MAIS DO MESMO - COMO ESTUDAR UMA MATÉRIA QUE, COSTUMEIRAMENTE, NÃO ESTUDAMOS NEM NA UNIVERSIDADE?

Ainda sobre meu Concurso Público favorito (TRE/PR), me ocorria uma dúvida, quando iniciei meus estudos, sobre a dificuldade de se estudar uma disciplina que, não obstante ser jurídica, costumeiramente não é estudada e analisada nas Universidades de Direito do país.

Realmente, a Justiça Eleitoral, em si, guarda certas especificidades em relação ao ingresso em serviços públicos eleitorais, muitas vezes se utilizando de servidores lotados em outros órgãos ou instituições do Estado, primando pela alternância e transitoriedade de membros do Ministério Público e magistrados que atuam na área eleitoral, etc, sendo certo que, como regra, não consta como disciplina autônoma nas grades curriculares dos cursos de Direito existentes no país, sendo muitas vezes estudada junto à disciplina de Direito Constitucional.

Obviamente, essa circunstância (da não abordagem universitária) traz consequências e cuidados por ocasião do estudo.

O concurseiro que quer se dedicar ao certame público para o provimento dos cargos provenientes de órgãos eleitorais deve encarar a disciplina do Direito Eleitoral com a mesma cautela e preocupação de uma matéria alheia à sua área de formação, ao mesmo tempo em que pode aproveitar vários ensinamentos universitários providos de outras disciplinas, como Direito Constitucional ou Direito Administrativo.

Ora, embora eu entenda ser um demérito para o Direito Eleitoral ser olvidado na formulação das grades de disciplinas jurídicas, mormente em um país que anseia por conscientização e preparo de seus eleitores, esse entrave pode, facilmente, ser superado com uma boa organização de estudo e empenho (muito empenho), por parte do concurseiro.

Seu foco de estudos é o TRE? Então eu sugiro que faça o seguinte:

Monte uma grade de estudos e favoreça a disciplina de Direito Eleitoral, a uma por se tratar de uma matéria nunca antes vista (ou pouco vista - conforme o referencial de cada um) e que quase não é do contato daqueles que se formaram em Direito (e consequentemente daqueles que possuem outras área de formação) e a duas porque em vários Estados a Banca Examinadora do Concurso Público do TRE exige a resolução de, pelo menos, uma questão subjetiva de Direito Eleitoral, e portanto devemos ter o cuidado de prestigiar o tema e treinar a resposta à essa modalidade de questionamentos.

Lidar com o Direito Eleitoral deve exigir as mesmas preocupações do que lidar com outras disciplinas que não são de nosso conhecimento e uso rotineiro. Isso porque, embora nos pareça charmoso estudar apenas para aquelas matérias que possuímos mais conhecimentos, partindo do pressuposto que poderemos "gabaritar" as mesmas e nos dar um desconto para "não ir bem" naquelas que desconhecemos, são exatamente elas que nos fazem ser aprovados.

Como assim, Ana Paula?

Exatamente. Quando se trata do Direito Eleitoral e do TRE é mais evidente a verdade que conhecer essa disciplina é condição indispensável para o exercício do cargo. Mas com outras matérias exigidas no Edital e que não possuímos tantos conhecimentos, exatamente o mesmo se passa.

Raciocínio Lógico, Arquivologia, Informática, Português (para os formados em Direito) e mesmo as matérias jurídicas (para os que não são formados nessa vertente profissional) são matérias exigidas e que, partindo do nosso próprio referencial de estudo (particular e individualizado, conforme nossa história pessoal e preferências) devem ser estudadas com o mesmo afinco.

RESUMO DA ÓPERA - São pontos valiosos, que não podem ser perdidos porque o concurseiro achou por bem estudar aquilo que sabia mais. Estude com dedicação todas as matérias (e dê atenção especial àquelas que sabe menos e não o contrário), pois apenas assim, aliada à muita disciplina, organização e persistência, seu sonho de aprovação se tornará uma realidade. Não se intimide por desconhecer uma disciplina (nunca!), a enfrente (!), adquira bons materiais a respeito (!!), corra atrás (!!!). Nada consegue segurar quem tem um sonho e uma vocação.

ANA PAULA DE OLIVEIRA MAZONI é concurseira por vocação.

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