Há algumas semanas quando fui a São Paulo prestar prova do concurso do Banco Central, aproveitei para visitar um amigo que começou a estudar para concursos no começo de novembro. O cara é formado em engenharia e seu foco é um cargo público na área.

Pois bem, cheguei no apartamento onde ele mora com a esposa e a filha, onde me receberam muito bem. De cara fui levado para a cozinha para tomar um bom café com pão de queijo quentinho (ambos são mineiros). Conversa vai, conversa vem, a esposa do cara diz o seguinte:

"Nossa, vocês concurseiros são pirados por livros. Se depender do Reinaldo daqui a pouco esse apartamento estará lotado de livros até o teto."

Achei que a menina estava usando uma figura de lingagem, mas entendi que não era bem o caso quando o cara me levou para conhecer o quarto de estudos dele. Esse amigo recebeu de herança o belo apartamento em que moram em Vila Mariana, bairro muito bom da capital paulistana, um apartamento da década de 70 muito bem conservado com três quartos amplos. Um dos quartos é do casal, outro da filhinha e o terceiro que já era utilizado como escritório caseiro foi transformado em quarto de estudo. Gente, o cara devia ter mais de 200 e apostilas de concursos públicos atulhando uma grande estante de parede inteira. Daí seguiu um diálogo mais ou menos assim.

- Nossa, rapaz, onde você arrumou tantos livros e apostilas assim? - Perguntei dando uma olhada nos títulos e verificando que havia de tudo um pouco, tanto em termos de matérias, editoras, concursos quanto de épocas, também.

- Comprei muita coisa em sebos, ganhei material de amigos, de amigos de amigos, essas coisas - Respondeu orgulhoso meu amigo.

- Cara, tem muita coisa antiga demais aqui, material que você não irá usar - Disse com sinceridade.

Conversamos bastante sobre concursos e disse paa ele, ou melhor, repeti o que já havia dito antes, que para estudar para concursos públicos é preciso ter o melhor material, que geralmente se resume a uma dúzia de livros, no máximo. Expliquei que material em demasia e muito antigo só atrapalha os estudos, ensina coisas ultrapassadas e dá desespero no concurseiro só de ver aquelas pilhas e pilhas de livros e apostilas.

Pois bem, nesse carnaval conversamos um pouco pelo Skype e o cara disse que pensou no que eu disse com cuidado durante alguns dias e concluiu que eu estava certo. O que ele fez? Separou somente uma dúzia dos melhores livros de todo aquele material, por sinal todos novos e recente que ele havia comprado, e o restante doou para uma biblioteca popular de uma comunidade carente da zona norte paulistana, a fim de ajudar concurseiros sem material de estudo.

"Putz, Charles, é mesmo um alívio não ter aquela montanha de material de estudo parece que me vigiando, cobrando de mim estudá-lo."

Pois é, concurseiros, se de um lado é natural esse fetiche por manter grandes quantidades de material de estudo (livros, apostilas, resumos, ...), por outro lado isso é uma grande perda de tempo e um peso nos ombros que você pode e deve não carregar.

Resumo da ópera - Mantenha apenas o melhor material de estudo que você tem, aquele imprescindível para seus estudos, que você não pode viver sem. O restante doe para outros concurseiros com menos recursos ou para uma biblioteca pública. Ter uma quantidade menor mas, principalmente, ideal de material de estudo além de ser um alívio para o concurseiro, que assim nãos se sentirá tão pressionado, também facilita na hora de estudar por não ser preciso perder um tempão procurando determinado livro entre o material de estudo se tem.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.