Cansaço, tédio e estratégias de estudo diferenciadas

“Como estou cansado de estudar várias matérias, decidi estudar somente uma a Constituição federal e mais a frente estudarei Direito Administrativo. Acredito que seja menos cansativo. O que você acha?”

Não há um concurseiro sério que não passe por fases de cansaço, de dúvida, de desânimo, de desmotivação. Faz parte da luta termos alguns “dias de cão” quando tudo parece mais difícil do que realmente é, mais complicado do que realmente é, mais escuro do que realmente é.

Nosso colega concurseiro que enviou a pergunta que abre esse artigo parece estar passando por uma dessas fases. Digo isso porque eu mesmo já fiz a mesma pergunta várias vezes. Por isso mesmo, sinto-me na obrigação de ser sincero, muito sincero, evitando “colocar panos quentes” numa questão que é mais complicada e séria do que aparenta.

Essa pergunta guarda três graves erros que podem cobrar um preço alto dos concurseiros que a faz, daí a necessidade de muita atenção e cabeça-fria para tratar dela.

Vamos lá.

1º Erro – Estudar somente as essas algumas matérias

É fato que são poucos, mas muito poucos mesmo, os concurseiros que têm facilidade com todas as matérias que costumam ser cobradas em concursos públicos. A maioria, pelo contrário, terá mais facilidade em algumas, maior dificuldade em outras, quanto a uma ou duas não haverá chance de amizade, pois o desgosto é completo.

É natural que queiramos estudar as matérias nas quais temos mais facilidade de aprendizado, pois o estudo será prazeroso, no mínimo não será um desprazer. Do mesmo modo é natural que procuremos deixar por último o estudo daquelas matérias com as quais não nos damos bem. O problema é que isso é um enorme, monumental erro que concurseiros sérios não podem, de modo algum, cometer.

Só de pensarmos que não gostamos de uma matéria, subconscientemente nosso cérebro apresentará maior resistência ao seu aprendizado e memorização. O contrário se verifica, se nos convencermos de que gostamos de uma matéria, nosso cérebro a aprenderá com maior facilidade. Devemos então enganar a nós mesmos e ao nosso cérebro e simplesmente passar a amar de paixão todas as matérias que temos de estudar para concursos públicos. Eu, por exemplo, odiava gramática portuguesa, achava difícil e chato, o que me criava um bloqueio mental ao seu aprendizado. Daí convenci-me de que amo gramática portuguesa, que acho a matéria interessante e desafiadora, excitante, e o resultado é que hoje tenho uma facilidade muito maior para estudá-la com qualidade e de problema essa matéria se tornou uma grande vantagem competitiva para mim nos concursos que presto.

2º Erro – Estudar somente a Constituição ao invés de Direito Constitucional

Esse é um erro muito comum entre os concurseiros, achar que estudar a Constituição de 1988 é estudar Direito Constitucional. Errado, errado, apesar de tratarem do mesmo ramos de conhecimento, são coisas diferentes. Vejamos:

“Direito constitucional é o ramo do Direito que estuda as normas que estruturam o Estado”.

“A Constituição é conjunto das leis fundamentais que rege a vida de uma nação”.

Se é assim, não se pode dizer que estudando a Constituição está-se estudando Direito Constitucional. Os concursos públicos exigem que estudamos ambos e muito bem. Ponto final.

3º Erro – Procurar o caminho mais fácil, o “menos cansativo”.

Não se engane, amigo concurseiro, porque o único caminho fácil e “menos cansativo” que existe na guerra dos concursos públicos é o caminho que leva à derrota. Simples assim.

Essa guerra é dura e exige de nós até a última gota de sangue e suor (a cerveja fica de fora porque atrapalha o estudo de qualidade!). Temos de estudar e muito bem todos os pontos de todas as matérias listadas no edital. Temos de estudar todos os dias, de segunda a segunda, todos os minutos disponíveis. Temos de engolir as derrotas, as frustrações, o medo, a insegurança, o desânimo, o cansaço.

Se isso é injusto? Particularmente não acho que seja. No Brasil cansamos de pensar que servidores públicos ganhavam muito para não fazer nada. Cansamos de nos indignar com servidores públicos que se vendem por qualquer propina. Cansamos disso tudo. Acredito que essa luta duríssima para ingressar na carreira pública está criando uma nova geração de servidores, gente que dá valor ao cargo que conquistou com tanta dificuldade, gente que não quer sujar sua luta com preguiça no trabalho e dinheiro sujo de subornos.

É como conquistar uma vaga numa universidade. Se a universidade for pública, a luta para passar no vestibular é muito maior, mas também o orgulho de ter ingressado, cursado e se formado em tal instituição. Se a universidade for particular daquelas mais preocupadas em fazer dinheiro do que formar seus alunos, não será necessário esforço para ingressar, cursar e formar, mas também não haverá muito orgulho em se formar numa dessas instituições.

Resumo da ópera – Amigo concurseiro, esqueça esse negócio de procurar um caminho mais fácil nessa guerra e encare a luta com todas as suas forças. Se você precisar de alguns dias longe da guerra para “zerar as coisas” antes de começar a estudar como se deve, com vontade, força e determinação, tire esses dias, vá para a praia, para o campo, para a balada, mas quando volta, volte para lutar até a morte se for preciso. Felizmente só vence a guerra dos concursos públicos quem não tem medo de lutar, lutar, lutar, e quando o cansaço, a frustração e o desânimo parecerem insuportáveis, lutar com mais força ainda.

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Extras

- Alguns leitores têm enviado mensagens dizendo que alguns links para palestras em mp3 e material publicado em outros sites que foram listados em artigos anteriores não estão mais funcionando. Infelizmente não temos esse material conosco, pois apenas apontávamos para suas fontes e se elas não estão mais no ar, não temos como resolver o problema. Sorry.

- Recebemos algumas sugestões para criarmos um fórum do Concurseiro Solitário. A idéia é legal, mas no momento não temos como colocá-la em prática. Para termos um fórum de qualidade precisaremos de tempo para administrá-lo e tal, o que não temos agora. Mas está em nossos planos.

- Alguns concurseiros vêm perguntando quanto ao horário estranho da postagem dos artigos diários, entre às três e quatro horas da manhã. Calma, gente, não varamos a noite estudando e escrevendo artigos, não. É que o blog está hospedado em um provedor gringo que usa o horário de lá. Na verdade os artigos são publicados entre às sete e oito da manhã :-)

- Quanto à enquête da semana passada onde perguntamos “Como você prefere a música do dia?”, houve um empate técnico. Sério. Vejamos:

Em clipe: 22%
Só música no player: 24%
Ambos: 29%
Não custumo ouvir: 22%

Diante disso resolvemos que vamos variar os formatos ao longo da semana. Alguns dias será player, alguns dias será clipe, alguns dias não haverá música. Assim agradamos a todos os leitores do blog.

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PERGUNTA DO DIA

O que você faz quando odeia uma determinada matéria, mas sabe que precisa estudá-la e muito bem para poder vencer na guerra dos concursos públicos? Como transformar esse ódio em amor? Para complementar, qual a matéria que você mais odeia entre as que são comumente cobrada sem concursos públicos?

Essa pergunta deve ser respondida em nossa comunidade no Orkut. Basta clicar no homenzinho ai em cima (você precisa estar conectado no Orkut em outra janela de navegador para ser levado à página de resposta).

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Clipe do dia



Bill Withers é um canto e compositor gringo muito versátil e premiado. A música de hoje, chamada "Ain´t No Shunshine" representou a virada na vida desse cara. Em 1971 Bill trabalhava em uma empresa fazendo assentos para privadas de aviões 747. Na gravação original ele não pretendia repetir o "I know" só 26 vezes, mas foi convencido pelos amigos a não excluir essa parte, que realmente ficou legal. A música foi sucesso instantâneo, ficando por vários meses entre as mais tocadas. Quando publicou a lista das 500 músicas mais famosas de todos os tempos, a revista Rolling Stone colocou "Ain´t No Sunshine" na posição 280. Ainda hoje é uma música muito tocada em todo o mundo.

COLUNA DO SOLITÁRIO CONCURSEIRO - Fazendo concursos públicos em outros estados

Concurseiros do meu Brasil, relutei muito para acreditar em um fato que saltava diante dos meus olhos mas eu nunca quis enxergar: os concursos estão globalizados. Há tempos venho sentindo isso, mas diante das recentes provas que fiz fora de Brasília, percebi que existe muito mais gente que sai da sua cidade e do seu Estado pra fazer prova do que eu imaginava. Essa globalização tem aquecido o mercado de turismo pelo país, principalmente na época da baixa estação. Agências de turismo estão se voltando para este nicho de mercado e tem muita gente que adotou como profissão a tarefa de levar concurseiros por esse Brasil afora. Bom pra eles e pro comércio das capitais que recebem as grandes provas de concurso, péssimo para concurseiros vindos de fora.

