QUASE!

Tive oportunidade de assistir aos dois principais filmes que Mel Gibson, conhecido ator de Hollywood, fez em sua carreira como diretor cinematográfico, até investindo recursos próprios para rodar filmes impressionantes. Um deles é o intitulado “Apocalypto”, que narra conflitos tribais da civilização maia antes da iminente chegada dos espanhóis, o que era o princípio do fim daquele povo, daí o nome do longa-metragem.

Em dado trecho, pouco após o início, uma tribo dominante captura outra menor, da qual faz parte o protagonista, de nome Jaguar Paw (“Garras de Jaguar”). Diante do opressor, e do extermínio quase que completo da tribo menor, Jaguar Paw se vê capturado com bastante violência, inclusive testemunhando a perda de seu próprio pai. Num ato de imposição de vontade, de conquistador para conquistado, há uma súbita mudança de nome, atribuído ao protagonista, com notório propósito de humilhação. Ele é chamado, pelo seu capturador, de “Quase”, nome esse repetido diversas vezes, até que os prisioneiros cheguem à cidade do conquistador, para serem – todos – sacrificados em honra ao deus-sol. Quase.

Neste dia dezenove de maio recebi uma notícia relacionada a outro “quase” da minha carreira como concurseiro. Participei de um exame, no fim do ano passado, cujas chances de aprovação eram muito boas. Nas fases seguintes, entretanto, fui reprovado na Inspeção de Saúde por um suposto problema de medidas e de peso, cujo mérito vou me abster de comentar, para não suscitar paixões ou mesmo comentários pejorativos à Banca Examinadora, aos seus componentes e ao processo seletivo, como um todo. Se não fosse essa reprovação no meio do caminho, os pontos me incluiriam entre os aprovados e classificados. A vaga estava na mão! Não havia mais lista de espera, era só providenciar o restante da documentação, providenciar passagens e tudo o mais e iniciar a fase preparatória. Quase.

O que tem a ver o “Quase” do filme do Mel Gibson, com o “quase” que por mim foi experimentado? Ouvir um “quase” causa dor. É a derrota escancarada, aberta, humilhante, que faz a pessoa prisioneira. É exposta de fora para dentro, algo que não provém de um estado psicológico, mas dói como uma surra bem dada, um soco no estômago. Quase. Um “quase” dito com prazer pela parte contrária.

O meu leitor, neste momento, pode se recordar dos “quase” que já ouviu durante a vida, especialmente se está engajado na luta para ser aprovado em concurso. Posso dizer que esse “quase”, diante de tantos outros, serviu-me de combustível para estudar muito mais, aperfeiçoar, e atestar que a vitória está próxima. E, sem correr o risco de ser um “spoiler”, o “Quase” matou seu oponente, declarando, na cara do inimigo que agonizava, a sua real identidade: o seu nome de vencedor, o que demonstrava a fúria e a força das Garras de Jaguar.

RESUMO DA ÓPERA – Para cada “quase”, uma lição e um sinal de que a vitória está próxima.

CLEBER OLYMPIO, concurseiro que converterá um “quase” em “passei”, de modo bem enfático.

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