Derrota com honra?
08:05
Concurseiro Solitario
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“O legendário samurai Nakano Tadaaki e suas tropas foram derrotados no décimo segundo dia da luta entre os exércitos do senhor Nabeschima Naohiro e do senhor Hideyoshi pelo controle da província de Shizugadake. O senhor Hideyoshi, conhecido em todo o reino por sua sabedoria e retidão, poupou o samurai, mantendo-o como seu prisioneiro no Castelo de Shima até o fim do conflito, quando foi ao seu encontro e lhe disse:
- Não há vergonha na derrota com honra. Somente os bravos de coração são leais ao seu senhor mesmo quando a morte é certa.
Então não somente libertou o samurai, quanto o presenteou com mil moedas de ouro pelo seu valoroso exemplo”.
Muitos acreditam que há somente a vitória e a derrota, ignorando nuances que são tão ou até mais importantes que o próprio conceito. Dentre as várias que existem, as mais importantes soam estranho aos nossos ouvidos contemporâneos, principalmente, aos nossos ouvidos brasileiros contemporâneos. Estou falando da honra.
Ensina o dicionário Houaiss:
HONRA
Substantivo feminino
1- princípio ético que leva alguém a ter uma conduta proba, virtuosa, corajosa, e que lhe permite gozar de bom conceito junto à sociedade;
Então temos a vitória e a derrota com e sem honra. Foi exatamente da derrota com honra que fala a historinha do samurai. O cara era leal ao seu líder, foi lutar na guerra sabendo que poderia ser derrota, mas mesmo assim fez o melhor que pode. Foi derrotado e capturado, mas o senhor inimigo reconheceu seu valor e não só o manteve vivo, como prisioneiro, como no final ao libertá-lo ainda lhe deu uma grana legal. O samurai se deu bem justamente porque foi derrotado com honra, de forma virtuosa, corajosa e isso lhe auferiu bom conceito junto à sociedade, representada pelo senhor rival.
Faz alguns meses prestei a prova da CGU (Controladoria Geral da União) promovida pela ESAF. Estudei bastante, mas no estilo que estou acostumado a estudar para a CESPE, para o que seria minha primeira experiência com a bana. A derrota foi triste e dolorosa. Fui muito mal, muito pior do que podia imaginar. Foi doloroso.
Na mesma semana em que soube dessa derrota, foi divulgado o edital do concurso do MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão), organizado pela mesma maledeta ESAF e com matéria muito parecida com a do concurso da CGU. Prestar ou não prestar esse novo concurso? Um mês para estudar e derrota praticamente certa. O que fazer? Diante dessa decisão poderia agir com honra ou sem honra. Se escolhesse agir com honra, faria minha inscrição, estudaria o melhor que pudesse com base do que aprendi na derrota anterior e ainda dolorosamente fresca. Ou poderia agir sem honra, não me inscrevendo e evitando assim uma nova derrota (leia-se, fugir da briga) ou então fazendo minha inscrição, mas não me preocupando em me preparar o melhor que pudesse. Como não estou nessa guerra para brincar, escolhi a primeira opção.
Foi um longo mês de preparo intenso. Estudar para enfrentar a ESAF é muito diferente de estudar para enfrentar a CESPE. Apesar de não ter as melhores informações, não ter podido traçar a melhor estratégia, não ter acesso ao material de estudo mais adequado, fiz o melhor que pude com o que tinha ao meu alcance. Então chegou o dia da prova e parti para cima das questões como um samurai que não teme a morte por ser corajoso, acreditar porque luta, além de ter tomado uma boa dose de saquê minutos antes da luta começar e também porque “não bate bem das idéias”. E foi uma briga feia, sangrenta, violenta.
Ontem saiu o resultado desse concurso. Como esperava, apesar daquele tênue fio de esperança que sempre existe para quem luta com seriedade, meu nome não estava entre os que tiveram as questões discursivas corrigidas, de onde saiu a lista dos aprovados.
