Escolha difícil .... mais uma

Alguém um dia disse que a vida é feita de escolhas e decisões difíceis. Nada mais que a pura verdade. O que não disseram, porém, foi que essas escolhas e decisões não são distribuídas regularmente ao longo da vida, muito pelo contrário, há épocas em que praticamente não existem e há outras épocas em que temos de tomar uma ou até mais de uma por dia ao longo de vários dias, várias semanas, vários meses.

Quando alguém decide encarar com seriedade a guerra dos concursos públicos, pode ter certeza de que está entrando numa dessas fases que terá de fazer escolhas e tomar uma decisão difícil antes do café da manhã, ainda de jejum. E são escolhas urgentes, importantes, que não podem ser deixadas para amanhã ou depois, que têm de ser tomadas com poucas informações, e que cobrarão um preço muito caro se tomadas erradas.

Nesse final de semana tive de fazer uma dessas escolhas, tomar uma dessas decisões.

Um concurso público para o qual não tinha dado muita bola antes teve o período de inscrições estendido por mais alguns dias, segundo boatos em listas de discussão e fóruns por conta do baixo número de inscrições. Isso me chamou a atenção. Lá vou eu dar uma olhada cuidadosa no edital. O salário não é lá dos melhores, considerando que o local de trabalho é a capital paulistana, lugar caro. Analiso os cargos e encontro dois que posso concorrer às vagas oferecidas ... êpa.

O primeiro cargo tem a vantagem de eu já ter estudado 90% da matéria a ser cobrada em prova, o que facilitaria muito minha vida e, claro, minhas chances de aprovação. O problema é que estão sendo oferecidas apenas 10 vagas para esse cargo.

Para o segundo cargo estão oferecidas quase 70 vagas! O problema é que da matéria a ser cobrada em prova, estudei apenas metade, a outra metade é de matérias que nunca vi em minha vida.

Uma escolha difícil, considerando que as provas desse concurso serão no início de agosto e que até o início de julho estarei dedicado ao concurso do STF, porém tinha de fazer uma escolha e tomar uma decisão em pouco tempo, já que o período de inscrições estava na iminência de encerrar.

É por isso que digo que o concurseiro, no final das contas, está sozinho. São três coisas que ninguém pode nos ajudar a fazer: sentar a bunda na cadeira para estudar, fazer as provas ou decidir sobre dúvidas como essa. Para qualquer pessoa que eu pedisse conselhos a resposta seria invariavelmente a mesma, listariam os mesmos prós e contras de cada opção e no final diriam que a escolha é minha, que sou eu que tenho de decidir o que é melhor para mim. O pior é que estão certos, eu faria a mesma coisa.

Estar em situações assim é desconfortável, não há dúvidas, afinal de contas estamos apostando alto, estamos apostando nosso esforço, nossos sonhos, um pedaço de nossa vida. Uma escolha errada ou uma decisão mal feita podem significar um atraso expressivo na tão sonhada posse em cargo público, em ter de estudar mais alguns meses.

O pior é que não há concurseiro sério que já não fez uma escolha equivocada ou tomou uma decisão errada. E quando estamos diante de novas situações de escolha e decisão, esses fantasmas vêm nos assombrar, vêm nos lembrar do preço que teremos de pagar se errarmos novamente. Gente, isso é assustador, só doido para ficar totalmente tranqüilo nessas situações.

Qual desses cargos escolher? Escolher o com matéria que já estudei, mas cujo pequeno número de vagas poderá tornar a disputa acirrada, ou então o com matéria que nunca estudei metade, mas com maior número de vagas que poderá tornar a disputa mais tranqüila? Há tanto chance de sucesso quanto de fracasso em cada uma das opções. Na primeira pode ser que a disputa não seja tão grande assim e que tenha sucesso por saber a matéria. No segundo pode ser que a matéria que não estudei não seja tão difícil assim ou que a maioria dos candidatos não faça a prova estudando-as tão bem quanto eu.

Resumo da ópera – Adaptando ao universo concurseiro uma frase famosa do industrial norte-americano John Patterson, “o concurseiro é uma pessoa que toma decisões; alguma vezes ele decide corretamente, mas ele sempre tem de decidir”.

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PERGUNTA DO DIA

Você já passou por alguma situação de ter de escolher entre dois ou mais cargos oferecidos em concurso público para fazer prova? Como pesou as opções? Como fazer a melhor escolha nessas situações? Melhor apostar as fichas no número de cargos ou no conforto com as matérias a serem cobradas?

Essa pergunta deve ser respondida em nossa comunidade no Orkut. Basta clicar no homenzinho ai em cima (você precisa estar conectado no Orkut em outra janela de navegador para ser levado à página de resposta).

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MÚSICA DO DIA






Definitivamente não sou fã de hip-hop, mas confesso que em alguns casos tenho de dar o braço a torcer e dizer que gostei da música. Esse é o caso de "The King Is Dead", um hip hop muito gostoso de ouvir, muito dançante, de um grupo autraliano chamado The Herd ... exatamente, hip hop australiano!

3 Response to "Escolha difícil .... mais uma"

  1. Raquel says:

    Pode parecer loucura, mas aposto no que tem menos vagas e que você estudou maior parte da matéria. Melhore o que você já estudou e confie em você.

    Não farei esse concurso porque as matérias são diferentes demais das que venho estudando, mas agradeço muito a dica!

    Raquel

    Camisa 9 says:

    Aprovado, Raquel!
    Estou contigo nessa sua opinião!
    Se fosse tu, Charles, faria a prova que tem 10 vagas, afinal, vc só precisa de 1!!!!

    Espero que tenha decidido bem, vc é bom pensador e "pesador". Deve ter posto na balança as duas provas e decidido muito bem.

    Gambate, que a vitória está chegando.

    says:

    Nossa, é muito difícil mesmo escolher, estou com opções difícies tb em minha vida de concurseira, o pior é que só concurseiro entende como essas escolhas são decisivas! Meus pais pensam que estou enrolando para estudar e não analisando friamente em qual caminho tenho mais chances! Adorei ler este post, Charles, é sempre reconfortante quando percebemos que os dilemas que enfrentamos são partilhados por pares, nos faz sentir melhor e não apenas achar que somos só nós(os "ETs",rs,) que não sabemos decidir rapidamente, pois percebemos que os outros tb sentem essas dificuldades. Obrigada pelo texto! Me fez muito bem ler.

    Abraços,
    Jessica

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