Não faz muito tempo publiquei aqui no blog um artigo onde falava sobre o perigo de se abrir mão do estudo com bons livros em nome de poupar seu rico dinheirinho e estudar com apostilas de qualidade duvidosa, sobre como estudar com apostilas se tornou inútil nos dias de hoje (clique AQUI para ler). Pois bem, dias atrás recebi o seguinte comentário de uma concurseira leitora do sobre sobre esse artigo:

"(...) ao ler o texto fiquei "apavorada" porque estou prestando concursos para ensino médio e comprei apostilas básicas e é por elas que estou me baseando. tem muitas coisas que preciso lembrar, pois esqueci muito do que aprendi no ensino médio. Será que estou fazendo certo? Ou completamente errado nesse mundo dos concursos?"

Quando o assunto é material de estudo, penso que devemos ter em mente uma versão daquele velho ditado popular, "se a vida te dá limões ... você faz uma bela caipirinha". Explico. Como disse outras vezes aqui no blog, podemos classificar o material de estudo em três tipos:

Adequados - São os materiais de estudo de qualidade, atualizados, que realmente tratam as matérias com a profundidade adequada, de forma correta e são didáticos.

Aproveitáveis - São os materiais de estudo que não são de qualidade aceitável, mais ou menos atualizados, que tratam das matérias com alguma profundidade, mesmo que não a suficiente, e/ou não são lá muito didáticos.

Lixo - São os materiais de estudo de baixa qualidade, desatualizados, que tratam das matérias superficialmente, totalmente inadequados e/ou longe de serem adequados.

Pois bem, o lugar de lixo é no luxo, fato. O lugar de material de estudo adequado é nas mãos do concurseiro. Agora, quanto aos materiais de estudo adequados, bem, seu destino dependerá da capacidade financeira do concurseiro. Se o concurseiro pode se dar ao luxo de descartar esse material e substituí-lo com material de estudo adequado, tudo de uma vez só, ótimo, faça-o sem dó nem piedade. Se o concurseiros até que pode se dar a esse luxo, mas de maneira gradual, bom também, faça-o. Agora, se o concurseiro tem a grana curtíssima, anda vendendo o almoço para comprar o jantar, bem, daí seria loucura dar um fim no material de estudo aproveitável que se tem para então não se ter material de estudo algum.

Concurseiros sérios não podem se dar ao luxo de serem "radicais xiitas extra extremistas," meus amigos. Sei como é estudar com a grana contada. Não pensem que tenho uma grande biblioteca com os melhores livros concurseiros. Sei exatamente o que é ter de estudar com material aproveitável porque substituí-lo por material adequado significará um gasto impossível de ser suportado naquele momento. Nessa situação temos de estudar com o que temos em mãos e ponto final, por menos adequado que seja o material.

Como disse no artigo que a menina comentou (e que deu origem a esse artigo), há muitas matérias que podem muito bem ser estudada por materiais de estudo menos adequados. Eu mesmo aprendi muito língua portuguesa com gramáticas que tinha ainda da época do cursinho pré-vestibular! Dá para estudar matemática básica (Regra de Três, Razões e Proporções e por aí vai) usando livros com uma década de uso? Sim, claro, afinal de contas essa matéria não sofreu grandes mudanças nos últimos anos? O que não rola, como disse nesse artigo, é estudar, por exemplo, Direito Constitucional por um livro de 1980, por exemplo.

Resumo da ópera - Não vá jogando fora todo seu material de estudo achando que é inútil. Faça uma análise cuidadosa antes de decidir o que é lixo e o que é aproveitáveis. Muitas vezes estudar com um material aproveitável é mais do que suficiente para se preparar adequadamente para concursos públicos, não é preciso investir uma grana preta em material de estudo de primeira linha para algumas matérias.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

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