Minhas duas últimas semanas de estudos foram prejudicadas. Fui pego de surpresa por essa globalização e suei a camisa para conseguir um hotel em Maceió para fazer a prova do TRT. Detalhe: a prova será dia 21 de setembro, ou seja, 53 dias até a prova e já estava tudo lotado. Ah! Qual é? Nem nos hotéis mais caros? Amigos, liguei em todos os hotéis em Maceió (pense na conta telefônica?) e não encontrei nenhuma vaguinha sequer pra dormir no sofá da recepção. Liguei até em resort (não tava acreditando que não tinha vaga), aliás, vocês sabiam que tem gente que vai fazer prova de concurso e fica em resort? Bom demais não é? Pois é, meu buraco é mais embaixo, liguei por desencargo de consciência. Enfim, consegui graças ao Alfredo Madeiro que deu uma força de lá e a uma alma caridosa, que trabalha em uma agência de viagens da capital alagoana. Preço? Caro. Os hotéis, pousadas, albergues e pessoas que tem apartamento para alugar se atentaram ao concurso e estão cobrando o preço de alta temporada. Viva a globalização dos concursos públicos!

Você deseja fazer concurso pra fora do seu Estado ou na capital, está estudando firme, mas irá deixar pra última semana pra fechar hotel e passagens de ônibus ou avião. Ou então, vai procurar uma excursão somente quando sair os locais de prova. Preste atenção! Não cometa esse suicídio, fazendo isso você colocará em risco todo o seu estudos e pode não conseguir fazer a prova que tanto almeja. Depois de sete viagens para prestar concursos e programando as próximas duas, juntei uma bagagem suficiente para dar algumas dicas para quem deseja fazer uma prova fora e acha que tudo pode ser resolvido com uma semana de antecedência. Leia:

• Seja rápido na decisão de fazer o concurso: o edital foi publicado. Se você já vinha estudando para fazer a referida prova, ótimo, a decidão já está tomada. Se você ainda não decidiu, decida o mais rápido possível para não perder tempo em seus estudos e nem correr o risco de não encontrar mais passagem e nem hotel.

• Reserve o hotel o mais rápido possível: se o concurso é muito visado pelos candidatos, corra. Não perca tempo e reserve o hotel. Geralmente quando a procura é grande, os hotéis pedem 50% na reserva (no meu caso cobraram 100%, tamanha a procura). Não se preocupe com o dinheiro da reserva. Caso aconteça algo com o concurso como mudança da data da prova, você poderá cancelar a reserva sem problemas.

• Compre as passagens aéreas ou de ônibus: garanta as passagens com antecedência. Se estiver esperando por uma promoção aérea e sabe que valerá a pena correr o risco, vai fundo. Agora se você tem milhas de viagem ou vai de ônibus, não espere. A TAM mesmo tem promoção na baixa estação, cobra em algumas passagens apenas 3.000 pontos, é uma boa idéia, uma vez que hoje em dia todo cartão de crédito dá pontos. Garanta logo as suas passagens pois caso aconteça algo com o concurso você pode mudar a data ou então ficar com o crédito. Geralmente quando desiste, paga-se uma taxa às empresas.

• Excursão: outra boa saída é ir por excursão. A facilidade é bem maior. Você paga a excursão e não precisa se preocupar com passagens, hospedagem e nem translado para as provas. Eu mesmo gosto muito, até porque sempre vou em uma excursão que o preço fica mais barato do que as passagens de ônibus apenas. Essa facilidade faz com que a procura seja muito grande. Portanto, se achar excursão e está sem grana ou pontos pra ir de avião ou não quer perder tempo com hotel, feche logo o pacote da excursão, caso algo dê errado, basta cancelar tudo.

• Localização: procure ficar no centro da cidade ou em um local de fácil acesso. Procure concurseiros da cidade que irá fazer prova e pergunta onde, geralmente, as provas são realizadas. Se for para alguma cidade que tenha praia, procure ficar na orla pois, geralmente, a cidade gira em torno dela.

• Mapa do local de prova: quando sair o local de prova, trace com antecedência todo o trajeto para não correr o risco de se perder. Vá ao Google Maps e ache o local de prova e o seu hotel. Existe uma função no site que liga um ponto ao outro, dando o melhor trajeto e a distância. Procure de informar sobre o transporte público para o local ou preço do táxi.

• Visite o local de provas: quando chegar à cidade, se tiver tempo, visite o local de provas. Em uma cidade que não conhece, tudo é novidade e não se pode dar sopa para o azar. Então, faça uma visitinha, conheça o local e marque o tempo para chegar ao local, lembrando que no dia do concurso está tudo mais cheio e o tempo gasto será um pouco maior.

• Deixe o turismo pra depois: está aqui o maior erro do concurseiro. Lembre-se sempre que você não está de férias e que o seu objetivo é a prova do concurso. Deixa o turismo para depois da prova. Você estará mais leve e sem o peso do concurso nas costas, vai aproveitar bem melhor.

Resumo da Ópera: caso deseja sair do conforto do seu lar para fazer prova em qualquer canto do Brasil, saiba que muito pensam como você. A corrida por uma vaga em hotel e para comprar passagens é maluca. Tudo isso é fruto de um fenômeno chamado globalização dos concursos públicos. Deixar para resolver tudo na última hora é suicídio. Portanto, assim que sair o edital, decida sobre fazer ou não o concurso e resolva tudo logo. Fazendo isso, você ficará tranqüilo e sobrará muito mais tempo para se dedicar, calmamente, para a prova. Bon Voyage!

Tiago Gomes, um solitário e persistente concurseiro, especialmente para o Concurseiro Solitário.

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Clipe do dia



“Rehab” é um dos grandes sucessos de Amy Winehouse. É triste ver um grande talento ser consumido pelas drogas.

Quanta bobagem ... e tem gente que acredita! (parte2)

7 – “Estudar para vários concursos é garantir não ser aprovado em nenhum”

Temos aqui algo que pode ser tanto uma grande bobagem, quanto uma grande verdade. É, essa questão de nuances acontece em todos os lugares.

Será uma grande bobagem se for dita para um concurseiro que procura fazer concursos nos quais são cobradas matérias com, no mínimo, 75% de semelhança, ou seja, com a maior parte da matéria igual. Isso acontece dentro das chamadas carreira. Um exemplo é a carreira administrativa jurídica, onde o “arroz com feijão” é Direito Constitucional, Administrativo, Raciocínio Lógico e Administração pública. Agora, não podemos querer que todos os concursos, mesmo dentro de uma mesma carreira, cobrem sempre os mesmos tópicos das mesmas matérias, daí os 25% de diferença.

Agora, será uma grande verdade se o concurseiros não tiver critério na escolha dos concursos que for prestar e se inscrever para concursos muito diferentes em termos de matérias cobradas, concursos de carreiras que não sejam afins. Quando faz isso, a quantidade de matérias semelhantes entre os concursos é muito menor, o que dificultará sua vida e no final se resumirá no velho pecado do “estudar muita coisa sem estudar nada direito”.

8 – “Dá para estudar sério sem abrir mão da vida social”

Vida social implica em contato constante com os amigos e conhecidos, fazer novas amizades, ir a festas, churrascos, viagens, barzinhos e tal. Vida social é viver e conviver em grupo.

Agora, me expliquem como alguém que pretende se dedicar aos estudos para ser aprovado em concursos públicos, uma tarefa difícil e que consome todo o tempo, recursos e esforços disponíveis, pode pretender não abandonar a vida social? Onde arrumar tempo e disposição para festejar e também estudar feito um condenado? Como lidar com a necessidade de isolamento que o estudo de qualidade exige e o contato freqüente demandado pelos amigos? Simplesmente não há como.

Quem tenta estudar para concursos sem abrir mão da vida social acaba não estudando direito e também não aproveitando bem a vida social, ou seja, faz mal ambos e sai no prejuízo duplamente. Vida de concurseiro é estudar, estudar, estudar e estudar mais um pouco. Vida social toma tempo, cansa, demanda atenção e dinheiro, quando tudo isso e mais um pouco deve ser investido nos estudos. Numa dessas é melhor largar mão de uma vez de se iludir que “estudando” assim se terá alguma chance de aprovação e então aproveitar plenamente a vida social.

9 – “Quem trabalha não consegue estudar o suficiente para passar em concursos públicos”

Essa é uma das maiores bobagens concursídicas e comprovadamente um equívoco por conta dos milhares de concurseiros que trabalham e estudam, têm sucesso e são empossados todos os anos.

Não há dúvidas de que a luta desses concurseiros será mais longa e difícil, já que o tempo para estudar é exíguo (algumas horas por dia e finais de semana), a atenção e aproveitamento serão prejudicados (depois de um longo dia de trabalho não poderia ser diferente) e manter a motivação é muito mais difícil (por conta dos obstáculos maiores a serem vencidos), mas nada disso impede que quem trabalhe e estude tenha sucesso na guerra dos concursos públicos.