Fiquei feliz. Não, não com a derrota, porque não sou louco. Fiquei feliz porque constatei que por 1,6 pontos não estava na lista dos que tiveram as questões discursivas corrigidas. Isso significa que apesar de ter sido apenas minha segunda luta em batalha orquestrada pela ESAF, de ter poucas informações e não ter usado o material de estudo mais adequado, além, claro, de ter estudado todo o tempo sozinho (eu e Deus de co-piloto), tive um desempenho muito melhor que o de muita gente que conhece a ESAF melhor que eu, que estava estudando para esse concurso havia mais tempo que eu, que usou material melhor que o meu, que fez cursinho específico para esse concurso ao invés de estudarem sozinho como eu.
Fui derrotado, sim, mas foi uma derrota com honra. Estou feliz com isso. Sei que minhas mil moedas de ouro estão reservadas justamente porque lutei dessa forma!
Resumo da ópera – Lute todas as suas lutas com honra. A vitória com honra brilha mais, assim como a derrota com honra tem muito mais valor. Do lado oposto, a vitória sem honra não traz satisfação e a vitória sem honra é motivo de vergonha.
- Não há vergonha na derrota com honra. Somente os bravos de coração são leais ao seu senhor mesmo quando a morte é certa.
Então não somente libertou o samurai, quanto o presenteou com mil moedas de ouro pelo seu valoroso exemplo”.
Muitos acreditam que há somente a vitória e a derrota, ignorando nuances que são tão ou até mais importantes que o próprio conceito. Dentre as várias que existem, as mais importantes soam estranho aos nossos ouvidos contemporâneos, principalmente, aos nossos ouvidos brasileiros contemporâneos. Estou falando da honra.
Ensina o dicionário Houaiss:
HONRA
Substantivo feminino
1- princípio ético que leva alguém a ter uma conduta proba, virtuosa, corajosa, e que lhe permite gozar de bom conceito junto à sociedade;
Então temos a vitória e a derrota com e sem honra. Foi exatamente da derrota com honra que fala a historinha do samurai. O cara era leal ao seu líder, foi lutar na guerra sabendo que poderia ser derrota, mas mesmo assim fez o melhor que pode. Foi derrotado e capturado, mas o senhor inimigo reconheceu seu valor e não só o manteve vivo, como prisioneiro, como no final ao libertá-lo ainda lhe deu uma grana legal. O samurai se deu bem justamente porque foi derrotado com honra, de forma virtuosa, corajosa e isso lhe auferiu bom conceito junto à sociedade, representada pelo senhor rival.
Faz alguns meses prestei a prova da CGU (Controladoria Geral da União) promovida pela ESAF. Estudei bastante, mas no estilo que estou acostumado a estudar para a CESPE, para o que seria minha primeira experiência com a bana. A derrota foi triste e dolorosa. Fui muito mal, muito pior do que podia imaginar. Foi doloroso.
Na mesma semana em que soube dessa derrota, foi divulgado o edital do concurso do MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão), organizado pela mesma maledeta ESAF e com matéria muito parecida com a do concurso da CGU. Prestar ou não prestar esse novo concurso? Um mês para estudar e derrota praticamente certa. O que fazer? Diante dessa decisão poderia agir com honra ou sem honra. Se escolhesse agir com honra, faria minha inscrição, estudaria o melhor que pudesse com base do que aprendi na derrota anterior e ainda dolorosamente fresca. Ou poderia agir sem honra, não me inscrevendo e evitando assim uma nova derrota (leia-se, fugir da briga) ou então fazendo minha inscrição, mas não me preocupando em me preparar o melhor que pudesse. Como não estou nessa guerra para brincar, escolhi a primeira opção.
Foi um longo mês de preparo intenso. Estudar para enfrentar a ESAF é muito diferente de estudar para enfrentar a CESPE. Apesar de não ter as melhores informações, não ter podido traçar a melhor estratégia, não ter acesso ao material de estudo mais adequado, fiz o melhor que pude com o que tinha ao meu alcance. Então chegou o dia da prova e parti para cima das questões como um samurai que não teme a morte por ser corajoso, acreditar porque luta, além de ter tomado uma boa dose de saquê minutos antes da luta começar e também porque “não bate bem das idéias”. E foi uma briga feia, sangrenta, violenta.
