Raquel Monteiro entrevista Bernard Alô

Olá, concurseiros! Hoje eu tenho o prazer de entrevistar Bernard Alô, aprovado no concurso de defensor público federal.

Bernard é meu amigo. Ele estudou com amigos meus no curso de graduação. Além disso, tem sido um grande incentivador para que tenhamos muita coragem para enfrentar grandes desafios no universo dos concursos. É dele a célebre frase que eu já citei por aqui, segundo a qual, “ninguém sai de casa sabendo que vai passar em concursos”.

Nosso entrevistado, por sua vez, respondeu muito gentilmente às minhas perguntas de forma bastante objetiva. Eu tomei um susto e acabei mudando minha visão sobre o concurso da defensoria pública federal. Antes desse bate-papo com Bernard, eu criava uma dimensão completamente diferente sobre esse concurso. Eu pensava que era exigido um conhecimento jurídico muito mais profundo do que o realmente necessário. Não vou lhes enganar, dizendo que é algo fácil, pois não é. De fato, o concurso de defensor público federal é difícil, mas é plenamente possível ter sucesso se houver bastante esforço por parte dos concurseiros interessados na referida carreira. Confiram a entrevista abaixo.


1) O que te levou a fazer um concurso como o da Defensoria Pública da União?

Além da estabilidade conferida pelas carreiras públicas em geral, sem dúvida, a filosofia de trabalho da Defensoria, voltada à assistência da população mais humilde, se colocou como um elemento de grande motivação para o concurso.

Além disso, outros fatores apresentaram grande relevância, como a crescente valorização da Instituição e de seus membros, estampada, por exemplo, em recentes alterações legislativas que elasteceram as atribuições da Defensoria Pública, e a possibilidade de atuar em matérias afetas à justiça federal, as quais sempre despertaram meu interesse.


2) Como você planejou seus estudos?

Inicialmente, acho interessante que a pessoa estabeleça objetivos grandes a serem perseguidos. Apesar de conhecer as dificuldades, tracei um determinado objetivo, que era alcançar as carreiras mais almejadas, e sempre direcionei os estudos para esta meta. Claro que isso não me impediu de prestar concursos para cargos menores, para os quais fui aprovado e busquei exercer da melhor maneira possível, mas sempre deixando claro para mim mesmo que estes seriam apenas escadas para um objetivo maior.

Interessante colocar, também, que, no meu caso, o desenvolvimento dos estudos melhorou bastante, a partir do momento que comecei a analisar provas anteriores dos concursos. Após esta observação, busquei criar, em primeiro lugar, uma boa base nas matérias mais cobradas. A partir do momento em que me senti seguro em relação a tais matérias, passei a estudar pontos não tão cobrados e que, por isso mesmo, acabam esquecidos pela maioria dos candidatos.

Percebi que, em relação às matérias mais cobradas, a maioria dos candidatos tem conhecimento razoável, sendo justamente as matérias menos cobradas as que fazem a diferença no cômputo geral.


3) Quais foram as maiores dificuldades que você encontrou na sua trajetória?

As dificuldades foram muitas, mas a maior de todas, sem dúvida, era conciliar o trabalho com os estudos. Saía do trabalho e ainda tinha que assistir aula até muito tarde. Muitas vezes pensava em ir para casa, mas, como tinha um objetivo, acabava mudando de idéia. O esforço foi recompensado.

4) Quais estratégias deram certo e quais deram errado nos seus estudos?

Como já disse, uma estratégia que funcionou muito bem foi a de analisar provas anteriores. Por outro lado, não fui bem sucedido quando tentei fazer resumos de livros. Perdia muito tempo e acabava não lendo a maioria deles.

5) O concurso que te deu vitória é composto por diversas fases. Cada uma delas exigiu de você um método de estudos diferente?

Com certeza. O concurso da DPU é organizado pela CESPE e composto de 3 fases. A primeira fase é objetiva, demandando um conhecimento maior do texto legal e da jurisprudência dos Tribunais Superiores. A segunda fase é discursiva, valendo a pena um aprofundamento doutrinário. A terceira fase é oral, exigindo do candidato não apenas os conhecimentos anteriores, mas também um grande controle emocional.

6) Que livros mais te ajudaram a se preparar? Que tipo de livro você considera mais indicado para quem deseja ser Defensor Público Federal?

Considerando que o concurso da DPU exige do candidato um grande número de matérias, algumas pouco estudadas pela maioria (Ex: direito penal militar, processo penal militar e noções de filosofia), sugiro livros mais objetivos, que possibilitem ao estudante uma leitura rápida e com muitos comentários sobre a jurisprudência dos Tribunais Superiores.

7) Que ênfase esse processo seletivo dá em suas matérias?

O concurso exige, além das matérias comuns, temas voltados especificamente para a Defensoria Pública, como, por exemplo, conhecimentos sobre a Lei Complementar 80/94, a qual organiza a DPU e estabelece normas gerais para as Defensorias Estaduais. Além disso, o candidato é questionado, muitas vezes, sobre assuntos relacionados aos Direitos Humanos, matéria intimamente ligada aos objetivos da Instituição.

8) Existe alguma bibliografia específica ou algum(s) autor(es) específico(s) que seja(m) necessário(s) conhecer para ter sucesso neste concurso?

Como se trata de um concurso de âmbito nacional, não existem autores específicos que devam ser conhecidos. Contudo, friso a importância de se buscar autores que enfatizem a análise dos informativos de jurisprudência dos Tribunais Superiores.

9) Se você pudesse dar uma dica aos nossos leitores que pensam que esse cargo é algo intangível, o que diria a eles?

Tracem seus objetivos e acreditem no sucesso. Muitas pessoas desistem no meio do caminho e, para justificar suas próprias frustrações, dizem que você também não vai conseguir. Mas, sempre vale a pena tentar. Difícil sempre será, mas nunca inatingível.

10) Que mensagem poderia deixar para os concurseiros?

Perseverança. O caminho foi bastante penoso, mas, hoje, olhando para trás, vejo que cada minuto do meu esforço foi bem empregado e valeu muito a pena. Tenho certeza que, em breve, vocês terão a mesma sensação. Muito obrigado pelo convite e sucesso para todos.

Resumo da Ópera –
Estudar para ser defensor(a) é difícil, mas é um objetivo completamente tangível. É trabalhoso? Sim, de fato é. No entanto, para as pessoas esforçadas como o Bernard, o sonho pode se tornar realidade. Parabéns pela bela conquista, Bernard!

RAQUEL MONTEIRO é uma legítima concurseira carioca.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um(a) revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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