É impressionante como não é raro de pessoas que trabalham e estudam acabarem tendo sucesso mais rápido que concurseiros de tempo integral que não se dedicam tanto e tão bem aos estudos. Afinal de contas, o cara que trabalha e estuda tem uma noção muito mais clara e tangível do que está investindo em termos de suor e recursos que o cara que só estuda, daí se esforçará mais, afinal sua derrota será proporcionalmente mais dolorosa.

10 – “É impossível estudar dez horas por dia”

Quando isso é dito por um concurseiro iniciante, com até dois meses de estudo, é perdoável. Agora, se o concurseiro está estudando há mais tempo, dizer algo nesse sentido é motivo para levar uns bons petelecos na orelha.

Estudar é como correr ou fazer musculação, nas primeiras semanas o rendimento será baixíssimo e as dores serão muitas. Mas então o organismo vai se acostumando e com um aumento gradual e cuidadoso da carga de esforço, vai-se conseguindo estudar, correr e malhar cada vez mais. Depois de algum tempo o esforço será para parar de estudar, de correr ou de malhar, pois a dor terá dado lugar ao prazer da superação.

Alguém que resolva estudar para concursos e que não tenha uma prática de estudos contínuos, levará em média dois meses para conseguir estudar oito horas por dia. Para chegar às dez horas diárias, demorará por volta de mais dois meses, pois o incremento será menor e mais trabalhoso. Dependendo da pessoa, da sua motivação e do seu biótipo, entre tantos outros fatores, será possível depois de seis meses estudar até doze horas por dia!

Para quem quer alcançar um sonho, uma meta, e não tem medo da dor, impossível é somente uma palavra!

11 – “Só vale a pena prestar concursos que oferecem muitas vagas”

Uma das principais críticas quanto à Administração Pública anterior ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, que implantou a Administração Pública Gerencial, era justamente quanto à maneira como se dava a contratação de novos servidores públicos. A prática era a seguinte, os órgãos e entidades ficavam anos sem fazer novas contratações, enquanto isso servidores iam aposentando, morrendo, mudando de profissão, o que esvaziava os quadros. Apenas quando a situação de pessoal chegava a um nível desesperador, organizava-se um mega concurso oferecendo-se centenas de vagas.

Isso acabou. Hoje vemos concursos públicos cada vez mais numerosos, constante e oferecendo poucas vagas. A reposição de servidores nos órgão e entidades passou a adotar um modelo de reposição contínua. E essa tendência vem se firmando cada vez mais, pois é a mais lógica e correta.

Nesse contexto, querer prestar somente concursos que oferece muitas vagas é, no mínimo, uma ingenuidade, e, no máximo, querer enganar a si mesmo e aos outros. Se o concurseiro estuda com seriedade, não importa se os concursos oferecem poucas ou muitas vagas, ele vai brigar feio para conquistar uma delas seja como for.

12- “Essa coisa de motivação é bobagem”

A palavra “motivação” vem da junção de duas palavras, “motivo” e “ação”, ou seja, é o motivo que provoca a ação. Assim, a pergunta “qual a motivação do concurseiro?” pode também ser reescrita como “qual o motivo que leva o concurseiro a praticar a ação de estudar, ralar, sonhar, sofrer, persistir, acreditar, insistir em fazer concursos?”.

Um concurseiro motivado é aquele que sabe por que está lutando essa guerra, sabe dos motivos que o fazem persistir na luta, deixar de lado tudo o que poderia estar vivendo e que não vive porque está estudando, se preparando para conquistar algo melhor no futuro. Por outro lado, o concurseiro desmotivado não luta exatamente porque não sabe mais porque luta, portanto, todo o esforço perde o sentido, e, claro, algo sem sentido não é algo que nos animamos a fazer.

Motivação é o ar do concurseiro. Sem ar morremos, assim como sem motivação morre o concurseiro, junto com seu sonho, sua meta de conquistar um cargo no serviço público e ter uma vida melhor. Bobagem é alguém dizer que motivação é bobagem.

Resumo da ópera – Essas são apenas algumas das bobagens concursídicas “que o povo conta”. Talvez você não acredite em nenhuma delas, o queserá ótimo, mas muita gente acredita e vai tratá-lo como se essas bobagens fossem verdades. Meu conselho é para que você não perca muito tempo tentando mostrar para essas pessoas que elas estão engandas. Tente uma vez e apenas por cinco minutos, se não conseguir mudar a opinião delas, o que é usual, não perca mais seu tempo e vá estudar que é isso que você precisa fazer.

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PERGUNTA DO DIA

O que vocês acha dessas bobagens concursídicas? Você acreditava em alguma(s) delas? Você já acreditou? Porque será que os concurseiros continuam acreditando? Dê sua opinião, nos deixe saber o que você acha desse assunto.

Essa pergunta deve ser respondida em nossa comunidade no Orkut. Basta clicar no homenzinho ai em cima (você precisa estar conectado no Orkut em outra janela de navegador para ser levado à página de resposta).

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Clipe do dia



Para vocês um dos maiores sucessos da gringa controversa Britney Spears, uma música que fez muito sucesso e continua dançante, "Oops, I did it again". Olha, essa menina era muito "jeitosa" antes de cair na cachaça, nas drogas e ter dois filhos sem se cuidar depois da gravidez ... uma pena.

Quanta bobagem ... e tem gente que acredita! (parte1)

Desde que comecei a estudar para concursos sempre me assustei com a quantidade de mitos e crendices existentes no meio concurseiro, ou seja, nas bobagens que muita gente conta e nas quais muitos concurseiros acreditam. E o pior, essa crença é compartilhada tanto por concurseiros iniciantes com por concurseiros experientes, concurseiros sérios, falsos concurseiros e até fazedores de concursos.

O anúncio do concurso do STJ, depois da polêmica que envolveu seu irmão gêmeo, o concurso do STF (digo gêmeo porque têm praticamente o mesmo edital e a mesma banca), trouxe a tona muitos desses mitos e crendices, que vejo todos os dias em fóruns, comunidades e blogs sobre o concurso. Por isso decidi escrever esse artigo para desmistificar, detonar de vez todas essas bobagens.

Selecionei os doze mitos e crendices concurseiros que julgo serem os mais recorrentes, insanos, distantes da verdade e absurdos, mas que muitos concurseiros acreditam como se fossem verdades indiscutíveis. Vejamos cada um deles.

1 – “Todos os concursos são marmelada, são fraudados, de cartas marcadas”

Claro que fraudes em concursos públicos acontecem, isso é um fato inegável. Agora, daí dizer que elas acontecem em TODOS os milhares de concursos públicos realizados no Brasil anualmente, daí já é uma bobagem do tamanho de um bonde. Nem no passado recente, quando o controle popular era menor e a atenção da mídia não era das maiores, não se poderia dizer isso, agora, então, é que não se pode dizer mesmo.

Hoje os concurseiros são mais bem informados e articulados (obrigado Santa Internet), o que somado ao novo status que os concursos públicos ganharam, resulta uma atenção e exposição muito maior na mídia de qualquer deslize cometido pelas bancas e/ou organizadores. E como esse é um ótimo negócio para as bancas, afinal de contas dá muito dinheiro pelo número enorme de inscritos nas centenas de concursos que acontecem ao logo do ano, essas empresas estão mais cuidadosas porque sabem que serem taxadas de banca fraudadora significará uma queda brutal no número de contratos para realizar concursos e, portanto, em menores lucros.

Segundo diversos especialistas em concursos públicos, há uma maior concentração de fraudes em concursos municipais, principalmente os realizados para prover cargos em cidades pequenas que ficam sob a responsabilidade de bancas desconhecidas. Em concursos estaduais a chance de fraudes é bem menor. Em concursos federais, então, é muito pequena.

Sinceramente, quem usa essa desculpa para não prestar concursos públicos é porque, no fundo, tem medo de encarar a guerra que é estudar feito um condenado por volta de dois anos até se estar preparado para garantir um bom cargo na administração pública. É a velha história das uvas estarem verdes.

2 – “Concursos de nível médio são mais fáceis e menos concorridos que os de nível superior”

E quem disse que concurseiros que têm no bolso diploma de nível superior não se inscrevem em concursos de nível médio?! Acreditar nessa bobagem é querer “tapar o sol com a peneira”, fechar os olhos para a realidade. A maioria dos concurseiros que podem prestar concursos para ambos os cargos fazem isso, eu faço isso e conheço poucos concurseiros que não façam a mesma coisa.

Tempos atrás li em um fórum um concurseiro desavisado jurando de pé junto que em concursos que exigem nível médio, concurseiros com nível elementar (somente 1º grau) ou nível superior até poderiam fazer as provas, mas se aprovados não poderiam tomar posse do cargo. Ok, para o caso do concurseiro ter nível educacional elementar, tudo bem, é isso mesmo. Agora, se o concurseiro tem diploma universitário ele vai, sim, ser empossado.

