EM CIMA DA HORA?

Recentemente uma notícia publicada na Revista Veja chamou atenção por reportar um dado bastante curioso, especialmente para quem está habituado a estudar, como – cremos – é o caso do concurseiro que nos lê. A matéria trazia o título: “Estudar em cima da hora pode potencializar o aprendizado”, e sobre esse assunto vamos pensar agora.

Segundo a manchete, publicada em http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/estudar-em-cima-da-hora-pode-ser-melhor-para-o-aprendizado (acesso em 10/05/2011), os hormônios produzidos em situações de estresse – tal qual se vive numa véspera de prova – podem auxiliar no processo de reter informações com maior eficiência. O estudo, elaborado pela Universidade de Bristol, na Inglaterra, aponta que as células cerebrais, em resposta ao estresse, passam por uma reprogramação, ficando maiores e passam a ampliar as redes de comunicação entre si. Diz lá, também, que a situação excessiva de estresse tem o efeito inverso, pois há substituição de informações e insuficiência de formação de memória.

De fato, a situação descrita pela reportagem é até estimulante, num primeiro momento, para quem vive debaixo de pressão, ou deixa tudo para a última hora. Soa como um alívio perceber que, em determinadas situações, segundo a pesquisa, nosso organismo reage e nos deixa mais alerta quanto há algum episódio-limite. Por outro lado, o estudo também aponta que o excesso atrapalha em reter novas informações, e a substituição de informações prejudica a memória em longo prazo.

Trazendo essa realidade para o concurseiro, a pergunta que salta aos olhos é esta: Vale a pena estudar em cima da hora, ainda que haja supostos benefícios mencionados pela ciência?

A realidade do concurseiro é marcada por lutas, como todos sabemos. É a pressão pelo resultado, pelo prazo, pelo cumprimento de um grande conteúdo programático de edital; enfim, o estresse é algo natural e próprio do cotidiano de quem estuda para concursos. Por vezes isso tudo parece como andar numa corda bamba, em que as cobranças são internas e externas para que se chegue ileso ao lado oposto. Diante de todo esse conjunto de coisas, haveria como sobrar espaço para mais cobranças desnecessárias, ou indevidas, produtoras de um estresse indesejável? E quanto ao planejamento, ao qual somos levados a cumprir por um melhor rendimento em provas?

Estudar de véspera é conhecido na gíria militar como o “gagá do desespero”. É uma situação, portanto, que traz consigo um desconforto da pressa, da falta de tempo destinado ao preparo e que, consequentemente, traz um resultado inseguro. Quando o concurseiro busca fazer um estudo “certo”, ele planeja, coordena seu tempo e espaço, adota técnicas, memoriza, revê e pratica o que aprendeu, tudo visando a um resultado. Ainda que o prazo esteja apertado, e ele não seja um “concurseiro de primeira viagem”, dá para evitar a tensão da véspera.

Por essa razão, defendemos que o estudo apenas na véspera, em cima da hora, é nocivo ao concurseiro sério. Faz com que ele se arrisque de maneira indevida, sendo que ele já pode aplicar aos seus estudos uma disciplina e método mais sérios, de modo que às vésperas da prova haja espaço apenas para revisão e relaxamento, diante do confronto dele consigo mesmo, no momento de prova. Na vida dele não deve existir espaço para a licenciosidade, a tentadora preguiça pré-prova, e deixar tudo para a “emoção do estresse de última hora”, supondo ele que vá aprender algo de novo, debaixo de intensa pressão. É arriscar demais para que haja a perda de nova oportunidade de conquistar um cargo público.

RESUMO DA ÓPERA - Estudo requer planejamento e disciplina, especialmente quanto ao tempo destinado para o preparo, qualquer que seja o tempo de aplicação dos conhecimentos, fixado em edital. Vale a pena, portanto, arriscar e estudar em cima da hora?

CLEBER OLYMPIO, concurseiro prudente, aprendendo a estudar por antecipação e relaxar de véspera. Afinal, pesquisas científicas não têm validade absoluta.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um(a) revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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