Já escrevi sobre esse assunto em um dos artigos anteriores, mas acho que é tão importante que nunca é demais analisá-lo um pouco mais sob diferentes óticas. E olha que não esgoto o assunto por aqui.

Afinal de contas, vale mais a pena se dedicar a concursos de nível médio? A concursos de nível superior? Prestar ambos? Também não há uma resposta definitiva para essa pergunta. Há concurseiros que apostam suas fichas em cada uma das opções e juram de pé junto que analisaram com cuidado a questão e que a sua é a melhor opção. Vejamos um pouco cada uma com seus prós e contras.

Concursos de nível médio

Prós – Não é preciso diploma de curso superior para concorrer, são cobradas menos matérias e os tópicos são mais simples, o preço da inscrição é menor, em muitos concursos oferecem mais vagas que para nível superior.

Contras – O número de concorrentes geralmente é muito maior, a nota de corte também acaba sendo bem maior, o salário é bem menor que para nível superior.

Pessoalmente acho que os concursos de nível médio são bastante enganadores. O menor número de matérias e a relativa simplicidade dos tópicos elevam a concorrência, tornando necessário ter um desempenho muito, mas muito bom mesmo, para ter chance de disputar uma das vagas. Outro problema é o salário menor que pode inviabilizar a mudança do concurseiro para a cidade onde será desempenhado o cargo.

Concursos de nível superior

Prós – Número relativamente menor de concorrentes, nível da disputa geralmente também é menor por conta do número de matérias e complexidade dos tópicos, salários maiores, maior oferta de concursos.

Contras – Número maior de matérias e alta complexidade dos tópicos, preço das inscrições maiores, menor número de vagas por cargo, necessidade de diploma de nível superior.

Concursos para nível superior acontecem sempre, sendo que o número de vagas por cargo geralmente é menor que o oferecido para nível médio, de qualquer forma acho que, no final, há mais oportunidades para esse nível que para o nível médio. O número maior de matérias e a maior complexidade dos tópicos exigem do candidato muito melhor preparo e muito mais estudo, mas, por outro lado, a concorrência tende a ser menor por conta exatamente disso. Os salários mais altos, além de funcionarem como ótimo incentivo para os estudos, também permitem que os concurseiros aprovados não se preocupem com passar apertado ao se mudarem para o local onde exercerão o cargo.

Muita gente comete um grande erro ao pensar que a maioria dos candidatos que se inscrevem para os concursos de nível médio são os que têm apenas o diploma desse nível e que, por isso, a concorrência será de baixo nível. Estão redondamente enganados, mesmo porque de nível médio mesmo esses concursos não têm nada (ou alguém conhece algum curso de segundo grau que ensina direito administrativo e raciocínio lógico-quantitativo?). Baseado em minha experiência pessoal, chuto que mais de 60% dos candidatos desses concursos têm diploma de curso superior. Então, quem acha que a briga por uma vaga de nível médio será fácil terá uma surpresa muito, mas muito desagradável mesmo.

Quanto à estratégia de fazer somente concursos de nível médio ou apenas de nível superior, acho que dependerá da estratégia de cada concurseiro. Cada uma tem suas vantagens e desvantagens, que cabe discutir esse assunto em um outro artigo.

Eu, particularmente, presto concursos para ambos os níveis. Minha estratégia, porém, é de que se for empossado em um cargo de nível médio primeiro, farei então somente concursos de nível superior a partir de então. Se for empossado primeiro em um cargo de nível superior (Deus queira), também não farei mais concursos de nível médio. Ou seja, cargos de nível médio são em minha estratégia apenas um degrau na escada por cargos melhores de nível superior.

Resumo da ópera – Esse assunto é complicado e cabe num livro de bom tamanho. Realmente a dúvida de optar por apenas concursos de um nível ou apostar em concursos de ambos os níveis tira o sono de muitos concurseiros e não sem motivo. Cabe a cada um analisar com cuidado os prós e contras de cada tipo e analisar com muito, mas muito cuidado, menos, sua estratégia de guerra. O concurseiro não deve pensar somente no imediato, no curto prazo, mas também no médio e no longo prazo. Faz parte da nossa luta pensar em tudo isso além de estudar todas as matérias muito bem.