Além disso, muitos concurseiros com nível superior que não se acham preparados o suficiente para enfrentar as provas mais difíceis de matérias mais extensas e complexas simplesmente dos concursos para analista optam por prestar apenas concursos de nível médio, o que aumentar em muito o número de candidatos para esses cargos e eleva o nível da concorrência.

Para derrubar esse mito, basta se perguntar se um engenheiro ou administrador de empresas não toparia se empossado em um cargo de nível médio com remuneração por volta dos R$4 mil se no mercado de trabalho privado esse salário já o deixaria sorrindo de orelha-a-orelha.

3 – “Concursos para cadastro de reserva são enganação para tirar dinheiro dos concurseiros”

É interessante como muitos concurseiros falam mal das tais vagas para cadastro de reserva sem ao menos saberem direito o que é um cadastro de reserva. Uma vez, numa palestra sobre concursos públicos, num dos intervalos um indivíduo que fazia pose de “sei tudo de concursos” estava numa rodinha fazendo isso. Não perdi a chance e me fazendo de concurseiro novato perguntei “mas o que é esse tal cadastro de reserva” ... o cara resmungou duas vezes antes de mudar de assunto.

Quando um órgão ou entidade pública realiza um concurso para cadastro de reserva, isso significa que ainda não há um número definido de vagas a serem ocupadas. O concurso é então realizado e os candidatos organizados em uma lista descrescente de desempenho. Na validade do concurso, à medida que vão surgindo vagas, o órgão ou entidade simplesmente via chamando o pessoal que está no topo dessa lista.

A desvantagem desses concursos é que muitas vezes não há nomeações logo após a homologação do concurso, então os concurseiros melhor posicionados na lista final de notas deverão esperar até serem chamados, o que pode acontecer em um mês ou em dois anos.

Aqui você encontra um artigo interessante sobre esses concursos publicada pelo G1:


4 – "Entrar com recursos de questões e correção de redação é perda de tempo"

Outra grande bobagem que nada mais é do que outro argumento fraco usado por concurseiros preguiçosos que não querem ter o trabalho de sentar a bunda na cadeira e redigir os recursos com a fundamentação, qualidade e seriedade que as bancas exigem.

Quando você vai a uma loja, compra alguma coisa e no caixa lhe é cobrado um preço maior que o da etiqueta você não reclama? Claro que reclama, a não ser que esteja tão lerdo que não note a diferença de preço. Então, porque você não reclamaria quando num concurso a banca propõe na prova questões mal formuladas, sem resposta, com mais de uma resposta ou que cobram matéria que não estava prevista no edital?

É exatamente isso que é o recurso, a forma dos concurseiros reclamarem para as bancas que elas estão cobrando um preço diferente do que está na etiqueta.

5 – “Tem gente que passa em concurso público sem estudar, só chutando as respostas”

Certo, também tem gente que ganha sozinha na Megasena acumulada. Mas para esse sortudo que levou toda a bolada, existem algumas centenas de milhões de outros apostadores que perderam o dinheiro da aposta. Afinal de contas, chutar as respostas na folha de respostas de um concurso público e chutar números num cartãozinho de aposta da Megasena são a mesma coisa.

Desde a época em que estudava para o vestibular ouvia esse mito de que um cara que era primo do tio do irmão do cunhado do chefe da empregada de alguém havia chutado tudo no vestibular da USP e ainda assim havia passado para o curso de Medicina. Tudo bem que estatisticamente falando isso até pode acontecer, não duvido, inclusive, que tenha acontecido uma vez ou outra, mas são exceções em meio à exceções.

Se você quer testar sua sorte, prefira jogar na Megasena acumulada, é muito mais barato e se você perder não terá de inventar desculpas esfarrapadas de porque sua estratégia não deu certo.

6 – "Não é possível passar em concursos públicos sem fazer cursinho"

Se isso fosse verdade, ninguém que não morasse em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, onde estão os melhores cursinhos para concursos do Brasil, seria aprovados em concursos públicos, o que está longe de ser verdade.

Claro que um bom cursinho ajuda o concurseiro a se preparar, mas não é garantia ou pré-requisito para o sucesso na guerra dos concursos públicos. É uma pena que não existam estatísticas oficiais ou confiáveis sobre o assunto, mas não duvido que pelo menos metade das nomeações em cargos públicos é de pessoas que nunca freqüentaram nenhum tipo de cursinho para se preparar para os certames.

Quem é dono de cursinho sempre vai dizer que ser seu aluno é indispensável para a aprovação, afinal de contas, esse é o ganha-pão do cara, seu negócio, e para ele quanto mais alunos tiver, melhor. Também é compreensível, à luz da vaidade humana, que quem faça cursinho diga a mesma coisa, pois é uma forma dessas pessoas se sentirem melhor preparadas, com alguma vantagem a mais diante de pessoas que não fazem cursinho.

No final das contas, dá muito bem para estudar com qualidade e ser aprovado em concursos públicos sem cursinho. Tudo dependerá da disciplina, qualidade de estudo e persistência do concurseiro.

CONTINUA AMANHÃ

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PERGUNTA DO DIA

O que vocês acha dessas bobagens concursídicas? Você acreditava em alguma(s) delas? Você já acreditou? Porque será que os concurseiros continuam acreditando? Dê sua opinião, nos deixe saber o que você acha desse assunto.

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Clipe do dia



"Taited Love" foi um baita sucesso nos anos 80 na voz do Soft Cell (ficou 43 semanas entre as 100 Mais da Billboard). Só que essa música é mais antiga e já foi regravada por vários intérpretes. Uma das versões que mais gosto é por conta do andrógeno Marilyn Mason.

COLUNA DA CONCURSEIRA CRÔNICA - Essa guerra é sua?

Os concursos públicos, outrora opção de alguns, hoje se tornaram solução de multidões. O princípio administrativo da impessoalidade dá a todos que correspondam aos pré-requisitos necessários o direito isonômico de ocupar um cargo público; as únicas possíveis distinções nos concursos se destinam a tratar desigualmente os desiguais, dando oportunidades eqüânimes a todos. Não tenho dúvidas de que esses dois aspectos são os que mais ajudam a engrossar a fileira dos concursandos que, por algum motivo, não encontraram espaço na iniciativa privada. Apesar da competição cada vez mais acirrada, “somos todos iguais essa noite”, como diz a canção.

A questão que realmente vem me inquietando é outra. Quando passeio em fóruns e comunidades de relacionamento de concursandos e leio determinadas colocações, caio invariavelmente na mesma dúvida: quantos dos atuais postulantes a cargo público realmente se identificam com a “coisa” pública? Não falo de passar em concursos, mas de algo bem mais sério, que é o pós-concurso. Talvez hoje eu esteja na contramão do objetivo do nosso blog, que é discutir a guerra dos concursos, todavia acredito que a aprovação é apenas uma batalha – a primeira e mais dura. Depois dela, a guerra continua, e só quem já teve convivência íntima com o serviço público sabe dos percalços do caminho de um servidor do Estado. A estabilidade e os salários muitas vezes superiores ao mercado, atrativos principais, podem se transformar rapidamente em algo muito pequeno para quem não tem paciência ou fleuma para lidar com inconstâncias políticas, falta de infraestrutura, morosidade em tomar decisões e necessidade de realização de novo concurso para ascensão profissional, independentemente de seu esforço pessoal. Claro que, na atual conjuntura, dificilmente veremos alguém pedindo exoneração para retornar à iniciativa privada, mas isso não quer dizer que o funcionário esteja plenamente satisfeito em seu cargo... ele pode simplesmente ter se acomodado. Lidar com a insatisfação e fazer o melhor possível com os recursos de que dispõe é, sim, o grande desafio.

Por essas e por outras razões que, antes de optar por estudar para concursos públicos, vale fazer uma boa reflexão. É isso mesmo que você quer? Deseja mesmo direcionar sua vida profissional para essa seara, abrindo mão de ter seu próprio negócio e, talvez, enriquecer? Tem perfil para trabalhar no serviço público? Ao contrário de uma empresa particular, a Administração não avalia esses aspectos. A decisão é sua. Pensar bem antes de comprar essa briga trará benefícios não só a você, que pode evitar um passo errado, mas também à coletividade, que é a principal prejudicada pela existência de um servidor desestimulado ou coisa ainda pior. Pra vocês terem uma idéia, participei recentemente de um concurso com suspeitas de fraude (que acabaram se confirmando) e vi diversos candidatos classificados agredindo verbalmente quem lutava pela transparência do processo seletivo, enquanto outros, eliminados, publicavam dados pessoais de supostos “fraudadores” sem a menor distinção, requerendo anulação a qualquer custo, com o claro objetivo de ter outra chance. Francamente, é esse o comportamento que se espera de alguém que quer se tornar agente público? Pleitear em benefício próprio, à revelia do certo? Claro que nenhum de nós é a personificação da virtude e todos devemos lutar por nossos objetivos, só que isso não pode ser feito em detrimento da moralidade administrativa. Se trilharmos esse caminho, só conseguiremos alimentar ainda mais o preconceito contra o servidor público, o estigma do “barnabé”, que não trabalha durante 30 anos para então se aposentar com bons proventos.

