Será que ninguém notou?!

Todo concurseiro sabe (ou deveria saber) que os editais são as leis que regem os concursos públicos. Lá estão as regras do combate, como serão disputadas as vagas oferecidas. Uma primeira leitura do edital faz o concurseiro avaliar se aquele concurso é para ele(a) ou não. Uma segunda leitura, mais atenta, é necessária para decidir por que cargo optar. Feita a inscrição, chegou à hora de uma terceira leitura, ainda mais atenta, para entender como será a prova e quais as matérias que deverão ser estudadas.

Semana passada decidi por prestar o concurso público promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, que tem como banca organizadora a Cespe/UNB. Fazendo a terceira leitura para extrair a matéria que deveria estudar para a prova, notei algo estranho. Todas as matérias traziam os tópicos que deveriam seriam cobrados, exceto Direito Constitucional. “Estranho”, pensei. Só que consultado listas de discussão e comunidades do concurso, notei que ninguém pareceu notar essa irregularidade ou, se notou, não deu alguma importância. “Não pode ser”, pensei.

Postei algumas mensagens apontando o problema, ao mesmo tempo enviei um email para a Cespe questionando sobre o assunto. Para minha surpresa, alguns outros inscritos responderam à minha indagação como se aquela falta de especificação de tópicos fosse normal e estivesse longe de ser um problema. Alguns diziam que era só para estudar o “básico”, outros diziam que era para estudar “tudo”, só um ou dois concordaram comigo que era necessário consultar a banca.

Esse episódio mostrou duas coisas:

1 – Muitos concurseiros estudam sem ao menos checar nos editais os tópicos de cada matéria que serão cobrados nas provas.

2 – Muitos concurseiros não estão nem aí para possíveis erros e omissões nos editais dos concursos.

Isso é algo muito, muito sério.

Em se tratando de estudar mais do que devia por não ler com cuidado o edital, é jogar contra você mesmo. Eu já fiz isso e me arrependi amargamente. O tempo gasto estudando o que não era preciso deveria ser usado para estudar o que seria cobrado, algo que, se fosse feito, significaria um desempenho muito melhor, um número maior de acertos. Não duvido que sejam muitos os candidatos que seriam aprovados em concurso público se lessem o edital com cuidado e estudassem só o que foi cobrado nas provas. Por um mísero ponto perdido muita gente é aprovada ou reprovada. Um tópico estudado superfluamente pode significar esse ponto perdido.

Erros e omissões nos editais, quando identificados antes das provas, podem ser corrigidos. Dependendo da gravidade, poderá significar um adiamento da prova para dar tempo dos candidatos se ajustarem à correção. Agora, identificar isso depois do concurso ter sido realizado poderá significar dor de cabeça, frustração e, com muita sorte, uma anulação da prova, o que não será nada bem vindo por nenhum candidato (já que todos tiveram gastos, desgaste e tal).

Resumo da ópera – Analisem com muito cuidado cada ponto do edital dos concursos que forem prestar. É trabalhoso, cansativo, entediante e chato, eu sei disso, mas é necessário. É melhor, muito melhor perder algumas horas fazendo isso do que, depois, lamentar-se por não ter feito. Se encontrar qualquer erro ou omissão, mesmo que não tiver certeza de que se trata disso, comunique para outros concurseiros inscritos no concurso e entre em contato com a banca organizadora, o máximo que poderá acontecer é de você estar enganado, o que é melhor que fazer a prova com a pulga atrás da orelha. Agora, o que concurseiros sérios não podem ser é passivos e terem uma atitude de “isso não é comigo”, nunca!

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Música do dia
Para começar a semana com bastante animação, nada melhor que uma música bem animada. A música de hoje chama-se “Break My Stride”, na versão da banda de pop/dance alemã BlueLagoon. Sugiro que vocês procurem na Internet a tradução da letra (para quem não sabe ler em inglês), a mensagem é muito válida para nós, concurseiros.

6 Response to "Será que ninguém notou?!"

  1. Raquel says:

    Nossa! Já passei por algo parecido.
    É péssimo. Eu havia entendido o edital de forma errada. Bem, isso faz parte da luta. A gente erra pra mandar bem depois.

    Um abraço,
    Raquel

    Anônimo says:

    Opa cara tudo tranqüilo?

    Seu blog é show cara, na moral.

    Está me ajudando muito, pois tu entende o que um concurseiro passa. Eu sou muito novo ainda (17 anos) já to prestando os concursos da vida e por ser novo, não que isso seja sinônimo de fraqueza ou privilégio para não ser cobrado pelos meus fracassos em um concurso prestado, a falta de experiência e a ansiedade atrapalha um pouco cara e ainda mais que eu reneguei muita coisa para entra nessa batalha. Porém por mais que eu seja novato já percebi que muito mais que grande conhecimento e inteligência o concurseiro tem que ter coração!

    Meus parabéns pela sua iniciativa que são de poucos, mas são os poucos que fazem a diferença.

    Obs: Eu achei ótima a idéia de você cria um MSN com isso poderemos interagir melhor com você aprender mais coisas se ajudar como você mesmo disse.

    Raul-DF

    Marcos says:

    Olá Charles.
    Notei o " erro ", mas não sei até que ponto isso ainda é um erro porque não é a primeira vez que vejo isso em concursos na área de meio ambiente.....e não acho que será a última. Eu particularmente, estudarei os artigos da C.F. referente a meio ambiente e os artigos da constituição que caíram no INSS, que ainda estão fresquinho na mente. E voce, o que pretende fazer para se preparar em relação a constitucional? Acha que terá um peso significativo na prova?
    Abraços!

    Anônimo says:

    O problema é que essa passividade parece ser uma das tantas expressões da "Cultura do Tudo-Bem", que a brasileirada adora cultivar...

    Camisa 9 says:

    Bem, antes eu lia os editais por inteiro agora eu só leio a parte que interessa, pois como normalmente faço provas da Vunesp, as regras são sempre as mesmas ou muito parecidas, mas como eu não leio todas direito eu ainda não senti diferença alguma.

    Boa Terça

    Abraços, Éric

    Anônimo says:

    outra preocupação que me veio é a de que, se editais já omitem matérias do chamado "kit básico" de qq concurso, como a de Direito Constitucional, pode o mesmo risco ocorrer com matérias de âmbito mais específico?

    E o candidato a tal cargo, na hora H, dança tb.

    É, o negócio é ficar de olho.

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