hehehehe
Guria, eu também estou em processo de cura... Passei 6 semanas estudando com afinco (depois de um mês de "descanso", recomendado por médico) e aí fui ao fundo do poço! Tristeza, compulsão por comida, angústia, absoluta falta de vontade de estudar me acompanharam por duas semanas. Até q me deu o estalo do qual vc fala. Hoje voltei a estudar, mas buscando sempre o equilíbrio...
Torço para que eu e você possamos ficar bem, estudar com afinco e não mais passar pela auto-sabotagem... e que nossos nomes estejam na próxima lista de aprovados!
Abraços
Juliana, parabéns pelo artigo. Adorei e me identifiquei demais com tudo. Já passei por tudo isso que vc falou: a auto-sabotagem. E em vários aspectos da vida. Sempre o medo de não conseguir me fazia ter essa atitude. Há algum tempo que venho identificando esse tipo de comportamento e fazendo as correções. Decidi não mais me sabotar. Recaídas? Tenho muitas ainda, mas pelo menos agora já tenho consciência de tudo e sei o que fazer pra mudar. Basta olhar o quanto já perdi por causa de atitudes de sabotagem.
Obrigada por compartilhar isso. Assim, vejo que não sou a única terrorista que existe....heheheh....
Abraços, Helineide
Parabéns pelo artigo. Que não nos sabotemos mais!
Raquel
É preciso ter coragem e muito comprometimento com o objetivo de vencer na guerra dos concursos públicos para passar pelo que você passou e concluir que seu maior inimigo é você mesmo.
Agora que vc sabe disso, a vitória está mais perto de você!
A auto-sabotagem é a maior auto-sacanagem que um concurseiro faz consigo mesmo dentro do seu eu. Fui redundante? Rs...
Parabéns pelo artigo!
Tiago Gomes
Nossa, eu estava precisando muito ler isso hoje!
Estava me sentindo muito desanimada de uns tempos para cá, criando mil coisas para justificar minhas dificuldades para estudar, e com um quadro de compulsão alimentar que já me engordou vários quilos...
Somos seres humanos, e as fraquezas sempre nos ensinam alguma coisa! Obrigada por compartilhar sua experiência, eu me identifiquei 100% com o texto.
Vamos à luta!
Abraços e bons estudos!
Parabéns Juliana pelo seu artigo!
Para mim, caiu como uma luva. Tudo o que vc relatou, já aconteceu comigo. Eu me auto sabotava, a partir do momento que "caiu a ficha" tudo mudou.
Abs.
Cada vez mais me surpreendo ao ler os artigos dos colunistas e dos leitores deste blog, que vez ou outra, também envia suas experiências sobre ser um concurseiro.
Parabéns Juliana.
Uau!
Que bom que gostaram do artigo!
Sandra,
Que um anjo tenha dito amém, quando vc escreveu seu comentário. rsrsr
Heleide,
Vamos fazer um pacto: Terroristas nunca mais!
Andréia,
Vamos à luta msm. Por a desculpite pra correr!
Meninas,
E cada loucura q agente inventa. Não?
E bom saber que não estou sozinha!rsrsrs
Alfredo Madeiro
Li seu texto, gostei mesmo. Não sei se vc lembra, mas foi vc e o Tiago que me incentivaram a enviar o texto no “Bate-Papo”. Obrigada!
Eric
Amo Bleach. Valeu pela força.
Charles, Raquel e Tiago,
Adorei escrever para o blog. E vê-los comentando um texto meu é uma honra. “ Tô me sentindo” rsrsrs . Adoro ler os textos que vcs publicam. O “ConcurseiroSolitário” já faz parte do meu dia-a-dia.
Bjs
Xau _0/
É, Juliana: puseste o dedo numa das maiores feridas concurseiras - ainda bem! Sua reflexão é um pouco de cada um de nós. Ultrapassemos o sabotador que vive dentro da gente!
Como inspiração, lembrei de uma música engraçada dos Mutantes: "Top, top" que fala em sabotagem, rsrs.
Raquel
Nossa!! parece mais minha história!!kkkkkkk.....tem tempos e tempos...estava meio depressiva...por conta de algumas aprovações....e classificações longes...
mas sei que errei em muitos aspectos....e´esse relato é meu!!...kkkkkk.....
excelente!!!
abraços....