Não quero desestimular ninguém e sei que o tema é chato, mas tenho certeza absoluta de que discuti-lo é necessário. Das poucas aulas em cursinho que assisti, vi professores reiterando que funcionário público “não faz nada”, como forma de estimular os alunos a passarem em concursos. Achava repugnante ouvir esse tipo de discurso. Esse ranço precisa acabar. Está nas nossas mãos, futuros servidores, a responsabilidade de melhorar a imagem do serviço público, e a mudança começa pela compreensão do papel que exerceremos – ou não – nesse processo.

Resumo da ópera - Concursos públicos oferecem vantagens que enchem os olhos de quem pena ou já penou na iniciativa privada. Entretanto, prestá-los de forma consciente é necessário, sob pena de prejudicar a Administração e a própria vida do novo servidor.

Flávia Crespo é a concurseira crônica.

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Bate-papo do Concurseiro Solitário
(Hoje, DOMINGO, a partir das 20:00)

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O bate-papo será na Sala 1.

COLUNA DA RAQUEL - Mix solitário: Recursos, redação e como estudar informativos do STJ e STF

O artigo de hoje fala de expressão escrita. Afinal, redação de recursos, redação de concursos e feitura de questões discursivas são verdadeiros fantasmas na vida de alguns concurseiros.

Recentemente, precisei enfrentar um desses medos, pois em todos os fóruns que freqüento sobre o concurso da Marinha há pessoas semeando o terror sobre a confecção de recursos. Realmente, há muitos detalhes a serem observados para que sejam aceitos, mas se fizermos uma “check list” não há erro. Fazer um bom recurso é possível.

Uma coisa que recomendo, se a prova for de múltipla escolha (como foi meu caso) é reestudar o assunto em questão em todas as dimensões que o edital pode estipular. Assim, procurar na doutrina indicada, se houver uma apontada pela banca; procurar embasamento na lei e na jurisprudência dominante (Súmulas dos Tribunais Superiores) são mecanismos bons para elaborar uma boa defesa. Sim, o recurso é uma defesa de um ponto de vista, seja da anulação, seja da modificação do gabarito em questão. É preciso saber, portanto, como defender essa opinião.

Pesquisar em fóruns e conversar com outras pessoas que fizeram a prova é sempre bom, pois dá boas idéias sobre como redigir o seu recurso. E se não houver como fundamentar com mais nada, vá ao dicionário, busque o sentido e a etimologia das palavras. As palavras têm poder!!!! Assim, uma assertiva de questão que te levou a errar porque havia um termo completamente distinto da redação da lei pode cair por terra com seu recurso.

Quanto à redação, eu fiz três cursos e ainda sinto que preciso aprender muita coisa ainda. O grande problema em relação a esse assunto se dá na área jurídica, pois a maioria dos concurseiros dessa área pensa que escreve suficientemente bem. Afinal, precisa ler muito e acaba tendo uma boa fluência verbal e escrita.

Ocorre que, nem sempre, a linguagem jurídica é cabível em redações de concurso. Além disso, muitos concurseiros fazem uso de uma linguagem técnica, confusa e, até mesmo, antiquada demais quando irá resolver questões discursivas e redações. O candidato esquece do seu leitor e pensa que está fazendo uma petição. Contudo, tal desprezo não deveria existir porque seu leitor nem sempre é expert nas ciências jurídicas.

Outro aspecto que percebi é que cada concurso pede um tipo de redação diferente e cada banca irá analisar uma habilidade diferente em sua redação. Portanto, procure se inteirar de tais requisitos, trate de estudar a tipologia textual cobrada. É fundamental ser humilde e não pensar que redação é “molinho”, que pode embromar.

Em relação aos Informativos do STF e STJ, pode-se constatar que servem de bom aparato complementar para respostas em provas discursivas. Ressalve-se que concursos de Analista e técnico de tribunais ainda não cobram tais conhecimentos, mas outros como já começaram a lançar mão deles, coisa que não se fazia antes. Só os de Juiz, promotor, defensor cobravam até então. Assim, ler os informativos pode enriquecer respostas discursivas e possibilitam a defesa de uma opinião própria, pois nem sempre os tribunais superiores são unânimes em determinados assuntos jurídicos.

Como estudar os informativos? Tempos atrás, eu me fazia a mesma pergunta e me sentia perdida. Eu, felizmente, consegui resolver o problema. Primeiramente, tive acesso a um caderno de uma amiga que fez um curso que comentava os principais entendimentos sobre as matérias básicas de concurso. Depois, comecei a lê-los com mais facilidade, da forma como se apresentam. Um livro que ajuda muito nesse sentido é a coleção da editora http://www.juspodivm.com.br/index.html, que comenta as principais decisões do STF e STJ. Isso porque no princípio é complicado mesmo. E eu não estou ganhando nada com propaganda (risos).

Para ter acesso aos informativos do STF e do STF, é preciso cadastrar-se no sistema Push de ambos os sites. O serviço é gratuito e pode ser acessado pelo seu e-mail. Mais cômodo é impossível!

Resumo da Ópera: Escrever é bom, é importante, mas requer técnica, linguagem própria para o objetivo desejado e conteúdo. Não despreze tal dica e passe a se preocupar com como está escrevendo.

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Clipe do dia



Essa música do Kid Abelha ecoou na minha cabeça a semana toda enquanto refletia sobre o que tenho vivido. ultimamente, "Nada sei". Pelo menos sou otimista :-)

Detonando o edital do STJ

Semana passada escrevemos um artigo especial sobre a importância de analisar corretamente os editais de concursos públicos. Coincidência ou não, na mesma sexta foi divulgado o edital do aguardado concurso do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e decidimos analisar o danado “de cabo a rabo” como exemplo de como fazer uma boa análise.

Com a palavra Tiago Gomes

O edital começa com balde de água fria em todos os concurseiros, assim diz: “O STJ... torna pública a realização de concurso público para formação de cadastro reserva...”. É o fim para muitos. Acreditem, muitos bons candidatos deixam de fazer um concurso desses por conta de uma frase como essa. O que muitos não sabem é que corre um projeto de lei no Congresso Nacional para a criação de 121 vagas no STJ, além disso, no último concurso o número de convocados foi muito grande. O STJ, historicamente, chama muita gente (509 para TJAA, 409 para AJAJ...) em seus concursos. Portanto, concurseiro tem que ter o pé no chão, ser realista, mas não pode ser bobo em cair na “pegadinha” do cadastro reserva.

Mais embaixo, no item 1.3 mais uma bomba: “O concurso será realizado no Distrito Federal.”. Infelizmente ainda não temos uma lei que obriga que concursos para órgãos federais tenham prova, pelo menos, nas capitais dos Estados. Então, o candidato que veio fazer o concurso do STF e não foi tão bem pensa assim: “Brasília novamente? Para ter um resultado desprezível? Pra gastar o dinheiro que não tenho?”. Pronto, aqui vai mais meio mundo de gente bem preparada. Acontece que o pensamento negativo existe e está por aí pra por medo em quem deixa ele chegar e se apoderar da mente. Você que se encontra nesta situação, vai uma dica: Faça o concurso do STJ! Cada prova é uma prova, cada dia é um dia. Faça um esforço e não perca essa oportunidade.

O Item 2 do Edital fala sobre os cargos, seus requisitos, descrição das atividades, remuneração e jornada de trabalho. Este é um ponto importante do Edital, é aqui que o concurseiro tem a oportunidade de saber quais são as atividades que desempenhará se aprovado, a duração do trabalho e o salário que irá receber. Este ponto será melhor analisado junto com o respectivo conteúdo programático.

ATENÇÃO!!! Para o cargo de Analista Judiciário – Apoio Especializado – Informática poderá prestar também o candidato que tenha diploma de curso superior em QUALQUER área, desde que acrescido de certificado a nível de pós-graduação na área de informática de, no mínimo, 360 horas. Ou seja, aqueles que não são formados na área mas têm uma pós-graduação em informática, poderão prestar o concurso para este cargo.

O item 3 fala sobre as vagas destinadas aos candidatos portadores de deficiência. Apesar da Lei nº 8.112/90 afirmar que até 20% das vagas poderão serem destinadas aos candidatos portadores de deficiência, o Edital em seu item 3.1 afirma que apenas 5% das vagas serão providas por estes candidatos. Podendo, em caso de fracionamento, ser elevado ao primeiro número inteiro subseqüente, desde que não ultrapasse 20% das vagas.

O Edital traz uma série de informações para estes candidatos que necessitam de um cuidado especial antes, durante e depois da prova. Nada mais certo, uma vez que a oportunidade é para todos independente de se ter ou não uma deficiência. Tanto é que o edital é claro em seu item 3.1.2: “O candidato que se declarar portador de deficiência, concorrerá em igualdade de condições com os demais candidatos.”.

