“Isso é fácil, não preciso estudar”

Eu caí nessa não faz muito tempo. Era uma prova para nível de segundo grau, matemática no programa, e eu pensei “pra que perder tempo estudando Regra de Três Composta, isso é fácil, não preciso estudar”. Batata, caiu uma questão dessa matéria na prova e após longa meia hora quebrando a cabeça para lembrar como resolver a questão, desisti e chutei a resposta ... errei, como era de se esperar. Não fui aprovado nesse concurso por quatro questões ... se tivesse “perdido” duas ou três horas estudando Regra de Três Composta e algumas outras matérias “fáceis”, teria sido aprovado e hoje já estaria empossado com um salário de pouco mais de R$3 mil mensais.

Existem muitas armadilhas no caminho dos concurseiros e uma das mais perigosas é justamente achar que já se sabe uma matéria ou que ela é muito fácil, não dedicando a ela parte do tempo de estudo. Isso é natural, é o nosso lado preguiçoso e superconfiante falando alto. Sempre que damos ouvidos a esse lado, corremos um enorme risco de nos ferrarmos nas provas que formos prestar.

Quando pego um edital de concurso, primeiro divido a matéria em três grupos:

Já estudei, recentemente e muito – Aqui não haverá problema, será necessário somente fazer revisões para manter a matéria clara na memória.

Já estudei, mas faz tempo ou superficialmente – Olha a armadilha, essas matérias são craques em fazer acordo com nosso “eu preguiçoso” para nos enganar que não precisamos estudá-las.

Nunca estudei e parece complicada – Opa, essas matérias obrigatoriamente merecem atenção especial.

Nunca estudei e parece simples – Aqui também poderemos ter problemas, apesar do risco ser menor, já que, geralmente, matérias desconhecidas nos fazem ter mais receio de não as estudar.

Pronto, agora faço uma nova divisão da matéria segundo outros critérios.

Matéria difícil – Hum, aqui será preciso trabalho duro e muita atenção.

Matéria meio difícil – Trabalho duro e atenção aqui também, mas com menos tempo de estudo.

Matéria fácil – Aqui é preciso muito mais atenção que trabalho duro.

Decoreba – Não adianta, quando é para decorar pontos da matéria, o negócio é repetir, repetir, repetir, até memorizar.

Pronto, agora, sim, temos um mapa claro do que será preciso estudar. Temos identificadas as armadilhas, os terrenos mais trabalhosos, os terrenos mais tranqüilos. Depois que passei a fazer esse mapeamento preliminar, passei a estudar com muito mais eficiência e qualidade. Dá um pouquinho de trabalho, mas vale a pena.

Resumo da ópera – Esse tipo de mapeamento da matéria do edital é uma das ferramentas mais eficazes para evitar o “é fácil, não preciso estudar”. O edital muitas vezes engana e aquele tópico pequenininho lá no meio pode esconder a necessidade de muitas HBC (horas de bunda na cadeira ... estudando, claro). Como aconteceu comigo, muitos e muitos concurseiros já se ferraram em concursos porque erraram uma ou duas questões de matérias consideradas fáceis e desmerecedoras de estudo. Agora que você sabe disso, não cometa o mesmo erro que nós cometemos.

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