Na sexta e sábado da semana passada aconteceu na cidade de São Paulo a primeira versão paulista da famosa Feira do Concurso, promovida pela Editora Ferreira com o apoio de um punhado de outras editoras e empresas do ramo "concursídico", até então realizada apenas no Rio de Janeiro desde 2005 (se não me engano).

Confesso que sempre quis ir a essa feira desde quando comecei a estudar para concursos públicos, porém o deslocamento até o Rio de Janeiro sempre se mostrou para mim caro e custoso em demasia, daí nunca fui. Assim, não poderia perder a oportunidade de finalmente fazê-lo e ainda mais em São Paulo, que para mim é muito mais acessível que o Rio de Janeiro. E nessa visita contei com a companhia do Jerry Lima, que reside na Grande São Paulo.

Primeiramente apresentarei minhas constatações pessoais em um relato rápido e depois vem o relato feito pelo Jerry. Vamos lá.

Vamos rapidamente às minhas impressões gerais sobre a feira. Muito bem organzada, em local de acesso facilíssimo (a um quarteirão do metrô e da Avenida Paulista), credenciamento rápido, estandes das melhores editoras vendendo livros com alguns descontos interessante, vendedores atenciosos, muitos autores famosos conversando com concurseiros, palestras interessantes e tudo o mais. Ou seja, em termos de organização geral nota dez.

Vamos então a algumas constatações importantes que fiz nessa feira, o que realmente importa:

Constatação 1 - A "Era das Apostilas" está definitivamente extinta

A muito tempo venho repetindo em meus artigos que esse negócio de estudar por apostilas é coisa do passado e que o concurseiro que teimar nisso demorará e terá de se esforçar muito, mas muito mais para passar em bons concursos públicos. Pois bem, para ver que o que digo é verdade bastava uma visita nessa feira. Havia por volta de vinte editoras, sendo que apenas duas ou três eram editoras de apostilas! E além disso, era visível que o movimento maior não era nos estandes dessas editoras, mas em torno dos bons livros.

Constatação 2- Os concurseiros novatos estão ávidos de informações úteis

Quando comecei a estudar para concursos públicos havia pouca informação disponível, seja na Internet ou em livros, sobre como estudar, sobre estratégias de estudo, de planejamento, enfim, a como se preparar melhor para concursos publicos, bem como quais os melhores materais de estudo. Gente, cuidado com os concurseiros novatos que estão entrando na "guerra" dos concursos públicos. Pelo que vi na feira esse pessoal está ávido por informações úteis nesse sentido, ávido pelos melhores materiais de estudo, ou seja, estão dispostos a estudar da melhor forma possível desde o começo. E é claro que só leva vantagens os concurseiros que agema assim, pois serão fortes concorrentes nos melhores concursos públicos.

Constatação 3 - William Douglas continua sendo o "Guru dos Concurseiros"

E não é que a palestra mais esperada, disputada e assistida de forma mais entusiasmada foi de William Douglas, que ainda detém invicto o título de "Guru dos Concurseiros". Notem que não quero dizer com isso que as outras palestras foram menos disputadas, nada disso, mesmo porque a lotação de todas as palestras no sábado estava esgotada. Claro que o mestre William Douglas faz por merecer essa fama, uma vez que domina como poucos o dom da oratória motivacional, com a enorme vantagem de que ele mesmo já foi concurseiros, sofreu várias derrotas na guerra dos concursos públicos e, portanto, sabe do que fala. Uma amiga concurseira novata que foi comigo disse algo que sintetizou muito bem a palestra dele, "isso não é uma palestra, é uma terapia em grupo, estou adorando".

Resumo (parcial) da ópera - Se você não foi nessa primeira edição da feira paulistana, uma pena. Se você puder ir na edição carioca que acontecerá em Maio se não me engano, não perca. Senão, marque na sua agenda de 2011 para não perder a segunda edição paulista, mesmo que você já esteja empossado, valerá a pena, acredite.

A Feira dos Concursos foi um marco na minha carreira concursídica. Foi uma experiência sem igual ver tantos autores de livros famosos, ali, perto dos seus leitores mais assíduos e interessados. Pelo menos nos escritores que ali estavam notei muita humildade, gratidão (isso mesmo! Gratidão) e muita boa vontade em conversar com os concurseiros, até mesmo para discutir questões doutrinárias e jurisprudenciais.