Ontem saiu o resultado desse concurso. Como esperava, apesar daquele tênue fio de esperança que sempre existe para quem luta com seriedade, meu nome não estava entre os que tiveram as questões discursivas corrigidas, de onde saiu a lista dos aprovados.
Fiquei feliz. Não, não com a derrota, porque não sou louco. Fiquei feliz porque constatei que por 1,6 pontos não estava na lista dos que tiveram as questões discursivas corrigidas. Isso significa que apesar de ter sido apenas minha segunda luta em batalha orquestrada pela ESAF, de ter poucas informações e não ter usado o material de estudo mais adequado, além, claro, de ter estudado todo o tempo sozinho (eu e Deus de co-piloto), tive um desempenho muito melhor que o de muita gente que conhece a ESAF melhor que eu, que estava estudando para esse concurso havia mais tempo que eu, que usou material melhor que o meu, que fez cursinho específico para esse concurso ao invés de estudarem sozinho como eu.
Fui derrotado, sim, mas foi uma derrota com honra. Estou feliz com isso. Sei que minhas mil moedas de ouro estão reservadas justamente porque lutei dessa forma!
Resumo da ópera – Lute todas as suas lutas com honra. A vitória com honra brilha mais, assim como a derrota com honra tem muito mais valor. Do lado oposto, a vitória sem honra não traz satisfação e a vitória sem honra é motivo de vergonha.
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PERGUNTA DO DIA
Como você lida com essa questão de honra na derrota? Você concorda comigo que ela existe? Você acha que estou falando bobagem, afinal de contas derrota é derrota e ponto final?
Essa pergunta deve ser respondida em nossa comunidade no Orkut. Basta clicar no homenzinho ai em cima (você precisa estar conectado no Orkut em outra janela de navegador para ser levado à página de resposta).
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Clipe do dia
Você é um guerreiro?
Adorei a história do samurai! Foi mto animadora! às vezes, tenho dificuldade em ver algo de bom na uma derrota. Mas, sempre há quando olhamos com outros olhos, não é? Lutar sempre, sem desistir, sem desanimar, dar o melhor de nós mesmos, enfim, fazer tudo que está ao nosso alcance e, mesmo derrotados, encontrar honra nisso. É gostei disso! Acho que todo grande homem/mulher que fez algo fabuloso nessa vida, passou por derrotas antes de se tornar grande. E soube enxergar as flores em meio aos espinhos!
Abraços,Helineide
Charles, lutar com horna sempre é valioso! Sabemos que fizemos o que foi possível fazer e isso nos desonera de um eventual sentimento desolador de culpa por não ter feito melhor.
Parabéns pela sua quase-vitória!
Raquel
Parabéns Charles! Poucas pessoas têm a coragem de enfrentar a ESAF em tão pouco tempo e conseguir resultados satisfatórios, apesar de vc não ter alcançado êxito na aprovação. O STF o aguarda. Tenho certeza que nessa batalha vc sairá vitorioso. Deus sabe o que faz!!
Abs.
Que texto lindo! Bem escrito... Além de já adorar os tais samurais há tempo, me identifiquei muito com artigo, apesar de não ter prestado ESAF. Porém, mais que tudo, é uma luta diária, p/ qualquer concurso quando se queira lutar com honra. É o que eu precisava ler hoje!
Poder olhar p/ trás e dizer: valeu a pena. Ter a sensação de dever cumprido. E, sobretudo, saber que se não deu certo dessa vez não foi por falta de estudo ou de luta (já que o sangue está na tua mão). Acho que me empolguei...
Já imprimi!
Obrigada amigo Charles
Beijos no teu coração
Paty Bzn
Quando você se esforça, mas mesmo assim não obtêm o êxito da vitória é porque faltou um pouquinho a mais para o acontecimento esperado se realizar ou porque Deus está lhe guardando algo melhor.
Mas você está no caminho certo, sua vitória logo chegará!
Gambate
Bons estudos
Abraços