ATENÇÃO!!! O portador de deficiência deve atentar ao prazo para a entrega dos laudos médico que será até o dia 27/08/2008, das 8h às 19 horas, exceto sábado, domingo e feriado. Também poderá mandá-lo via SEDEX ou carta registrada, não esquecendo que deverá postar até a data limite.

O item 4 traz uma curiosidade. Vocês sabiam que é um requisito básico para a investidura no cargo ter sido aprovado no concurso? Nada mais óbvio não é verdade. Ironias à parte, este item nos revela os requisito para a investidura. Além dos já mencionados na lei 8.122/90, constam os requisitos: 1) Apresentar os documentos necessários na ocasião da posse; e 2) Cumprir as determinações deste edital. Também bastante óbvios.

O item 5 nos leva a fase mais chata do edital, as inscrições e o preço. Por que será que as inscrições são tão altas? Mais de 1% da remuneração dos candidatos aprovados já serão descontados antes mesmo deles fazerem a prova. Ah! Mais e os outros que não passarem? Prejuízo para o candidato, lucro para o órgão. Existem muitos candidatos doadores de taxas sabiam? Poderiam criar um mecanismo para essas taxas de candidatos que sequer fazem a prova, ficarem em um “banco de taxas” e servir para custear outros concursos. Com certeza os preços das inscrições sofreriam uma forte queda.

Enquanto isso não acontece, o candidato que “se declarar impossibilitado de arcar com o pagamento dessa taxa e comprovar renda familiar mensal igual ou inferior a "TRÊS SALÁRIOS MÍNIMOS”, poderá pedir a isenção total ou parcial do valor da taxa de inscrição. Isso é ótimo. Abre a oportunidade para muita gente prestar um concurso de maneira digna e em igualdade com os demais concurseiros que podem pagar pelas taxas de inscrição, nem que seja sofrido como a maioria, mas pode.

Falando nos concurseiros pagadores de taxa, não deixaremos de lembrar que as inscrições para os cargos de Analista Judiciários custam R$70,00 e para os cargos de Técnico Judiciário R$45,00. As inscrições serão aceitas somente pela internet no período entre 10 horas do dia 04/08/2008 e 23 horas e 59 minutos do dia 26/08/2008. Solicitado a inscrição, o candidato poderá pagar até o dia 27/08/08. Bom, se você não sabe o valor e nem o período de inscrição, muito cuidado. Isso aqui é informação básica que o candidato deve saber. A inscrição é a primeira fase do concurso. Lembrando, o CESPE não se responsabiliza por solicitação de inscrição não recebida por motivos de falha no sistema, entre outros. Portanto, não deixe pra última hora e FIQUE DE OLHO!

O candidato poderá se inscrever para mais de um cargo desde que não há coincidência nos turnos de aplicação das provas. Agora, se fez a inscrição e desistiu de prestar a prova, já era! O valor da inscrição não será devolvido em hipótese alguma, salvo cancelamento do concurso por conveniência do STJ. Não vale desistir e ficar torcendo contra viu?!

Se você, candidata mamãe, tiver amamentando seu bebê ainda, não se preocupe. Você poderá levar seu filho para a prova sem problemas. Basta solicitar atendimento especial para tal fim, levar um acompanhante (pode ser o maridão, a mãe, a babá...), que ficará em sala reservada e ficará responsável pela guarda da criança. Lembre-se: tem que levar o acompanhante senão não faz a prova.

Com a palavra Flavia Crespo

As provas

A Cespe facilita a vida quando coloca o quadro de provas separado por cargos. Por ele, já podemos ter uma idéia do número de questões para cada disciplina. Isso, unido ao conteúdo programático, é quase o suficiente para fechar o horário de estudos. Mas eu disse “quase”!

A divulgação em edital da data das provas também é um ganho. Pros concurseiros sem reservas, sinal verde para fazer os dois cargos: provas de analista pela manhã e técnico à tarde. Concursão clássico de tribunal, o certame do STJ...

Próxima informação importante é o formato da prova objetiva. Bobagem? Nem um pouco! Já vi muito concurseiro perguntando se seria “C ou E” ou múltipla escolha na véspera do concurso. Tem que prestar atenção nisso, assim como nos prazos recursais, logo abaixo. Faz parte do show, caros. E a parte subjetiva? Temos que entender qual será a dinâmica; uma redação é diferente de um texto discursivo. Nesse caso, o edital aponta que o texto será formulado a partir de temas constantes dos conhecimentos específicos pra cada cargo de nível superior. Preparemo-nos, pois, para produzir não só textos bem escritos, mas também ricos em conteúdo. Serão 10 pontos em jogo.

Os critérios de avaliação, classificação e desempate

Olho vivo aqui. Pra quem ainda tem dúvidas sobre o “mata-mata” da Cespe, é neste ponto que o edital o elucida da forma mais didática possível. Além disso, aqui estão bem explicadas as notas mínimas por blocos de disciplina e na prova inteira. É disso que devemos nos lembrar antes de dar um chute irresponsável. Ah, será que alguém percebeu que não há pontuação mínima por disciplina? Ponto para os concurseiros, afinal de contas, uma certa anula uma errada...

Os critérios de classificação podem nos dar formidáveis informações subjetivas. Após a prova objetiva, a Cespe fará uma pré-classificação, sem desempates, para os cargos de analista. A posição de corte para correção da prova discursiva é um palpite importante sobre o número de convocados... comparem com editais anteriores e poderão fazer uma projeção.

E os critérios de desempate? Para todos os cargos, o primeiro é a idade acima de 60 anos. Passado este, teremos como próxima “navalha”a prova discursiva para os analistas e a de conhecimentos específicos para os técnicos. Na prática, podemos depreender que os estudos deverão se concentrar nas disciplinas de Direito, ao passo que Português, Raciocínio Lógico, Atualidades e Informática serão “acessórias”. Essa linha de ação fica óbvia quando vemos que o número de acertos em conhecimentos básicos é o último dos critérios. Enfim, mais do mesmo: cuidado com as respostas erradas e as questões em branco.

Os recursos

Três pontos têm de ser sempre vistos no tocante a recursos: prazos (dias e horários), meio de interposição (fax, correio, Internet) e formato (livre ou em ficha específica). No STJ, o prazo será de 2 dias após a divulgação dos gabaritos preliminares e o meio será o Sistema Eletrônico de Interposição de Recurso de seu site – o que já pressupõe um formato específico disponibilizado pela organizadora.

Cuidem para que os recursos correspondam aos pressupostos que pede o edital – que sejam claros, consistentes e objetivos – e sejam tempestivos. Pleiteiem com segurança e boa sorte!

Com a palavra Raquel Monteiro

Quem olha apressadamente o edital do concurso do STJ corre o risco de cometer erros de avaliação. Pode achar que é complicado demais e desistir covardemente de apostar suas fichas.

Contudo, se olharmos mais detidamente, veremos que não é tão assustador assim. Se você já estiver estudando a um tempo, não terá o que temer, nem mesmo das questões discursivas ou redação para um dos cargos de Analista. Tudo indica que a redação será uma correspondência oficial. Um bom material para isso é o manual de redação da Presidência da República, disponível www.planalto.gov.br. Esse site é muito importante, já perceberam?

Quanto a forma como a prova se apresenta, é perceptível que os perfis das provas do CESPE vêm mudando. Com isso, a forma de se analisar o conteúdo programático deve mudar também. Como devemos sempre estar atentos às novas tendências das bancas e tomar como orientação provas recentes, sugere-se atenção à prova do STF e do TRT-RJ.

Os conhecimentos em língua portuguesa, que são para todos os cargos, girarão em torno daquilo que já se conhece. Contudo, recomenda-se que para os cargos de nível superior que se acostumem com textos longos e mais filosóficos, repletos de figuras de linguagens e itens para inferência (conjugando com conhecimentos exofóricos, ou seja, fora do texto). Os textos costumam ser daqueles que precisam ser lidos mais de uma vez. Só que isso é um verdadeiro tiro no pé, pois o tempo é exíguo demais para isso. O ideal é ganhar prática com a leitura de textos assim.

Em atualidades, que também será cobrado de todos os cargos, a aposta é de que a CESPE cobrará conhecimentos de alguma coisa de jurisprudência do STJ, as súmulas vinculantes do STF (há uma em confronto com uma súmula do STJ), direito (aspectos constitucionais) e política internacionais e um pouco de meio ambiente. Tais conhecimentos poderão ser cobrados concomitantemente com a prova de língua portuguesa, com as mencionadas questões de inferência. Portanto, é apenas uma aposta, mas que não aprece infundada.

Noções de Informática, cobrado para Analista Judiciário, áreas Administrativa e Judiciária; Técnico Judiciário, área administrativa não requer conhecimentos profundos, mas apenas que o candidato esteja atento às versões atuais dos programas de computadores que usará. Atenção: candidatos para Analista e técnico com especialidade em Informática terão, obviamente, conteúdo próprio distinto desse que foi mostrado.