De outro lado, os stands estavam em perfeita organização. Os funcionários da Editora e do Jornal dos Concursos que ali, é claro, marcou presença, eram muito atenciosos e auxiliavam o candidato que ali se dirigia para adquirir alguma obra.

A organização dos livros foi facilitada. Encontrávamos tudo o que precisávamos ali. E caso fugisse aos nossos olhos algum livro interessante era só pedir ajuda a um dos solícitos vendedores do stand que logo surgia o que procurávamos.

Outro fato foi na chegada à feira. Não entrava qualquer pessoa não, em que pese ser gratuita a entrada. Contudo, havia dois modos: o primeiro era a inscrição anterior realizada pela Internet. E o outro era respondendo a um pequeno cadastro. Não houve confusão ou bagunça em nenhum momento, apesar da quantidade incrível de pessoas.

Algo que me chamou muito a atenção ali foi a variedade de concurseiros que ali transitavam. Pessoal, era impossível fixar um perfil do candidato a certame público. Impossível! Havia gente de todos os tipos! Velhos, novos, pessoas das classes alta, média e baixa, esportistas, intelectuais (tinha até um pessoal com jeito de surfista lá...risos), enfim, isso prova mais uma vez que a população que presta concurso público, atualmente, não se restringe à um determinado tipo de pessoa. Não! Hoje, verdadeiramente, há uma democratização dos concurseiros, diferentemente de antigamente, onde não havia uma grande parcela da sociedade interessada neste ramo.

As palestras estavam muito boas. Realmente, o pessoal que escolheu os temas foi direto ao ponto que interessa aos concurseiros. Dicas de realização de provas foram abordadas com genialidade pelo Mestre Wander Garcia (sim, ele estava lá!), por intermédio da Palestra “Como se dar bem nas provas objetivas: técnicas e orientações. Em que pese o pouco tempo que fora dado a cada palestrante foi o suficiente para aprendermos a encarar questões de concursos públicos.

De outra feita, Fábio Gonçalves trouxe aos concurseiros de plantão dicas de organização de estudo (Palestra: “Como passar mais rápido em concurso através de uma organização do estudo”). O que me chamou a atenção foi a importância que ele deu ao velho e eficiente planejamento de estudo. O Charles já fala sobre isso há tempos. Mais uma vez só se confirmou que a organização é o arremate para o sucesso da aprovação.

Por fim e, fechando com chave de ouro a série de Palestras, o Mestre, o Guru dos Concursos, William Douglas. Diferentemente dos palestrantes que assisti, William deu total importância e atenção para os candidatos que ficaram do lado de fora por ter se esgotado os lugares no auditório, fato que ocorreu em todas as palestras. Ponto positivo para os organizadores da Feira que instalaram um telão para que pudessem acompanhar.

A espirituosidade com que ele guiou a Palestra foi sem igual. Cheio de energia e falando de coisa séria, mas com muito humor, William, novamente, apesar do pouco tempo dado a ele, conseguiu passar o recado para os espectadores. WD disse algo que já foi escrito aqui neste blog: o orgulho que ele tinha de nós, concurseiros, em estarmos naquele lugar, buscando algo para melhorarmos sempre. Lutando sem parar pelo nosso lugar ao sol. Falou que tinha orgulho de ter sido concurseiro e orgulho em ajudar outros candidatos a serem aprovados. Como sempre, afirmou que aqueles que estão na batalha não devem ficar abatidos por irem mal em várias provas, mas sim aprender com os erros cometidos para nunca mais praticá-los.

Por fim, anoto que todos os palestrantes deram exemplos de guerreiros vencedores, falaram de aprovados.

Mas William foi o único a trazer ao palco concurseiros aprovados. Tenho percebido que muitas pessoas “só acreditam vendo”, parafraseando um ícone da televisão brasileira. E tenho certeza absoluta que o Guru os trouxe simplesmente para abrir os olhos desses cidadãos que ainda não querem ver a verdade: a pergunta não é quando vou passar; porém a resposta é estudar até passar!

Charles Dias é o Concurseiro Solitário e Jerry Lima é o Concurseiro Profissional.
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