Mais uma coisa que merece atenção: Raciocínio Lógico não cai para os candidatos para os cargos de Analista! Por outro lado, para técnico judiciário, área administrativa a matéria cai. Um conteúdo forte é a tabela-verdade. O assunto não é dos mais difíceis, mas aqueles símbolos todos (um exemplo é o da negação) assustam os desavisados.

Em Língua Inglesa, este tópico é uma surpresa, pois não é tradicional em concursos de tribunais, mesmo nos superiores. Atente para que somente os cargos de Analista e técnico com especialidade em informática terão questões deste assunto na prova. O que pode cair é inglês técnico, textos tradicionais com cobrança de bom vocabulário, falsos cognatos e textos de revistas famosas sobre assuntos, como a sucessão presidencial americana. É possível até cair questão de inferência nos textos.

Em relação ao conteúdo de Direito, há que se setorizar a ênfase do cargo a se candidatar:

Para Analista e técnico, especialidade em informática, o conteúdo de Direito é bem enxuto. Basta conhecer os textos legais e compreende-los sem maiores mistérios.

Já para as demais áreas, o conteúdo é mais extenso e requer mais conhecimentos conceituais. Nota-se que há bastante coerência com as funções constitucionais do STJ.

Os tópicos de Direito Constitucional até o item 5.2 são mais doutrinários. Dali por diante, são mais voltados para interpretação do texto da lei. Veja bem, não é “decoreba” ou memorização do texto da lei, mas a formação de um raciocínio sistemático entre os textos legais. Afinal, quando você for trabalhar lá, precisará lançar mão desses conhecimentos.

Direito Administrativo deve ser lido com alguma boa doutrina, mas não muito profunda. Um bom livro é o do Jose dos Santos Carvalho Filho para quem tem tempo e um bom resumo quando não se tem tempo nenhum.

Direito Penal uma boa sinopse jurídica ou outro livro de resumo resolva o problema. É bom concatenar a parte geral do Código Penal com a especial e as leis especiais. Conhecer as súmulas do STJ e STF é sempre bom também.

Direito Processual Penal é muito principiológico e deve ter sempre em vista a obediência das leis federais e das normas constitucionais. Lembrem que o Código é antigo e deve se reportar à Constituição Federal.

Direito Civil e processual Civil deverão privilegiar conhecimento de prazos processuais e casos práticos. Isso também se resolve à partir de leitura de Súmulas do Tribunais superiores. Convém atentar para as competências do STJ e ao trabalho que desempenha para “farejar” possíveis questões de prova.

Quanto ao Regimento Interno, tudo leva a crer que serão cobradas questões relativas aos aspectos processuais e às tramitações de ações de competência originária e recursos no tribunal.

Resumo da Ópera: Com tais orientações, é impossível não estudar bem para essa prova!

Com a palavra Charles Dias

Vamos agora ver o que o edital traz quanto ao:

CARGO 4: TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA: ADMINISTRATIVA

Em primeiro lugar, é interessante ter uma boa idéia de quais as atribuições desse cargo, ou seja, que tipo de trabalhos os futuros novos técnicos judiciários da área administrativa do STJ farão no dia-a-dia. Vejamos:

DESCRIÇÃO SUMÁRIA DAS ATIVIDADES: executar tarefas relacionadas à operação em microcomputador, redação de expedientes, bem como ao arquivo de documentos, entre outras.

Nada de surpreendente aqui. O trabalho consistirá em muita digitação de documentos do tribunal, em lidar com o arquivo de documentos e demais serviços comuns a qualquer escritório. Ou seja, não haverá muito espaço para trabalhos desafiadores e tal. Se você busca algo nesse sentido, está na hora de começar a pensar se esse concurso é para você.

Agora precisamos saber qual a escolaridade requerida para o cargo, pois não adianta nada fazer a inscrição num concurso, estudar feito um condenado, passar pela felicidade de ser aprovado e então dar de cara na parede quando for levar sua documentação ao órgão ou entidade para só então descobrir que não poderá tomar posse do cargo porque você não tem o diploma necessário. Vejamos.

REQUISITO: certificado de conclusão de curso de ensino médio (antigo segundo grau), expedido por instituição de ensino reconhecida pelo MEC.

Também nenhuma surpresa aqui. O cargo é para quem já é formado no ensino médio. Note que é preciso ter o diploma de conclusão na época da posse. Se você ainda está no segundo ano do ensino médio, talvez você seja chamado antes de concluir o curso e daí a coisa pode ficar complicada.

Vejamos agora a parte boa, a remuneração:

REMUNERAÇÃO: R$ 3.711,74

Oba, esse valor enche os olhos, não é mesmo? Mas vamos com calma que é preciso analisar esse valor considerando alguns pontos muito importantes:

1 – Trata-se da remuneração bruta, ou seja, haverá descontos (Previdência, Imposto de Renda, ...);

2 – Essa remuneração poderá parecer uma pequena fortuna se você vive numa cidadezinha do interior, mas lembre-se que o cargo será exercido em Brasília, uma capital, e que por lá tudo é mais caro. Só para você ter uma idéia, o aluguel de um kitnet no Plano Piloto (centro de Brasília) custa por volta de R$1.000,00 com condomínio incluso.

3 – Mas nem tudo é motivo de lamentos. Note que não foi dito nada sobre gratificações, adicionais, benefícios, que no final das contas tornam o cargo financeiramente ainda mais interessante.

JORNADA DE TRABALHO: 40 horas semanais.

Aqui também não há surpresas. São oito horas diárias de trabalho, como na maioria dos trabalhos.

Passemos agora ao que será necessário vencer para poder levar toda essa bolada. Comecemos pelo número de questões que terá a prova.

A prova será dividida em duas partes:

Conhecimentos básicos – 50 questões

Conhecimentos específicos – 70 questões

Certo, mas que matérias estão elencadas em cada uma dessas partes? Boa pergunta. Vejamos.

Conhecimentos básicos:

LÍNGUA PORTUGUESA – O “arroz com feijão” de qualquer concurseiro, essa é daquelas matérias que têm de ser estudas sempre e muito bem, ponto final.

ATUALIDADES – Quem assiste a um bom telejornal e lê um site de notícias todos diariamente não precisa se preocupar com essa matéria.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA – Apesar de assustar muita gente, essa matéria é fácil, pois é decoreba pura.

RACIOCÍNIO LÓGICO – Aqui está o bicho-papão dessa parte da prova. São vários tópicos de uma matéria matemática que apesar de não ser absurdamente difícil, demanda estudo e a resolução de muitos, mas muitos exercícios para um estudo eficiente.

Conhecimentos específicos:

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL – Sem surpresas nessa matéria, outro “arroz com feijão” dos concurseiros. Aqui tem um pouco de direito constitucional em termos de teoria e o restante é Constituição Federal mesmo.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO – Mais um “arroz com feijão” e também sem surpresas. Um bom livro da matéria dá conta do que é preciso estudar da matéria.

GESTÃO ADMINISTRATIVA – A maior parte dessa matéria é tranqüila de estudar, sendo que somente a parte de noções de administração financeira pode ser mais chatinha por ter matemática envolvida e a necessidade de memorizar algumas fórmulas.

RELAÇÕES PÚBLICAS – Sinceramente considero essa a matéria mais enigmática para esse cargo. Não são tópicos difíceis ou complicados, mas muito abrangentes, genéricos, e, principalmente, difíceis de encontrar em apenas um livro, o que demandará do candidato um bom tempo gasto em pesquisa de material de estudo.

REGIMENTO INTERNO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E ALTERAÇÕES – Sem surpresas aqui também. Não será todo o regimento interno que será cobrado, ainda bem. O que vale aqui é fazer um bom resumo e muita decoreba.

Certo, a prova terá 120 questões cobrando todas essas matérias. Mas quanto temo teremos para fazer a danada? Vejamos.

6.3 As provas objetivas para os cargos de Técnico Judiciário terão a duração de 3 horas e 30 minutos e serão aplicadas no dia 28 de setembro de 2008, no turno da tarde.

Opa, opa, opa. Apenas 3:30 horas para fazer 120 questões? Isso dá pouco mais que um minuto e meio para resolver cada questão! É, gente, não será brincadeira, não. Meu chute é que haverá a seguinte divisão de questões por matéria:

LÍNGUA PORTUGUESA – 30 questões;

ATUALIDADES – 5 questões;

NOÇÕES DE INFORMÁTICA – 10 questões;

RACIOCÍNIO LÓGICO – 5 questões;

Total – 50 questões.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL – 15 questões;

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO – 15 questões;

GESTÃO ADMINISTRATIVA – 15 questões;

RELAÇÕES PÚBLICAS –15 questões;

REGIMENTO INTERNO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E ALTERAÇÕES – 10 questões;

Total – 70 questões.

Considerando que cinco das questões de Gestão Administrativa sejam de Gestão Financeira e somando as questões de Raciocínio Lógico, teremos uma dezena de questões que envolvem cálculos matemáticos, o que demandará mais tempo para resolução. Digamos que você leve cinco minutos para resolver cada uma delas e que saiba resolver todas. Então quase uma hora de prova será dedicada somente a essas questões. Para arredondar as contas, deixemos esses dez minutos que sobraram para completar a hora reservados para assinar a lista de presença, colher digital, beber água e ir ao banheiro. Daí nos sobrará duas horas e meia para resolver as 110 questões restantes da prova!

Peraí, temos também que descontar o tempo de passar as respostas para a folha de respostas, o que deve ser feito com muita calma e sem correria, pois apenas um erro pode ser fatal. Reservemos meia hora para isso. Consideramos também que não saibamos responder uma dezena de questões logo de cara, teremos duas horas para resolver uma centena de questões, o que dárá, exatamente, um minuto e vinte segundos de tempo para resolução de cada uma dessas questões!

Está na cara que para ter boas chances de se sair bem nessa prova, será necessário estar muito bem preparado, com a matéria na ponta da língua, pois o tempo disponível para resolver a prova será muito, muito curto.

Numa altura dessas do campeonato, se você ainda não desistiu de prestar esse concurso, está pensando seriamente nisso. Mas calma aí que ainda falta alguns fatores muito importantes para considerarmos.

1 – Não somos apenas nós que fizemos essas continhas aí em cima, não. Uma galerona também fez, tomou um baita susto e já desistiu de prestar esse concurso. Mas contas são apenas contas, pode ser que na hora as coisas sejam mais fáceis ou que você esteja melhor preparado do que imagina e tudo se resolva sem crise.

2 – O concurso recente do STF (Supremo Tribunal Federal) deu o que falar por conta das provas estarem muito puxadas e pela CESPE ter cobrado o que muita gente não concorda que estivesse no edital (tem até um processo de anulação da prova de técnico rolado na justiça). Como a banca para esse concurso é a mesma do concurso do STF, assim como o edital é muito parecido, outra galerona também já desistiu de prestar esse concurso. Só que ninguém disse que a prova do STJ terá o mesmo grau de dificuldade que a do STF.

3 – Esse concurso não tem um número definido de vagas para nenhum cargo, o edital refere-se apenas ao “cadastro de reserva”. Só por conta disso mais uma galerona também já desistiu de prestar esse concurso. Só que não é segredo que nos concursos anteriores do STJ foram chamadas algumas centenas de candidatos aprovados.

4 – Apesar de ser um concurso de nível médio, uma grande parte dos candidatos terão nível superior, muitos, inclusive, prestarão a prova da manhã para Analista judiciário da área administrativa. Outra galerona acha que isso diminuirá em muito suas chances de aprovação e por isso já desistiram desse concurso. Bobagem, afinal de contas, desde quando ter faculdade foi sinônimo de estar melhor preparado em concursos públicos?

Resumo da ópera – A briga será feia, gente, não duvidem disso. Quem quiser ter alguma chance de sucesso terá de estudar muito, mas muito mesmo. Se compensa? Claro. No mínimo você ganha conhecimento e experiência que valerão ouro nos próximos concursos que prestar. Perde somente quem desistir dessa batalha esperando por outras batalhas mais fáceis ... numa guerra em que não existem batalhas fáceis.

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Clipe do dia



Depois de uma baita análise de edital como essa, nada melhor que uma música tranquila para relaxar. Com vocês "Worry about your" na voz de Ivy.

Derrota com honra?

“O legendário samurai Nakano Tadaaki e suas tropas foram derrotados no décimo segundo dia da luta entre os exércitos do senhor Nabeschima Naohiro e do senhor Hideyoshi pelo controle da província de Shizugadake. O senhor Hideyoshi, conhecido em todo o reino por sua sabedoria e retidão, poupou o samurai, mantendo-o como seu prisioneiro no Castelo de Shima até o fim do conflito, quando foi ao seu encontro e lhe disse:

- Não há vergonha na derrota com honra. Somente os bravos de coração são leais ao seu senhor mesmo quando a morte é certa.

Então não somente libertou o samurai, quanto o presenteou com mil moedas de ouro pelo seu valoroso exemplo”.

Muitos acreditam que há somente a vitória e a derrota, ignorando nuances que são tão ou até mais importantes que o próprio conceito. Dentre as várias que existem, as mais importantes soam estranho aos nossos ouvidos contemporâneos, principalmente, aos nossos ouvidos brasileiros contemporâneos. Estou falando da honra.

Ensina o dicionário Houaiss:

HONRA
Substantivo feminino
1- princípio ético que leva alguém a ter uma conduta proba, virtuosa, corajosa, e que lhe permite gozar de bom conceito junto à sociedade;

Então temos a vitória e a derrota com e sem honra. Foi exatamente da derrota com honra que fala a historinha do samurai. O cara era leal ao seu líder, foi lutar na guerra sabendo que poderia ser derrota, mas mesmo assim fez o melhor que pode. Foi derrotado e capturado, mas o senhor inimigo reconheceu seu valor e não só o manteve vivo, como prisioneiro, como no final ao libertá-lo ainda lhe deu uma grana legal. O samurai se deu bem justamente porque foi derrotado com honra, de forma virtuosa, corajosa e isso lhe auferiu bom conceito junto à sociedade, representada pelo senhor rival.

Faz alguns meses prestei a prova da CGU (Controladoria Geral da União) promovida pela ESAF. Estudei bastante, mas no estilo que estou acostumado a estudar para a CESPE, para o que seria minha primeira experiência com a bana. A derrota foi triste e dolorosa. Fui muito mal, muito pior do que podia imaginar. Foi doloroso.

Na mesma semana em que soube dessa derrota, foi divulgado o edital do concurso do MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão), organizado pela mesma maledeta ESAF e com matéria muito parecida com a do concurso da CGU. Prestar ou não prestar esse novo concurso? Um mês para estudar e derrota praticamente certa. O que fazer? Diante dessa decisão poderia agir com honra ou sem honra. Se escolhesse agir com honra, faria minha inscrição, estudaria o melhor que pudesse com base do que aprendi na derrota anterior e ainda dolorosamente fresca. Ou poderia agir sem honra, não me inscrevendo e evitando assim uma nova derrota (leia-se, fugir da briga) ou então fazendo minha inscrição, mas não me preocupando em me preparar o melhor que pudesse. Como não estou nessa guerra para brincar, escolhi a primeira opção.

Foi um longo mês de preparo intenso. Estudar para enfrentar a ESAF é muito diferente de estudar para enfrentar a CESPE. Apesar de não ter as melhores informações, não ter podido traçar a melhor estratégia, não ter acesso ao material de estudo mais adequado, fiz o melhor que pude com o que tinha ao meu alcance. Então chegou o dia da prova e parti para cima das questões como um samurai que não teme a morte por ser corajoso, acreditar porque luta, além de ter tomado uma boa dose de saquê minutos antes da luta começar e também porque “não bate bem das idéias”. E foi uma briga feia, sangrenta, violenta.

Ontem saiu o resultado desse concurso. Como esperava, apesar daquele tênue fio de esperança que sempre existe para quem luta com seriedade, meu nome não estava entre os que tiveram as questões discursivas corrigidas, de onde saiu a lista dos aprovados.

Fiquei feliz. Não, não com a derrota, porque não sou louco. Fiquei feliz porque constatei que por 1,6 pontos não estava na lista dos que tiveram as questões discursivas corrigidas. Isso significa que apesar de ter sido apenas minha segunda luta em batalha orquestrada pela ESAF, de ter poucas informações e não ter usado o material de estudo mais adequado, além, claro, de ter estudado todo o tempo sozinho (eu e Deus de co-piloto), tive um desempenho muito melhor que o de muita gente que conhece a ESAF melhor que eu, que estava estudando para esse concurso havia mais tempo que eu, que usou material melhor que o meu, que fez cursinho específico para esse concurso ao invés de estudarem sozinho como eu.

Fui derrotado, sim, mas foi uma derrota com honra. Estou feliz com isso. Sei que minhas mil moedas de ouro estão reservadas justamente porque lutei dessa forma!

Resumo da ópera – Lute todas as suas lutas com honra. A vitória com honra brilha mais, assim como a derrota com honra tem muito mais valor. Do lado oposto, a vitória sem honra não traz satisfação e a vitória sem honra é motivo de vergonha.

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PERGUNTA DO DIA

Como você lida com essa questão de honra na derrota? Você concorda comigo que ela existe? Você acha que estou falando bobagem, afinal de contas derrota é derrota e ponto final?

Essa pergunta deve ser respondida em nossa comunidade no Orkut. Basta clicar no homenzinho ai em cima (você precisa estar conectado no Orkut em outra janela de navegador para ser levado à página de resposta).

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Clipe do dia



Você é um guerreiro?

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